Um silêncio pesado, paira na sala.
Daniel faz um sinal para Mario, ele se adianta e pega um envelope na pasta lhe entregando.
“Creio, que está falando de Denis. Ele não era gigolô, como a senhorita acreditava. Denis era herdeiro de nossa empresa, sou Daniel, o irmão gêmeo dele. Realmente ele sofreu um acidente. Mas minha visita é para obter resposta, acredite, se não falar a verdade, juro sobre o túmulo de meu irmão, a senhorita vai conhecer, quem é Denis e Daniel Palardo.”
“Elsa, o que você fez desta vez? Como conheceu os, Palardo?” Fala preocupado.
“Eu não sei do que estão falando, não conheci nenhum Palardo.”
“Vou reformular minha pergunta, o que aconteceu entre a senhorita e Denis?”
“Nada! Eu não tenho que contar sobre minha vida, a ninguém.” Fala começando a temer Daniel.
“Essa é sua última oportunidade, o que aconteceu entre a senhorita e meu irmão!” Fala com o olhar sombrio.
“Eu já disse! Não tinha nada com ele. Samara era quem ficava com ele. Mas no dia da festa, ela foi embora mais cedo e ele bebeu demais. Eu fui ajudar e ele começou a tirar minha roupa e a dele. Enfim, dormimos naquela noite juntos. É isso que queria saber? Então agora sabe.”
“Sabia que ele estava com outra pessoa?”
“Há, pronto! Era só o que me faltava. Quem é Samara? Uma órfã fingindo de boazinha, ele dormia com todas e ela sabia. Agora vai me culpar por dormir com ele? Seu irmão era mulherengo, Samara era apenas mais uma.” Fala debochando.
Daniel respira fundo e olha para o pai dela.
“Senhor Edmundo, sua filha drogou meu irmão para dormir com ele, não sei exatamente como aconteceu, mas ela, tinha algum problema com a garota que ele estava, eles fizeram uma festa e meu irmão foi drogado, provavelmente na bebida. Não sei se a senhorita Elsa, tinha conhecimento que Samara estava grávida.”
“Grávida? A vadia, estava grávida?” Elsa fala, sentindo as pernas tremerem.
“Você nem merece ser chamada de senhorita. É uma garota vulgar, mimada e maldosa. Tenho tudo que falei registrado. Se eu não encontrar Samara, ou se ela tirar a criança, esteja preparada para suportar as consequências.” Olhando para Edmundo, ele coloca o envelope sobre a mesa.
“Senhor, sua filha, sua responsabilidade. Não sou homem de voltar, com minha palavra.” Fala fazendo um sinal para Mario e saindo da sala.
Edmundo, deixa o corpo cair na cadeira, ele sabe que Daniel, não está de brincadeira. Furioso, levanta e fala alto com a filha.
“Vou te perguntar só uma vez, é verdade o que ouvi?” Fala suando frio.
“Pai! Juro que não sabia da gravidez, ela nunca comentou nada. Realmente, eu tinha birra com ela, mas era coisa de faculdade. O que contei, é verdade, dormi com Denis, porque estávamos bêbados. Samara pegou a gente na cama. Mas Denis me expulsou do apartamento. Depois, eu não vi mais eles.” Fala com medo.
“Elsa, se acontecer algo, devido sua atitude, vou tirar seus cartões de crédito, não vou mais pagar para tirar sua licença de medicina, terá que trabalhar para se sustentar.” Fala com raiva.
“Isso não é justo! Samara sumiu e eu sou culpada? Eu não sabia da gravidez! Pai, acredite em mim!’ Fala quase chorando.
“Não depende de mim. Esse homem que saiu daqui, pode esmagar minha empresa. Não serei cúmplice de sua irresponsabilidade. Agora saia daqui! Torça para que ele encontre a garota, caso contrário, comece a procurar um trabalho.” Fala levando Elsa até a porta e fechando.
Elsa chama o pai, até se cansar. Todos na empresa olham com espanto. Ela xinga os funcionários.
“Não tem serviço para fazerem? Bando de imbecis.” Fala saindo batendo os pés. Samara liga para suas amigas e todas contam o que sabem.
“Amiga, o diretor colocou um comunicado. Todos estão procurando por ela. Denis era um herdeiro do grupo Palardo. Ele tem um irmão gêmeo, e pelo que ficamos sabendo, esse irmão é o terror de todos, ele vai te procurar, tenha cuidado com ele.”
“Eu não tenho medo, deixa ele vir.” Fala desligando o telefone com raiva.
Na volta para a cidade, Mario pergunta a Daniel.
“O que deseja fazer?”
“Dificulte a vida de Elsa. Dentro, de um mês, se não encontrarmos Samara, colocaremos o plano de ouro para Edmundo. Mas, vamos só até a metade. Não tenho a intenção, de me envolver com o tipo de empresa dele. Só quero que sintam o peso de seus atos.” Fala colocando a mão na testa. Seus dias não estão sendo fáceis, o cansaço está lhe causando dor de cabeça.
Ao chegar no apartamento, Daniel avisa que precisa descansar.
