Paulina estava se arrumando para uma entrevista de emprego, iria concorrer a uma vaga de babá. Babá, ela sorri com essa possibilidade, em nenhum do seus devaneios pensou em tal coisa, mas ali estava elá decidida a conseguir aquela vaga, sabendo ser uma oportunidade única, soube da vaga através de uma amiga, que havia ligado para ela perguntando se conhecia alguém para indicar como babá, visto que, Paulina conhecia muitas pessoas que trabalhavam com crianças. Ao questionar sobre a vaga, viu ali uma oportunidade de por o seu plano em prática e deixar definitivamente Paulina Albuquerque para trás.
Depois de descobrir as informações que queria, não foi dificil enviar um currículo e depois disso, foi só torcer para ser chamada e assim aconteceu. Paulina quase soltou fogos de tão feliz que ficou ao receber uma ligação avisando sobre o dia e o horário da entrevista. Saiu de casa disposta a dar o seu melhor para ser aprovada, apenas não diria a sua qualificação, não queria que alguém a questionasse por querer ser babá. No currículo colocou apenas alguns cursos que lhe ajudaria a ter um diferencial, afinal, cuidar de filhos de pessoas ricas não bastava apenas saber cuidar de criança, tinha que ter algo a mais, disso ela sabia bem. Sua formação podia ser de excelência, mas estava precisando fazer algo que ninguém esperasse que fizesse, e assim faria. Paulina sabia que lidar com crianças era uma ótima terapia, dessa forma ela uniria o útil ao agradável, pois, para ela, lidar com crianças era encontrar a paz. Paulina sorri ao pensar no trabalho que fazia com as crianças como voluntária, era um trabalho prazeroso, o qual lhe enchia de satisfação, mesmo que ao chegar em casa fosse criticada e recrimidada por se dedicar a algo que gostava. Ao chegar no endereço, foi recebida por uma senhora que se apresentou como a avó paterna da criança. Seria ela a escolher a pessoa que cuidaria de sua neta, pois a mãe da criança não tinha experiência suficiente para fazer tal coisa, isso fez Paulina estranhar tal atitude, principalmente ao saber que o filho da tal senhora não vivia maritalmente com a mãe da criança e por não estar ali, era nítido que não havia interesse, por parte dele, de conhecer a pessoa que cuidaria de sua filha. Entre uma fala e outra, Paulina foi capaz de perceber que a situação era delicada, pois, a criança era fruto de um relacionamento às escondidas, e isso iria requerer dela mais que ser babá, uma vez que Eduarda, era uma recém nascida e cresceria em meio a conflitos familiares. — Qual a sua experiência como babá? — Na verdade, eu nunca trabalhei como babá no sentido da palavra, o que eu sempre fiz foi trabalhar como voluntária em orfanatos, mas no momento eu preciso de um emprego. — E você acha mesmo que conseguirá cuidar de uma recém nascida? Como lhe disse antes, eu preciso de alguém com experiência para ajudar a mãe da bebê. Sofia não tem experiência nenhuma, é a primeira filha dela e ela está em pânico, com medo de não conseguir cuidar da própria filha — A senhora solta o ar como se estivesse cansada — Seria ótimo se ela pudesse morar aqui em casa, mas infelizmente o meu filho não permite, e eu não quero problemas com ele. — A senhora não precisa se preocupar, eu tenho bastante experiências com bebês. Tenho pessoas que poderão confirmar o que estou dizendo, é necessário apenas que ligue para os lugares, os quais coloquei como referência, e assim saberá que sei lidar com crianças de todas as idades. — Irei fazer isso. Confesso que gostei da sua postura, gosto de pessoas assim que não recuam diante de um obstáculo — A mulher se põe de pé dando sinal de que a entrevista havia terminado — Se você for a escolhida, entrarei em contato. Paulina agradece e vai embora se sentindo confiante, mesmo ciente de que as referências podiam colocar tudo a perder, já que ela nunca cuidou de nenhum recém nascido sozinha, sempre era na companhia das funcionárias do local, mesmo assim, ela sabia que conseguiria se sair bem. Para a sua surpresa, não demorou para receber uma ligação avisando que havia sido a pessoa escolhida para ser a babá, era necessário apenas que ela levasse os documentos no endereço que lhe foi passado. Ao encerrar a ligação sorriu feliz, por saber que a partir dali teria uma nova vida, livre de pessoas a criticando e tentando moldar o seu comportamento. No dia seguinte, ela precisou se