Henrique
ANTES eu terei você. Que mulher é essa? Nunca conheci uma que fosse tão direta e determinada assim. Seus olhos brilham de desejo, e através deles, noto que os meus não estão diferentes. Não me recordo de já ter me sentido tão atraído por alguém...
Uma parte de mim quer estar de joelhos diante dela e saborear cada parte do seu corpo. Mas uma outra grita que me envolver com essa mulher é um caminho quase sem volta. Além disso, eu não posso me esquecer de Cristina. Não seria justo com ela. O problema é que meu pau não está obedecendo à minha cabeça no momento.— Camila Monteiro — se apresenta estendendo a mão para mim —, mas isso você já deve saber — infere com um sorriso malicioso nos lábios.
— Henrique Veiga — digo apertando sua mão. Uma onda de calor percorre todo o meu corpo com o simples contato de nossas peles. A tensão sexual entre nós é palpável.
— Está sentindo também? — pergunta com seus olhos vidrados nos meus. — Nenhum homem me despertou antes tanto tesão. Eu preciso de você dentro de mim, Henrique. Agora.
— Eu sinto... Mas não posso — digo com minha voz quase falhando ao afastar minha mão da sua.
— Não pode — questiona estendendo sua outra mão, roçando seus dedos em minha boca — ou não quer?
— Não posso — respondo firme.
— Por quê? — indaga com certa irritação na voz. Respondo-a erguendo minha mão esquerda ao alcance dos seus olhos. Camila avalia meu anel por um tempo sem dizer uma única palavra. — Um homem fiel — ironiza passando seus olhos por todo o meu corpo. — Uma espécie quase em extinção — fala num sorriso debochado. — Mas a julgar por isto aqui — Olha fixamente para minha ereção, que se faz presente entre nós — eu posso jurar que sua vida de casado não é das melhores. Há quanto tempo você não faz um sexo gostoso? — interpela dirigindo seus olhos para os meus.
— Nunca fiz — As palavras saem da minha boca sem antes serem filtradas pelo meu cérebro.
— Isso chega a ser um pecado. Um homem tão bonito como você deveria ser chupado todos os dias. Dança comigo? — pede entrelaçando nossas mãos. — E antes que você diga que não pode, saiba que se recusar não me terá nunca mais. Não sou mulher de viver a mercê de homem nenhum — Antes que os meus pensamentos comecem a se dispersar, eu envolvo os meus braços ao corpo de Camila, trazendo-a para mim. Ela libera um gemido, que reverbera por todo o meu corpo, me fazendo perder a pouca sanidade que ainda tinha.
Adentramos ao mar de corpos que dança na pista ao som de uma batida de reggaeton, que é um verdadeiro convite ao sexo. Camila rebola no ritmo da música, atraindo vários olhares para nós dois. Vira-se de costas para mim e começa a roçar sua bunda descaradamente em meu pau, que já está doendo de tão excitado que estou. Desço e subo minhas mãos por seu corpo, não mais me importando com todos que estão ao nosso redor e com a vida que tenho fora deste lugar. Tomo meu caminho por seu pescoço, mordendo levemente sua orelha esquerda. Ela solta um gemido abafado e volta a ficar de frente para mim. — Chega de joguinhos, Henrique — pede espalmando suas mãos em meu peitoral. — Eu quero você, e eu sei que você também me quer, eu sinto — afirma ao se roçar novamente em meu pau.— Foda-se — falo para mim mesmo antes de tomar seus lábios em um beijo necessitado, com nossas línguas explorando cada centímetro das bocas um do outro. Camila mordisca e suga meu lábio inferior, absorvendo os gemidos que deixo escapar involuntariamente.
— Você quer ou ainda não pode? — pergunta quando nos afastamos sem fôlego.
— Onde fica o quarto mais próximo? — retruco passando minha língua em seu pescoço.
— Se você não parar de fazer isso... — sussurra ofegante —, eu vou te chupar aqui mesmo.
Camila me leva até um quarto que diz ser usado somente por ela, localizado no último andar da Casa. Ela introduz sua mão esquerda dentro do decote, e percebo que o colar em seu pescoço é, na verdade, o que resguarda uma chave prateada. A chave do seu quarto. Ela destranca a porta e dá espaço para que eu entre. As luzes se acendem assim que adentro ao cômodo. Ele, assim como a Casa, possui decoração em estilo clássico, excetuando apenas que o mesmo contém algumas fotos de Camila sobre uma das mesas e dois quadros impressionistas na parede frontal. Além de uma abertura circular envidraçada no teto na mesma direção em que a cama de casal está posicionada, dando-nos um vislumbre da noite escura. — Gostou? — pergunta após trancar a porta.— Sim, é muito bonito.
