Samara estava com sua amiga, no refeitório.
“Amiga, já terminamos o trabalho de apresentação, se importa se eu sair?” Ela pergunta a Plínia.
“Aposto que vai se encontrar com o safado do Denis.” Plínia, junta tudo e coloca em sua pasta.
“Desta vez errou, preciso passar no hospital. Fiz alguns testes para ser doadora. Tenho que verificar se sou qualificada.” Fala sorrindo. “Não sei porque não gosta do Denis, ele é uma pessoa tranquila, boa e só estamos estudando juntos, estamos também no laboratório.”
“Ele é o maior mulherengo da faculdade! Não sei como consegue ficar ao lado de com um cara, que já pegou geral. Também não leva os estudos a sério. Você está perdendo seu tempo com ele.”
“Desde que estamos juntos, ele tem se dedicado aos estudos e não ficou com outra pessoa. Todos têm direito a uma chance, então, procure ver ele com outros olhos.” Fala se levantando.
“Espere, vou te acompanhar se for mesmo ao hospital. Tenho que pegar minha escala de estágio. E não peça que aceite Denis. Uma vez safado, sempre vai olhar para outro rabo de saia.” Plínia fala com Samara.
“Está bem, não vou insistir no assunto. Vamos? Já está ficando tarde, não adianta se explicar. Sua raiva por ele, te deixa irracional”
As duas quando saem do refeitório, encontram Elsa, elas tentam desviar, mas, são barradas.
“Olha só quem encontramos! A falsa santa Samara e sua amiga general.” Fala para as amigas que estão com ela.
“Não enche, Elsa. Vá com sua turma para o inferno!” Plínia fala zangada.
“Está bravinha, Plínia! Porque te chamei de general ou por que sua amiga de santa não tem nada.” Fala com ironia.
“Vamos, Plínia. Não perca tempo discutindo com ela. Isso é provocação, não entre em conflito.” Samara fala, tentando sair.
“Bem típico de você, finge ser boa garota, mas não passa de uma vadia. Está dormindo com um cara, só porque ele é bonito e alguém o sustenta. Cuidado hem! Pode ser dinheiro de uma coroa rica, ele pode ser um gigolô.” Fala debochada.
“Elsa, gigolô ou não, não é problema seu. Agora saia do caminho. Seu problema, é achar que todos a querem, mas que surpresa! Você não dormiu com ele, que peninha de você. Se enxerga garota, ele escolhe por inteligência, não por beleza.” Samara fala, e sai arrastando Plínia com ela.
Elsa, fica olhando elas afastarem, com um olhar sombrio.
“Você me paga, Samara. Juro que vai engolir tudo o que disse.” Fala entrando no refeitório, pisando firme.
“Samara, deveria ter deixado eu lhe dar uma lição.” Plínia fala indignada.
“Besteira. Conhece Elsa, ela gosta de provocar. Temos que terminar a faculdade e começar a pegar sério no estágio. Não iria ficar bem, causar um problema agora.” Samara fala tranquila.
“Não sei como aguenta, juro que meu sangue ferve.”
“Esqueceu tudo que já passei? Não foi fácil chagar aqui. Elsa não é nada, comparada ao que ouvi no passado. Não vou permitir que uma patricinha, estrague meus estudos. Semana que vem, terminamos a faculdade, nunca mais veremos Elsa.” Fala com tranquilidade.
“Falando nisso, já preencheu os formulários? Onde vai fazer o estágio?” Plínia se interessa na resposta.
“Ainda não decidi. Fui aceita em vários hospitais. Preciso pensar com calma.” Fala fazendo um sinal para o táxi.
Ao chegarem no hospital, Plínia vai ver sua ficha. Samara segue para o consultório.
Toc, toc, toc.
“Entre.” Uma voz responde.
Ela abre a porta e sorri para o médico.
“Boa tarde, doutor, vim buscar o resultado dos exames.”
“Oi Samara, senta, precisamos conversar.” Fala abrindo uma gaveta.
“Deu algo nos exames?” Ela pergunta preocupada.
“Não, relaxa, seus exames estão perfeitos. Mas, tenho uma notícia para você.”
“Então, diga! Estou ficando ansiosa.” Fala com o sorriso fugindo do rosto.
O médico a olha, preocupado. Samara é a melhor aluna da faculdade. Com apenas dezenove anos, está se formando em medicina. Nos testes que fizeram, mostraram que ela tem um QI alto, devido a isso, é a aluna mais nova. Todos os professores, elogiam sua sagacidade e sua inteligência.
“Samara, você ainda é muito nova. Sabe que tem um futuro brilhante te esperando.” Fala com cautela.
“Obrigada, tento dar o melhor para me formar.” Ela responde.
“Não vou ficar enrolando. Seus exames foram excelente, mas, infelizmente, não pode doar sangue. Você está grávida.”
“Gravida? Eu? Não, isso está errado. Sempre fui cautelosa, eu tomo remédio para não engravidar. Desde que aceitei, a trabalhar no laboratório. Sei que é uma regra. O senhor está ciente.” Fala espantada.
“O exame de sangue não tem margem de erro. Você está gravida.” Fala em um tom paternal.