apresentar no endereço onde iria trabalhar e residir, já que precisaria dormir no emprego, quanto a isso não foi problema, já que ela estava hospedada em um hotel. Ao chegar no endereço ficou surpresa, pois apesar da casa ser muito bonita, estava longe de ser do mesmo nível da casa dos avós da criança, mas ao conhecer Sofia, a mãe da criança, descobriu que, o que faltava na casa, sobrava nela no sentido de querer demonstrar ser mais do que era na verdade. — Bom dia senhora. Me chamo... — Já sei, já sei quem você é. A minha sogra me disse que você viria — A maneira arrogante com que Sofia a recebeu a fez pensar se estava fazendo a coisa certa, havia mesmo necessidade de trabalhar como babá? Paulina olha para a bebezinha que dormia no sofá e o seu coração se aquece, sim pelo menos por um tempo ela cuidaria daquele ser inocente.Paulina prefere acreditar que conseguiria lidar com uma patroa problemática. Faria o seu trabalho com perfeição e tentaria ignorar a mulher a sua frente, afinal não pretendia ficar muito tempo ali. — O seu quarto será ao lado do quarto da minha filha, mas isso é apenas para você não dar desculpa de deixa-la chorando, não é para pensar ser importante por estar em um dos quartos de hóspede. Eu não sei cuidar de criança e com você aqui, não há necessidade de eu aprender, afinal de contas estará sendo paga para isso, e acredito que será muito bem paga — Paulina prefere nada dizer, apenas ouviria. Queria saber onde a louca daquela mãe iria chegar — Como babá, usará uniforme e não usará maquiagem, nada de unhas pintadas, e quando Henrique vier aqui, mantenha distância, ele estará sempre aqui para ver a filha, mas quando isso acontecer eu mesma cuidarei de Eduarda, e outra coisa — Sofia a olha de cima a baixo — Mantenha esses cabelos presos e não use essas joias baratas — Sofia fala olhan
Paulina entra em seu novo quarto, não era grande, mas era confortável. Ela abre o armário e lá estavam alguns cabides com roupas rosa, Paulina balança a cabeça em negação, o uniforme não era nada bonito. A última vez que usou uniforme foi quando estava no ensino médio, pensa pegando um uniforme para vestir depois do banho. Antes de entrar no banheiro, ela se olha no espelho. Se acha diferente, mas não se sentia incomodada com isso, pelo contrário, se sentia satisfeita com a imagem que via. Vestia uma calça Jeans, e uma camisa creme com os primeiros botões abertos. Nos pés uma sapatilha confortável. Suas roupas eram comuns mas não foram baratas, poucos saberiam disso, mas seria melhor visitar uma loja de departamento e comprar coisas mais simples para a sua nova vida, pensa decidida. Os seus cabelos estavam soltos e ela sabia que eles eram bonitos e sedosos, e talvez tenha sido isso que desagradou a patroa. Paulina tira o seu cordão barato, como Sofia havia pensado e, o guarda em
Paulina soube exatamente quando a avó de Eduarda foi embora, pois o seu nome nunca foi por tantas vezes gritado. — Toma essa criança, estou morta de cansada, nunca imaginei que um ser tão pequeno desse tanto trabalho — Paulina foi chamada assim que Lurdes vai embora, Sofia parecia não suportar mais se passar por boa mãe. — Recém nascidos não dão trabalho, já que eles geralmente dormem muito e só acordam para mamar. — Se ela chorar dê leite, já mamou muito por hoje — Sofia fala jogando os cabelos para o lado — Você está sendo paga para isso, cuidar dela. Minha sogra disse que você tem experiência, mas se não provar que tem, terei que dizer a ela sobre sua incompetência. — Senhora, a sua bebê ainda é muito pequena, tem apenas poucos dias, por isso o melhor é continuar a alimentando com o leite materno — A vontade que Paulina tinha era dizer: "Então boa sorte, se vira, porque eu estou indo embora" mas se fizesse tal coisa, com certeza sobraria para a coitada da Ivone que teria q
Com a atitude dele, Paulina sente vontade de ri, não havia com o que se preocupar, ninguém a reconheceria vestida com aquele uniforme, com os cabelos presos em um coque e sem nenhuma maquiagem, não podia estar mais diferente do que sempre foi. —Bom dia, senhor — Paulina o cumprimenta para diminuir a tensão.— Bom dia — O homem se aproxima com as mãos no bolso — Me chamo Henrique — Paulina enfim conhece o pai de Eduarda, mas o estranho foi ele não se apresentar como pai.— Quer pegar ela um pouco? — Paulina pergunta, ao ver ele olhando Eduarda sem mais nada dizer, mas a pergunta o faz dar um passo para trás — Eu o ajudo. — Não, não é necessário — Henrique pareceria não saber o que fazer ali, era como se ele estivesse ali apenas por obrigação — Eu preciso ir, mas antes... — Henrique passar as mãos pelos cabelos e vai até o berço vazio e meche em um dos enfeites. Paulina apenas o observa, e sem muito esforço, nota que a alegria estava a quilômetros de distância daquele homem, sua postu
