Samara, olha Plínia pensativa.
“Vamos fazer o seguinte. Me deixe pensar, vou fazer um ultrassom e saber de quanto tempo estou. Depois, decido o que fazer.” Fala determinada.
Plínia, reconhece que ela não vai mudar de ideia. Elas vão ao balcão e marcam a ultrassom. Como está vazio, são atendidas logo.
Samara se arruma e Plínia fica a seu lado.
“Deite Samara, vamos ver de quanto tempo está.” A médica fala com um sorriso.
Samara acompanha tudo pelo monitor.
“É muito pequeno ainda. Está vendo essa manchinha? É o embrião que se formou. Você está com 6 semanas, vamos ver se conseguimos ouvir o coração.” Ela fala, procurando um local exato. Ao aumentar o volume, um ritmo b**e forte e elas escutam.
“Foi um pouco de sorte, geralmente, demora mais para ouvir. Mas, parabéns, você está com um mês e meio de gravidez. Vai demorar aparecer sua barriga, o embrião é pequeno ainda.”
Elas saem caladas, do consultório. Plínia a leva para uma lanchonete.
“Um mês e meio! Eu não senti nada, enjoo, tontura, nada!”
“E agora? O que vai fazer?” Plínia pergunta preocupada.
“Não sei. Temos que fazer o último teste na faculdade, depois eu resolvo isso. Uma semana não faz diferença.”
Plínia, demonstra claramente, ser contra a gravidez, mas em respeito a amiga, fica calada.
Elas moram em uma pensão em frente a faculdade, os quartos são ao lado, do outro. Samara se despede da amiga, e entra fechando a porta. Sentando na cama, abre o envelope, lendo todos os exames.
Depois, deita e coloca a mão na barriga. Ela sempre foi sozinha, agora tem uma vida em seu ventre. Uma emoção estranha, embala seu peito. Samara, adormece, abraçada a seu corpo. A noite, ela recebe uma ligação de Denis. “Minha deusa, você não deu notícias. Fiquei esperando.” Fala com doçura.
“Desculpe, estava terminando o trabalho e depois fui ao hospital, pegar os exames.”
“Então teremos mais uma doadora, isso é maravilhoso. Quer dizer, os exames estão bem, né?
“Sim, está tudo bem.”
“Está com uma voz estranha! O que aconteceu?” Denis pergunta preocupado.
“Nada, eu estava descansando. Acordei com o telefone.” Ela explica a ele.
“Ok, vou deixar você descansar, depois da prova final, vamos comemorar. Não formamos todos os dias.” Fala sorrindo do outro lado da linha.
“Vamos sim. Vou deitar mais cedo.” Samara desliga o celular.
Ela e Plínia, se dedicam a prova. Ao terminarem, Plínia pergunta a ela, enquanto caminham pelo campus da faculdade.
“Já decidiu o que vai fazer? Não disse uma palavra sobre o assunto.”
“Vou contar ao Denis. Vamos decidir juntos. Preciso saber como aconteceu, Ele é o responsável pelo departamento. Tem que haver uma explicação.”
“Isso é loucura, Samara!” Fala exasperada.
“Eu sei, ele também tem direito a opinar.” Fala segurando a mão da amiga.
“Quando vai contar?” Pergunta inconformada.
“Hoje. Vai ter uma festa a noite. Vou conversar com ele.” Samara fala com um sorriso.
A noite, todos se reúnem para comemorar. Samara chama Denis, para conversar.
“O que foi minha deusa? Estou te achando séria.” Fala sentado com uma cerveja na mão.
“Denis, estamos estudando e trabalhando ha mais de 6 meses. Sabe que me cuido para não engravidar. Mas, não sei o que deu errado, eu estou grávida.” Fala de uma vez.
“Gravida? Está esperando um filho?” Pergunta apavorado.
“Sim. Quero tomar uma decisão, com você. Afinal, não fiz esse filho sozinha.” Fala encarando ele.
“Decisão? Mas que decisão? Minha família vai me matar, quando souber!” Fala apavorado.
“Se acalma, eu preciso de você nesse momento.” Ela fala com tristeza.
“Eu… Você me diz que tem um filho em sua barriga, e quer minha ajuda? Samara, eu preciso pensar!”
“Nem eu, também estou confusa. Não estava no contrato, você é responsável pelo nosso trabalho, preciso saber o que aconteceu.” Fala nervosa.
“Me deixa pensar, ok? Preciso ficar sozinho.” Fala a deixando sozinha no jardim.
Plínia, estava observando os dois, assim que ele saiu, ela se aproximou.
“Como foi a conversa?” Pergunta preocupada.
“Ele precisa de um tempo.” Fala sentando desanimada.
“Tempo? Esse cara é louco, por acaso?”
“Plínia, eu também levei tempo para assimilar. A reação dele é normal. Vou voltar, amanhã, converso com ele.”
“Eu vou com você, Elsa está aprontando geral. Estou farta da presença dela.”
As duas voltam para a pensão e Samara demora a dormir.
