Elas se levantam e ao passarem em frente uma loja de celular, Samara fala com Plínia.
“Vou trocar meu número. Assim, não recebo mais ligação de ninguém.”
Plínia, resolve fazer o mesmo. De madrugada, elas embarcam para uma nova jornada.
Dentro do ônibus, elas trocam o número de telefone de todas as contas. Samara desativa suas redes sociais, mas faz uma última postagem.
“EU NÃO PRECISO SER FORTE, SÓ PRECISO ME AMAR E PROCURAR MINHA FELICIDADE. SAMARA.
Com um sorriso, ela tira uma foto delas.
“Vai postar?” Plínia pergunta curiosa.
“Não. Essa será uma recordação de um novo recomeço. Obrigada. Você é uma amiga fiel.” Fala pegando na mão de Plínia.
“Boba, eu só tenho uma amiga, como vou te deixar sozinha?”
O ônibus sai, e elas nem olham pela janela. Samara fecha os olhos e não demora a dormir. Plínia viaja, pensativa. Uma nova vida, desconhecida, estão esperando por elas.
Denis, dirige como um louco. No orfanato, ninguém viu Samara. Desesperado, ele entra no carro, xingando Plínia. Ela, com certeza, o enganou. Ele acelera e dirige em alta velocidade, em uma curva, desliza e b**e com o carro em um caminhão.
Daniel, era o primeiro a chegar na empresa e o último a sair. Ele estava assinando uns documentos, quando a secretária avisou que uma ligação de Paris, estava querendo falar com ele.
“Pode passar.” Fala passando a mão pelo cabelo. Mario levanta a cabeça, com um olhar indagador.
“Uma ligação de Paris. Denis deve ter aprontado, mais uma vez.”
“Ultimamente, ele tem ficado quieto. Já faz tempo que não procura o senhor.”
Daniel, faz um gesto para ele esperar.
Daniel Palardo estava em seu escritório, quando recebeu um telefonema.
“Aqui é da polícia de Paris. É o senhor Daniel?” Pergunta uma voz fria.
“Sim. O que aconteceu?” Pergunta franzindo a sobrancelha.
“Precisamos que compareça, aqui. Seu irmão, Denis, sofreu um acidente e talvez não resista.
Daniel, pega o endereço e chama seu assistente.
“Mario, desmarque tudo da agenda, vamos para Paris. Denis sofreu um acidente e preciso de mais detalhes.”
Após arrumarem tudo, eles partem. Ao chegarem, vão direto à delegacia. Ao entrarem na sala do delegado, ele fala sem rodeios.
“Sou Daniel Palardo. O que aconteceu, exatamente com meu irmão?”
“Sente-se senhor. Estamos investigando. Mas foi um acidente, ele estava em alta velocidade, em uma curva, seu carro derrapou e ele se chocou em um caminhão. Fizemos todo o procedimento, e foi contatado que o carro estava em ordem, devido à velocidade, seu irmão não teve controle na curva.” Fala com profissionalismo.
“Tem alguma informação, que seja importante? Vou procurar saber o que aconteceu, antes de meu irmão sair dirigindo assim.”
“O que sabemos, é que ele estava com uma garota, na manhã antes do acidente, aconteceu algo que a garota sumiu. Samara. Todos falam a mesma, coisa, que ele estava a procurando. Desculpe, mas é só isso que tenho a dizer.” O delegado informa com pesar.
“Obrigado. Vou ao hospital para uma visita. Caso fique sabendo de algo a mais, me avise.” Daniel fala se despedindo do delegado.
“Senhor, creio que podemos fazer mais investigação. Essa história está um pouco estranha.” Mario fala pensativo.
“Achei também. Denis era um mulherengo, jamais correria atrás de uma garota. Tem algo que precisamos descobrir. Arrume detetives, vou a fundo nessa história.
“Farei isso.” Mario pega o telefone e faz várias ligações.
Daniel, ao chegar no hospital, é recebido pelo diretor.
“Prazer, vê-lo pessoalmente, pena que em circunstâncias ruins.”
“E como está Denis?” Perguntou sério.
“A situação dele, não é boa. Estamos fazendo nosso melhor. Mas ele se feriu gravemente em seus órgãos internos. Não sabemos o que o matem vivo, pois, está com hemorragia interna.”
“Me leve até ele.” Fala sombrio.
O diretor, indica, por onde deve ir. A ala que está, é proibida visita, mas Daniel, não é uma pessoa de negar entrar onde quiser. Ele é o maior acionista de todos os hospitais, construídos em vários lugares.
O diretor abre a porta, para ele entrar.
O cheiro forte, faz Daniel cobrir o nariz com a mão, até se acostumar. Ele olha o corpo inerte do irmão deitado na cama, cheio de aparelhos.
Ao se aproximar da cama, ele senta em uma cadeira e pega a mão fria do irmão.
“Cara, o que aprontou desta vez? O que fazia correndo na estrada?” Fala com a voz emocionada.
Ele sente um ligeiro aperto em sua mão, espantado olha para Denis. Ele está murmurando algo.
“Procure ficar calmo, tente reagir e sair dessa situação.” Fala apressado.
