Capítulo 10

A calmaria logo foi embora e Paulina entrou em desespero ao ver Sofia entrar no apartamento fora de si, pedindo que Paulina arrumasse as coisas de Eduarda as pressas, alegando que elas precisavam sair dali o mais rápido possível.

— O que está acontecendo dona Sofia? — Pergunta preocupada.

— Não me faça perguntas, apenas faça o que estou mandando. Pegue apenas o necessário, precisamos sair daqui, o quanto antes.

— Mas senhora, para onde vamos? — Paulina percebe que as coisas haviam se agravado e sente medo, não por ela, mas pela sua pequena Eduarda que brincava inocente, alheia ao que estava acontecendo.

Sofia deixa cair a gaveta que havia acabado de abrir, causando um barulho alto, mas ela pouco se importa com isso, e olhando para Paulina grita com ódio.

— CALA ESSA BOCA, QUE INFERNO!!! QUEM VOCÊ PENSA QUE É PARA ME QUESTIONAR? — Sofia volta a pegar as coisas da filha — SERÁ QUE ESTÁ SURDA, NÃO TEMOS TEMPO A PERDER, ARRUME LOGO AS SUAS COISAS E AS DE EDUARDA.

— Mas é que Eduarda está assustada...

— Ela ficará ainda mais, se você não fizer o que eu estou mandando — Eduarda, que havia se assustado com o barulho da gaveta, ao ver a mãe gritando com Paulina, começa a chorar, mas isso só faz irritar ainda mais Sofia que grita com ela — CALA ESSA BOCA EDUARDA! PARE DE CHORAR, OU VAI CHORAR COM RAZÃO.

Paulina se aproxima da criança e sorri para ela, lhe enxugando as lágrimas, tentando demonstrar que estava tudo bem. Ela tenta acalmá-la e Sofia sai do quarto batendo a porta com raiva.

— Vai ficar tudo bem, meu amorzinho, eu prometo! Eu vou sempre estar com você, não precisa ficar assustada — Eduarda se agarra ao pescoço de Paulina, mas com paciência Paulina a acalma e assim, ela decide juntar apenas o que não podia ficar para tras.

Com as malas prontas, elas saem do apartamento as pressas e Sofia as leva para um hotel. Paulina cada vez entende menos o que está acontecendo, mas ao ouvir que a ordem para elas irem para o hotel partiu de Henrique, ela fica mais despreocupada.

— Não ligue para mim em hipótese alguma, aconteça o que acontecer, não me ligue — Essa foi a ordem de Sofia ao deixá-las no quarto.

Quando Sofia sai, Paulina aproveita para dar um banho em Eduarda e lhe vestir uma roupa bem bonita, ela gostava de estar sempre arrumada, e com laços na cabeça, por isso Paulina faz questão de escolherem juntas o laço que ela usaria, e aproveita para dizer que iriam passear pelo hotel, que era grande e luxuoso.

Paulina entra no banheiro para tomar um banho rápido, deixando Eduarda assistindo TV, e enquanto toma banho ela pensa na situação que estava vivendo. Mais uma vez estava hospedada em um hotel, mas diferente das últimas vezes que esteve em um, ela não estava sozinha, estava com aquela que mudou a sua vida, que a fez deixar definitivamente para trás a sua vida de jovem rica.

As vezes ela até esquecia que não precisava do salário que entrava em sua conta todo mês, já estava tão acostumada a ser tratada como a babá de Eduarda que não conseguia pensar em deixar de ser, o sonho do ter o seu próprio consultório havia ficado para trás, mesmo que ao se candidatar aquele vaga tenha pensado em aproveitar o tempo para se planejar, mas ali estava ela no meio de uma confusão.

Eduarda logo consegue ver o lado bom das coisas, o hotel era excelente e oferecia entretenimento para as crianças e foi isso que ajudou Paulina a distrai-la. Paulina não tinha noção do que estava acontecendo, pensou até mesmo em ligar para Henrique, já que ele sempre demonstrou preocupação com Eduarda, mas mudou de ideia.

A reserva havia sido feita em sem nome, mas não corria o risco de não ter como pagar a estadia, mesmo sendo um hotel caro não havia perigo de não ter como ela mesma pagar, por isso achou melhor esperar os acontecimentos futuros.

Sofia não apareceu e nem mandou noticias, mas para surpresa de Paulina, a mãe de Sofia, bateu à porta do quarto, dizendo que iria requerer a guarda de Eduarda, pois a filha não tinha mais condições de cuidar de uma criança, Paulina quase riu ao ouvir o que a mulher diz, pois Sofia nunca havia cuidado da filha, sempre a ignorou, lhe dando atenção apenas quando era conveniente.

Depois de ouvir o que Sandra lhe conta a respeito da própria filha, acredita que o melhor para Eduarda é ficar com a avó que demonstrava sinceridade em relação a preocupação que tinha com a neta. Com certeza, como avó, faria de tudo para protegê-la, assim como ela havia feito até ali como babá. Paulina pensa que talvez estivesse na hora de voltar a ser quem era, o mais difícil seria esquecer o seu amorzinho, como chamava Eduarda.

Chegou a sentir uma dor no coração, só em pensar na possibilidade de deixar de vê-la. Nunca pensou em se apegar tanto a uma criança, mas sabia ser por ter lidado com ela como uma mãe lida com uma filha. Quando Eduarda a abraçava sabia ser por ela se sentir segura em seus braços, e que mesmo sem entender, Eduarda a via como uma mãe.

Mesmo sem perceber, Paulina sorri, pois tudo o que ela mais queria era que Eduarda fosse a sua filha, a primeira providência seria levá-la para um lugar onde ela pudesse ser apenas criança. Poderiam se vestir iguais e sairem de mãos dadas, poderiam tomar sorvete, e irem ao parque de diversão. Iriam fazer tantas coisas juntas, que Eduarda talvez apagasse da memória os momentos traumáticos que que vivia.

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