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A mãe dos meus sobrinhos
A mãe dos meus sobrinhos
Por: Nena Abrahão
Capítulo 01: Grávida:

Samara estava com sua amiga, no refeitório.

“Amiga, já terminamos o trabalho de apresentação, se importa se eu sair?” Ela pergunta a Plínia.

“Aposto que vai se encontrar com o safado do Denis.” Plínia, junta tudo e coloca em sua pasta.

“Desta vez errou, preciso passar no hospital. Fiz alguns testes para ser doadora. Tenho que verificar se sou qualificada.” Fala sorrindo. “Não sei porque não gosta do Denis, ele é uma pessoa tranquila, boa e só estamos estudando juntos, estamos também no laboratório.”

“Ele é o maior mulherengo da faculdade! Não sei como consegue ficar ao lado de com um cara, que já pegou geral. Também não leva os estudos a sério. Você está perdendo seu tempo com ele.”

“Desde que estamos juntos, ele tem se dedicado aos estudos e não ficou com outra pessoa. Todos têm direito a uma chance, então, procure ver ele com outros olhos.” Fala se levantando. 

“Espere, vou te acompanhar se for mesmo ao hospital. Tenho que pegar minha escala de estágio. E não peça que aceite Denis. Uma vez safado, sempre vai olhar para outro rabo de saia.” Plínia fala com Samara.

“Está bem, não vou insistir no assunto. Vamos? Já está ficando tarde, não adianta se explicar. Sua raiva por ele, te deixa irracional”

As duas quando saem do refeitório, encontram Elsa, elas tentam desviar, mas, são barradas.

“Olha só quem encontramos! A falsa santa Samara e sua amiga general.” Fala para as amigas que estão com ela.

“Não enche, Elsa. Vá com sua turma para o inferno!” Plínia fala zangada.

“Está bravinha, Plínia! Porque te chamei de general ou por que sua amiga de santa não tem nada.” Fala com ironia.

“Vamos, Plínia. Não perca tempo discutindo com ela. Isso é provocação, não entre em conflito.” Samara fala, tentando sair.

“Bem típico de você, finge ser boa garota, mas não passa de uma vadia. Está dormindo com um cara, só porque ele é bonito e alguém o sustenta. Cuidado hem! Pode ser dinheiro de uma coroa rica, ele pode ser um gigolô.” Fala debochada.

“Elsa, gigolô ou não, não é problema seu. Agora saia do caminho. Seu problema, é achar que todos a querem, mas que surpresa! Você não dormiu com ele, que peninha de você. Se enxerga garota, ele escolhe por inteligência, não por beleza.” Samara fala, e sai arrastando Plínia com ela.

Elsa, fica olhando elas afastarem, com um olhar sombrio.

“Você me paga, Samara. Juro que vai engolir tudo o que disse.” Fala entrando no refeitório, pisando firme.

“Samara, deveria ter deixado eu lhe dar uma lição.” Plínia fala indignada.

“Besteira. Conhece Elsa, ela gosta de provocar. Temos que terminar a faculdade e começar a pegar sério no estágio. Não iria ficar bem, causar um problema agora.” Samara fala tranquila.

“Não sei como aguenta, juro que meu sangue ferve.”

“Esqueceu tudo que já passei? Não foi fácil chagar aqui. Elsa não é nada, comparada ao que ouvi no passado. Não vou permitir que uma patricinha, estrague meus estudos. Semana que vem, terminamos a faculdade, nunca mais veremos Elsa.” Fala com tranquilidade.

“Falando nisso, já preencheu os formulários? Onde vai fazer o estágio?” Plínia se interessa na resposta.

“Ainda não decidi. Fui aceita em vários hospitais. Preciso pensar com calma.” Fala fazendo um sinal para o táxi.

Ao chegarem no hospital, Plínia vai ver sua ficha. Samara segue para o consultório.

Toc, toc, toc.

“Entre.” Uma voz responde. 

Ela abre a porta e sorri para o médico.

“Boa tarde, doutor, vim buscar o resultado dos exames.”

“Oi Samara, senta, precisamos conversar.” Fala abrindo uma gaveta.

“Deu algo nos exames?” Ela pergunta preocupada.

“Não, relaxa, seus exames estão perfeitos. Mas, tenho uma notícia para você.”

“Então, diga! Estou ficando ansiosa.” Fala com o sorriso fugindo do rosto.

O médico a olha, preocupado. Samara é a melhor aluna da faculdade. Com apenas dezenove anos, está se formando em medicina. Nos testes que fizeram, mostraram que ela tem um QI alto, devido a isso, é a aluna mais nova. Todos os professores, elogiam sua sagacidade e sua inteligência.

“Samara, você ainda é muito nova. Sabe que tem um futuro brilhante te esperando.” Fala com cautela.

“Obrigada, tento dar o melhor para me formar.” Ela responde.

“Não vou ficar enrolando. Seus exames foram excelente, mas, infelizmente, não pode doar sangue. Você está grávida.”

“Gravida? Eu? Não, isso está errado. Sempre fui cautelosa, eu tomo remédio para não engravidar. Desde que aceitei, a trabalhar no laboratório. Sei que é uma regra. O senhor está ciente.” Fala espantada.

“O exame de sangue não tem margem de erro. Você está gravida.” Fala em um tom paternal.

Samara, demora a similar o que o médico falou. Ele, percebendo sua confusão, lhe entrega o envelope com todos os resultados.

“Já está praticamente formada, pode conferir os resultados. Se tiver dúvidas, podemos refazer os exames.”

“Não precisa, confio nos exames que fizeram.”

Ela pega o envelope e se despede do médico, atordoada. Depois senta no corredor, esperando por Plínia. Sua amiga não demora a chegar.

“Pegou o resultado? Como foi? Está com uma cara, que dá até medo.” Fala encarando Samara.

“Plínia, eu estou grávida.” Fala sem emoção.

“Mentira! Está errado, tem que fazer novos exames.” Fala espantada.

“Não amiga, sabe que os exames de sangue, não mentem.”

“Não está pensando em ter essa criança. Ou está?” Perguntou encarando Samara.

“Preciso pensar. Estou em choque com a notícia.”

“Vai contar para o Denis? Ele é o responsável por isso acontecer!” Fala preocupada.

“Ainda não sei. Mas, ele precisa me explicar o que aconteceu. Isso foge do contrato, ele precisa saber e tem que explicar.”

“Que direito? Não vou permitir que estrague sua vida, não pode ter essa criança.” Fala com firmeza.

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