Mônica
— Como assim ela não mora mais aqui? Eu… eu não tenho como ligar para ela, não sei seu número de cór e estou sem celular… — Calma, minha filha, está tudo bem! Ela deixou seu endereço novo, caso chegasse alguma correspondência importante. Mas eu terei que procurar o papel que anotei. – A senhora fala toda calma e gentil. — Muito obrigada, eu aguardo a senhora procurar, eu não tenho para onde ir e preciso encontrá-la hoje ainda. — Entre, vou te servir um lanche enquanto procuro o endereço e telefone dela. Muito grata, eu entro e me sento no sofá da pequena sala, e ela me serve cookies de chocolate com leite morno, assim como minha mãe fazia. “Que saudade dela” — Pronto, minha querida, aqui está seu endereço, mas não achei o número de telefone. Sinto um alívio enorme ao ver que ela não foi para outro estado e sim, para Los Angeles, há duas horas de viagem. Abraço a senhora com muita gratidão e quando penso em sair, envergonhada eu peço. — Eu não quero abusar, mas eu venho de Mississippi e gostaria muito, mas muito mesmo de um banho, a senhora poderia… — Não se sinta envergonhada, vamos, eu te levo ao banheiro e te trago toalhas limpas. — Muito obrigada, eu não sei como agradecer! — É um prazer ajudar a irmã de Lucy, ela falava muito de você e vivia me mostrando fotos de vocês duas juntas. Ela te ama muito, sabia? Meus olhos enchem de lágrimas, e espero compensar o tempo que fiquei afastada. Dentro do banheiro, eu tiro minha roupa, e arrancando o fundo da minha bota, coloquei meu documento de identidade e algumas notas de 100 dólares debaixo da palmilha e no fundo falso. Outras notas, coloquei no forro do meu casaco, junto de algumas joias que consegui colocar sem fazer volume. Ainda bem que aproveitei o salto plataforma da bota para colocar o máximo de cédulas e meu documento, pois tinha medo de Ronald mexer nas minhas coisas e achar o dinheiro, ele estava muito paranoico. Conto o dinheiro que tenho e no total tenho 4 mil dólares, fora os 650 dólares que sobraram do maço de dinheiro que o guarda/ ladrão me deu. Coloco as joias dentro da sacola de remédios e escondo dentro da bolsa, tomo um banho completo, usando os produtos da anfitriã e agora me sinto mais humana, sem cheiro de sangue e suor. Minha ferida arde com o contato com a água quente, mas é necessário para refazer o curativo. Termino de me vestir, sem calcinha mesmo, porque na hora do desespero eu me esqueci de pensar nisso. Vejo que das roupas que coloquei na bolsa, a mais coerente de vestir agora é um vestido vermelho com flores brancas, com um babado na coxa. Mas novamente sem pensar, percebi que não poderei mais calçar a bota sem o fundo. Olho no espelho do banheiro e vejo que tenho algumas marcas de dedos no meu pescoço, um hematoma no queixo e um arranhão na clavícula. Eu tive sorte que o mais grave foi um corte superficial no seio direito. Saindo do banheiro com a bota arruinada nas mãos, eu nem precisei pedir a dona Helga para me ajudar. Ela prontamente saiu e depois apareceu com uma sapatilha prateada, muito feia, mas fiquei feliz de ter algo para calçar, ao invés de sair descalço até uma loja mais próxima. Agradeço a ela por tudo e saio da casa determinada a ir para Los Angeles encontrar minha irmã mais nova. Mas antes eu deixei 300 dólares em cima da mesinha de centro da sua sala, sei que não posso gastar dinheiro, porém ela me ajudou, alimentou e me acolheu como poucas pessoas no mundo faria. A rodoviária é um pouco distantes e como estou sem celular, decidi andar um pouco, e 1 hora depois, estou embarcando no ônibus que me levará até Lucy. Olho pela janela, pensando em como minha vida virou de cabeça para baixo em tão pouco