“O senhor Denis, sempre foi impulsivo, deve ser alguma garota que ficou com ele.” Disse o chamando para sair.
Ao entrarem no apartamento, Daniel franze a testa. Tudo está fora do lugar, ele olha detalhes na sala. Ao caminhar até o quarto, vê a cama bagunçada e uma foto. Ele vai até a mesinha e pega.
Denis está sorrindo, ao lado de uma garota. Mas o rosto dela não é visível, pois está coberto de cobertura de bolo.
“Vou chamar alguém para arrumar o apartamento.” Mario, fala saindo.
Daniel, tira a foto do, porta retrato e coloca no bolso. Ele sai do quarto e procura alguma evidência, sobre a garota do retrato. Mas, não encontra nada. Ele olha atentamente e descobre câmeras de segurança em todos os lugares.
“Mario, quero todas as imagens das câmeras. Até as de segurança dos apartamentos. Peça todas as imagens de dois dias antes do acidente.”
“Farei isso, imediatamente. O que acha de irmos à faculdade, enquanto arrumam aqui? Vamos conversar com o diretor. Ele pode dar mais informação.”
“Vamos.”
Na faculdade, poucos alunos transitam pelo campus. Eles olham espantados, ao verem um carro de luxo parar e Daniel descer.
“Não é o Denis?”
“Não pode ser, ele sofreu um acidente, ou é falsa a notícia?”
“Se for o Denis, ele é rico?”
“Não viaja, Denis não tem um carro assim.”
Daniel e Mario, escutam os estudantes falarem, eles olham em volta e entram no prédio de administração.
O diretor, já tinha visto pela câmera e estava indo a seu encontro.
“Senhor! Não sabia que viria hoje. Acabamos de receber a notícia sobre Denis.”
“É justamente o que vim conversar, quero saber tudo o que aconteceu nesses dois dias. Outra coisa, quem é Samara? Quem é Elsa?” Pergunta friamente.
“Vamos entrar. Assim conversamos direito.” Disse abrindo a porta para ele. Daniel senta e uma secretária lhe serve um café, saindo da sala e fechando a porta.
O diretor senta e pega duas pastas, entregando a ele.
“Quando Denis veio para nossa faculdade, ele não revelou sua identidade, pediu que mantivéssemos segredo. Por ser comunicativo e alegre, ele pegava várias garotas. Quando lhe chamei a atenção, ele disse que, pela primeira vez, conseguia ser ele mesmo. Todos achavam que ele era mantido por alguém. Várias suposições, surgiram, até que era um gigolô. Mas ele nunca se importou. Até conhecer Samara. Eles saiam há um tempo juntos. Não posso afirmar que namoravam, mas ela quando não estava estudando com Plínia, estava com seu irmão.”
“Quem é Plínia?” Pergunta confuso.
“É a melhor amiga de Samara, apesar de não gostar do Denis, nunca interferiu entre eles.”
“Qual o motivo, dela não gostar de Denis?”
Respirando fundo, o diretor fala sem graça.
“Ela achava que ele era um canalha, pois já tinha ficado com quase todas as garotas da faculdade.”
“Prossiga.” Fala indiferente.
“Ao terminarem a prova final, eles fizeram uma festa. Samara conversou com Denis e depois voltou para a pensão com Plínia. Essa foi a última vez que a vimos, depois que ela pediu sua ficha por telefone, um entregador veio buscar.” Ele fala com um suspiro.
“Onde Samara mora?” Pergunta de imediato.
“Morava. Tem uma pensão em frente a faculdade, procuramos por ela, mas ficamos sabendo que ela e Plínia tinham partido, assim que começou a anoitecer. Ninguém sabe para onde foram.”
“Tem algo mais para contar?” Pergunta ao ver o diretor suando.
“Estão falando pela faculdade, que Samara perdeu para Elsa. Dizem que ela contou para as amigas, que dormiu com Denis e Samara pegou os dois em flagrante. Mas, é tudo conversa entre eles. Não tive tempo de apurar, pois estava preocupado com seu irmão.” Fala respirando, aliviado.
“Onde encontro com essa Elsa?” Pergunta com frieza.
“Ela já voltou para casa, seu pai buscou ela de manhã. Vou lhe passar o endereço. Seu pai é um empresário de uma rede de hotéis. É fácil localizar eles.”
“Peça que faça cópias de tudo sobre Samara e Plínia. Quanto a Elsa, eu mesmo, vou procurar. Quero cópias da festa que fizeram também. Mande para o apartamento de Denis.” Fala se levantando e entregando os documentos a ele.
Daniel sai e ao chegar nas escadas, uma garota o segura pelo braço.
“Denis! Então é verdade? Você dormiu com Elsa e agora vai voltar para sua amante? Nossa! Se Elsa te visse, ela nem acreditava. Você parece rico.”