— Ótimo. Mas não te trouxe aqui para apreciar a decoração do quarto — retorque ao passar por mim e sentar-se na cama. — Agora tire a roupa — Acato seu pedido e começo a despir-me lentamente. Primeiro os sapatos, depois meu terno e calça, mantendo somente minha boxer preta.
Camila analisa todo o meu corpo e morde os lábios sensualmente, parecendo gostar do que vê. Fazer musculação algumas vezes por semana, durante os últimos dois anos, tinha dado forma ao meu corpo, antes, franzino. — Eu quero que tire tudo — enfatiza olhando fixamente para minha boxer. Eu a deslizo para baixo num só movimento. Os olhos de Camila brilham em excitação e prazer. Ela retira seus sapatos e vem caminhando lentamente até mim. — Você literalmente é um pecado, Henrique. Posso gozar só de olhar pra você — Ela fica de joelhos e passa sua língua lentamente em meu abdômen. Libero um gemido rouco ao sentir seu hálito quente.— O que você vai... — Ela abocanha meu pau e o chupa com gosto antes que eu possa terminar a pergunta. Chupa, lambe e suga-me num ritmo louco. Desce sua mão até as minhas bolas, apertando-as delicadamente. Solto um grunhido animalesco com a aproximação do orgasmo que se constrói em mim. Nunca pensei que ser chupado pudesse ser tão bom. — Se você não parar agora, eu vou... — Ela chupa com ainda mais força, levando-me mais fundo. Jogo minha cabeça para trás e grunho alto quando o orgasmo me domina. Esporro em jorros espessos em sua boca e fico ainda mais louco ao observar Camila engolir toda a minha porra com prazer. Ela suga tudo de mim, até a última gota, sem engasgar. — Isso foi… — consigo dizer quando minha respiração começa a voltar ao seu ritmo normal, minhas pernas ainda trêmulas.
— Gostoso — diz ela terminando a frase. — Muito gostoso. Você tem um gosto tão bom — elucida ficando de pé. — Sente como você é gostoso — Ela captura os meus lábios num beijo intenso, me permitindo sentir a combinação do seu gosto doce com o meu, levemente salgado. — Viu?
— Sim, muito bom — respondo.
— Eu quero que você goze dentro de mim — sussurra com seus lábios ainda encostados aos meus. Ela nota minha expressão tensa e se apressa em dizer: — Não se preocupe, eu tomo injeções trimestrais. Não costumo fazer isso, mas você é uma tentação. Quero que você me encha de porra — Trago-a novamente para mais perto de mim e a beijo com ardor. Ela geme em minha boca, puxa meu cabelo e faz com que eu libere um gemido também. — Agora — diz enquanto me beija — quero que você me foda. Me foda com vontade.
— Não precisa pedir de novo — aviso deslizando as alças do seu vestido para baixo. Ela dá um passo para trás, saindo da peça, dando-me o vislumbre do seu corpo magnífico. Ajoelho-me diante dela e retiro sua calcinha vermelha, tendo a visão gloriosa do seu sexo. Ponho sua coxa direita sobre o meu ombro, sustentando-a com meu braço em seus quadris, e Camila ofega quando deposito um beijo casto em sua boceta. Nunca toquei minha esposa desse modo. Mas Camila desperta em mim desejos que jamais sentira antes. Adentro minha língua em seus grandes lábios e chego no que acredito ser o seu clitóris. Circulo minha língua no seu ponto sensível e sugo sua umidade. Ela libera gemidos roucos e choraminga baixinho. Puxa com força meu cabelo quando a penetro com minha língua, entrando e saindo, fazendo meu ritmo dentro dela. Seu corpo vibra e ela se desfaz em um orgasmo intenso, choramingando o meu nome e perdendo totalmente a força em suas pernas. Sustento todo o peso do seu corpo e a mantenho no lugar, sugando toda a sua excitação. Desço sua perna que estava em meu ombro para baixo e ergo-me, pegando-a em meus braços. Em seguida, deito-a sobre a cama. Sua respiração ainda está desestabilizada e eu a beijo suavemente, permitindo que ela também sinta a combinação de nossos gostos. — Muito, muito gostoso — digo quando me afasto.
— Sim — confirma com um sorriso atrevido nos lábios. — Para um puritano, você faz um oral como ninguém.
— Você desperta isso em mim — digo chupando seu seio esquerdo. Ela choraminga mais uma vez e volta a puxar o meu cabelo.