tempo. Sai de um país tão distante tentando viver o sonho americano e hoje estou à deriva, sem poder voltar para casa, e procurando um rumo na minha vida. Acordo com o motorista me chamando, dizendo que chegamos ao destino final. Minhas energias se renovam quando pego o táxi e vou em direção a sua casa. Mas de dedos cruzados, para Lucy não ter se mudado novamente. Chegando na frente da sua casa… quero dizer, pequena mansão, nem acredito que esse seja mesmo o lugar. Pago o motorista e me dirijo para a grande porta de madeira e vidro, apertando a campainha. Aguardo alguns segundos e uma bela loira magra de olhos azuis abre a porta, ela me olha de cima abaixo. — Me diga que não estou vendo um fantasma? – Ela fala em polonês, olhando atrás de mim, claramente procurando Ronald. — Oi Lucy! Nenhum fantasma, eu sou bem real e estou sozinha! Ela abre um sorriso gigantesco e me puxa para um abraço caloroso, fazendo minha ferida doer. — Minha irmã querida, que saudades que eu tive de você! – Ela fala fungando no meu pescoço. — Eu também maninha… Me agarro a minha irmã com tanta força, que começo a tremer. Ter um rosto familiar e confiável, me traz um pouco de paz e conforto. Deixo minhas lágrimas caírem livremente e um soluço sofrido sai do meu peito. Ela me aperta de volta, e sem dizer nada, ela espera eu derramar toda a dor, angústia e alegria que sinto em ter ela comigo. Quando finalmente me sinto mais leve, nos separamos e como sempre, ela dá um sorriso enorme, para dissipar essa tristeza, mesmo tendo chorado comigo. — Sabe do que precisamos? – Ela pergunta me levando para dentro da bela casa. — Do quê? – Pergunto realmente sem saber. — De um Martini duplo com 2 azeitonas! — Mas é quarta-feira, 11 horas da manhã… — Nem começa com essa caretice, acredito que você precisa disso e nem me falou nada ainda. Mas suspeito que largou aquele demônio. Fico sem graça de levar bronca da minha irmã mais nova, mais precisamente 5 anos mais nova que eu. Então só concordo com um aceno e deixo ela me dá a dose de coragem. Brindamos antes de dar o primeiro gole na bebida, que para mim é muito forte. Então ela me olha de cima abaixo e fala: — Você está péssima, não parece aquela dondoca bem vestida que vi um ano atrás. “Já faz tanto tempo?” — Estou bem agora, mas eu preciso de um lugar para ficar, será que eu posso ficar com você alguns dias? — Você sabe muito bem que pode ficar comigo o tempo que quiser, mas não vou fingir que não percebi seus hematomas. Agora quando estiver pronta, me conta o que aconteceu? — Sim, eu vou te contar tudo, mas deixa eu ficar feliz por ter finalmente te encontrado! — Está bem! Mas onde estão suas malas? — Sem malas! Sou só eu, essa bolsa e o resto da minha dignidade. — Mônica, não vou esperar ficar pronta para falar, eu quero saber agora! Você faz malas para um dia fora, e me preocupa você estar vestida assim e machucada. – Ela fala puxando meu decote do vestido, vendo o curativo. Sua cara está séria e preocupada, e não teria escolha senão falar tudo, exatamente tudo. E com muita coragem eu começo a contar tudo a ela. Desde o começo.Mônica Tem 1 mês que moro com Lucy, sem exagero nenhum, ela faz festas na sua casa pelo menos 3 vezes por semana, eu nunca participei de nenhuma, não estou me sentindo confortável para isso, mesmo ela insistindo muito. Na verdade nem sai de casa ainda e as roupas que tenho, foi ela quem comprou para mim. É temporada de férias e ela tem muitos amigos da indústria da moda, e mora com mais duas amigas, que estão viajando. Ela é modelo e atriz, não uma atriz famosa, porém fez pontas em filmes importantes, mas nunca como protagonista. Seu sonho sempre foi ser famosa, e a cada dia que passa ela consegue avançar um passo. Ser modelo foi uma novidade para mim, e está entre as 100 melhores dos Estados Unidos. Como eu perdi tudo isso? A resposta é: Eu estava cuidando tanto de Ronald que o resto do mundo estava abstrato. Eu sabia que ela modelava para alguns catálogos de roupas, mas não havia presenciado sua ascensão no mundo da moda. Desfilando e posando para grandes marcas. Em menos de um
