No Brasil Paulina pôde ver Sofia totalmente desequilibrada, por ser obrigada a deixar a casa onde moravam. Paulina tentava evita a todo custo que Eduarda visse as cenas que a mãe fazia, mas era dificil evitar todas, pois Sofia não se importava da filha estar por perto, e costumava bradar que Henrique era o culpado por tudo aquilo que estava lhe acontecendo, e nessa hora as palavras chulas não faltavam.
Um dia Sofia gritou com Eduarda, e quando Paulina tentou afastar uma criança assustada de perto da mãe, ouviu dela uma pergunta que lhe cortou o coração. — O papai não gosta mais de mim? — Essa foi a pergunta que Eduarda fez a mãe que sem nenhuma compaixão responde da pior maneira. — Ele nunca gostou de você, garota. Nunca! — Essa foi a resposta que ela ouviu da própria mãe, que parecia não se importar de entristecer a filha. — Mentira! — Criança boba... — Vêm Eduarda, vamos para o seu quarto. — Ela precisa saber a verdade — Sofia se aproxima de Paulina a fuzilado com os olhos — Você as vezes parece esquecer que é apenas a babá de Eduarda e não a mãe, então pare com essa mania de super proteger essa menina, ela já tem idade para saber que se Henrique gostasse um pouquinho dela, ele não nos expulsaria de casa. — Senhora, ela é apenas uma criança. — Não estou te pedindo opinião, saiba que se ele não for pagar o seu salário, terá que trabalhar de graça, aí sim eu quero ver você continuar dando uma de super protetora. Ah! Isso eu quero ver. Paulina prefere não responder, não valeria a pena discutir com alguém que não tinha nenhum senso de responsabilidade, que se quer tinha o cuidado de proteger a filha de traumas futuros. Ela se afasta levando Eduarda em seus braços, prefere fugir a ter que continuar ouvindo absurdos de uma pessoa totalmente descontrolada. Na mesma semana elas se mudaram para o sul, Paulina não sabia o motivo da escolha do lugar, mas havia gostado da decisão pois, sempre gostou do clima mais frio, e na época em que se mudaram era o início da primavera e o clima estava perfeito. Eduarda logo se adaptou a nova residência, elas foram morar em um apartamento, e Eduarda não tinha quintal para brincar e nem piscina, mas Paulina a levava para brincar no playground do prédio e Eduarda se divertia com as outras crianças. Na escola ela também estava se adaptando, e tudo estava muito calmo, mas isso só trazia preocupação para Paulina, por ver que as coisas se acalmaram muito rápido. Um dia elas receberam a visita de Sandra, a mãe de Sofia, que foi conhecer a neta e se emocionou ao vê-la. Paulina nem sabia que Sofia tinha mãe, pois desde que começou a trabalhar na casa nunca ouviu o nome de Sandra, era como se ela não existisse, mas soube o motivo ao ver a simplicidade da mulher. Ao ouvir a discussão entre mãe e filha, soube que Sofia havia ligado para a mãe pedindo ajuda, mas Sandra se negou a entregar a ela as suas economias, ao invés disso pediu para levar Eduarda com ela. Paulina sentiu um aperto no peito, ao pensar na possibilidade de Eduarda ir com a avó. Sabia que talvez fosse o melhor para ela, Sofia nunca foi mãe e nunca seria. Depois que elas se mudaram Sofia passou a ficar ainda mais distante de Eduarda, costumava sair e passar noites fora, sem nunca perguntar se Paulina queria uma noite de folga. Teria chegado o momento de se separar de Eduarda? Se pergunta, mas ao ver a atitude de Sofia de expulsar a própria mãe do apartamento, soube que poucas eram as chances daquela mulher ganhar a guarda da neta. Mas as coisas só se complicavam, e Paulina não sabia quando aquela criança teria paz. Quando o tal Sebastian foi no apartamento, agiu como se estivesse em casa, com total liberdade que lhe foi dada por Sofia, que parecia idolatra-lo. Ele comprimenta Eduarda lhe entregando um urso de pelúcia e uma pulseira de ouro, que foi colocada em seu braço. Eduarda agradece o presente, o chamando de pai, e isso faz o casal feliz e Paulina preocupada, por não conseguir ver em nenhum dos dois algo que transmitisse confiança. Sofia sorri ao ouvir Eduarda chamando aquele homem de pai, e talvez para demostrar estar feliz, ela o abraça e em seguida o beija sem se importar com a presença de Eduarda ali, era como se os dois estivessem sozinhos. Paulina fica sem graça, com a demonstração afetuosa do casal e prefere se retirar, descendo com Eduarda