Enquanto isso, em um lugar muito distante de onde Paulina estava, um homem trabalhava em seu escritório quando alguém entra em sua sala sem bater.
— Bom Dia, senhor presidente, me desculpe não ter vindo antes, mas como sabe, a minha vida não é fácil — Uma mulher alta e esguia abraça esse homem por trás, com ele ainda sentado — Parabéns pelo novo cargo, eu sabia que você um dia se sentaria nessa cadeira. — Bom Dia Giulia — Ele se põe de pé aceitando o abraço que a mulher lhe dava — Pensei que ainda estivesse em viagem, só o trabalho que a faz se esquecer de mim — Ele fala rindo — Convencido. Mas não posso negar o que acabou de dizer, e se quer saber, acabei de chegar e quis te fazer uma surpresa, acreditei que estivesse com saudade — Giulia o abraça pelo pescoço — Mas me diz como se sente como presidente de uma empresa? — Como eu sempre me senti em relação ao trabalho, com a diferença de que no meu cargo anterior, o peso da responsabilidade era menor. — Espero que na minha ausência não tenha aparecido nenhuma mulher capaz de derreter esse coração de gelo. — Não tenho coração de gelo, apenas acredito que casamento não é para mim, você sabe muito bem disso. — Confesso que a ideia também não me agrada, mas tenho medo de que um dia se case, eu não tenho pretensão de ser amante e, vou te confessar uma coisa, senhor Erick — Giulia corre os dedos por sua nuca, o olhando nos olhos com seus belos olhos cor de mel — Sinto a sua falta quando estou longe. — Giulia, não se iluda comigo, gosto de estar com você, mas nunca te dei esperança de algo mais sério, gosto da minha vida de solteiro e sabe disso. — Não se preocupe, eu não estou te cobrando nada — Giulia sorri – o provocando para um beijo — Eu nem sei porque chegamos a essa conversa, já que eu vim aqui apenas para te parabenizar pela presidência e te convidar para jantar comigo hoje. — Terei imenso prazer em jantar com você... — Ele a beija, acariciando as costas nuas que o decote do vestido revelava. — Preciso ir embora descansar, para a noite eu estar divina — Giulia se afasta, ajeitando o vestido — Eu quis ter vindo para o enterro do senhor Munhoz, mas não foi possível. Imagino o quanto foi difícil para você. — Senhor Munhoz foi como um pai para mim, se não fosse ele eu não teria vindo para a Itália, não teria chegado tão longe com o meu trabalho e muito menos seria presidente de alguma empresa, nunca irei me esquecer do que ele fez por mim. — Não se subestime, você chegou a presidência por competência e não por caridade, senhor Munhoz sabia muito bem o que estava fazendo quando te treinou para assumir a empresa. — As vezes eu me pergunto se eu realmente merecia ter herdado essa empresa. — Erick, você começou essa empresa do zero e em pouco tempo seu talento se destacou entre os profissionais da área e com isso a empresa só cresceu. Senhor Munhoz reconheceu o seu talento e sua dedicação, por isso ele quis investir em você. — Talvez você tenha razão. — Eu sempre tenho razão queridinho, portanto deixe de bobagem e trabalhe para honrar a confiança que lhe foi dada. — É o que tenho procurado fazer — Erick responde rindo — Inclusive, tenho uma reunião daqui a poucos minutos. — Sempre ocupado, isso parece que não vai mudar — Giulia se dirige até a porta — Nos vemos a noite. Erick sorri ao vê-la sair de sua sala o provocando. Giulia era uma companhia agradável, ela era alegre, otimista e foi uma das primeiras pessoas que conheceu na italia quando chegou. Na época ele já estava com quase quarenta anos, mas sua beleza, sempre foi de chamar a atenção, mas diferente do irmão Sebastian, ele não usava a beleza para comquistar mulheres, fossem elas solteiras ou casadas. Giulia era modelo e atriz e vivia viajando, talvez por isso eles conseguissem manter um relacionamento, principalmente por Giulia também não ter intenção de se casar, alegando que a profissão que tinha não lhe permitia se dedicar ao lar. Ela era filha de um dos amigos do senhor Munhoz, o homem que o ajudou a ser quem era. Ainda era capaz de se lembrar com detalhes como foi no início de sua profissão, profissão essa que foi herdada do pai, que lhe ensinou a usar o martelo, o serrote, a lixadeira, entre outras ferramentas que sabia manusear muito bem. Erick havia assumido o cargo de presidente há poucos meses, antes ele trabalhava na