“Deixo com você, resolver as coisas. Vou descansar. Só me chame se encontrarem a garota.”
“Sim, senhor.” Mario fala aliviado, por Daniel não descansou desde a notícia sobre Denis.
Uma semana depois, Daniel chama Mario.
“Mantenha o apartamento e procure uma faxineira quinzenal. Se a garota voltar, ela vai aparecer aqui. Precisamos voltar, diga aos detetives que não parem de procurar. Nunca, vou desistir da busca, nem que leve minha vida toda.” Fala cansado.
“Vou providenciar nossa volta. Não demoro a voltar.” Fala saindo, deixando Daniel sozinho.
Ele vai até a janela e pega o retrato que sempre está com ele.
“Não importa o tempo, eu irei te encontrar. Sei um lado da história, falta sua parte, Samara Resende. Vou guardar essa data, como o mês que descobri que serei tio, ao te encontrar, terei meus sobrinhos comigo, espero que não tenha tirado, senão, sentirá o peso de tirar uma vida.” Daniel guarda novamente a foto e depois vai preparar para partir. Sua determinação, brilha nos olhos dele.
Sete anos depois:A conferência está preparada, as dezoito horas, vão apresentar a mais nova invenção tecnológica, na medicina. Samara, mais conhecida como Doutora Sam, está revisando o invento. Plínia entra afobada.“Sam! Estou te procurando há horas. Precisa descansar, antes da apresentação.”“Plínia, vim revisar o material. Não posso cometer erros.” Fala concentrada.“Eu sei. Mas seus filhos estão perturbando querendo você, eles estão chateados por não poderem ir na apresentação.” Fala com carinho.Samara, levanta a cabeça com um sorriso.“Sabe que não posso levá-los. Os dois são muito agitados e será a noite, eles precisam dormir cedo. Você estraga as crianças, já disse que deve ter pulso forte com eles.” Fala com doçura, ao falar dos filhos.“Nem vem! Eles são mais inteligentes do que eu. Confesso que não consigo resistir o olhar doce ao pedirem algo, não consigo negar.” Fala com uma risada.Samara abraça os ombros da amiga.“Você é a madrinha mais coruja que existe. Também uma g
O motorista a leva até a outra entrada, Samara desce e vai ao laboratório. Souza está conferindo e arrumando o projeto para ser levado ao palco.“Sam! Que bom, que está aqui! Tenho uma reunião marcada com um representante do grupo Palardo. Creio que sabe quem são.”“Sim. Mas o que tem a ver comigo?” Ela pergunta curiosa.“Eles pediram sua presença. Imagino que deva ser uma boa oportunidade.” Fala animado.“Souza, vou pedir que Plínia me represente, não gosto de ficar ouvindo, a mesma conversa, todos ficam elogiando e pedindo que eu repita tudo que já falei.” Fala olhando o carrinho de transporte.“Ok, te entendo. Eu também fico entediado. Mas preciso dar atenção. Fale com Plínia.”“Souza, se incomoda de me emprestar sua casa de campo? Com o projeto, fiquei afastada dos garotos e eles estão chateados. Queriam vir hoje, mas conhece as regras. Eu preciso de um descanso também.”“Claro! Pegue a chave na minha sala, sabe onde está. Tire o tempo que precisar.” Fala com um tom paternal.“Só
Samara, acorda com seus filhos pulando na cama.“Meninos! Tenha pena de sua mãe. Estou com sono, fui dormir tarde.” Fala rolando na cama.“Você prometeu, que a gente ia para a casa de Souza, levanta mamãe, já está tarde.” Gabriel, fala sentando na cama e Isabel o imita.“Quero um café para acordar. Onde está a madrinha de vocês?” Pergunta sentando e tentando arrumar o cabelo.“Ela ainda não levantou, mas vamos acordar ela, assim, que a senhora levantar.Samara, olha para os filhos e fala sério.“Ela chegou de madrugada, não acordem ela agora. Vou tomar banho e me esperem na mesa, não demoro.” Fala espantando os filhos do quarto. Samara toma um banho e veste uma roupa leve, apropriada para descansar. Seu short é leve e ela pega uma camiseta. Ao sair do quarto, encontra Plínia, bocejando.“Não acredito que eles te acordaram!” Fala admirada.“Não foram eles, coloquei o despertador. Se vamos viajar, é melhor sair cedo. Durmo durante a viagem.” Fala abraçando ela e apoiando em seu ombro,