Mônica — Vem Mônica, senta aqui conosco! Pessoal, essa é a minha belíssima irmã mais velha. Cumprimento timidamente a todos, e me sento ao lado de Lucy, com o rosto queimando por conta do loiro bonito, que não para de me olhar. Lucy percebendo fala chamando a atenção dele, fazendo com que todos me olhe e me queimo de vez. — Jason, para de encarar a minha irmã, ela não é para seu bico! — Como eu vou parar de olhar para ela? Mônica é simplesmente a coisa mais linda que já vi! E porque ela não é para o meu bico? – Ele pergunta com a sobrancelha loira franzida. — Porque você é cafajeste! – Lucy fala sem rodeios. “Eu sabia!” Ele coloca a mão no peito se fazendo de ofendido, e acho graça. — Calma pessoal, eu estou bem aqui! E Jason, me sinto lisonjeada, mas não é para tanto. — O que? Como não? Ele se levanta do seu lugar e empurra Lucy para dar espaço e se senta bem colado a mim, o pessoal começa a brincar com o momento, tentando zoar com Jason. Ele passa o braço em meu omb
Mônica Ele está vindo… aí meu pai, ele está se aproximando. Será que vai reclamar que tirei foto, me ameaçar e me processar? — Para onde vai? Lucy pergunta, e nem percebi que estava andando de costas, então me viro e saio rapidamente da sala, procurando um banheiro. Entro no lavabo, dando graças por estar vazio. Me olho no espelho e nem posso jogar água no rosto, sem borrar toda a minha maquiagem impecável. — Como eu não deduzi que ele seria amigo de Lucy? Todos os seus amigos são jovens e bonitos, modelos e bonitos e jovens… eu já disse isso! — Mônica, você está bem? – Lucy pergunta, eu não posso ficar aqui a vida toda. — Sim, já estou saindo! Saio do lavabo tentando não parecer tão culpada. Ela me olha preocupada e a acalmei. — Estou bem maninha, eu vou pegar algo para beber! — Vai lá, já me encontro com você!! Andando pelo mar de pessoas, que se divertem ao som da música incessante. Abro a geladeira e tem muitas cervejas e energéticos e umas bebidas coloridas q
Mônica Ouço seu corpo movimentar com o farfalhar das roupas, mas não ouso abrir os olhos. Ele pega as minhas duas mãos e coloca na sua pele, quente, macia e firme. Ele guia elas num passeio excitante pelo seu tórax, barriga e peitoral liso e sem pêlos, sinto seus mamilos pequenos e durinhos, me fazendo sentir coisas que nunca senti antes. — Pense na minha imagem impressa, e pode explorar à vontade, assim como imaginou enquanto tentava descobrir qual era a textura da minha pele. Mas com a vantagem de sentir de verdade como realmente é! Assim eu faço, imagino aquela visão dele suado e molhado, e a partir daí, veio outras curiosidades, dentre elas, seu cheiro; e como se ele adivinhasse, se aproxima mais, e sinto seu aroma de perfume importado. Ele encosta levemente seus lábios no meu, e desliza a ponta do nariz no meu, então inesperadamente ele me beija; não um beijo calmo, mas um beijo com desejo, forte e quente. Eu fico sem ar, minhas pernas fraquejam e não penso em mais nada, a