oficina como supervisor, mas algumas vezes ele colocava a mão na massa, dizia sentir saudade do trabalho bruto. Quando o senhor Munhoz foi diagnosticado com câncer, ele o chamou para trabalhar junto com ele, o preparando para assumir o seu lugar. Senhor Munhoz não tinha filhos e não havia ninguém para quem deixar os seus bens, por isso sua fortuna foi dividida entre alguns funcionários, e algumas instituições de caridade. Erick herdou a empresa e uma propriedade onde ele residia. Como o senhor Munhoz, Erick também não tinha ninguém próximo, ele tinha apenas um irmão que morava no Brasil, e tinha anos que eles não se falavam. Ao pensar em Sebastian, o único irmão que tinha, Erick sente uma tristeza o invadir, Sebastian nao tinha uma vida muito honesta e ele tinha medo do que podia lhe acontecer, se um dia ele perdesse o irmão ele não teria mais ninguém a quem chamasse de parente.O jantar com Giulia foi divertido e animado como todas as vezes. A noite estava sendo perfeita, mas Erick precisava ir embora, ele não gostava de passar a noite fora, dizia que o melhor lugar para dormir era em sua confortável cama. — Você com essa mania de ir para casa, parece até que alguém está te esperando. — Eu gosto da minha cama, apenas isso... — Se ela é tão confortável assim, podia me convidar para experimentar — Giulia o provoca — Preciso saber se o que diz é verdade. — Eu preciso ir, já está tarde. — Se Martina não fosse uma senhora, pensaria que são amantes. — Se Martina te ouvisse, iria te expulsar lá de casa. — Você dá muita ousadia para ela, parece até que ela é a dona da casa, ela é apenas uma governanta. — Ela é uma grande amiga — Erick se levanta indo para banheiro, deixando Giulia sozinha na cama. Já era tarde quando ele chega em casa, e Martina já não o esperava como sempre fazia. Ele vai até o seu quarto e depois de trocar de roupa, vestindo
No Brasil Paulina pôde ver Sofia totalmente desequilibrada, por ser obrigada a deixar a casa onde moravam. Paulina tentava evita a todo custo que Eduarda visse as cenas que a mãe fazia, mas era dificil evitar todas, pois Sofia não se importava da filha estar por perto, e costumava bradar que Henrique era o culpado por tudo aquilo que estava lhe acontecendo, e nessa hora as palavras chulas não faltavam. Um dia Sofia gritou com Eduarda, e quando Paulina tentou afastar uma criança assustada de perto da mãe, ouviu dela uma pergunta que lhe cortou o coração. — O papai não gosta mais de mim? — Essa foi a pergunta que Eduarda fez a mãe que sem nenhuma compaixão responde da pior maneira. — Ele nunca gostou de você, garota. Nunca! — Essa foi a resposta que ela ouviu da própria mãe, que parecia não se importar de entristecer a filha. — Mentira! — Criança boba... — Vêm Eduarda, vamos para o seu quarto. — Ela precisa saber a verdade — Sofia se aproxima de Paulina a fuzilado com
A calmaria logo foi embora e Paulina entrou em desespero ao ver Sofia entrar no apartamento fora de si, pedindo que Paulina arrumasse as coisas de Eduarda as pressas, alegando que elas precisavam sair dali o mais rápido possível. — O que está acontecendo dona Sofia? — Pergunta preocupada. — Não me faça perguntas, apenas faça o que estou mandando. Pegue apenas o necessário, precisamos sair daqui, o quanto antes. — Mas senhora, para onde vamos? — Paulina percebe que as coisas haviam se agravado e sente medo, não por ela, mas pela sua pequena Eduarda que brincava inocente, alheia ao que estava acontecendo. Sofia deixa cair a gaveta que havia acabado de abrir, causando um barulho alto, mas ela pouco se importa com isso, e olhando para Paulina grita com ódio. — CALA ESSA BOCA, QUE INFERNO!!! QUEM VOCÊ PENSA QUE É PARA ME QUESTIONAR? — Sofia volta a pegar as coisas da filha — SERÁ QUE ESTÁ SURDA, NÃO TEMOS TEMPO A PERDER, ARRUME LOGO AS SUAS COISAS E AS DE EDUARDA. — Mas é que Eduar