Pela manhã, após tomarem café, elas vão ver o resultado das provas. Samara, passou em primeiro lugar, Plínia também conseguiu boa nota.
“Plínia, vou ao apartamento de Denis. Preciso de uma resposta dele.”
“Vou com você. Sou sua amiga, não vou ficar de fora.” Fala firme.
“Está bem, mas, independente do que ele falar, não quero que brigue.” Fala sorrindo.
Plínia revira os olhos. “Está certo. Mesmo não gostando dele, é o pai do seu filho. Por você, vou ficar escutando, prometo não falar nada.” Fala aborrecida.
As duas, vão ao apartamento. Ao chegar, percebem que a porta não foi fechada corretamente.
“Estranho! Denis sempre tranca a porta.” Samara fala preocupada.
“Hrum, deve ter enchido a cara, e esqueceu de trancar a porta.” Fala debochando.
“Deixa de besteira! E se foi ladrão?” Fala baixinho.
“Então vamos entrar. Vamos ver o que aconteceu.” Plínia fala empurrando a porta.
A sala está revirada, elas olham assustadas, Samara caminha para o quarto preocupada. Plínia está atrás.Ao abrir a porta, elas ficam de boca aberta.Tem roupas espalhadas pelo chão, as de Denis e de mulher, ao olhar para a cama, elas veem Elsa pelada agarrada a Denis, que também está nu.Samara cambaleia e cai nos braços de Plínia, que a segura e depois que Samara fica firme, solta e vai até a cama, atacando os dois.“Ordinário! Safado! Elsa sua vadia!” Diz enquanto bate nos dois com um sapato de Elsa.Os dois acordam com os gritos. Denis olha confuso, enquanto tenta proteger dos ataques de Plínia. Elsa senta e se cobre com o lençol.“Para, sua louca!” Fala tentando segurar os braços de Plínia.Denis olha e percebe que está com Elsa, ao olhar para a porta, vê o olhar magoado de Samara.“Deusa! Me deixa explicar…”“Explicar? Isso não se explica, canalha! Vocês se merecem!” Fala Plínia, jogando o sapato sobre a cama, depois pega Samara e sai do apartamento.Denis olha Elsa espantado.“
Elas se levantam e ao passarem em frente uma loja de celular, Samara fala com Plínia.“Vou trocar meu número. Assim, não recebo mais ligação de ninguém.”Plínia, resolve fazer o mesmo. De madrugada, elas embarcam para uma nova jornada. Dentro do ônibus, elas trocam o número de telefone de todas as contas. Samara desativa suas redes sociais, mas faz uma última postagem.“EU NÃO PRECISO SER FORTE, SÓ PRECISO ME AMAR E PROCURAR MINHA FELICIDADE. SAMARA.Com um sorriso, ela tira uma foto delas.“Vai postar?” Plínia pergunta curiosa.“Não. Essa será uma recordação de um novo recomeço. Obrigada. Você é uma amiga fiel.” Fala pegando na mão de Plínia.“Boba, eu só tenho uma amiga, como vou te deixar sozinha?” O ônibus sai, e elas nem olham pela janela. Samara fecha os olhos e não demora a dormir. Plínia viaja, pensativa. Uma nova vida, desconhecida, estão esperando por elas.Denis, dirige como um louco. No orfanato, ninguém viu Samara. Desesperado, ele entra no carro, xingando Plínia. Ela,
“O senhor Denis, sempre foi impulsivo, deve ser alguma garota que ficou com ele.” Disse o chamando para sair. Ao entrarem no apartamento, Daniel franze a testa. Tudo está fora do lugar, ele olha detalhes na sala. Ao caminhar até o quarto, vê a cama bagunçada e uma foto. Ele vai até a mesinha e pega.Denis está sorrindo, ao lado de uma garota. Mas o rosto dela não é visível, pois está coberto de cobertura de bolo. “Vou chamar alguém para arrumar o apartamento.” Mario, fala saindo.Daniel, tira a foto do, porta retrato e coloca no bolso. Ele sai do quarto e procura alguma evidência, sobre a garota do retrato. Mas, não encontra nada. Ele olha atentamente e descobre câmeras de segurança em todos os lugares.“Mario, quero todas as imagens das câmeras. Até as de segurança dos apartamentos. Peça todas as imagens de dois dias antes do acidente.”“Farei isso, imediatamente. O que acha de irmos à faculdade, enquanto arrumam aqui? Vamos conversar com o diretor. Ele pode dar mais informação.”“
No carro, Daniel fala com Mario.“Ligue para o hospital. Peça que façam um teste toxicológico. Como não podemos fazer de urina, faça do cabelo, sangue e saliva. Que façam antes da cremação, adie até sair o resultado.”“Sim, senhor.” Mario liga para o hospital. Ao voltarem ao apartamento, ele já está arrumado. Daniel pede seu notebook e pergunta se as imagens já chegaram.“Só algumas, senhor. Mas por que não descansa um pouco? Não parou desde que recebeu a notícia.” Mario fala preocupado.“Depois. Me veja o que já chegou.” Fala se acomodando na poltrona e ligando o notebook.Mario, sem opção, vai fazer o que ele pediu. Ao voltar, entrega a ele o drive das imagens.“Mario, peça um café para mim. Depois, pode descansar. Acho que vamos ter mais trabalho até descobrir tudo.” Fala sem olhar para ele.Mario, pede licença e vai tomar um banho, mas antes, providencia tudo para Daniel. Também pede que entreguem tudo a ele no apartamento. “Senhor, assim que tiverem as imagens, vão trazer para o