Paulina tinha a curiosidade de saber o que realmente tinha acontecido entre Henrique e Sofia, eles pareciam nem se conhecerem, e ela se pergunta como eles foram parar na cama? As vezes ela ria dos seus próprios pensamentos, ao tentar adivinhas as coisas as quais não lhe dizia respeito. Pela atitude de Henrique não foi dificil deduzir que um dia a situação mudaria, ela até achava que estava demorando, Eduarda já estava com quase cinco anos, e ele ainda se passava por pai dela. Mas um dia as coisas mudaram e o que Sofia menos esperava aconteceu. Ela chegou em casa com muita raiva, gritando com todos que encontrava pela frente e numa explosão de ódio, mandou todos os funcionários irem para as suas casas, até Paulina ela mandou ir, dizendo aos gritos que não precisava dela para cuidar da própria filha, mesmo a contragosto, Paulina pegou a sua bolsa e foi embora, ela aproveitou essa folga para se encontrar com a mãe, já que praticamente ela não tinha tempo livre. — Paulina o que pensa
Enquanto isso, em um lugar muito distante de onde Paulina estava, um homem trabalhava em seu escritório quando alguém entra em sua sala sem bater. — Bom Dia, senhor presidente, me desculpe não ter vindo antes, mas como sabe, a minha vida não é fácil — Uma mulher alta e esguia abraça esse homem por trás, com ele ainda sentado — Parabéns pelo novo cargo, eu sabia que você um dia se sentaria nessa cadeira. — Bom Dia Giulia — Ele se põe de pé aceitando o abraço que a mulher lhe dava — Pensei que ainda estivesse em viagem, só o trabalho que a faz se esquecer de mim — Ele fala rindo — Convencido. Mas não posso negar o que acabou de dizer, e se quer saber, acabei de chegar e quis te fazer uma surpresa, acreditei que estivesse com saudade — Giulia o abraça pelo pescoço — Mas me diz como se sente como presidente de uma empresa? — Como eu sempre me senti em relação ao trabalho, com a diferença de que no meu cargo anterior, o peso da responsabilidade era menor. — Espero que na minha
O jantar com Giulia foi divertido e animado como todas as vezes. A noite estava sendo perfeita, mas Erick precisava ir embora, ele não gostava de passar a noite fora, dizia que o melhor lugar para dormir era em sua confortável cama. — Você com essa mania de ir para casa, parece até que alguém está te esperando. — Eu gosto da minha cama, apenas isso... — Se ela é tão confortável assim, podia me convidar para experimentar — Giulia o provoca — Preciso saber se o que diz é verdade. — Eu preciso ir, já está tarde. — Se Martina não fosse uma senhora, pensaria que são amantes. — Se Martina te ouvisse, iria te expulsar lá de casa. — Você dá muita ousadia para ela, parece até que ela é a dona da casa, ela é apenas uma governanta. — Ela é uma grande amiga — Erick se levanta indo para banheiro, deixando Giulia sozinha na cama. Já era tarde quando ele chega em casa, e Martina já não o esperava como sempre fazia. Ele vai até o seu quarto e depois de trocar de roupa, vestindo
No Brasil Paulina pôde ver Sofia totalmente desequilibrada, por ser obrigada a deixar a casa onde moravam. Paulina tentava evita a todo custo que Eduarda visse as cenas que a mãe fazia, mas era dificil evitar todas, pois Sofia não se importava da filha estar por perto, e costumava bradar que Henrique era o culpado por tudo aquilo que estava lhe acontecendo, e nessa hora as palavras chulas não faltavam. Um dia Sofia gritou com Eduarda, e quando Paulina tentou afastar uma criança assustada de perto da mãe, ouviu dela uma pergunta que lhe cortou o coração. — O papai não gosta mais de mim? — Essa foi a pergunta que Eduarda fez a mãe que sem nenhuma compaixão responde da pior maneira. — Ele nunca gostou de você, garota. Nunca! — Essa foi a resposta que ela ouviu da própria mãe, que parecia não se importar de entristecer a filha. — Mentira! — Criança boba... — Vêm Eduarda, vamos para o seu quarto. — Ela precisa saber a verdade — Sofia se aproxima de Paulina a fuzilado com