— Sorte a minha — fala me dando um largo sorriso, envolvendo suas pernas em meu corpo.
— Nem precisa pedir — digo penetrando-a com uma estocada precisa. Ele geme alto e traz seus quadris para me receber todo dentro dela. Ponho minhas mãos em sua bunda e a trago ainda mais para mim, começando a me movimentar num ritmo intenso.
— Isso... — balbucia entre gemidos, apertando o meu pau com a sua boceta. — Me fode com vontade — Acelero meus movimentos, sentindo-a me apertar ainda mais. Com mais algumas investidas, Camila atinge o seu ápice, e seus gritos são o que eu preciso para gozar mais uma vez dentro dela. Desabo sobre ela, sustentando meu peso com a mão. O suor dos nossos corpos se misturando.
— Eu estou perdido com você — digo alguns minutos mais tarde. Seu corpo encaixado no meu. Ela sorri e beija meus lábios delicadamente.
— Como já disse uma poetisa que gosto muito: — elucida mordendo o meu queixo. — "É muito melhor perder-se."
HenriqueCHEGO em casa já passando da meia-noite com meus pensamentos completamente voltados para Camila. Aquela mulher fez coisas comigo que nunca pensei que pudessem ser feitas tão descaradamente e sem o menor pudor. E me fez fazer com ela coisas que eu nunca tinha feito com a minha esposa quando ainda transávamos.— Henrique, você chegou — fala Cristina para mim com sua voz grogue de sono quando adentro ao quarto.— Desculpe, não queria te acordar — respondo tentando não estabelecer um contato visual com ela.— Onde você estava? Você não costuma chegar tão tarde.— Saí com Marcone para um bar depois do trabalho — respondo ao entrar no banheiro. Tiro minhas roupas e ligo o chuveiro, permitindo que a água quente lave do meu corpo o cheiro inebriante de sexo e Camila.— Você não costuma beber — elucida Cristina, detendo-se na porta aberta do banheiro. Posso ver o desejo em seu olhar ao vislumbrar o meu corpo nu. Mas ela jamais di
CamilaA claridade que invade o quarto através da abertura circular envidraçada no teto incomoda os meus olhos. Abro-os preguiçosamente, acompanhados por um sorriso bobo. Involuntariamente, minha mão alcança o travesseiro ao lado, mas eu sei que ele não está aqui.Eu estava quase adormecendo quando vi Henrique ir embora, deixando um beijo carinhoso em meu rosto antes de sair. Seu cheiro amadeirado domina minha pele, e é quase como se eu ainda pudesse senti-lo entre minhas pernas.Meu celular toca mais uma vez ao som do alarme e eu o desativo. Todas as quartas-feiras, eu e minha mãe tomamos café da manhã numa padaria que fica bem próxima à Casa de Prazer. É quase como um ritual nosso.Levanto da cama e conduzo os meus passos para o banheiro, faço minha higiene pessoal e finalizo meus cachos com uma fitagem rápida. No closet, escolho uma combinação de lingerie e saltos pretos, saia lápis marrom e blusa verde esmeralda. Arrumo-me o mais rápido que posso, e antes de
HenriqueO clima fresco e agradável juntamente com a iluminação natural do fim de tarde fornecem ao evento do orfanato um clima acolhedor. Algumas pessoas circulam em torno do jardim, mas a maioria encontra-se sentada às mesas com tendas ornamentadas.Cristina observa as crianças que brincam e correm ao redor com brilho nos olhos. Eu quase posso ler seus pensamentos. Ela vê essas crianças e imagina que o filho que perdemos estaria agora com esta idade e poderia estar brincando com essas outras crianças. Sem pensar, pego sua mão e a aperto. Ela volta seu olhar para mim e me dá um sorriso triste, acompanhado por uma lágrima solitária que escorre pelo seu rosto.— Se quiser, podemos ir embora — ofereço.— Não, eu estou bem — responde rapidamente, erguendo sua outra mão para secar a lágrima do rosto. Ela volta a se concentrar nas crianças e eu libero minha mão da sua.Eu não sinto falta de ter uma criança em casa, nem fico com este olhar amoroso de Cristina
