Capítulo 7

Mônica

— Vem Mônica, senta aqui conosco! Pessoal, essa é a minha belíssima irmã mais velha.

Cumprimento timidamente a todos, e me sento ao lado de Lucy, com o rosto queimando por conta do loiro bonito, que não para de me olhar. Lucy percebendo fala chamando a atenção dele, fazendo com que todos me olhe e me queimo de vez.

— Jason, para de encarar a minha irmã, ela não é para seu bico!

— Como eu vou parar de olhar para ela? Mônica é simplesmente a coisa mais linda que já vi! E porque ela não é para o meu bico? – Ele pergunta com a sobrancelha loira franzida.

— Porque você é cafajeste! – Lucy fala sem rodeios.

“Eu sabia!”

Ele coloca a mão no peito se fazendo de ofendido, e acho graça.

— Calma pessoal, eu estou bem aqui! E Jason, me sinto lisonjeada, mas não é para tanto.

— O que? Como não?

Ele se levanta do seu lugar e empurra Lucy para dar espaço e se senta bem colado a mim, o pessoal começa a brincar com o momento, tentando zoar com Jason. Ele passa o braço em meu ombro, e sinto seu cheiro gostoso, e vendo ele bem de perto, constatei que ele é praticamente perfeito.

— Se eu digo que você é a mulher mais linda que já vi na vida, quero que acredite em mim! – Ele engrossa a voz para falar a última frase e fico sem saber como agir.

— Mas uma vez, obrigada! – Falo tirando seu braço do meu ombro.

Aí sim, a galera começa a vaiar Jason, e dou risada. A noite foi tranquila, porém Jason não saiu do meu lado, gostei do clima leve e descontraído que desenrolou a noite, Jason pode até ser um cafajeste, mas um cafajeste muito divertido e atraente.

[...]

Uma semana se passou, e consegui comprar a máquina de costura; minha irmã deixou eu montar um ateliê improvisado no seu escritório que ela nem usa, e sou grata por isso. Abro a pasta de esboços, para escolher qual modelo vou fazer primeiro, e decidi fazer a primeira peça para a minha irmã. Dentro da pasta está o papel que imprimi a imagem do vizinho, todos os dias eu olho para ela, toco na imagem do seu braço, imaginando a textura da sua pele. Não sei porque essa fixação, mas não tenho como controlar esse pensamento. Pelo menos estou me distraindo dos dias terríveis que passei com Ronald. Não sinto falta dele, e estou amando esse tempo para mim, até porque passei tanto tempo enganada, achando que vivia com um verdadeiro cavalheiro, iludida que era amada e cuidada por ele, e só agora percebi que tudo não passava de um controle que ele tinha sobre mim. Tenho pesadelos todas as noites sem exceção, sonho com Ronald entrando no meu quarto e me arrastando para fora.

Eu nunca vou entender o porquê ele me escolheu, porque não podia me amar e desejar como um marido deve amar uma mulher. Espero que logo eu possa perder o medo de sair de casa, sem imaginar que Ronald estará me procurando, porque acredito que ele não vai deixar isso pra lá.

— Oi, vai ficar trancada aqui o tempo todo?

Minha irmã entra no escritório e percebo que ainda estou com a “foto” do vizinho nas mãos, então guardo na pasta rapidamente.

— Lucy, quando chegou?

— Tem alguns minutos! O que está escondendo aí?

— Ah, é um esboço que fiz depois eu te mostro, quando tiver terminado. – Minto.

— Ok, agora vamos nos arrumar, porque encerramos mais um projeto incrível, e desta vez você não vai ficar no quarto.

— Lucy, eu não vou participar da festa, sabe que eu não tenho nada a ver com o seu estilo.

— Você precisa ver gente, conversar, beber… – Ela suspira e me olha com uma carinha de cachorrinho. – Fica somente uma hora, e se não gostar ou se sentir desconfortável, aí pode subir para a torre novamente.

Penso por alguns segundos, e ela está fazendo tanto por mim, e preciso fazer algo que a faça feliz também.

— Ok, mas não vou forçar a barra! É que eu não entendo metade das coisas que seus amigos falam!

— Mente aberta, Mônica, só dê uma chance a eles, você vai se enturmar rapidinho.

