Gael fica olhando para o vazio, ela levanta e pede que chame Plínia e Daniel. Eles entram quase correndo. Plínia e Daniel colam o rosto, no vidro que os separa. Samara os olha com um sorriso. “Plínia, preciso que grave um vídeo para os garotos. Depois espere para mostrar, quando eles estiverem tranquilos, eu vou passar pelo procedimento de limpeza. Quero que vá ficar com as crianças.” “O quê? Como assim? Por que está deixando a gente de fora?” Ela pergunta angustiada. “Plínia, sabe que abracei a medicina, eu tenho consciência de todos os riscos que essa profissão oferece. Não posso deixar de pelo menos tentar salvar uma vida, aqui são 3 vidas. Pois uma já se foi.” “Mas o culpado é ele.” Daniel fala nervoso. “Aqui ninguém é culpado, todos são pacientes. Se não consegue controlar seu emocional, peço que se retire. Não irei deixar de cuidar de alguém, seja culpado ou não. Depois ele será julgado pelo seu ato.” Samara fala séria. Daniel se afasta em choque. “Plínia, prepare pa
Eles vão à sala de monitoramento e Pedro conversa com o segurança, colocando a sala onde Samara está, em um monitor, voltando à gravação, pede que assistam. Eles assistem tudo o que aconteceu desde que ela entrou na sala, com a família. “Agora que já sabem, tomem atitudes certas, não culpem Souza. Ele não a deixou nem por um momento. Não julguem pelo que não acompanharam.” Pedro defende Souza. Depois sai com eles da sala. Plínia e Daniel, saem e pegam o carro para casa. Eles seguem calados. As crianças, ao chegarem, recebem o vídeo de Samara. “Olha Gabriel, mamãe está ajudando as crianças!” Isabel fala com um sorriso. “Claro, ela é médica, esqueceu?” Fala sério. Plínia tem um nó na garganta. Daniel pede licença e vai para o escritório. Ele fecha os olhos e deixa sua mente vagar. As crianças, inocentes, não sabem o que é a realidade, Samara não sabe quanto tempo está com o vírus, tanto ela e o Gael, vão passar pela desintoxicação e tem risco de ser tarde, igual fo
Samara é levada por Pedro que a conduz pelo corredor isolado. Ela anda tranquilamente, mas seu coração está acelerado. O lugar, tem um pequeno espaço, para se locomover, varias toalhas e um local onde podem lhe jogar toalhas limpas. Ela senta no chão e faz um sinal para começarem, Samara usa uma roupa lhe cobrindo o corpo, para evitar queimaduras, no início, ela aguenta, mas depois sente o corpo ficar exaurido, uma voz fala com ela.“Sam, se erga, respire e solte o ar, não se deixe abater.”Ela levanta o corpo e fecha os olhos, pois estão ardendo com a temperatura. Do lado externo, Daniel pergunta a Souza.“A temperatura que ela está, qual a condição do vírus?”“Estamos passando de 36 graus, ela já está expelindo a gordura, agora precisamos subir gradativamente até 40 graus, deixando por três minutos, depois vamos diminuindo devagar até terminar.”“Entendi, mas Samara tem que ficar acordada? É isso?”“Sim, se ela não suportar, arriscamos, de haver danos internos.” Fala preocupado.