“Primeiro, tire sua mão de mim. Eu não sou o Denis, e ele não era gigolô. Diga a quem puder, que Denis é meu irmão, ele era um Palardo, herdeiro de uma grande fortuna. Quanto a dormir com sua amiga, se ela for igual a você, só se ele estivesse drogado. Denis gostava de garota simples e limpa. Jamais deitaria com uma patricinha.” Fala saindo e entrando no carro.
A garota fica confusa, outra amiga se aproxima.
“Descobriu algo?” Pergunta ansiosa.
“Ele é igual ao Denis, mas, é diferente. Chamou a gente de patricinha, que Denis só dormiria com Elsa se estivesse drogado.”
“Hrum, não duvido de nada, Elsa quando queria algo, não media esforço. Vamos? Já está quase na hora de embarcar.” Fala puxando a amiga.
No carro, Daniel fala com Mario.“Ligue para o hospital. Peça que façam um teste toxicológico. Como não podemos fazer de urina, faça do cabelo, sangue e saliva. Que façam antes da cremação, adie até sair o resultado.”“Sim, senhor.” Mario liga para o hospital. Ao voltarem ao apartamento, ele já está arrumado. Daniel pede seu notebook e pergunta se as imagens já chegaram.“Só algumas, senhor. Mas por que não descansa um pouco? Não parou desde que recebeu a notícia.” Mario fala preocupado.“Depois. Me veja o que já chegou.” Fala se acomodando na poltrona e ligando o notebook.Mario, sem opção, vai fazer o que ele pediu. Ao voltar, entrega a ele o drive das imagens.“Mario, peça um café para mim. Depois, pode descansar. Acho que vamos ter mais trabalho até descobrir tudo.” Fala sem olhar para ele.Mario, pede licença e vai tomar um banho, mas antes, providencia tudo para Daniel. Também pede que entreguem tudo a ele no apartamento. “Senhor, assim que tiverem as imagens, vão trazer para o
Um silêncio pesado, paira na sala.Daniel faz um sinal para Mario, ele se adianta e pega um envelope na pasta lhe entregando.“Creio, que está falando de Denis. Ele não era gigolô, como a senhorita acreditava. Denis era herdeiro de nossa empresa, sou Daniel, o irmão gêmeo dele. Realmente ele sofreu um acidente. Mas minha visita é para obter resposta, acredite, se não falar a verdade, juro sobre o túmulo de meu irmão, a senhorita vai conhecer, quem é Denis e Daniel Palardo.”“Elsa, o que você fez desta vez? Como conheceu os, Palardo?” Fala preocupado.“Eu não sei do que estão falando, não conheci nenhum Palardo.”“Vou reformular minha pergunta, o que aconteceu entre a senhorita e Denis?”“Nada! Eu não tenho que contar sobre minha vida, a ninguém.” Fala começando a temer Daniel.“Essa é sua última oportunidade, o que aconteceu entre a senhorita e meu irmão!” Fala com o olhar sombrio.“Eu já disse! Não tinha nada com ele. Samara era quem ficava com ele. Mas no dia da festa, ela foi embor
Sete anos depois:A conferência está preparada, as dezoito horas, vão apresentar a mais nova invenção tecnológica, na medicina. Samara, mais conhecida como Doutora Sam, está revisando o invento. Plínia entra afobada.“Sam! Estou te procurando há horas. Precisa descansar, antes da apresentação.”“Plínia, vim revisar o material. Não posso cometer erros.” Fala concentrada.“Eu sei. Mas seus filhos estão perturbando querendo você, eles estão chateados por não poderem ir na apresentação.” Fala com carinho.Samara, levanta a cabeça com um sorriso.“Sabe que não posso levá-los. Os dois são muito agitados e será a noite, eles precisam dormir cedo. Você estraga as crianças, já disse que deve ter pulso forte com eles.” Fala com doçura, ao falar dos filhos.“Nem vem! Eles são mais inteligentes do que eu. Confesso que não consigo resistir o olhar doce ao pedirem algo, não consigo negar.” Fala com uma risada.Samara abraça os ombros da amiga.“Você é a madrinha mais coruja que existe. Também uma g
O motorista a leva até a outra entrada, Samara desce e vai ao laboratório. Souza está conferindo e arrumando o projeto para ser levado ao palco.“Sam! Que bom, que está aqui! Tenho uma reunião marcada com um representante do grupo Palardo. Creio que sabe quem são.”“Sim. Mas o que tem a ver comigo?” Ela pergunta curiosa.“Eles pediram sua presença. Imagino que deva ser uma boa oportunidade.” Fala animado.“Souza, vou pedir que Plínia me represente, não gosto de ficar ouvindo, a mesma conversa, todos ficam elogiando e pedindo que eu repita tudo que já falei.” Fala olhando o carrinho de transporte.“Ok, te entendo. Eu também fico entediado. Mas preciso dar atenção. Fale com Plínia.”“Souza, se incomoda de me emprestar sua casa de campo? Com o projeto, fiquei afastada dos garotos e eles estão chateados. Queriam vir hoje, mas conhece as regras. Eu preciso de um descanso também.”“Claro! Pegue a chave na minha sala, sabe onde está. Tire o tempo que precisar.” Fala com um tom paternal.“Só
