No carro, Daniel fala com Mario.
“Ligue para o hospital. Peça que façam um teste toxicológico. Como não podemos fazer de urina, faça do cabelo, sangue e saliva. Que façam antes da cremação, adie até sair o resultado.”
“Sim, senhor.” Mario liga para o hospital. Ao voltarem ao apartamento, ele já está arrumado. Daniel pede seu notebook e pergunta se as imagens já chegaram.
“Só algumas, senhor. Mas por que não descansa um pouco? Não parou desde que recebeu a notícia.” Mario fala preocupado.
“Depois. Me veja o que já chegou.” Fala se acomodando na poltrona e ligando o notebook.
Mario, sem opção, vai fazer o que ele pediu. Ao voltar, entrega a ele o drive das imagens.
“Mario, peça um café para mim. Depois, pode descansar. Acho que vamos ter mais trabalho até descobrir tudo.” Fala sem olhar para ele.
Mario, pede licença e vai tomar um banho, mas antes, providencia tudo para Daniel. Também pede que entreguem tudo a ele no apartamento.
“Senhor, assim que tiverem as imagens, vão trazer para o senhor. Vou descansar um pouco. Se precisar, é só chamar.
Daniel faz um gesto com a mão, dispensando Mario, ele está concentrado nas imagens. Mario já tinha avisado para entrarem e deixarem o que ele pediu sobre a mesa e não o interrompesse. Várias entregas foram feitas a noite, Daniel, assiste tudo com a testa franzida. Durante a madrugada, ele resolve dar uma pausa e descansar. De manhã, levanta cedo e toma um banho. Mario avisa que as fichas chegaram. Ele senta para tomar café, lendo o relatório que recebeu.
Após terminar, volta as filmagens. Assim que termina, ele fala.
“Peça o almoço, quero algo leve. Vamos ao hospital ver o resultado do teste e depois, cremar o corpo de Denis.”
Eles não demoram a sair do apartamento. Daniel recebe o resultado e ao terminar de ler, dobra e guarda no bolso.“Vamos terminar aqui. Depois vamos fazer uma visita a Elsa.” Fala sem emoção.
Daniel, após se despedir do irmão, assiste à cremação e entrega as cinzas, para um segurança levar e colocar no mesmo lugar que os pais.
“Senhor, não quer esperar sua volta?”
“Não, mais uma vida se foi. Existe uma para chegar, e eu preciso encontrar Samara, quero o filho de meu irmão. Temos que intensificar a busca, ninguém some sem deixar pista, tenho que encontrar essa garota, ela carrega meu sobrinho.” Fala com seriedade.
“Entendo. Vou ligar para os detetives e ver se já tem algo, para contar.” Fala se afastando.
Ao ficar sozinho, os olhos de Daniel, refletem uma profunda dor, mas precisa manter a postura diante de todos. Ele respira profundamente, enquanto espera por Mario. Em sua cabeça, ele procura manter a lembrança do irmão sorrindo e imagina, como será ter seu sobrinho em seus braços.
“Senhor, os detetives só encontraram o motorista que as levaram na rodoviária, mas pelas câmeras, elas não entraram. E a passagem que compraram, não compareceram para a viagem. Eles olharam as câmeras também, naquele dia, elas não embarcaram. Nem trocaram a passagem.”
“Impossível! Diga que continuem a investigação.” Fala com a respiração acelerada.
“Senhor, mantenha a calma. Vamos encontrar seu sobrinho. Quer dizer, Samara, não sabemos de quanto tempo ela está grávida.”
“Ligue imediatamente para o hospital da faculdade, ela deve ter feito o exame la.”
Com as resposta que podia conseguir, Daniel viaja ao encontro com Elsa, Mario já havia marcado com o pai dela.
O prédio onde eles entram, é puro luxo. Daniel, ao se identificar, é levado imediatamente ao pai de Elsa.
“Senhor Palardo! Que honra receber sua visita. Entre, o que deseja beber?” Fala agitado.