— Ok, eu ia fazer o jantar, e parece que não vai mais precisar, não é?

— Não mesmo, agora vai se arrumar, que daqui a 2 horas a casa estará lotada.

— O que vamos fazer para comer? Vocês só bebem?

— Claro que não, os rapazes irão usar a churrasqueira, mas aí é com eles.

— Está bem! – Falo me levantando da cadeira, e indo para meu quarto.

— Se anima, maninha! Jason estará aqui também!

— E o que isso tem haver?

— Você poderia, sei lá, dar uns pegas nele. Convenhamos que ele é muito gostoso, não dá para desperdiçar.

— Eu não vou dar uns pegas em ninguém, eu sou casada ainda.

— Só no papel, e você precisa esquecer Ronald, ele não merece que você faça castidade. Ele é um cretino de marca maior, além do mais, ele te traiu, então não deveria se sentir culpada.

— Quantos anos ele tem, 24 anos? Eu não vou ficar com um rapaz mais novo que eu.

— Nossa Mônica, que ultrapassado isso! Eu namorei com um homem 8 anos mais novo que eu, e garanto que é muito bom. Ensinei uns truques para ele! – Ela fala orgulhosa.

— Eu vou para a festa, mas nada de dar uma de cupido!

— Ok, ok!

[...]

A música está no último volume lá embaixo, e fico aqui, postergando a hora de descer e socializar. Realmente não queria participar e me sentir um peixe fora d'água. Mas farei isso por Lucy.

Me olho no espelho, e aliso o vestido vermelho que Lucy me emprestou. Nós temos o mesmo corpo, e sempre me cuidei muito, além da nossa genética ser boa.

Desço degrau por degrau observando a quantidade de pessoas que ali estavam, alguns rostos familiares mas não íntimos, Jason me vê e imediatamente pega minha mão, para “ajudar” a descer os degraus. Ele todo galante, beija a minha mão e tenta abraçar a minha cintura, mas o afasto de maneira sutil.

— Calma gata, só ia te conduzir pela casa, te apresentar umas pessoas e… não posso deixar de dizer, que está deslumbrante!

— Obrigada Jason!

Agradeço para eu não fazer papel de chata, mas ele é muito novo para mim, vou achar um momento para dizer a ele, que não vale a pena fazer tanto esforço assim.

Jason é muito bonito, bem alto, com um sorriso encantador, mas não consigo imaginar nada entre nós, mesmo que aquela parte de mim tenha muita curiosidade. Mas para mim, a idade pesa.

Jason me apresenta a algumas pessoas, e uma garota em específico não foi tão educada quanto os outros, mas é uma criança, não farei disso um caso. Ele me dá uma bebida que não sei o que é, mas como eu estou mesmo inclinada a tentar me divertir, acabo tomando a bebida doce e alcoólica.

— Maninha, quero te apresentar algumas pessoas! – Minha irmã vem até mim toda animada.

— Eu já conheci tantas pessoas, Jason foi um cavalheiro em me acompanhar, agora só vou pegar outra bebida dessa, que por sinal eu amei, e dar uma pausa.

— Jason, um cavalheiro? Eu heim, nem parece que estamos falando da mesma pessoa.

— Eu estou ouvindo! – Jason fala levantando a mão.

— Eu sei, idiota, era para ouvir mesmo! Agora para de dar essa bebida para a minha irmã, que ela não é acostumada com esse tipo de bebida.

— Calma Lucy, essa bebida é docinha e fraquinha!

— Essas são as piores mana!

— Então me de uma que não vai me deixar bêbada!

— Então vamos pegar algo mais apropriado para você, que só toma vinho branco.

— Com licença, Jason, vou seguir a mestre em bebidas.

— Vai lá gata! – Antes que eu reaja, ele me dá um beijo na bochecha, muito próximo a boca, me deixando em choque.

Ele pisca para mim e sai andando, indo na direção de um grupo de pessoas, mas alguém nesse grupo me chama a atenção.

O rapaz da foto, o vizinho, com o braço em volta da cintura de uma bela loira… ele está aqui, bem na minha frente, na casa da minha irmã…

Ele me olha sem esboçar nenhuma reação, mas eu travo e meu instinto é me esconder, mas ele já me viu, e está vindo na nossa direção.

“ E agora?”

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