Samara, demora a similar o que o médico falou. Ele, percebendo sua confusão, lhe entrega o envelope com todos os resultados.
“Já está praticamente formada, pode conferir os resultados. Se tiver dúvidas, podemos refazer os exames.”
“Não precisa, confio nos exames que fizeram.”
Ela pega o envelope e se despede do médico, atordoada. Depois senta no corredor, esperando por Plínia. Sua amiga não demora a chegar.
“Pegou o resultado? Como foi? Está com uma cara, que dá até medo.” Fala encarando Samara.
“Plínia, eu estou grávida.” Fala sem emoção.
“Mentira! Está errado, tem que fazer novos exames.” Fala espantada.
“Não amiga, sabe que os exames de sangue, não mentem.”
“Não está pensando em ter essa criança. Ou está?” Perguntou encarando Samara.
“Preciso pensar. Estou em choque com a notícia.”
“Vai contar para o Denis? Ele é o responsável por isso acontecer!” Fala preocupada.
“Ainda não sei. Mas, ele precisa me explicar o que aconteceu. Isso foge do contrato, ele precisa saber e tem que explicar.”
“Que direito? Não vou permitir que estrague sua vida, não pode ter essa criança.” Fala com firmeza.
Samara, olha Plínia pensativa.“Vamos fazer o seguinte. Me deixe pensar, vou fazer um ultrassom e saber de quanto tempo estou. Depois, decido o que fazer.” Fala determinada. Plínia, reconhece que ela não vai mudar de ideia. Elas vão ao balcão e marcam a ultrassom. Como está vazio, são atendidas logo.Samara se arruma e Plínia fica a seu lado.“Deite Samara, vamos ver de quanto tempo está.” A médica fala com um sorriso.Samara acompanha tudo pelo monitor.“É muito pequeno ainda. Está vendo essa manchinha? É o embrião que se formou. Você está com 6 semanas, vamos ver se conseguimos ouvir o coração.” Ela fala, procurando um local exato. Ao aumentar o volume, um ritmo bate forte e elas escutam.“Foi um pouco de sorte, geralmente, demora mais para ouvir. Mas, parabéns, você está com um mês e meio de gravidez. Vai demorar aparecer sua barriga, o embrião é pequeno ainda.”Elas saem caladas, do consultório. Plínia a leva para uma lanchonete.“Um mês e meio! Eu não senti nada, enjoo, tontura,
A sala está revirada, elas olham assustadas, Samara caminha para o quarto preocupada. Plínia está atrás.Ao abrir a porta, elas ficam de boca aberta.Tem roupas espalhadas pelo chão, as de Denis e de mulher, ao olhar para a cama, elas veem Elsa pelada agarrada a Denis, que também está nu.Samara cambaleia e cai nos braços de Plínia, que a segura e depois que Samara fica firme, solta e vai até a cama, atacando os dois.“Ordinário! Safado! Elsa sua vadia!” Diz enquanto bate nos dois com um sapato de Elsa.Os dois acordam com os gritos. Denis olha confuso, enquanto tenta proteger dos ataques de Plínia. Elsa senta e se cobre com o lençol.“Para, sua louca!” Fala tentando segurar os braços de Plínia.Denis olha e percebe que está com Elsa, ao olhar para a porta, vê o olhar magoado de Samara.“Deusa! Me deixa explicar…”“Explicar? Isso não se explica, canalha! Vocês se merecem!” Fala Plínia, jogando o sapato sobre a cama, depois pega Samara e sai do apartamento.Denis olha Elsa espantado.“
Elas se levantam e ao passarem em frente uma loja de celular, Samara fala com Plínia.“Vou trocar meu número. Assim, não recebo mais ligação de ninguém.”Plínia, resolve fazer o mesmo. De madrugada, elas embarcam para uma nova jornada. Dentro do ônibus, elas trocam o número de telefone de todas as contas. Samara desativa suas redes sociais, mas faz uma última postagem.“EU NÃO PRECISO SER FORTE, SÓ PRECISO ME AMAR E PROCURAR MINHA FELICIDADE. SAMARA.Com um sorriso, ela tira uma foto delas.“Vai postar?” Plínia pergunta curiosa.“Não. Essa será uma recordação de um novo recomeço. Obrigada. Você é uma amiga fiel.” Fala pegando na mão de Plínia.“Boba, eu só tenho uma amiga, como vou te deixar sozinha?” O ônibus sai, e elas nem olham pela janela. Samara fecha os olhos e não demora a dormir. Plínia viaja, pensativa. Uma nova vida, desconhecida, estão esperando por elas.Denis, dirige como um louco. No orfanato, ninguém viu Samara. Desesperado, ele entra no carro, xingando Plínia. Ela,