As coisas pareciam estar longe de se normalizarem, estando Sandra com elas no hotel, chega também a mãe do filho de Henrique, filho que Paulina nem sabia existir. A mulher era séria e de pouco falar, mas não parecia ser uma má pessoa, e pelo que ouviu da conversa entre ela e Sandra, soube que era a namorada de Henrique na época que ele se envolveu com Sofia. Paulina percebe que a confusão era muito maior do que parecia ser, todos estavam envolvidos como se estivessem em uma teia. Não sabia como as coisas acabariam, mas tudo levava a crer que não seria da melhor forma, e isso deixou Paulina ainda mais aflita, por desconhecer os próximos passos de Sofia e o tal Sebastian que parecia ser quem coordenava toda a situação. Elas ainda estavam na suíte, quando Sofia chega e o clima se torna tenso quando ela vê quem também está ali. Paulina sabendo que as coisas se complicariam, decide levar Eduarda para brincar, e elas passam por Sofia que nem para a filha olha. Quando Paulina volta pa
ALGUNS DIAS ANTES Erick estava em seu escritório lendo alguns relatórios quando o seu telefone toca, era um número desconhecido, mas ao ver a identificação, soube ser uma chamada do Brasil. Ele atende acreditando ser uma ligação do irmão, já que ele era o único que tinha o seu contato. — Alô! — Erick atende dando uma pausa na leitura que fazia mas, ao ouvir o que a pessoa do outro lado diz, ele se recosta na cadeira sem acreditar. — O seu nome era o contato que havia nas coisas do seu irmão, para avisar em caso de emergência. — Como foi que ele morreu? — Erick pergunta ainda em choque. — Ele sofreu um acidente, o carro em que estava bateu de frente com um caminhão... A pessoa continua dando as informações sem Erick interromper, ele custava a acreditar naquela fatalidade. Depois de ouvir todas as informações necessárias, ele se põe de pé, sem querer acreditar no que havia acabado de ouvir. Era triste saber que depois de tantos anos sem ver o irmão, voltaria a vê-lo sem vi
Sofia sempre foi uma mulher bonita e mesmo vestida como estava, as roupas não conseguiam esconder a sua beleza. Apesar de sua bela aparência, Erick conseguiu fugir de seu assédio o quanto pode, mas depois do que havia lhes acontecido, ele prometeu a si mesmo que fugiria ainda mais da aparência do mal, pensava ele ao olhar para ela ali a sua frente. Erick permanece na porta, mas era como se Sofia ainda não acreditasse que ele estivesse ali. — Erick!? O que faz aqui? — Sofia pergunta surpresa, ao vê-lo ali depois de tantos anos. — O apartamento é meu, esqueceu? — Apesar da pergunta, Erick não foi grosseiro. — Não, não esqueci e provavelmente você veio me expulsar — Sofia responde, acreditando ser esse o único motivo que o faria procurar por ela. — Posso entrar? — Sofia se afasta da porta, permitindo que ele entrasse no apartamento — Pensei que fosse ao enterro de Sebastian. — Prefiro ter na memória a imagem dele vivo — Sofia esfrega um dos braços para tentar se aquecer, sabe
Sofia se aproxima ainda mais de Erick, ficando quase colada a ele, ela o olha nos olhos, como se o pedido fosse muito importante para ela. — Eduarda sendo a sua filha ou sobrinha, cuide dela para que ela seja uma pessoa como você ou minha mãe, não a deixe se tornar uma Sofia da vida... — O pedido de Sofia o surpreende, pois, por mais que ela demonstrasse não se importar com a filha, parecia ter algum sentimento por ela. — Não se preocupe, eu cuidarei de Eduarda junto com a sua mãe. — Obrigada — Sofia se afasta e fica olhando o vazio. — Preciso ir agora, você vai ficar bem? — Está tudo bem, sei que ele continuará cuidando de mim, como sempre foi. Erick não concorda com o que Sofia diz, mas Sebastian não estava mais ali, e se ela acreditava no que estava dizendo, ele não tentaria mudar essa convicção, talvez acreditar nisso a fizesse feliz. — Esse apartamento é seu, irei t
Em poucas horas Erick chega ao destino, um bairro simples mas com belas casas. Não demora a encontrar o número e como a casa era com muros alto e portão fechado ele toca a companhia, é Sandra mesmo que lhe atende. — Erick, há quanto tempo — Sandra o cumprimenta com um abraço — Meus sentimentos. — Obrigado Sandra, posso te chamar assim? — É claro, não precisamos de formalidades. Venha, entre! — Ao entrar Erick vê que Sandra morava em uma bela casa, ele fica feliz, por ela ter melhorado de vida — Você não mudou nada, ou melhor, parece estar ainda mais bonito — Sandra fala rindo — Eduarda não está em casa, ela foi visitar uma escola com Paulina. — Paulina? — Erick pergunta por não se lembrar daquele nome. — Paulina é a babá de Eduarda, ela cuida dela desde que nasceu. Elas não devem demorar, foram cedo, mas provavelmente Paulina a levou para brincar em algum lugar, ela adora levar Eduarda para passear. — Na verdade, é