CamilaA esposa de Henrique direciona seu olhar para nós com uma expressão confusa. Percebo que ele está tenso e não sabe o que fazer. Divirto-me internamente com a situação. Ela não pode ser tão idiota. Deve saber reconhecer uma mulher que acabou de ter um orgasmo de contorcer os dedos dos pés. Mas, ainda assim, decido testá-la:— Muito obrigada — agradeço a Henrique. Ele me olha confuso e parece não entender. — Se você não me segurasse, eu teria caído. Acho que minha pressão baixou de repente — continuo dissimuladamente. Henrique parece finalmente entender a minha cena e entra também em ação:— Não precisa agradecer — diz acenando de leve, tirando com relutância sua mão da minha cintura.A esposa dele atenua a expressão. Aparentemente tentando convencer a si mesma de que seja essa a verdade. — Algum problema, Cristina? — pergunta ainda de costas para ela.— Você demorou... — explica hesitante. — Fiquei preocupada.Merda. Ela realment
HenriqueMEUS olhos se mantêm fixos no trânsito à minha frente, e mesmo aos sinais vermelhos, evito fazer qualquer tipo de contato visual com Cristina.Adentro ao condomínio e paro o carro em frente à casa da minha mãe esperando que ela desça, mas ela não desce.— Você não vai descer também, Henrique? — pergunta mamãe. — Por que está com esta cara? Você não disse nada desde que saímos do evento.— Desça logo, mamãe! — peço ríspido.— Isso é jeito de falar comigo? Não foi essa a educação que te dei!— A senhora é a última pessoa que pode falar comigo sobre educação — digo com sarcasmo.— Ora, tudo isso é por causa daquela mulherzinha? — indaga lançando um olhar incrédulo para Cristina. — Ela precisava saber que não era bem-vinda ali.— Cale a boca, mamãe! — grito fazendo ela e Cristina saltarem no banco de trás. — A senhora não poderia ter dito aquelas coisas para Camila! Não pode dizer para
CamilaMEUS olhos se abrem preguiçosamente, tendo como primeira visão do dia o rosto sereno de Henrique, que ainda dorme ao meu lado. Não me recordo de em algum outro momento da minha vida ter acordado com um homem em minha cama. É estranho, e ao mesmo tempo, é muito bom.Deslizo meus dedos por sua barba, com cuidado para não despertá-lo. Algumas mechas onduladas caem sobre os seus olhos e eu as retiro. Ao contemplar sua face, sinto algo dentro de mim florescer. Nós mal nos conhecemos, e no entanto, é como se ele estivesse na minha vida desde o princípio.Um sorriso se desenha em minha face ao me recordar da noite que tivemos juntos. Ele fez exatamente o que disse que faria. Ele me comeu na cama, no banheiro, no chão e nas três mesas do quarto. Beijou-me com delicadeza e brutalidade, me masturbou e me proporcionou vários orgasmos vaginais somente por penetração.Henrique é um deus do sexo no sentido amplo do termo. Quase não deixou que eu o acaricias
HenriqueSÓ Deus sabe o quanto foi difícil para mim ouvir aquelas palavras de Camila. Porém sei que ela está coberta de razão. Não posso dizer que estou me apaixonando por ela e no entanto continuar casado com uma mulher por quem só nutro sentimentos de amizade e cuidado. Por que é tão complicado para mim por um fim a esse casamento? Por que Cristina continua comigo mesmo sabendo que eu não a desejo?Ligo o celular e a tela é tomada por mensagens de Cristina, querendo saber onde passei a noite. A última foi mandada há alguns minutos atrás dizendo que estava indo para a casa da minha mãe. Claro, o almoço de domingo.O sinal volta a abrir e eu me junto aos inúmeros veículos que dominam o tráfego do Jardim Paulistano. Ativo o sistema de voz do carro, sincronizado ao meu celular, e ligo para Marcone. Ele atende ao terceiro toque:— Eu disse a você, meu amigo — começa ele numa voz sonolenta —, você está literalmente de quatro por Camila.— Tod
HenriqueÉ quase cômica a distância que separa a casa da minha mãe da minha. A pé, o percurso não demoraria mais que dez minutos. Mas um leve congestionamento me tomou pouco mais de trinta minutos até chegar ao condomínio em que eu e Cristina moramos. Peguei somente algumas coisas que precisaria pelos próximos dias e saí antes que ela retornasse. Não queria ser confrontado por ela.Ter um escritório na Avenida Brigadeiro Faria Lima sempre foi um símbolo de orgulho para mim e Marcone. Não somente por ser um dos principais centros comerciais e financeiros de São Paulo, mas também por nosso escritório não ser apenas mais um na Avenida.Como era de se esperar, não havia nenhum funcionário além dos seguranças no escritório. Fui para a minha sala e adiantei a leitura de alguns processos e documentos que precisavam da minha assinatura, e depois, passei o resto da tarde em contato com corretores de imóveis. Agora, só me resta rezar para que Camila não imponha nenhum