Samara, que observa sua amiga, lhe pergunta.“Algum dia, você se arrependeu de me acompanhar?”“Nunca. Meu arrependimento é não ter escolhido outra carreira. Não sirvo para ser médica.” Fala se virando e encarando Samara.“E você? Se arrependeu da decisão que tomou?” Pergunta curiosa.“Não. Sempre tive uma vida difícil. Mas hoje me sinto realizada. Tenho minha carreira, meus filhos e você. Não tenho nada para arrepender.”“Samara, algum dia pensou em saber sobre o Denis? Uma vez, me disse que ele tinha que dar explicação. Para nossa surpresa, veio dois, Isabel e Gabriel.”“Já, mas não levei adiante. Não aceito o que ele fez, ele sabia sobre Elsa, desconfio que ele sabia que eu tinha engravidado. Isso que me deixou revoltada, sempre fui honesta. Ele aproveitou um momento de crise para dormir com Elsa. Isso foi demais. Ele cortou qualquer ligação entre nós. Não tenho rancor. Isso, nunca.” Fala com determinação.“Estamos ficando nostálgicas, o que acha de ler a proposta? Aproveita que as
Gabriel, senta apoiado na madrinha e olhando para sua mãe. “A madrinha de vocês, sempre esteve ao meu lado. Mesmo quando não gostava de algumas coisas que eu fazia. Foi ela que ajudou a alugar um quarto na frente da faculdade e esteve sempre comigo. Eu conheci um rapaz, um pouco mais velho, sua madrinha não gostava dele, mesmo assim, não se afastou de mim.” “Era seu namorado? Era nosso pai?” Gabriel pergunta depressa.“Não para as duas perguntas. Ele não era meu namorado. Só ficamos juntos estudando, por um tempo. Ele não se apegava a ninguém, nem eu me apegava. Queria terminar meus estudos e trabalhar. Mas um dia descobri que estava grávida, contei para ele. Queria que me ajudasse a tomar uma decisão. Ele ficou um pouco assustado, eu também estava. Enfim, não sei o que aconteceu, mas quando fui no apartamento dele, encontrei outra mulher dormindo em sua cama. Sua madrinha me tirou de lá e me levou para longe. Neste dia, decidimos partir, compramos a passagem, mas desistimos e viemo
Ao retornar ao trabalho, Samara encontra Souza para uma reunião. “Samara, leu a proposta? Qual é sua opinião?” Souza pergunta ansioso. “A proposta, sem dúvida, é excelente, eu só tenho dúvida, sobre ser responsável pelo novo laboratório. Aqui, tenho seu apoio e sua orientação, por isso, sou confiante.” Ela fala com sinceridade. “Garota! Precisa acreditar que vai conseguir. Vou mandar seus parceiros, irem com você. Eu também estarei dando suporte. Você já mostrou vários projetos, que estão esperando para começarem, agora que terminamos esse, pode iniciar um novo. Trabalhando no hospital, terá oportunidade de pesquisar em qual vai começar.” Souza fala animado. Samara, diante da reação dele, sorri e agradece. “Está certo. Pode aceitar a proposta.” Fala com firmeza na voz. “Maravilha! Vou ligar agora mesmo, aceitando. Espere aqui, enquanto ligo.” Fala levantando e pegando o telefone em sua mesa. Samara, aproveita para olhar a paisagem pela janela. Com um suspiro, ela deseja estar a
As crianças ficam caladas só escutando. “Eu também achei. Depois pensei que se trabalharmos de forma organizada, não será difícil.” Fala sorrindo. “Organizada, o quanto? Já imaginou, que temos muita coisa para levar? Isso é loucura.” Fala afobada. “Lembra de quando chegamos? Não tinha nada além da roupa. Então, preciso que todos me falem, o que acham da ideia que tive.” Ela atraiu a atenção de todos. “Não pretendo levar nada. Cada um pega, uma bolsa e escolhe o que mais gosta. Vamos comprar uma casa e teremos tudo novo. Só levarei meu material de trabalho e duas mudas de roupa. Quero mudar meu guarda-roupa.” “Gostei, vou adorar mudar tudo! Ter roupas novas é um luxo.” Plínia fala animada. “E vocês crianças, o que acham?” Ela pergunta preocupada. “Podemos conversar primeiro? Eu não sei responder.” Gabriel manifesta para ele e Isabel. “Sim. Mas conversam logo, os dias passam rápido.” As crianças levantam e saem correndo, Samara olha para Plínia. “Você, vai primeiro. Peça a So
Ao descerem no aeroporto, Samara procura com os olhos, sua amiga. Plínia, está de braço levantado, agitando para lhe chamar atenção. “Vamos? A madrinha de vocês, vai perder o braço de tanto agitar.” Fala sorrindo para os meninos. Samara mostra a eles, onde ela está, e faz um sinal para ela os pegar. Isabel e Gabriel, seguem por onde Samara mostrou, eles correm ao encontro de Ingrid. Samara vai pegar as malas, depois, vai ao encontro deles. “Como foi a viagem? Vocês estão bem? Estão com fome?” Ela pergunta, sem pausar, para as respostas. Os meninos caem na risada e olham para a mãe. Samara vira os olhos antes de responder. “Foi boa. Estamos bem e comemos durante o voo. Mais alguma pergunta?” Fala sorrindo. “Eu estava morrendo de saudades, foi a primeira vez que ficamos afastadas. Nunca mais quero fazer isso.” Fala abraçando a amiga, depois, de soltar os meninos. “Eu acredito, também sentimos sua falta. Vamos? Estou curiosa para conhecer a casa. As fotos ficaram ótimas, mas ve