Um silêncio pesado, paira na sala.Daniel faz um sinal para Mario, ele se adianta e pega um envelope na pasta lhe entregando.“Creio, que está falando de Denis. Ele não era gigolô, como a senhorita acreditava. Denis era herdeiro de nossa empresa, sou Daniel, o irmão gêmeo dele. Realmente ele sofreu um acidente. Mas minha visita é para obter resposta, acredite, se não falar a verdade, juro sobre o túmulo de meu irmão, a senhorita vai conhecer, quem é Denis e Daniel Palardo.”“Elsa, o que você fez desta vez? Como conheceu os, Palardo?” Fala preocupado.“Eu não sei do que estão falando, não conheci nenhum Palardo.”“Vou reformular minha pergunta, o que aconteceu entre a senhorita e Denis?”“Nada! Eu não tenho que contar sobre minha vida, a ninguém.” Fala começando a temer Daniel.“Essa é sua última oportunidade, o que aconteceu entre a senhorita e meu irmão!” Fala com o olhar sombrio.“Eu já disse! Não tinha nada com ele. Samara era quem ficava com ele. Mas no dia da festa, ela foi embor
Sete anos depois:A conferência está preparada, as dezoito horas, vão apresentar a mais nova invenção tecnológica, na medicina. Samara, mais conhecida como Doutora Sam, está revisando o invento. Plínia entra afobada.“Sam! Estou te procurando há horas. Precisa descansar, antes da apresentação.”“Plínia, vim revisar o material. Não posso cometer erros.” Fala concentrada.“Eu sei. Mas seus filhos estão perturbando querendo você, eles estão chateados por não poderem ir na apresentação.” Fala com carinho.Samara, levanta a cabeça com um sorriso.“Sabe que não posso levá-los. Os dois são muito agitados e será a noite, eles precisam dormir cedo. Você estraga as crianças, já disse que deve ter pulso forte com eles.” Fala com doçura, ao falar dos filhos.“Nem vem! Eles são mais inteligentes do que eu. Confesso que não consigo resistir o olhar doce ao pedirem algo, não consigo negar.” Fala com uma risada.Samara abraça os ombros da amiga.“Você é a madrinha mais coruja que existe. Também uma g
O motorista a leva até a outra entrada, Samara desce e vai ao laboratório. Souza está conferindo e arrumando o projeto para ser levado ao palco.“Sam! Que bom, que está aqui! Tenho uma reunião marcada com um representante do grupo Palardo. Creio que sabe quem são.”“Sim. Mas o que tem a ver comigo?” Ela pergunta curiosa.“Eles pediram sua presença. Imagino que deva ser uma boa oportunidade.” Fala animado.“Souza, vou pedir que Plínia me represente, não gosto de ficar ouvindo, a mesma conversa, todos ficam elogiando e pedindo que eu repita tudo que já falei.” Fala olhando o carrinho de transporte.“Ok, te entendo. Eu também fico entediado. Mas preciso dar atenção. Fale com Plínia.”“Souza, se incomoda de me emprestar sua casa de campo? Com o projeto, fiquei afastada dos garotos e eles estão chateados. Queriam vir hoje, mas conhece as regras. Eu preciso de um descanso também.”“Claro! Pegue a chave na minha sala, sabe onde está. Tire o tempo que precisar.” Fala com um tom paternal.“Só
Samara, acorda com seus filhos pulando na cama.“Meninos! Tenha pena de sua mãe. Estou com sono, fui dormir tarde.” Fala rolando na cama.“Você prometeu, que a gente ia para a casa de Souza, levanta mamãe, já está tarde.” Gabriel, fala sentando na cama e Isabel o imita.“Quero um café para acordar. Onde está a madrinha de vocês?” Pergunta sentando e tentando arrumar o cabelo.“Ela ainda não levantou, mas vamos acordar ela, assim, que a senhora levantar.Samara, olha para os filhos e fala sério.“Ela chegou de madrugada, não acordem ela agora. Vou tomar banho e me esperem na mesa, não demoro.” Fala espantando os filhos do quarto. Samara toma um banho e veste uma roupa leve, apropriada para descansar. Seu short é leve e ela pega uma camiseta. Ao sair do quarto, encontra Plínia, bocejando.“Não acredito que eles te acordaram!” Fala admirada.“Não foram eles, coloquei o despertador. Se vamos viajar, é melhor sair cedo. Durmo durante a viagem.” Fala abraçando ela e apoiando em seu ombro,