para o playground. Sua atitude agrada a eles e Paulina só volta para o apartamento depois de ter certeza que o mais novo pai de Eduarda havia ido embora. Paulina nunca imaginou acompanhar de perto uma situação como aquela, Eduarda tinha pai e mãe, mas era como se fosse uma criança órfã, ela não recebia carinho e nem atenção, era como se as pessoas se esquecessem que estavam lidando com uma criança. Sabia que não poderia protegê-la para toda a vida e queria muito que um milagre acontecesse na vida daquela criança e ela pudesse ter um lugar para chamar de lar, convivendo com pessoas que a amasse de verdade. Ela olha Eduarda brincando com um sorriso inocente e lhe sorri, recebendo de volta um aceno infantil. Eduarda era uma criança adorável, e como Henrique lhe disse um dia, ela não recebia os pais que tinham, ela merecia pelo menos que o pai fosse diferente, já que a mãe parecia ser um caso perdido.A calmaria logo foi embora e Paulina entrou em desespero ao ver Sofia entrar no apartamento fora de si, pedindo que Paulina arrumasse as coisas de Eduarda as pressas, alegando que elas precisavam sair dali o mais rápido possível. — O que está acontecendo dona Sofia? — Pergunta preocupada. — Não me faça perguntas, apenas faça o que estou mandando. Pegue apenas o necessário, precisamos sair daqui, o quanto antes. — Mas senhora, para onde vamos? — Paulina percebe que as coisas haviam se agravado e sente medo, não por ela, mas pela sua pequena Eduarda que brincava inocente, alheia ao que estava acontecendo. Sofia deixa cair a gaveta que havia acabado de abrir, causando um barulho alto, mas ela pouco se importa com isso, e olhando para Paulina grita com ódio. — CALA ESSA BOCA, QUE INFERNO!!! QUEM VOCÊ PENSA QUE É PARA ME QUESTIONAR? — Sofia volta a pegar as coisas da filha — SERÁ QUE ESTÁ SURDA, NÃO TEMOS TEMPO A PERDER, ARRUME LOGO AS SUAS COISAS E AS DE EDUARDA. — Mas é que Eduar
As coisas pareciam estar longe de se normalizarem, estando Sandra com elas no hotel, chega também a mãe do filho de Henrique, filho que Paulina nem sabia existir. A mulher era séria e de pouco falar, mas não parecia ser uma má pessoa, e pelo que ouviu da conversa entre ela e Sandra, soube que era a namorada de Henrique na época que ele se envolveu com Sofia. Paulina percebe que a confusão era muito maior do que parecia ser, todos estavam envolvidos como se estivessem em uma teia. Não sabia como as coisas acabariam, mas tudo levava a crer que não seria da melhor forma, e isso deixou Paulina ainda mais aflita, por desconhecer os próximos passos de Sofia e o tal Sebastian que parecia ser quem coordenava toda a situação. Elas ainda estavam na suíte, quando Sofia chega e o clima se torna tenso quando ela vê quem também está ali. Paulina sabendo que as coisas se complicariam, decide levar Eduarda para brincar, e elas passam por Sofia que nem para a filha olha. Quando Paulina volta pa
ALGUNS DIAS ANTES Erick estava em seu escritório lendo alguns relatórios quando o seu telefone toca, era um número desconhecido, mas ao ver a identificação, soube ser uma chamada do Brasil. Ele atende acreditando ser uma ligação do irmão, já que ele era o único que tinha o seu contato. — Alô! — Erick atende dando uma pausa na leitura que fazia mas, ao ouvir o que a pessoa do outro lado diz, ele se recosta na cadeira sem acreditar. — O seu nome era o contato que havia nas coisas do seu irmão, para avisar em caso de emergência. — Como foi que ele morreu? — Erick pergunta ainda em choque. — Ele sofreu um acidente, o carro em que estava bateu de frente com um caminhão... A pessoa continua dando as informações sem Erick interromper, ele custava a acreditar naquela fatalidade. Depois de ouvir todas as informações necessárias, ele se põe de pé, sem querer acreditar no que havia acabado de ouvir. Era triste saber que depois de tantos anos sem ver o irmão, voltaria a vê-lo sem vi