Todos do mundo empresarial, conhece o nome do homem a sua frente. Seus feitos são temidos entre todos, Daniel Palardo, assumiu a empresa do pai com apenas 18 anos, mas conseguiu erguer seu nome e suas empresas, que estavam com problemas, causando um acidente que seus pais faleceram.
Ele ainda jovem, tinha pulso firme e trabalhava dia e noite até erguer, o patrimonio da família. Ele não aparecia em mídia social, mantinha sua vida privada, totalmente fora de tudo. Mas como empresário, era implacável. Poucas pessoas conseguiam se aproximar dele. A secretária entra com uma bandeja e coloca sobre a mesa, mas seus olhos olham o belo homem na sala do patrão.
‘Obrigado.” Daniel agradece sem um sorriso. Ela disfarça e sai da sala.
“O que devo a visita, senhor Palardo?” pergunta nervoso.
“Não está faltando alguém, nesse encontro?” Pergunta com sua voz rouca.
“Desculpe. Elsa já deve estar chegando, sabe como são os jovens, eles acham que todos devem esperar por eles.” Fala fazendo graça.
“Meu tempo é precioso. Não ensinou a sua filha a respeitar horário?” Fala friamente.
“Ela já está chegando, avisou muito em cima da hora, por isso pegou Elsa de surpresa.’ Explica apressado.
Daniel olha a hora e depois, olha para Mario. Nesse momento escutam a porta se abrindo.
“Papito! Espero que tenha uma boa razão para me chamar, eu estava ocupada.” Nesse momento seus olhos se arregalam ao ver o homem a sua frente. Sem dar tempo, de seu pai explicar, ela j**a a bolsa na mesa.
“Olha só quem está aqui! Se pensa que vai ter meu perdão, esquece. Não é com roupas caras que vou te perdoar por me colocar para fora de seu apartamento. Nem tente me convencer.” Fala colocando a mão na cintura, olhando com desdem para Daniel.
“Elsa, se comporte, não foi essa educação que te dei!”
“Nem vem, esse ai, não passa de um gigolô, garanto que veio pedir algum favor. Papai, não caia nas falas dele.” Fala olhando para o pai.
‘Elsa! Cale-se agora!” Fala com o rosto pálido.
Elsa percebe, e fica surpresa, seu pai sempre foi uma pessoa temida, qual o motivo de estar pálido. Ela se cala e olha indagando com o olhar.
“Senhorita Elsa?” Daniel levanta arrumando o terno.
“Não finja que não me conhece. Sabe bem quem sou. Espere! Não tinha sofrido um acidente? Como está aqui? Pai, o que está acontecendo?” pergunta confusa.
“Eu posso explicar. Seu pai não sabe o motivo de minha chegada.” Ele fala com sua voz fria.
