Voltei meu olhar para Frieda, que organizava as coisas com movimentos rápidos, mas quase automáticos, como se estivesse no piloto automático.— Frieda, está tudo bem? — Perguntei, tentando soar gentil.Ela se virou para mim, a expressão calma, mas sem nenhuma emoção real. — Sim, senhora.— Pode me chamar de você.Ela hesitou por um momento antes de responder. — Está bem, senhora.— Você está bem mesmo? Não parece... confortável.— Estou, sim. Vou terminar aqui e ajudar no café.— Não precisa. Eu mesma cuido do meu café, mas obrigada.Ela assentiu e voltou ao trabalho. Algo no jeito dela me incomodava, mas não sabia exatamente o que. Resolvi deixar o assunto de lado por enquanto e fui para o banho.Quando saí, Frieda não estava mais no quarto. Desci para a cozinha, e a encontrei lá, segurando uma xícara de chá nas mãos.— Frieda, não precisava... — Comecei, mas a frase ficou presa na garganta quando percebi que não estávamos sozinhas.Um homem estava parado perto da porta da cozinha. E
Frieda, porém, ainda estava ali, tremendo e segurando os pedaços da bandeja caída, enquanto Wolfgang observava tudo com um sorriso .Aquela manhã, que deveria ter sido calma, agora parecia um jogo de forças que eu não compreendia. E, no meio de tudo, eu sentia o peso da decisão de Krampus — uma decisão que não parecia justa para Frieda, mas que, aparentemente, ninguém ali tinha o poder de contestar.Depois do café, fui até a cozinha. Encontrar Frieda ali, tão pálida e visivelmente assustada, fazia meu coração apertar. Eu me aproximei com cuidado, tentando não alarmá-la ainda mais.— Frieda, eu sinto muito... __ Eu queria mudar o pensamento de Krampus.Ela ergueu os olhos, e as palavras saíram trêmulas. — Ele vai me matar.— Não vai. Companheiros não machucam um ao outro. — Tentei tranquilizá-la, mas ela balançou a cabeça rapidamente, negando, quase desesperada.— Não nesse caso. Na última vez que espécies diferentes foram unidas como companheiros... foi há mil anos. Até hoje contam o
Analia narrandoNaquela noite, Krampus me deixou chorar. Não bateu na porta, não tentou me interromper, apenas me deu o espaço que eu pedi. Mas, na madrugada, ouvi o som suave da porta se abrindo.Levantei o rosto, ainda molhado pelas lágrimas, e o vi entrar com uma xícara em mãos. Ele caminhou até a cama e se sentou ao meu lado, estendendo o chocolate quente para mim.— Beba. Vai te acalmar.Peguei a xícara com as mãos trêmulas, o calor dela sendo reconfortante contra minha pele fria. Depois de um gole tímido, senti seus braços me envolvendo, puxando-me para perto. Não resisti. Me encostei contra seu peito, ouvindo os batimentos fortes e constantes que pareciam me acalmar mais do que qualquer outra coisa.— Krampus... — Minha voz saiu baixa, quase um sussurro. — Jura que nunca vai permitir que outro me alimente? Nunca? Nem que eu esteja morrendo? Jura que nunca vai deixar outro me tocar desse jeito?Ele ficou em silêncio por um momento, e eu pude sentir a tensão em seu corpo. Finalme
Acordei com o cheiro reconfortante de café fresco invadindo o quarto. A luz suave da manhã entrava pelas janelas, preenchendo o espaço com a luz do sol, finalmente aquele frio congelante tinha ido embora, eu me sentia mais viva, por causa disso. Quando abri os olhos, encontrei a senhora Edith sentada em uma poltrona ao lado da cama, com uma bandeja cuidadosamente preparada sobre a mesa. Sua postura era impecável, e o sorriso sereno em seu rosto transmitia a segurança de alguém que sempre sabia o que fazer, aquilo me acalmou um pouco, porque eu não sabia com agir.— Bom dia, criança, hora de levantar. — Sua voz era suave, mas tinha a firmeza característica de quem comandava a casa.— Bom dia, mamãe. — Respondi, devolvendo o sorriso. Já havia me acostumado a chamá-la assim, e esse hábito havia se tornado algo profundamente natural e reco