Sofia sempre foi uma mulher bonita e mesmo vestida como estava, as roupas não conseguiam esconder a sua beleza. Apesar de sua bela aparência, Erick conseguiu fugir de seu assédio o quanto pode, mas depois do que havia lhes acontecido, ele prometeu a si mesmo que fugiria ainda mais da aparência do mal, pensava ele ao olhar para ela ali a sua frente. Erick permanece na porta, mas era como se Sofia ainda não acreditasse que ele estivesse ali. — Erick!? O que faz aqui? — Sofia pergunta surpresa, ao vê-lo ali depois de tantos anos. — O apartamento é meu, esqueceu? — Apesar da pergunta, Erick não foi grosseiro. — Não, não esqueci e provavelmente você veio me expulsar — Sofia responde, acreditando ser esse o único motivo que o faria procurar por ela. — Posso entrar? — Sofia se afasta da porta, permitindo que ele entrasse no apartamento — Pensei que fosse ao enterro de Sebastian. — Prefiro ter na memória a imagem dele vivo — Sofia esfrega um dos braços para tentar se aquecer, sabe
Sofia se aproxima ainda mais de Erick, ficando quase colada a ele, ela o olha nos olhos, como se o pedido fosse muito importante para ela. — Eduarda sendo a sua filha ou sobrinha, cuide dela para que ela seja uma pessoa como você ou minha mãe, não a deixe se tornar uma Sofia da vida... — O pedido de Sofia o surpreende, pois, por mais que ela demonstrasse não se importar com a filha, parecia ter algum sentimento por ela. — Não se preocupe, eu cuidarei de Eduarda junto com a sua mãe. — Obrigada — Sofia se afasta e fica olhando o vazio. — Preciso ir agora, você vai ficar bem? — Está tudo bem, sei que ele continuará cuidando de mim, como sempre foi. Erick não concorda com o que Sofia diz, mas Sebastian não estava mais ali, e se ela acreditava no que estava dizendo, ele não tentaria mudar essa convicção, talvez acreditar nisso a fizesse feliz. — Esse apartamento é seu, irei t
Em poucas horas Erick chega ao destino, um bairro simples mas com belas casas. Não demora a encontrar o número e como a casa era com muros alto e portão fechado ele toca a companhia, é Sandra mesmo que lhe atende. — Erick, há quanto tempo — Sandra o cumprimenta com um abraço — Meus sentimentos. — Obrigado Sandra, posso te chamar assim? — É claro, não precisamos de formalidades. Venha, entre! — Ao entrar Erick vê que Sandra morava em uma bela casa, ele fica feliz, por ela ter melhorado de vida — Você não mudou nada, ou melhor, parece estar ainda mais bonito — Sandra fala rindo — Eduarda não está em casa, ela foi visitar uma escola com Paulina. — Paulina? — Erick pergunta por não se lembrar daquele nome. — Paulina é a babá de Eduarda, ela cuida dela desde que nasceu. Elas não devem demorar, foram cedo, mas provavelmente Paulina a levou para brincar em algum lugar, ela adora levar Eduarda para passear. — Na verdade, é
Sandra conta toda a história maléfica que Sebastian e Sofia arquitetaram e o desfecho de tudo. Erick apenas escuta, decepcionado ainda mais com o irmão, que ainda tinha tido coragem de se apresentar a Eduarda como pai, mas Sebastian parecia não saber o que essa palavra significava e isso faz Erick sentir raiva do próprio irmão que já estava morto. — Como pode ver, Eduarda teve dois pais quando na verdade não teve nenhum. Por isso, eu te peço que pense muito bem antes de se apresentar a ela como um novo pai, eu acho que ela já teve pai demais. — Mas o que você me aconselha a fazer? Se eu realmente for o pai dela, vou querer que ela me chame de pai, não vou negar à ela esse direito e nem a mim de ouví-la me chamando assim, eu também serei aquele que irei amá-la e protegê-la de tudo que possa lhe causar algum sofrimento — Erick se sente ainda mais responsável por Eduarda — Mesmo que eu não seja o pai, quero ser essa presença na vida dela. — Eduarda tem Paulina que é a mãe que Sofia
Era a primeira vez, depois da separação que Paulina sentia o coração disparar daquele jeito e aquele frio na barriga, mas ela preferia justificar sendo nervosismo, mesmo sem ter um motivo cabível, pois, ser o tio de Eduarda não era motivo para tanto. Ela pensa, mas aquele olhar, aquele sorriso, a fazia querer suspirar. Ao apertar a mão de Erick sentiu como se uma corrente elétrica percorresse o seu corpo, quando os seus olhares se encontraram, sentiu o coração disparar e o rosto queimar, sabendo que ficou vermelha, desvia o olhar, puxando a mão, tentando evitar que ele perceba o efeito que lhe causa. Há quanto tempo ela não namorava? Há quanto tempo ela não transava? Já devia estar virgem novamente. Ainda com esses pensamentos ela vê Erick a encarando e sente o rosto queimar ainda mais, como se ele fosse capaz de ler o seus pensamentos. — Tudo bem para você? — Erick pergunta a ela e ela não sabe nem mesmo o que responder. A que ele