Um silêncio pesado, paira na sala.Daniel faz um sinal para Mario, ele se adianta e pega um envelope na pasta lhe entregando.“Creio, que está falando de Denis. Ele não era gigolô, como a senhorita acreditava. Denis era herdeiro de nossa empresa, sou Daniel, o irmão gêmeo dele. Realmente ele sofreu um acidente. Mas minha visita é para obter resposta, acredite, se não falar a verdade, juro sobre o túmulo de meu irmão, a senhorita vai conhecer, quem é Denis e Daniel Palardo.”“Elsa, o que você fez desta vez? Como conheceu os, Palardo?” Fala preocupado.“Eu não sei do que estão falando, não conheci nenhum Palardo.”“Vou reformular minha pergunta, o que aconteceu entre a senhorita e Denis?”“Nada! Eu não tenho que contar sobre minha vida, a ninguém.” Fala começando a temer Daniel.“Essa é sua última oportunidade, o que aconteceu entre a senhorita e meu irmão!” Fala com o olhar sombrio.“Eu já disse! Não tinha nada com ele. Samara era quem ficava com ele. Mas no dia da festa, ela foi embor
Sete anos depois:A conferência está preparada, as dezoito horas, vão apresentar a mais nova invenção tecnológica, na medicina. Samara, mais conhecida como Doutora Sam, está revisando o invento. Plínia entra afobada.“Sam! Estou te procurando há horas. Precisa descansar, antes da apresentação.”“Plínia, vim revisar o material. Não posso cometer erros.” Fala concentrada.“Eu sei. Mas seus filhos estão perturbando querendo você, eles estão chateados por não poderem ir na apresentação.” Fala com carinho.Samara, levanta a cabeça com um sorriso.“Sabe que não posso levá-los. Os dois são muito agitados e será a noite, eles precisam dormir cedo. Você estraga as crianças, já disse que deve ter pulso forte com eles.” Fala com doçura, ao falar dos filhos.“Nem vem! Eles são mais inteligentes do que eu. Confesso que não consigo resistir o olhar doce ao pedirem algo, não consigo negar.” Fala com uma risada.Samara abraça os ombros da amiga.“Você é a madrinha mais coruja que existe. Também uma g
O motorista a leva até a outra entrada, Samara desce e vai ao laboratório. Souza está conferindo e arrumando o projeto para ser levado ao palco.“Sam! Que bom, que está aqui! Tenho uma reunião marcada com um representante do grupo Palardo. Creio que sabe quem são.”“Sim. Mas o que tem a ver comigo?” Ela pergunta curiosa.“Eles pediram sua presença. Imagino que deva ser uma boa oportunidade.” Fala animado.“Souza, vou pedir que Plínia me represente, não gosto de ficar ouvindo, a mesma conversa, todos ficam elogiando e pedindo que eu repita tudo que já falei.” Fala olhando o carrinho de transporte.“Ok, te entendo. Eu também fico entediado. Mas preciso dar atenção. Fale com Plínia.”“Souza, se incomoda de me emprestar sua casa de campo? Com o projeto, fiquei afastada dos garotos e eles estão chateados. Queriam vir hoje, mas conhece as regras. Eu preciso de um descanso também.”“Claro! Pegue a chave na minha sala, sabe onde está. Tire o tempo que precisar.” Fala com um tom paternal.“Só
Samara, acorda com seus filhos pulando na cama.“Meninos! Tenha pena de sua mãe. Estou com sono, fui dormir tarde.” Fala rolando na cama.“Você prometeu, que a gente ia para a casa de Souza, levanta mamãe, já está tarde.” Gabriel, fala sentando na cama e Isabel o imita.“Quero um café para acordar. Onde está a madrinha de vocês?” Pergunta sentando e tentando arrumar o cabelo.“Ela ainda não levantou, mas vamos acordar ela, assim, que a senhora levantar.Samara, olha para os filhos e fala sério.“Ela chegou de madrugada, não acordem ela agora. Vou tomar banho e me esperem na mesa, não demoro.” Fala espantando os filhos do quarto. Samara toma um banho e veste uma roupa leve, apropriada para descansar. Seu short é leve e ela pega uma camiseta. Ao sair do quarto, encontra Plínia, bocejando.“Não acredito que eles te acordaram!” Fala admirada.“Não foram eles, coloquei o despertador. Se vamos viajar, é melhor sair cedo. Durmo durante a viagem.” Fala abraçando ela e apoiando em seu ombro,