Samara, acorda com seus filhos pulando na cama.“Meninos! Tenha pena de sua mãe. Estou com sono, fui dormir tarde.” Fala rolando na cama.“Você prometeu, que a gente ia para a casa de Souza, levanta mamãe, já está tarde.” Gabriel, fala sentando na cama e Isabel o imita.“Quero um café para acordar. Onde está a madrinha de vocês?” Pergunta sentando e tentando arrumar o cabelo.“Ela ainda não levantou, mas vamos acordar ela, assim, que a senhora levantar.Samara, olha para os filhos e fala sério.“Ela chegou de madrugada, não acordem ela agora. Vou tomar banho e me esperem na mesa, não demoro.” Fala espantando os filhos do quarto. Samara toma um banho e veste uma roupa leve, apropriada para descansar. Seu short é leve e ela pega uma camiseta. Ao sair do quarto, encontra Plínia, bocejando.“Não acredito que eles te acordaram!” Fala admirada.“Não foram eles, coloquei o despertador. Se vamos viajar, é melhor sair cedo. Durmo durante a viagem.” Fala abraçando ela e apoiando em seu ombro,
Samara, que observa sua amiga, lhe pergunta.“Algum dia, você se arrependeu de me acompanhar?”“Nunca. Meu arrependimento é não ter escolhido outra carreira. Não sirvo para ser médica.” Fala se virando e encarando Samara.“E você? Se arrependeu da decisão que tomou?” Pergunta curiosa.“Não. Sempre tive uma vida difícil. Mas hoje me sinto realizada. Tenho minha carreira, meus filhos e você. Não tenho nada para arrepender.”“Samara, algum dia pensou em saber sobre o Denis? Uma vez, me disse que ele tinha que dar explicação. Para nossa surpresa, veio dois, Isabel e Gabriel.”“Já, mas não levei adiante. Não aceito o que ele fez, ele sabia sobre Elsa, desconfio que ele sabia que eu tinha engravidado. Isso que me deixou revoltada, sempre fui honesta. Ele aproveitou um momento de crise para dormir com Elsa. Isso foi demais. Ele cortou qualquer ligação entre nós. Não tenho rancor. Isso, nunca.” Fala com determinação.“Estamos ficando nostálgicas, o que acha de ler a proposta? Aproveita que as
Gabriel, senta apoiado na madrinha e olhando para sua mãe. “A madrinha de vocês, sempre esteve ao meu lado. Mesmo quando não gostava de algumas coisas que eu fazia. Foi ela que ajudou a alugar um quarto na frente da faculdade e esteve sempre comigo. Eu conheci um rapaz, um pouco mais velho, sua madrinha não gostava dele, mesmo assim, não se afastou de mim.” “Era seu namorado? Era nosso pai?” Gabriel pergunta depressa.“Não para as duas perguntas. Ele não era meu namorado. Só ficamos juntos estudando, por um tempo. Ele não se apegava a ninguém, nem eu me apegava. Queria terminar meus estudos e trabalhar. Mas um dia descobri que estava grávida, contei para ele. Queria que me ajudasse a tomar uma decisão. Ele ficou um pouco assustado, eu também estava. Enfim, não sei o que aconteceu, mas quando fui no apartamento dele, encontrei outra mulher dormindo em sua cama. Sua madrinha me tirou de lá e me levou para longe. Neste dia, decidimos partir, compramos a passagem, mas desistimos e viemo
Ao retornar ao trabalho, Samara encontra Souza para uma reunião. “Samara, leu a proposta? Qual é sua opinião?” Souza pergunta ansioso. “A proposta, sem dúvida, é excelente, eu só tenho dúvida, sobre ser responsável pelo novo laboratório. Aqui, tenho seu apoio e sua orientação, por isso, sou confiante.” Ela fala com sinceridade. “Garota! Precisa acreditar que vai conseguir. Vou mandar seus parceiros, irem com você. Eu também estarei dando suporte. Você já mostrou vários projetos, que estão esperando para começarem, agora que terminamos esse, pode iniciar um novo. Trabalhando no hospital, terá oportunidade de pesquisar em qual vai começar.” Souza fala animado. Samara, diante da reação dele, sorri e agradece. “Está certo. Pode aceitar a proposta.” Fala com firmeza na voz. “Maravilha! Vou ligar agora mesmo, aceitando. Espere aqui, enquanto ligo.” Fala levantando e pegando o telefone em sua mesa. Samara, aproveita para olhar a paisagem pela janela. Com um suspiro, ela deseja estar a