O motorista a leva até a outra entrada, Samara desce e vai ao laboratório. Souza está conferindo e arrumando o projeto para ser levado ao palco.“Sam! Que bom, que está aqui! Tenho uma reunião marcada com um representante do grupo Palardo. Creio que sabe quem são.”“Sim. Mas o que tem a ver comigo?” Ela pergunta curiosa.“Eles pediram sua presença. Imagino que deva ser uma boa oportunidade.” Fala animado.“Souza, vou pedir que Plínia me represente, não gosto de ficar ouvindo, a mesma conversa, todos ficam elogiando e pedindo que eu repita tudo que já falei.” Fala olhando o carrinho de transporte.“Ok, te entendo. Eu também fico entediado. Mas preciso dar atenção. Fale com Plínia.”“Souza, se incomoda de me emprestar sua casa de campo? Com o projeto, fiquei afastada dos garotos e eles estão chateados. Queriam vir hoje, mas conhece as regras. Eu preciso de um descanso também.”“Claro! Pegue a chave na minha sala, sabe onde está. Tire o tempo que precisar.” Fala com um tom paternal.“Só
Samara, acorda com seus filhos pulando na cama.“Meninos! Tenha pena de sua mãe. Estou com sono, fui dormir tarde.” Fala rolando na cama.“Você prometeu, que a gente ia para a casa de Souza, levanta mamãe, já está tarde.” Gabriel, fala sentando na cama e Isabel o imita.“Quero um café para acordar. Onde está a madrinha de vocês?” Pergunta sentando e tentando arrumar o cabelo.“Ela ainda não levantou, mas vamos acordar ela, assim, que a senhora levantar.Samara, olha para os filhos e fala sério.“Ela chegou de madrugada, não acordem ela agora. Vou tomar banho e me esperem na mesa, não demoro.” Fala espantando os filhos do quarto. Samara toma um banho e veste uma roupa leve, apropriada para descansar. Seu short é leve e ela pega uma camiseta. Ao sair do quarto, encontra Plínia, bocejando.“Não acredito que eles te acordaram!” Fala admirada.“Não foram eles, coloquei o despertador. Se vamos viajar, é melhor sair cedo. Durmo durante a viagem.” Fala abraçando ela e apoiando em seu ombro,
Samara, que observa sua amiga, lhe pergunta.“Algum dia, você se arrependeu de me acompanhar?”“Nunca. Meu arrependimento é não ter escolhido outra carreira. Não sirvo para ser médica.” Fala se virando e encarando Samara.“E você? Se arrependeu da decisão que tomou?” Pergunta curiosa.“Não. Sempre tive uma vida difícil. Mas hoje me sinto realizada. Tenho minha carreira, meus filhos e você. Não tenho nada para arrepender.”“Samara, algum dia pensou em saber sobre o Denis? Uma vez, me disse que ele tinha que dar explicação. Para nossa surpresa, veio dois, Isabel e Gabriel.”“Já, mas não levei adiante. Não aceito o que ele fez, ele sabia sobre Elsa, desconfio que ele sabia que eu tinha engravidado. Isso que me deixou revoltada, sempre fui honesta. Ele aproveitou um momento de crise para dormir com Elsa. Isso foi demais. Ele cortou qualquer ligação entre nós. Não tenho rancor. Isso, nunca.” Fala com determinação.“Estamos ficando nostálgicas, o que acha de ler a proposta? Aproveita que as
Gabriel, senta apoiado na madrinha e olhando para sua mãe. “A madrinha de vocês, sempre esteve ao meu lado. Mesmo quando não gostava de algumas coisas que eu fazia. Foi ela que ajudou a alugar um quarto na frente da faculdade e esteve sempre comigo. Eu conheci um rapaz, um pouco mais velho, sua madrinha não gostava dele, mesmo assim, não se afastou de mim.” “Era seu namorado? Era nosso pai?” Gabriel pergunta depressa.“Não para as duas perguntas. Ele não era meu namorado. Só ficamos juntos estudando, por um tempo. Ele não se apegava a ninguém, nem eu me apegava. Queria terminar meus estudos e trabalhar. Mas um dia descobri que estava grávida, contei para ele. Queria que me ajudasse a tomar uma decisão. Ele ficou um pouco assustado, eu também estava. Enfim, não sei o que aconteceu, mas quando fui no apartamento dele, encontrei outra mulher dormindo em sua cama. Sua madrinha me tirou de lá e me levou para longe. Neste dia, decidimos partir, compramos a passagem, mas desistimos e viemo