Plínia e Souza saem do quarto, eles sentam em um banco de espera para conversarem. “Plínia, por que não me deixou contar a Samara? Ela vai saber e não vai gostar que escondemos dela.” “Eu sei, mas ela é teimosa, se souber que Daniel se feriu, vai ficar agitada e vai se levantar antes de se recuperar.” “Como pode ter certeza? Ela conhece os procedimentos, precisa se hidratar.” “Souza, Samara é uma casca que está se desfazendo, tenho certeza que ela sente algo por Daniel, só tem medo de se machucar. Ela do seu jeito, procura ajudar todos, foi assim até com Gael. Imagina se souber de Daniel?” “Acho que tem razão, mas ainda acho que deveríamos contar.” Fala chateado. “Como ele está?” Plínia pergunta preocupada. “Temos que esperar, seus olhos foram afetos, apenas um pouco, mas já veio um especialista para cuidar dele, pelo que disse, se tomar os remédios certos e manter os olhos fechados, sua chance é alta de recuperação. Mas ele deve ficar um tempo sem abrir os olhos, está mais fác
Samara se recupera logo. Ela está sentada no sofá, quando Mario entra com Plínia. “Que bom ver a senhorita bem, não sabe o que passamos durante todo o tempo que enfrentou o que aconteceu. “Mario, me chame de Samara, acho que podemos deixar a formalidade de lado. Daniel deve estar ocupado, pois ele não veio me visitar.” Ela fala casualmente. “Jamais senhorita, digo Samara, não sabe que ele está internado?” Pergunta surpreso. Plínia, fica pálida, Samara se levanta encarando Mario. “O que disse? Daniel está internado e ninguém me contou? Plínia!” “Desculpe, mas foi minha culpa, você precisava descansar e se recuperar, então pedi que não te contasse.” Fala com receio. “Onde ele está?” Fala vestindo um roupão e abrindo a porta para sair, Mario olha confuso e Plínia corre atrás dela. “Samara, espere, preciso falar com você, antes que o veja.” “Para continuar mentindo, Plínia? Ou me escondendo o que aconteceu?” Ela pergunta aflita. “Juro que vou contar a verdade, mas me es
Samara, ao sentir o conforto nos braços dele, começa a chorar, Daniel a consola fazendo carinho em seus cabelos. Quando se acalma, ela fala, ainda deitada em seu ombro. “Eu sempre fui uma pessoa complicada, sempre pensei que podia suportar tudo, que era forte para resolver todos os problemas que apareciam. Tudo que me machucava, eu guardava e sorria como se nada tivesse acontecido. Mas você com o tempo, foi me derrubando, sempre estive no controle de minhas emoções. Você era a pessoa que me fazia reagir, por isso brigava. O que eu guardava, eram mágoas, traições. Com esse sentimento, eu tomava minhas decisões sem pensar em quem estava ao meu lado, até com as crianças, eu tentava controlar, impedia elas de evoluírem.” “Não precisa explicar. Eu também não ajudei, queria ter o controle sobre tudo, mas ao ser levada, percebi que estava errado, não posso controlar tudo, mas se puder ajudar, com certeza eu farei.” “Não sei quando comecei a gostar de você, mas me apeguei a imagem de Den
As luzes se apagam e o apresentador, apresenta o programa de projetos mirins, em seguida, os alunos, começam a apresentar seus inventos. Ao chegar a vez de Gabriel e Isabel, eles mostram o que fizeram, todos aplaudem, Gabriel pede licença para falar. “Oi gente, eu sou Gabriel e essa é minha irmã Isabel. Nossa invenção, foi uma ideia que tivemos, quando nossa mãe se casou com meu tio. Passamos por muitos problemas até chegar aqui, mas foi o amor que ajudou e contribuiu para hoje apresentarmos o projeto. Com esse dispositivo, podemos medir o humor das pessoas em nossa casa, assim, evitamos problemas, o medidor de humor, também vai ajudar com nossos irmãos que vão nascer. É isso, hoje, nós temos 9 anos, mas há dois anos, com 7 anos, era um pouco confuso, entender o que acontecia. Com esse dispositivo, vai facilitar a entender o que está acontecendo. Minha mãe é muito atirada, meu tio, que agora é nosso pai, já é muito preocupado. Com esse aparelho, espero que eles relaxem um pouco. Obri
Samara estava com sua amiga, no refeitório.“Amiga, já terminamos o trabalho de apresentação, se importa se eu sair?” Ela pergunta a Plínia.“Aposto que vai se encontrar com o safado do Denis.” Plínia, junta tudo e coloca em sua pasta.“Desta vez errou, preciso passar no hospital. Fiz alguns testes para ser doadora. Tenho que verificar se sou qualificada.” Fala sorrindo. “Não sei porque não gosta do Denis, ele é uma pessoa tranquila, boa e só estamos estudando juntos, estamos também no laboratório.”“Ele é o maior mulherengo da faculdade! Não sei como consegue ficar ao lado de com um cara, que já pegou geral. Também não leva os estudos a sério. Você está perdendo seu tempo com ele.”“Desde que estamos juntos, ele tem se dedicado aos estudos e não ficou com outra pessoa. Todos têm direito a uma chance, então, procure ver ele com outros olhos.” Fala se levantando. “Espere, vou te acompanhar se for mesmo ao hospital. Tenho que pegar minha escala de estágio. E não peça que aceite Denis.