Samara, que observa sua amiga, lhe pergunta.“Algum dia, você se arrependeu de me acompanhar?”“Nunca. Meu arrependimento é não ter escolhido outra carreira. Não sirvo para ser médica.” Fala se virando e encarando Samara.“E você? Se arrependeu da decisão que tomou?” Pergunta curiosa.“Não. Sempre tive uma vida difícil. Mas hoje me sinto realizada. Tenho minha carreira, meus filhos e você. Não tenho nada para arrepender.”“Samara, algum dia pensou em saber sobre o Denis? Uma vez, me disse que ele tinha que dar explicação. Para nossa surpresa, veio dois, Isabel e Gabriel.”“Já, mas não levei adiante. Não aceito o que ele fez, ele sabia sobre Elsa, desconfio que ele sabia que eu tinha engravidado. Isso que me deixou revoltada, sempre fui honesta. Ele aproveitou um momento de crise para dormir com Elsa. Isso foi demais. Ele cortou qualquer ligação entre nós. Não tenho rancor. Isso, nunca.” Fala com determinação.“Estamos ficando nostálgicas, o que acha de ler a proposta? Aproveita que as
Gabriel, senta apoiado na madrinha e olhando para sua mãe. “A madrinha de vocês, sempre esteve ao meu lado. Mesmo quando não gostava de algumas coisas que eu fazia. Foi ela que ajudou a alugar um quarto na frente da faculdade e esteve sempre comigo. Eu conheci um rapaz, um pouco mais velho, sua madrinha não gostava dele, mesmo assim, não se afastou de mim.” “Era seu namorado? Era nosso pai?” Gabriel pergunta depressa.“Não para as duas perguntas. Ele não era meu namorado. Só ficamos juntos estudando, por um tempo. Ele não se apegava a ninguém, nem eu me apegava. Queria terminar meus estudos e trabalhar. Mas um dia descobri que estava grávida, contei para ele. Queria que me ajudasse a tomar uma decisão. Ele ficou um pouco assustado, eu também estava. Enfim, não sei o que aconteceu, mas quando fui no apartamento dele, encontrei outra mulher dormindo em sua cama. Sua madrinha me tirou de lá e me levou para longe. Neste dia, decidimos partir, compramos a passagem, mas desistimos e viemo
Ao retornar ao trabalho, Samara encontra Souza para uma reunião. “Samara, leu a proposta? Qual é sua opinião?” Souza pergunta ansioso. “A proposta, sem dúvida, é excelente, eu só tenho dúvida, sobre ser responsável pelo novo laboratório. Aqui, tenho seu apoio e sua orientação, por isso, sou confiante.” Ela fala com sinceridade. “Garota! Precisa acreditar que vai conseguir. Vou mandar seus parceiros, irem com você. Eu também estarei dando suporte. Você já mostrou vários projetos, que estão esperando para começarem, agora que terminamos esse, pode iniciar um novo. Trabalhando no hospital, terá oportunidade de pesquisar em qual vai começar.” Souza fala animado. Samara, diante da reação dele, sorri e agradece. “Está certo. Pode aceitar a proposta.” Fala com firmeza na voz. “Maravilha! Vou ligar agora mesmo, aceitando. Espere aqui, enquanto ligo.” Fala levantando e pegando o telefone em sua mesa. Samara, aproveita para olhar a paisagem pela janela. Com um suspiro, ela deseja estar a
As crianças ficam caladas só escutando. “Eu também achei. Depois pensei que se trabalharmos de forma organizada, não será difícil.” Fala sorrindo. “Organizada, o quanto? Já imaginou, que temos muita coisa para levar? Isso é loucura.” Fala afobada. “Lembra de quando chegamos? Não tinha nada além da roupa. Então, preciso que todos me falem, o que acham da ideia que tive.” Ela atraiu a atenção de todos. “Não pretendo levar nada. Cada um pega, uma bolsa e escolhe o que mais gosta. Vamos comprar uma casa e teremos tudo novo. Só levarei meu material de trabalho e duas mudas de roupa. Quero mudar meu guarda-roupa.” “Gostei, vou adorar mudar tudo! Ter roupas novas é um luxo.” Plínia fala animada. “E vocês crianças, o que acham?” Ela pergunta preocupada. “Podemos conversar primeiro? Eu não sei responder.” Gabriel manifesta para ele e Isabel. “Sim. Mas conversam logo, os dias passam rápido.” As crianças levantam e saem correndo, Samara olha para Plínia. “Você, vai primeiro. Peça a So