Ao retornar ao trabalho, Samara encontra Souza para uma reunião. “Samara, leu a proposta? Qual é sua opinião?” Souza pergunta ansioso. “A proposta, sem dúvida, é excelente, eu só tenho dúvida, sobre ser responsável pelo novo laboratório. Aqui, tenho seu apoio e sua orientação, por isso, sou confiante.” Ela fala com sinceridade. “Garota! Precisa acreditar que vai conseguir. Vou mandar seus parceiros, irem com você. Eu também estarei dando suporte. Você já mostrou vários projetos, que estão esperando para começarem, agora que terminamos esse, pode iniciar um novo. Trabalhando no hospital, terá oportunidade de pesquisar em qual vai começar.” Souza fala animado. Samara, diante da reação dele, sorri e agradece. “Está certo. Pode aceitar a proposta.” Fala com firmeza na voz. “Maravilha! Vou ligar agora mesmo, aceitando. Espere aqui, enquanto ligo.” Fala levantando e pegando o telefone em sua mesa. Samara, aproveita para olhar a paisagem pela janela. Com um suspiro, ela deseja estar a
As crianças ficam caladas só escutando. “Eu também achei. Depois pensei que se trabalharmos de forma organizada, não será difícil.” Fala sorrindo. “Organizada, o quanto? Já imaginou, que temos muita coisa para levar? Isso é loucura.” Fala afobada. “Lembra de quando chegamos? Não tinha nada além da roupa. Então, preciso que todos me falem, o que acham da ideia que tive.” Ela atraiu a atenção de todos. “Não pretendo levar nada. Cada um pega, uma bolsa e escolhe o que mais gosta. Vamos comprar uma casa e teremos tudo novo. Só levarei meu material de trabalho e duas mudas de roupa. Quero mudar meu guarda-roupa.” “Gostei, vou adorar mudar tudo! Ter roupas novas é um luxo.” Plínia fala animada. “E vocês crianças, o que acham?” Ela pergunta preocupada. “Podemos conversar primeiro? Eu não sei responder.” Gabriel manifesta para ele e Isabel. “Sim. Mas conversam logo, os dias passam rápido.” As crianças levantam e saem correndo, Samara olha para Plínia. “Você, vai primeiro. Peça a So
Ao descerem no aeroporto, Samara procura com os olhos, sua amiga. Plínia, está de braço levantado, agitando para lhe chamar atenção. “Vamos? A madrinha de vocês, vai perder o braço de tanto agitar.” Fala sorrindo para os meninos. Samara mostra a eles, onde ela está, e faz um sinal para ela os pegar. Isabel e Gabriel, seguem por onde Samara mostrou, eles correm ao encontro de Ingrid. Samara vai pegar as malas, depois, vai ao encontro deles. “Como foi a viagem? Vocês estão bem? Estão com fome?” Ela pergunta, sem pausar, para as respostas. Os meninos caem na risada e olham para a mãe. Samara vira os olhos antes de responder. “Foi boa. Estamos bem e comemos durante o voo. Mais alguma pergunta?” Fala sorrindo. “Eu estava morrendo de saudades, foi a primeira vez que ficamos afastadas. Nunca mais quero fazer isso.” Fala abraçando a amiga, depois, de soltar os meninos. “Eu acredito, também sentimos sua falta. Vamos? Estou curiosa para conhecer a casa. As fotos ficaram ótimas, mas ve
Eles descem correndo, pegando o bebê e colocando em uma encubadora. Samara termina a sutura e os médicos pegam a paciente e a levam para a ambulância. “Qual o estado da paciente?” O médico pergunta.“Parece que está bem. Ela desmaiou. Tive que fazer o corte, sem anestesia. Por ser um parto na rua, verifiquem a segurança do corte. O bebê aparentemente está bem. Cuidem para não infeccionar.” Samara fala tirando o cartão do bolso e entregando ao médico. “Me liguem assim, que terminarem de atendá-la. Sei o risco de ter feito o parto. Mas, o cordão umbilical estava fora do lugar.” “Vamos! O senhor Mario sabe, onde estamos levando a paciente.” Fala fechando a porta e saindo correndo.Samara ajoelha no chão. Ela começa a tremer o corpo. Plínia entrega uma garrafinha a ela.“Beba. É vodca, vai te acalmar. Vou pegar suas coisas.” Samara vira tudo de uma vez. Plínia volta e a ajuda a ir para o carro. “Senhor? Tem algo para eu enrolar no corpo de Sam? Ela não pode ter contato com nada.”Ma