A sala está revirada, elas olham assustadas, Samara caminha para o quarto preocupada. Plínia está atrás.
Ao abrir a porta, elas ficam de boca aberta.
Tem roupas espalhadas pelo chão, as de Denis e de mulher, ao olhar para a cama, elas veem Elsa pelada agarrada a Denis, que também está nu.
Samara cambaleia e cai nos braços de Plínia, que a segura e depois que Samara fica firme, solta e vai até a cama, atacando os dois.
“Ordinário! Safado! Elsa sua vadia!” Diz enquanto b**e nos dois com um sapato de Elsa.
Os dois acordam com os gritos. Denis olha confuso, enquanto tenta proteger dos ataques de Plínia. Elsa senta e se cobre com o lençol.
“Para, sua louca!” Fala tentando segurar os braços de Plínia.
Denis olha e percebe que está com Elsa, ao olhar para a porta, vê o olhar magoado de Samara.
“Deusa! Me deixa explicar…”
“Explicar? Isso não se explica, canalha! Vocês se merecem!” Fala Plínia, jogando o sapato sobre a cama, depois pega Samara e sai do apartamento.
Denis olha Elsa espantado.
“O que está fazendo em minha cama?” Pergunta com raiva.
“Engraçadinho, ontem você me trouxe e depois me atacou, eu só pensei em te trazer e ir embora, mas você começou a tirar minha roupa e a sua. Vai me dizer, que esqueceu tudo o que aconteceu?” Fala com um sorriso falso.
“Saia do meu apartamento, agora! Tenho que encontrar, Samara.” Fala cambaleando.
“Acho bom esperar. Ela com certeza não vai falar com você. Depois, de ver, nós dois na cama, com certeza a general a levou para longe.” Fala se levantando nua e pegando suas roupas.
Denis passa a mão na cabeça. Ela parece que vai explodir.
“Feche a porta ao sair, nunca mais passe na minha frente.” Fala ainda um bêbado.
“Ok, bonitão. Já fiz o que queria. Dormi com o homem da santinha meia boca. Você é apenas um pobre sustentado por alguém. Jamais dormiria com você, se não fosse o homem de Samara. Já me vinguei de quem queria.” Fala enquanto se vestia. Ao terminar de falar, j**a um beijo e sai do quarto.
Denis, fica desesperado e levanta para tomar banho.
“Droga! Eu bebi demais. Preciso encontrar Samara.” Fala entrando no banho e esfregando para se limpar. Ao terminar, corre até a pensão.
“Alguém viu Samara ou Plínia?” Ele sai perguntando a todos.
“Não.”
“Não.”
Ele procura desesperado. Mas, elas sumiram, ninguém as viu.
Distante de onde moram, Samara e Plínia estão na praça, conversando.
“O que pretende fazer? Estou te achando estranha.” Plínia pergunta.
“Você estava certa. Já passei por tanta coisa, que essa traição, é apenas mais uma dificuldade.” Fala com calma.
“Dificuldade? Agora todos vão saber que Elsa dormiu com o Denis. Você será motivo de chacota para todos. Vou arrancar, os cabelos de Elsa e matar Denis!” Fala com raiva.
“Não precisa. Eu já decidi o que fazer.” Fala olhando a praça, onde pessoas caminham por todo lado.
“O que quer dizer?” Pergunta desconfiada. “Não pode ter essa criança, tire enquanto está no início.”
“A criança não tem culpa. Eu decidi criar ela sozinha.” Fala séria.
“Está maluca? Sabe a dificuldade que vai passar?”
“Sei. Plínia, eu nunca tive família. Fui criada em orfanato e sempre sofri por isso. Meu sonho era formar uma família e ser feliz, dar e receber amor, atenção, carinho. Agora, tenho alguém para fazer isso. Vou ter meu filho. Enfrentar tudo e todos. Vou procurar um trabalho e cuidar de minha vida, recomeçar em outro lugar.” Fala com sinceridade.
“Tem certeza? Não vai ser fácil.”
“Tenho. Nunca foi fácil para mim. Mas, vou dar uma vida boa para meu filho. Eu juro e nunca mais, vou confiar em homem.” Fala determinada.
Plínia a abraça.
“Se está decidida, eu vou com você para onde for. Serei seu apoio nas dificuldades. Precisamos ser práticas, agora.”
“Eu fui aceita em um hospital escola de referência. Vou aceitar a proposta.”
“Ei! Eu me inscrevi, também fui aceita. Vamos pegar os documentos e partir.” Fala se animando.
“Vamos ligar e pedir os documentos. Depois passamos na pensão e pegamos nossas coisas, mas, quero evitar encontrar qualquer pessoa.” Samara, fala pegando o telefone. Plínia faz o mesmo. Ao terminar, Samara desliga o telefone.
“Desligou por quê?” Plínia pergunta curiosa.
“Denis pode ligar. Eu não pretendo falar com ele.” Fala colocando o telefone na bolsa.