Mônica Acordo com uma baita dor de cabeça. Eu não consigo sentir meu corpo normal, pois ele está leve e pesado ao mesmo tempo. Luto para abrir os olhos e só sei gemer de dor, tanto na cabeça, estômago e pernas… porque minhas pernas doem? Tento me mover e coloco a mão nos meus olhos, para abrir devagar e não sentir toda a claridade de uma vez. Mas meu travesseiro está estranho, porque ele se move para cima e para baixo… “Não, não, não… eu dormi com alguém?” Num modo desesperado, para saber quem é, baixo minha mão com força desmedida e sem querer eu acerto seu amiguinho, ele grunhiu de dor e levantando seu tronco ele bate a cabeça na minha. Nós dois gememos de dor e ele está curvado segurando suas partes íntimas. E nem tenho noção de quão forte o acertei. Reparo bem ele e vejo ser Morgan, mas a pergunta é, o que ele está fazendo no meu quarto e na minha cama e só de cueca?— Ai. Meu. Pai… você… – Tanto perguntar e não sei se quero saber a resposta.— Pörra, está doendo pra cäcete…
Mônica Ouço as vozes eufóricas e alegres das minhas amigas falando sobre suas experiências sexuais, numa cafeteria de luxo, no centro de Mississippi. Cada uma tem uma história para contar, uma mais louca que a outra, de suas experiências sexuais passadas, loucuras de adolescentes e loucuras atuais. Meu rosto queimou de vergonha por não saber metade de tudo que elas falam. Então tomei meu chá gelado e só sorrio e aceno, tentando não parecer deslocada.— Hoje eu fiz uma DP, estou viciada nisso, agora eu e meu marido não vivemos mais sem nossos brinquedinhos. – Uma delas fala sem vergonha alguma.“ O que é DP?” Penso comigo mesma.— Eu comprei um sugador de clitóris e agora estou viciada, porque meu namorado não sabe fazer oral direito. – Outra mulher comenta.“ Sugador de clitóris? Como isso funciona?”— No meu caso, eu gosto de anal, e não preciso desses brinquedos de borracha, só o pau do meu homem já basta hahaha! – Lana se gaba.— Eu sou mais tranquila, mas tenho um fraco por enf
Mônica — Ronald, eu posso explicar! Ele sai de dentro e de cima de mim, me fazendo sentir suja e envergonhada. Mas ao mesmo tempo confusa sobre como ele sabe disso. — Quero que explique mesmo! — Eu estava curiosa, porque ouvi uma conversa sobre esse tipo de coisa com as meninas… eu só queria saber como era! — Acho que essas mulheres que você chama de amigas, não estão sendo uma boa influência para você, deveria parar de ver elas. — Como você sabe sobre o que eu pesquisei? Isso é invasão de privacidade! — Somos casados, não tem essa de invasão de privacidade! E não queira se comparar com essas mulheres. Você é a minha esposa, e é de respeito, esse tipo de foda, só se faz com vagabundas na rua, e você não é uma delas. — Eu só queria fazer algo diferente Ronald, achei que gostaria disso! — Eu estou muito bem como estamos, e espero que também esteja, porque não vou mudar o jeito que transamos. Já falei que é minha esposa, e não uma prostituta! Assim ele se levanta da cama
Mônica Chegando em casa, depois de uma viagem silenciosa no carro, Ronald tira seu terno e joga no sofá de maneira ríspida. Ele me pega pelo braço e sinto seus dedos afundar na minha carne.— Mas que diabos está fazendo? – Pergunto assustada.— O QUE VOCÊ ESTÁ TENTANDO PROVAR? FALANDO POR QUASE UMA HORA COM UM HOMEM, FEITO UMA VAGABUNDA!!— Ronald ele é…— NÃO ME INTERESSA O QUE ELE É, EU SÓ FIQUEI COM CARA DE IDIOTA NA FRENTE DOS MEUS AMIGOS, FAZENDO PIADA COMIGO, PORQUE NÃO CONSIGO NEM CUIDAR DA MINHA MULHER. Ele grita a plenos pulmões com ciúmes de um homem gay, eu me assusto com sua maneira grosseira e assustadora de falar. — Você está louco, ele é gay, pensei que soubesse disso! E não grite comigo assim, eu exijo respeito, Ronald!— Primeiro, não me espera para jantar, segundo, procura pornografia de vadia na internet e terceiro, me desrespeita na frente de todos. O que vem a seguir?— Quer saber, Ronald! Quando estiver mais calmo, eu volto a falar com você. Eu não vou discut