Analia narrandoO chalé estava iluminado por uma luz suave e quente, proporcionada pelas velas que decoravam cada canto do espaço. Elos de galhos secos e folhas de pinheiro estavam pendurados nas janelas e portas, enquanto um grande tapete, com desenhos que lembravam antigas runas, cobria quase todo o piso. Havia um contraste estranho e incômodo entre a beleza da decoração e a presença imponente e sombria de Krampus. Ele havia trancado a porta à chave, e eu vi claramente quando ele colocou os cadeados na grade de ferro que cobria a entrada principal. A chave foi arremessada pela janela, desaparecendo na imensidão branca da neve lá fora.Eu sabia que não havia como escapar.Krampus se virou lentamente para mim, sua figura era ainda mais ameaçadora à luz tremeluzente das velas. Os chifres se curvavam majestosamente para trás, e sua pele era uma mistura de pelo negro e couro avermelhado. Seus olhos, brilhando como brasas, cravaram-se em mim com uma intensidade que parecia queimar. Eu baa
Krampus se ajoelhou diante da cama, seus olhos brilhando como brasas enquanto ele me observava. Senti meu rosto esquentar, a timidez me dominando completamente. Tentei instintivamente fechar as pernas, mas a voz dele veio firme, mas sem ser ameaçadora.— Eu mandei não fechar as pernas, Analia... Preciso amarrar você?— Ele inclinou a cabeça, os olhos fixos em mim.— Estou envergonhada, Krampus... — sussurrei, desviando o olhar.— Não precisa ficar. — Ele murmurou, sua voz baixa e reconfortante. — Sou o seu companheiro. Acho lindo, Analia, e adoro cada pedaço seu, posso me prostar de joelhos em sua frente, porque pra mim você e a mulher mais bonita que existe, o seu cheiro também é o melhor.Hesitei por um momento, mas acabei relaxando mais. A maneira como ele falava, o tom da sua voz, fazia parecer que eu era mais do que suficiente. Mais do que suficiente para ele, para o lobo... para tudo.— Deixe as pernas mais abertas. — Ele pediu, suavemente, mas havia algo na sua voz que soava com
Krampus se ajoelhou ao meu lado, seus olhos prateados fixos nos meus, como se quisesse desvendar cada pensamento que passava pela minha mente. Ele segurou meu queixo com firmeza, mas sem machucar, inclinando meu rosto para cima enquanto dizia com sua voz grave:— Quero que passe a língua primeiro. Só pode afundar a boca se não me morder. Se me morder, Analia, não vou deixar você beber. Meu coração disparou. A ideia de não poder beber dele fez uma lágrima escorrer pelo meu rosto antes que eu pudesse controlar. — Krampus... — Minha voz saiu trêmula enquanto eu me sentava na cama. Não sabia por que reagia assim, mas algo dentro de mim parecia que ia se despedaçar com aquela possibilidade.— Já está com fome, Analia? — Ele perguntou, inclinando-se mais perto. — Não sei. Não sei. Estou confusa com toda essa história de súcubo, muito confusa. Mas... — Respirei fundo, sentindo o rosto queimar de vergonha antes de admitir. — Quero beber de você. Estou morrendo de vontade.Ele suspirou, mas
Ficamos nos beijando enquanto ele se movia em mim, cada movimento profundo e firme. Seus olhos encontraram os meus, brilhando com intensidade, e sua voz grave sussurrou contra meus lábios:— Minha companheira... minha companheira. Analia, você é perfeita. O sexo mais completo da minha vida. Esperei por isso, porque sabia que seria assim. Perfeita.Seus elogios e sua sinceridade me fizeram relaxar completamente. Me entreguei, sentindo cada toque, cada movimento, e o orgasmo veio com força, arrancando de mim um grito. — Krampus! — Eu gemi, meu corpo inteiro tremendo.Ele também chegou ao clímax logo depois, e pude sentir o calor do líquido dele em mim, preenchendo-me de uma maneira que parecia selar algo profundo entre nós. Sua respiração estava pesada, mas ele continuava me segurando com cuidado, como se eu fosse algo precioso.— Precisa descansar?— Um pouco... dói, Krampus. — Admiti, minha voz ainda trêmula.Ele acariciou meu rosto e beijou minha testa com gentileza. — Vou cuidar de