O celular de Plínia toca, ao olhar, mostra a Samara.
“Devo atender? Posso xingar ele para você.” Ela fala com um sorriso.
“Atende. Se ele perguntar, diga que fui ao orfanato. Como é em outra cidade, podemos fazer o que precisamos e depois partir.” Vamos comprar as passagens antes de ir à pensão.”
Denis se desespera, ao ouvir Plínia.
“Por que deixou ela ir sozinha? Não sabe que ela está gravida? Se Samara fazer besteira?” Fala nervoso.
“A única pessoa que faz besteira, é você. Esqueça que um dia conheceu Samara, ela não quer te ver, eu sou a favor dela.”
“Plíniaa! Não brinque…” O telefone é desligado, antes que termine a frase.
“Pronto. Vamos? Com certeza ele vai atrás de você. É tempo suficiente para sairmos da cidade.
Elas se levantam e ao passarem em frente uma loja de celular, Samara fala com Plínia.“Vou trocar meu número. Assim, não recebo mais ligação de ninguém.”Plínia, resolve fazer o mesmo. De madrugada, elas embarcam para uma nova jornada. Dentro do ônibus, elas trocam o número de telefone de todas as contas. Samara desativa suas redes sociais, mas faz uma última postagem.“EU NÃO PRECISO SER FORTE, SÓ PRECISO ME AMAR E PROCURAR MINHA FELICIDADE. SAMARA.Com um sorriso, ela tira uma foto delas.“Vai postar?” Plínia pergunta curiosa.“Não. Essa será uma recordação de um novo recomeço. Obrigada. Você é uma amiga fiel.” Fala pegando na mão de Plínia.“Boba, eu só tenho uma amiga, como vou te deixar sozinha?” O ônibus sai, e elas nem olham pela janela. Samara fecha os olhos e não demora a dormir. Plínia viaja, pensativa. Uma nova vida, desconhecida, estão esperando por elas.Denis, dirige como um louco. No orfanato, ninguém viu Samara. Desesperado, ele entra no carro, xingando Plínia. Ela,
“O senhor Denis, sempre foi impulsivo, deve ser alguma garota que ficou com ele.” Disse o chamando para sair. Ao entrarem no apartamento, Daniel franze a testa. Tudo está fora do lugar, ele olha detalhes na sala. Ao caminhar até o quarto, vê a cama bagunçada e uma foto. Ele vai até a mesinha e pega.Denis está sorrindo, ao lado de uma garota. Mas o rosto dela não é visível, pois está coberto de cobertura de bolo. “Vou chamar alguém para arrumar o apartamento.” Mario, fala saindo.Daniel, tira a foto do, porta retrato e coloca no bolso. Ele sai do quarto e procura alguma evidência, sobre a garota do retrato. Mas, não encontra nada. Ele olha atentamente e descobre câmeras de segurança em todos os lugares.“Mario, quero todas as imagens das câmeras. Até as de segurança dos apartamentos. Peça todas as imagens de dois dias antes do acidente.”“Farei isso, imediatamente. O que acha de irmos à faculdade, enquanto arrumam aqui? Vamos conversar com o diretor. Ele pode dar mais informação.”“
No carro, Daniel fala com Mario.“Ligue para o hospital. Peça que façam um teste toxicológico. Como não podemos fazer de urina, faça do cabelo, sangue e saliva. Que façam antes da cremação, adie até sair o resultado.”“Sim, senhor.” Mario liga para o hospital. Ao voltarem ao apartamento, ele já está arrumado. Daniel pede seu notebook e pergunta se as imagens já chegaram.“Só algumas, senhor. Mas por que não descansa um pouco? Não parou desde que recebeu a notícia.” Mario fala preocupado.“Depois. Me veja o que já chegou.” Fala se acomodando na poltrona e ligando o notebook.Mario, sem opção, vai fazer o que ele pediu. Ao voltar, entrega a ele o drive das imagens.“Mario, peça um café para mim. Depois, pode descansar. Acho que vamos ter mais trabalho até descobrir tudo.” Fala sem olhar para ele.Mario, pede licença e vai tomar um banho, mas antes, providencia tudo para Daniel. Também pede que entreguem tudo a ele no apartamento. “Senhor, assim que tiverem as imagens, vão trazer para o
Um silêncio pesado, paira na sala.Daniel faz um sinal para Mario, ele se adianta e pega um envelope na pasta lhe entregando.“Creio, que está falando de Denis. Ele não era gigolô, como a senhorita acreditava. Denis era herdeiro de nossa empresa, sou Daniel, o irmão gêmeo dele. Realmente ele sofreu um acidente. Mas minha visita é para obter resposta, acredite, se não falar a verdade, juro sobre o túmulo de meu irmão, a senhorita vai conhecer, quem é Denis e Daniel Palardo.”“Elsa, o que você fez desta vez? Como conheceu os, Palardo?” Fala preocupado.“Eu não sei do que estão falando, não conheci nenhum Palardo.”“Vou reformular minha pergunta, o que aconteceu entre a senhorita e Denis?”“Nada! Eu não tenho que contar sobre minha vida, a ninguém.” Fala começando a temer Daniel.“Essa é sua última oportunidade, o que aconteceu entre a senhorita e meu irmão!” Fala com o olhar sombrio.“Eu já disse! Não tinha nada com ele. Samara era quem ficava com ele. Mas no dia da festa, ela foi embor