Denis, com dificuldade, abre os olhos, e arranca a máscara que cobre sua boca, respirando com dificuldade, ele olha para o irmão e uma lágrima desce em seu rosto.
“Daniel… me perdoe. Elsa… Procure Samara… ela carrega… em seu ventre… um filho...” Denis fala essas palavras e os aparelhos começam a apitar alto.
Assustado, Daniel se levanta enquanto o quarto enche de médicos, ele é afastado e todos tentam controlar Denis.
Um silêncio, toma conta do quarto. O médico, dispensa todos, ficando com ele a sós.
“Desculpe, mas não conseguimos. Seu irmão faleceu.”
Daniel olha o corpo sem vida na cama.
“Nós somos gêmeos, ele estava esperando eu chegar.” Fala sem emoção.
Mario, que estava no corredor, entra e fala com o médico.
“Vou providenciar tudo, a família não tem habito de velar corpo. Prepare tudo para a cremação. Eu cuido das papeladas.”
“Tudo bem, vou providenciar.” O médico fala saindo do quarto.
“Senhor, os detetives já estão trabalhando. Deseja mais alguma coisa?”
“Vamos ao apartamento de Denis. Talvez, tenha alguma pista. Ele disse que seria pai! Como e quando isso aconteceu?” Fala com o olhar perdido.
“O senhor Denis, sempre foi impulsivo, deve ser alguma garota que ficou com ele.” Disse o chamando para sair. Ao entrarem no apartamento, Daniel franze a testa. Tudo está fora do lugar, ele olha detalhes na sala. Ao caminhar até o quarto, vê a cama bagunçada e uma foto. Ele vai até a mesinha e pega.Denis está sorrindo, ao lado de uma garota. Mas o rosto dela não é visível, pois está coberto de cobertura de bolo. “Vou chamar alguém para arrumar o apartamento.” Mario, fala saindo.Daniel, tira a foto do, porta retrato e coloca no bolso. Ele sai do quarto e procura alguma evidência, sobre a garota do retrato. Mas, não encontra nada. Ele olha atentamente e descobre câmeras de segurança em todos os lugares.“Mario, quero todas as imagens das câmeras. Até as de segurança dos apartamentos. Peça todas as imagens de dois dias antes do acidente.”“Farei isso, imediatamente. O que acha de irmos à faculdade, enquanto arrumam aqui? Vamos conversar com o diretor. Ele pode dar mais informação.”“
No carro, Daniel fala com Mario.“Ligue para o hospital. Peça que façam um teste toxicológico. Como não podemos fazer de urina, faça do cabelo, sangue e saliva. Que façam antes da cremação, adie até sair o resultado.”“Sim, senhor.” Mario liga para o hospital. Ao voltarem ao apartamento, ele já está arrumado. Daniel pede seu notebook e pergunta se as imagens já chegaram.“Só algumas, senhor. Mas por que não descansa um pouco? Não parou desde que recebeu a notícia.” Mario fala preocupado.“Depois. Me veja o que já chegou.” Fala se acomodando na poltrona e ligando o notebook.Mario, sem opção, vai fazer o que ele pediu. Ao voltar, entrega a ele o drive das imagens.“Mario, peça um café para mim. Depois, pode descansar. Acho que vamos ter mais trabalho até descobrir tudo.” Fala sem olhar para ele.Mario, pede licença e vai tomar um banho, mas antes, providencia tudo para Daniel. Também pede que entreguem tudo a ele no apartamento. “Senhor, assim que tiverem as imagens, vão trazer para o
Um silêncio pesado, paira na sala.Daniel faz um sinal para Mario, ele se adianta e pega um envelope na pasta lhe entregando.“Creio, que está falando de Denis. Ele não era gigolô, como a senhorita acreditava. Denis era herdeiro de nossa empresa, sou Daniel, o irmão gêmeo dele. Realmente ele sofreu um acidente. Mas minha visita é para obter resposta, acredite, se não falar a verdade, juro sobre o túmulo de meu irmão, a senhorita vai conhecer, quem é Denis e Daniel Palardo.”“Elsa, o que você fez desta vez? Como conheceu os, Palardo?” Fala preocupado.“Eu não sei do que estão falando, não conheci nenhum Palardo.”“Vou reformular minha pergunta, o que aconteceu entre a senhorita e Denis?”“Nada! Eu não tenho que contar sobre minha vida, a ninguém.” Fala começando a temer Daniel.“Essa é sua última oportunidade, o que aconteceu entre a senhorita e meu irmão!” Fala com o olhar sombrio.“Eu já disse! Não tinha nada com ele. Samara era quem ficava com ele. Mas no dia da festa, ela foi embor
