Contagem regressiva. 3
Samara, ao sentir o conforto nos braços dele, começa a chorar, Daniel a consola fazendo carinho em seus cabelos. Quando se acalma, ela fala, ainda deitada em seu ombro. “Eu sempre fui uma pessoa complicada, sempre pensei que podia suportar tudo, que era forte para resolver todos os problemas que apareciam. Tudo que me machucava, eu guardava e sorria como se nada tivesse acontecido. Mas você com o tempo, foi me derrubando, sempre estive no controle de minhas emoções. Você era a pessoa que me fazia reagir, por isso brigava. O que eu guardava, eram mágoas, traições. Com esse sentimento, eu tomava minhas decisões sem pensar em quem estava ao meu lado, até com as crianças, eu tentava controlar, impedia elas de evoluírem.” “Não precisa explicar. Eu também não ajudei, queria ter o controle sobre tudo, mas ao ser levada, percebi que estava errado, não posso controlar tudo, mas se puder ajudar, com certeza eu farei.” “Não sei quando comecei a gostar de você, mas me apeguei a imagem de Den
As luzes se apagam e o apresentador, apresenta o programa de projetos mirins, em seguida, os alunos, começam a apresentar seus inventos. Ao chegar a vez de Gabriel e Isabel, eles mostram o que fizeram, todos aplaudem, Gabriel pede licença para falar. “Oi gente, eu sou Gabriel e essa é minha irmã Isabel. Nossa invenção, foi uma ideia que tivemos, quando nossa mãe se casou com meu tio. Passamos por muitos problemas até chegar aqui, mas foi o amor que ajudou e contribuiu para hoje apresentarmos o projeto. Com esse dispositivo, podemos medir o humor das pessoas em nossa casa, assim, evitamos problemas, o medidor de humor, também vai ajudar com nossos irmãos que vão nascer. É isso, hoje, nós temos 9 anos, mas há dois anos, com 7 anos, era um pouco confuso, entender o que acontecia. Com esse dispositivo, vai facilitar a entender o que está acontecendo. Minha mãe é muito atirada, meu tio, que agora é nosso pai, já é muito preocupado. Com esse aparelho, espero que eles relaxem um pouco. Obri
Samara estava com sua amiga, no refeitório.“Amiga, já terminamos o trabalho de apresentação, se importa se eu sair?” Ela pergunta a Plínia.“Aposto que vai se encontrar com o safado do Denis.” Plínia, junta tudo e coloca em sua pasta.“Desta vez errou, preciso passar no hospital. Fiz alguns testes para ser doadora. Tenho que verificar se sou qualificada.” Fala sorrindo. “Não sei porque não gosta do Denis, ele é uma pessoa tranquila, boa e só estamos estudando juntos, estamos também no laboratório.”“Ele é o maior mulherengo da faculdade! Não sei como consegue ficar ao lado de com um cara, que já pegou geral. Também não leva os estudos a sério. Você está perdendo seu tempo com ele.”“Desde que estamos juntos, ele tem se dedicado aos estudos e não ficou com outra pessoa. Todos têm direito a uma chance, então, procure ver ele com outros olhos.” Fala se levantando. “Espere, vou te acompanhar se for mesmo ao hospital. Tenho que pegar minha escala de estágio. E não peça que aceite Denis.