Sete anos depois:A conferência está preparada, as dezoito horas, vão apresentar a mais nova invenção tecnológica, na medicina. Samara, mais conhecida como Doutora Sam, está revisando o invento. Plínia entra afobada.“Sam! Estou te procurando há horas. Precisa descansar, antes da apresentação.”“Plínia, vim revisar o material. Não posso cometer erros.” Fala concentrada.“Eu sei. Mas seus filhos estão perturbando querendo você, eles estão chateados por não poderem ir na apresentação.” Fala com carinho.Samara, levanta a cabeça com um sorriso.“Sabe que não posso levá-los. Os dois são muito agitados e será a noite, eles precisam dormir cedo. Você estraga as crianças, já disse que deve ter pulso forte com eles.” Fala com doçura, ao falar dos filhos.“Nem vem! Eles são mais inteligentes do que eu. Confesso que não consigo resistir o olhar doce ao pedirem algo, não consigo negar.” Fala com uma risada.Samara abraça os ombros da amiga.“Você é a madrinha mais coruja que existe. Também uma g
O motorista a leva até a outra entrada, Samara desce e vai ao laboratório. Souza está conferindo e arrumando o projeto para ser levado ao palco.“Sam! Que bom, que está aqui! Tenho uma reunião marcada com um representante do grupo Palardo. Creio que sabe quem são.”“Sim. Mas o que tem a ver comigo?” Ela pergunta curiosa.“Eles pediram sua presença. Imagino que deva ser uma boa oportunidade.” Fala animado.“Souza, vou pedir que Plínia me represente, não gosto de ficar ouvindo, a mesma conversa, todos ficam elogiando e pedindo que eu repita tudo que já falei.” Fala olhando o carrinho de transporte.“Ok, te entendo. Eu também fico entediado. Mas preciso dar atenção. Fale com Plínia.”“Souza, se incomoda de me emprestar sua casa de campo? Com o projeto, fiquei afastada dos garotos e eles estão chateados. Queriam vir hoje, mas conhece as regras. Eu preciso de um descanso também.”“Claro! Pegue a chave na minha sala, sabe onde está. Tire o tempo que precisar.” Fala com um tom paternal.“Só
Samara, acorda com seus filhos pulando na cama.“Meninos! Tenha pena de sua mãe. Estou com sono, fui dormir tarde.” Fala rolando na cama.“Você prometeu, que a gente ia para a casa de Souza, levanta mamãe, já está tarde.” Gabriel, fala sentando na cama e Isabel o imita.“Quero um café para acordar. Onde está a madrinha de vocês?” Pergunta sentando e tentando arrumar o cabelo.“Ela ainda não levantou, mas vamos acordar ela, assim, que a senhora levantar.Samara, olha para os filhos e fala sério.“Ela chegou de madrugada, não acordem ela agora. Vou tomar banho e me esperem na mesa, não demoro.” Fala espantando os filhos do quarto. Samara toma um banho e veste uma roupa leve, apropriada para descansar. Seu short é leve e ela pega uma camiseta. Ao sair do quarto, encontra Plínia, bocejando.“Não acredito que eles te acordaram!” Fala admirada.“Não foram eles, coloquei o despertador. Se vamos viajar, é melhor sair cedo. Durmo durante a viagem.” Fala abraçando ela e apoiando em seu ombro,
Samara, que observa sua amiga, lhe pergunta.“Algum dia, você se arrependeu de me acompanhar?”“Nunca. Meu arrependimento é não ter escolhido outra carreira. Não sirvo para ser médica.” Fala se virando e encarando Samara.“E você? Se arrependeu da decisão que tomou?” Pergunta curiosa.“Não. Sempre tive uma vida difícil. Mas hoje me sinto realizada. Tenho minha carreira, meus filhos e você. Não tenho nada para arrepender.”“Samara, algum dia pensou em saber sobre o Denis? Uma vez, me disse que ele tinha que dar explicação. Para nossa surpresa, veio dois, Isabel e Gabriel.”“Já, mas não levei adiante. Não aceito o que ele fez, ele sabia sobre Elsa, desconfio que ele sabia que eu tinha engravidado. Isso que me deixou revoltada, sempre fui honesta. Ele aproveitou um momento de crise para dormir com Elsa. Isso foi demais. Ele cortou qualquer ligação entre nós. Não tenho rancor. Isso, nunca.” Fala com determinação.“Estamos ficando nostálgicas, o que acha de ler a proposta? Aproveita que as