“O senhor Denis, sempre foi impulsivo, deve ser alguma garota que ficou com ele.” Disse o chamando para sair. Ao entrarem no apartamento, Daniel franze a testa. Tudo está fora do lugar, ele olha detalhes na sala. Ao caminhar até o quarto, vê a cama bagunçada e uma foto. Ele vai até a mesinha e pega.Denis está sorrindo, ao lado de uma garota. Mas o rosto dela não é visível, pois está coberto de cobertura de bolo. “Vou chamar alguém para arrumar o apartamento.” Mario, fala saindo.Daniel, tira a foto do, porta retrato e coloca no bolso. Ele sai do quarto e procura alguma evidência, sobre a garota do retrato. Mas, não encontra nada. Ele olha atentamente e descobre câmeras de segurança em todos os lugares.“Mario, quero todas as imagens das câmeras. Até as de segurança dos apartamentos. Peça todas as imagens de dois dias antes do acidente.”“Farei isso, imediatamente. O que acha de irmos à faculdade, enquanto arrumam aqui? Vamos conversar com o diretor. Ele pode dar mais informação.”“
No carro, Daniel fala com Mario.“Ligue para o hospital. Peça que façam um teste toxicológico. Como não podemos fazer de urina, faça do cabelo, sangue e saliva. Que façam antes da cremação, adie até sair o resultado.”“Sim, senhor.” Mario liga para o hospital. Ao voltarem ao apartamento, ele já está arrumado. Daniel pede seu notebook e pergunta se as imagens já chegaram.“Só algumas, senhor. Mas por que não descansa um pouco? Não parou desde que recebeu a notícia.” Mario fala preocupado.“Depois. Me veja o que já chegou.” Fala se acomodando na poltrona e ligando o notebook.Mario, sem opção, vai fazer o que ele pediu. Ao voltar, entrega a ele o drive das imagens.“Mario, peça um café para mim. Depois, pode descansar. Acho que vamos ter mais trabalho até descobrir tudo.” Fala sem olhar para ele.Mario, pede licença e vai tomar um banho, mas antes, providencia tudo para Daniel. Também pede que entreguem tudo a ele no apartamento. “Senhor, assim que tiverem as imagens, vão trazer para o
Um silêncio pesado, paira na sala.Daniel faz um sinal para Mario, ele se adianta e pega um envelope na pasta lhe entregando.“Creio, que está falando de Denis. Ele não era gigolô, como a senhorita acreditava. Denis era herdeiro de nossa empresa, sou Daniel, o irmão gêmeo dele. Realmente ele sofreu um acidente. Mas minha visita é para obter resposta, acredite, se não falar a verdade, juro sobre o túmulo de meu irmão, a senhorita vai conhecer, quem é Denis e Daniel Palardo.”“Elsa, o que você fez desta vez? Como conheceu os, Palardo?” Fala preocupado.“Eu não sei do que estão falando, não conheci nenhum Palardo.”“Vou reformular minha pergunta, o que aconteceu entre a senhorita e Denis?”“Nada! Eu não tenho que contar sobre minha vida, a ninguém.” Fala começando a temer Daniel.“Essa é sua última oportunidade, o que aconteceu entre a senhorita e meu irmão!” Fala com o olhar sombrio.“Eu já disse! Não tinha nada com ele. Samara era quem ficava com ele. Mas no dia da festa, ela foi embor
Sete anos depois:A conferência está preparada, as dezoito horas, vão apresentar a mais nova invenção tecnológica, na medicina. Samara, mais conhecida como Doutora Sam, está revisando o invento. Plínia entra afobada.“Sam! Estou te procurando há horas. Precisa descansar, antes da apresentação.”“Plínia, vim revisar o material. Não posso cometer erros.” Fala concentrada.“Eu sei. Mas seus filhos estão perturbando querendo você, eles estão chateados por não poderem ir na apresentação.” Fala com carinho.Samara, levanta a cabeça com um sorriso.“Sabe que não posso levá-los. Os dois são muito agitados e será a noite, eles precisam dormir cedo. Você estraga as crianças, já disse que deve ter pulso forte com eles.” Fala com doçura, ao falar dos filhos.“Nem vem! Eles são mais inteligentes do que eu. Confesso que não consigo resistir o olhar doce ao pedirem algo, não consigo negar.” Fala com uma risada.Samara abraça os ombros da amiga.“Você é a madrinha mais coruja que existe. Também uma g
O motorista a leva até a outra entrada, Samara desce e vai ao laboratório. Souza está conferindo e arrumando o projeto para ser levado ao palco.“Sam! Que bom, que está aqui! Tenho uma reunião marcada com um representante do grupo Palardo. Creio que sabe quem são.”“Sim. Mas o que tem a ver comigo?” Ela pergunta curiosa.“Eles pediram sua presença. Imagino que deva ser uma boa oportunidade.” Fala animado.“Souza, vou pedir que Plínia me represente, não gosto de ficar ouvindo, a mesma conversa, todos ficam elogiando e pedindo que eu repita tudo que já falei.” Fala olhando o carrinho de transporte.“Ok, te entendo. Eu também fico entediado. Mas preciso dar atenção. Fale com Plínia.”“Souza, se incomoda de me emprestar sua casa de campo? Com o projeto, fiquei afastada dos garotos e eles estão chateados. Queriam vir hoje, mas conhece as regras. Eu preciso de um descanso também.”“Claro! Pegue a chave na minha sala, sabe onde está. Tire o tempo que precisar.” Fala com um tom paternal.“Só