Sete anos depois:A conferência está preparada, as dezoito horas, vão apresentar a mais nova invenção tecnológica, na medicina. Samara, mais conhecida como Doutora Sam, está revisando o invento. Plínia entra afobada.“Sam! Estou te procurando há horas. Precisa descansar, antes da apresentação.”“Plínia, vim revisar o material. Não posso cometer erros.” Fala concentrada.“Eu sei. Mas seus filhos estão perturbando querendo você, eles estão chateados por não poderem ir na apresentação.” Fala com carinho.Samara, levanta a cabeça com um sorriso.“Sabe que não posso levá-los. Os dois são muito agitados e será a noite, eles precisam dormir cedo. Você estraga as crianças, já disse que deve ter pulso forte com eles.” Fala com doçura, ao falar dos filhos.“Nem vem! Eles são mais inteligentes do que eu. Confesso que não consigo resistir o olhar doce ao pedirem algo, não consigo negar.” Fala com uma risada.Samara abraça os ombros da amiga.“Você é a madrinha mais coruja que existe. Também uma g
O motorista a leva até a outra entrada, Samara desce e vai ao laboratório. Souza está conferindo e arrumando o projeto para ser levado ao palco.“Sam! Que bom, que está aqui! Tenho uma reunião marcada com um representante do grupo Palardo. Creio que sabe quem são.”“Sim. Mas o que tem a ver comigo?” Ela pergunta curiosa.“Eles pediram sua presença. Imagino que deva ser uma boa oportunidade.” Fala animado.“Souza, vou pedir que Plínia me represente, não gosto de ficar ouvindo, a mesma conversa, todos ficam elogiando e pedindo que eu repita tudo que já falei.” Fala olhando o carrinho de transporte.“Ok, te entendo. Eu também fico entediado. Mas preciso dar atenção. Fale com Plínia.”“Souza, se incomoda de me emprestar sua casa de campo? Com o projeto, fiquei afastada dos garotos e eles estão chateados. Queriam vir hoje, mas conhece as regras. Eu preciso de um descanso também.”“Claro! Pegue a chave na minha sala, sabe onde está. Tire o tempo que precisar.” Fala com um tom paternal.“Só
Samara, acorda com seus filhos pulando na cama.“Meninos! Tenha pena de sua mãe. Estou com sono, fui dormir tarde.” Fala rolando na cama.“Você prometeu, que a gente ia para a casa de Souza, levanta mamãe, já está tarde.” Gabriel, fala sentando na cama e Isabel o imita.“Quero um café para acordar. Onde está a madrinha de vocês?” Pergunta sentando e tentando arrumar o cabelo.“Ela ainda não levantou, mas vamos acordar ela, assim, que a senhora levantar.Samara, olha para os filhos e fala sério.“Ela chegou de madrugada, não acordem ela agora. Vou tomar banho e me esperem na mesa, não demoro.” Fala espantando os filhos do quarto. Samara toma um banho e veste uma roupa leve, apropriada para descansar. Seu short é leve e ela pega uma camiseta. Ao sair do quarto, encontra Plínia, bocejando.“Não acredito que eles te acordaram!” Fala admirada.“Não foram eles, coloquei o despertador. Se vamos viajar, é melhor sair cedo. Durmo durante a viagem.” Fala abraçando ela e apoiando em seu ombro,
Samara, que observa sua amiga, lhe pergunta.“Algum dia, você se arrependeu de me acompanhar?”“Nunca. Meu arrependimento é não ter escolhido outra carreira. Não sirvo para ser médica.” Fala se virando e encarando Samara.“E você? Se arrependeu da decisão que tomou?” Pergunta curiosa.“Não. Sempre tive uma vida difícil. Mas hoje me sinto realizada. Tenho minha carreira, meus filhos e você. Não tenho nada para arrepender.”“Samara, algum dia pensou em saber sobre o Denis? Uma vez, me disse que ele tinha que dar explicação. Para nossa surpresa, veio dois, Isabel e Gabriel.”“Já, mas não levei adiante. Não aceito o que ele fez, ele sabia sobre Elsa, desconfio que ele sabia que eu tinha engravidado. Isso que me deixou revoltada, sempre fui honesta. Ele aproveitou um momento de crise para dormir com Elsa. Isso foi demais. Ele cortou qualquer ligação entre nós. Não tenho rancor. Isso, nunca.” Fala com determinação.“Estamos ficando nostálgicas, o que acha de ler a proposta? Aproveita que as
Gabriel, senta apoiado na madrinha e olhando para sua mãe. “A madrinha de vocês, sempre esteve ao meu lado. Mesmo quando não gostava de algumas coisas que eu fazia. Foi ela que ajudou a alugar um quarto na frente da faculdade e esteve sempre comigo. Eu conheci um rapaz, um pouco mais velho, sua madrinha não gostava dele, mesmo assim, não se afastou de mim.” “Era seu namorado? Era nosso pai?” Gabriel pergunta depressa.“Não para as duas perguntas. Ele não era meu namorado. Só ficamos juntos estudando, por um tempo. Ele não se apegava a ninguém, nem eu me apegava. Queria terminar meus estudos e trabalhar. Mas um dia descobri que estava grávida, contei para ele. Queria que me ajudasse a tomar uma decisão. Ele ficou um pouco assustado, eu também estava. Enfim, não sei o que aconteceu, mas quando fui no apartamento dele, encontrei outra mulher dormindo em sua cama. Sua madrinha me tirou de lá e me levou para longe. Neste dia, decidimos partir, compramos a passagem, mas desistimos e viemo