Samara, olha Plínia pensativa.“Vamos fazer o seguinte. Me deixe pensar, vou fazer um ultrassom e saber de quanto tempo estou. Depois, decido o que fazer.” Fala determinada. Plínia, reconhece que ela não vai mudar de ideia. Elas vão ao balcão e marcam a ultrassom. Como está vazio, são atendidas logo.Samara se arruma e Plínia fica a seu lado.“Deite Samara, vamos ver de quanto tempo está.” A médica fala com um sorriso.Samara acompanha tudo pelo monitor.“É muito pequeno ainda. Está vendo essa manchinha? É o embrião que se formou. Você está com 6 semanas, vamos ver se conseguimos ouvir o coração.” Ela fala, procurando um local exato. Ao aumentar o volume, um ritmo bate forte e elas escutam.“Foi um pouco de sorte, geralmente, demora mais para ouvir. Mas, parabéns, você está com um mês e meio de gravidez. Vai demorar aparecer sua barriga, o embrião é pequeno ainda.”Elas saem caladas, do consultório. Plínia a leva para uma lanchonete.“Um mês e meio! Eu não senti nada, enjoo, tontura,
A sala está revirada, elas olham assustadas, Samara caminha para o quarto preocupada. Plínia está atrás.Ao abrir a porta, elas ficam de boca aberta.Tem roupas espalhadas pelo chão, as de Denis e de mulher, ao olhar para a cama, elas veem Elsa pelada agarrada a Denis, que também está nu.Samara cambaleia e cai nos braços de Plínia, que a segura e depois que Samara fica firme, solta e vai até a cama, atacando os dois.“Ordinário! Safado! Elsa sua vadia!” Diz enquanto bate nos dois com um sapato de Elsa.Os dois acordam com os gritos. Denis olha confuso, enquanto tenta proteger dos ataques de Plínia. Elsa senta e se cobre com o lençol.“Para, sua louca!” Fala tentando segurar os braços de Plínia.Denis olha e percebe que está com Elsa, ao olhar para a porta, vê o olhar magoado de Samara.“Deusa! Me deixa explicar…”“Explicar? Isso não se explica, canalha! Vocês se merecem!” Fala Plínia, jogando o sapato sobre a cama, depois pega Samara e sai do apartamento.Denis olha Elsa espantado.“
Elas se levantam e ao passarem em frente uma loja de celular, Samara fala com Plínia.“Vou trocar meu número. Assim, não recebo mais ligação de ninguém.”Plínia, resolve fazer o mesmo. De madrugada, elas embarcam para uma nova jornada. Dentro do ônibus, elas trocam o número de telefone de todas as contas. Samara desativa suas redes sociais, mas faz uma última postagem.“EU NÃO PRECISO SER FORTE, SÓ PRECISO ME AMAR E PROCURAR MINHA FELICIDADE. SAMARA.Com um sorriso, ela tira uma foto delas.“Vai postar?” Plínia pergunta curiosa.“Não. Essa será uma recordação de um novo recomeço. Obrigada. Você é uma amiga fiel.” Fala pegando na mão de Plínia.“Boba, eu só tenho uma amiga, como vou te deixar sozinha?” O ônibus sai, e elas nem olham pela janela. Samara fecha os olhos e não demora a dormir. Plínia viaja, pensativa. Uma nova vida, desconhecida, estão esperando por elas.Denis, dirige como um louco. No orfanato, ninguém viu Samara. Desesperado, ele entra no carro, xingando Plínia. Ela,
“O senhor Denis, sempre foi impulsivo, deve ser alguma garota que ficou com ele.” Disse o chamando para sair. Ao entrarem no apartamento, Daniel franze a testa. Tudo está fora do lugar, ele olha detalhes na sala. Ao caminhar até o quarto, vê a cama bagunçada e uma foto. Ele vai até a mesinha e pega.Denis está sorrindo, ao lado de uma garota. Mas o rosto dela não é visível, pois está coberto de cobertura de bolo. “Vou chamar alguém para arrumar o apartamento.” Mario, fala saindo.Daniel, tira a foto do, porta retrato e coloca no bolso. Ele sai do quarto e procura alguma evidência, sobre a garota do retrato. Mas, não encontra nada. Ele olha atentamente e descobre câmeras de segurança em todos os lugares.“Mario, quero todas as imagens das câmeras. Até as de segurança dos apartamentos. Peça todas as imagens de dois dias antes do acidente.”“Farei isso, imediatamente. O que acha de irmos à faculdade, enquanto arrumam aqui? Vamos conversar com o diretor. Ele pode dar mais informação.”“
No carro, Daniel fala com Mario.“Ligue para o hospital. Peça que façam um teste toxicológico. Como não podemos fazer de urina, faça do cabelo, sangue e saliva. Que façam antes da cremação, adie até sair o resultado.”“Sim, senhor.” Mario liga para o hospital. Ao voltarem ao apartamento, ele já está arrumado. Daniel pede seu notebook e pergunta se as imagens já chegaram.“Só algumas, senhor. Mas por que não descansa um pouco? Não parou desde que recebeu a notícia.” Mario fala preocupado.“Depois. Me veja o que já chegou.” Fala se acomodando na poltrona e ligando o notebook.Mario, sem opção, vai fazer o que ele pediu. Ao voltar, entrega a ele o drive das imagens.“Mario, peça um café para mim. Depois, pode descansar. Acho que vamos ter mais trabalho até descobrir tudo.” Fala sem olhar para ele.Mario, pede licença e vai tomar um banho, mas antes, providencia tudo para Daniel. Também pede que entreguem tudo a ele no apartamento. “Senhor, assim que tiverem as imagens, vão trazer para o