Capítulo 9

No Brasil Paulina pôde ver Sofia totalmente desequilibrada, por ser obrigada a deixar a casa onde moravam. Paulina tentava evita a todo custo que Eduarda visse as cenas que a mãe fazia, mas era dificil evitar todas, pois Sofia não se importava da filha estar por perto, e costumava bradar que Henrique era o culpado por tudo aquilo que estava lhe acontecendo, e nessa hora as palavras chulas não faltavam.

Um dia Sofia gritou com Eduarda, e quando Paulina tentou afastar uma criança assustada de perto da mãe, ouviu dela uma pergunta que lhe cortou o coração.

— O papai não gosta mais de mim? — Essa foi a pergunta que Eduarda fez a mãe que sem nenhuma compaixão responde da pior maneira.

— Ele nunca gostou de você, garota. Nunca! — Essa foi a resposta que ela ouviu da própria mãe, que parecia não se importar de entristecer a filha.

— Mentira!

— Criança boba...

— Vêm Eduarda, vamos para o seu quarto.

— Ela precisa saber a verdade — Sofia se aproxima de Paulina a fuzilado com os olhos — Você as vezes parece esquecer que é apenas a babá de Eduarda e não a mãe, então pare com essa mania de super proteger essa menina, ela já tem idade para saber que se Henrique gostasse um pouquinho dela, ele não nos expulsaria de casa.

— Senhora, ela é apenas uma criança.

— Não estou te pedindo opinião, saiba que se ele não for pagar o seu salário, terá que trabalhar de graça, aí sim eu quero ver você continuar dando uma de super protetora. Ah! Isso eu quero ver.

Paulina prefere não responder, não valeria a pena discutir com alguém que não tinha nenhum senso de responsabilidade, que se quer tinha o cuidado de proteger a filha de traumas futuros. Ela se afasta levando Eduarda em seus braços, prefere fugir a ter que continuar ouvindo absurdos de uma pessoa totalmente descontrolada.

Na mesma semana elas se mudaram para o sul, Paulina não sabia o motivo da escolha do lugar, mas havia gostado da decisão pois, sempre gostou do clima mais frio, e na época em que se mudaram era o início da primavera e o clima estava perfeito.

Eduarda logo se adaptou a nova residência, elas foram morar em um apartamento, e Eduarda não tinha quintal para brincar e nem piscina, mas Paulina a levava para brincar no playground do prédio e Eduarda se divertia com as outras crianças. Na escola ela também estava se adaptando, e tudo estava muito calmo, mas isso só trazia preocupação para Paulina, por ver que as coisas se acalmaram muito rápido.

Um dia elas receberam a visita de Sandra, a mãe de Sofia, que foi conhecer a neta e se emocionou ao vê-la. Paulina nem sabia que Sofia tinha mãe, pois desde que começou a trabalhar na casa nunca ouviu o nome de Sandra, era como se ela não existisse, mas soube o motivo ao ver a simplicidade da mulher.

Ao ouvir a discussão entre mãe e filha, soube que Sofia havia ligado para a mãe pedindo ajuda, mas Sandra se negou a entregar a ela as suas economias, ao invés disso pediu para levar Eduarda com ela.

Paulina sentiu um aperto no peito, ao pensar na possibilidade de Eduarda ir com a avó. Sabia que talvez fosse o melhor para ela, Sofia nunca foi mãe e nunca seria. Depois que elas se mudaram Sofia passou a ficar ainda mais distante de Eduarda, costumava sair e passar noites fora, sem nunca perguntar se Paulina queria uma noite de folga.

Teria chegado o momento de se separar de Eduarda? Se pergunta, mas ao ver a atitude de Sofia de expulsar a própria mãe do apartamento, soube que poucas eram as chances daquela mulher ganhar a guarda da neta. Mas as coisas só se complicavam, e Paulina não sabia quando aquela criança teria paz.

Quando o tal Sebastian foi no apartamento, agiu como se estivesse em casa, com total liberdade que lhe foi dada por Sofia, que parecia idolatra-lo. Ele comprimenta Eduarda lhe entregando um urso de pelúcia e uma pulseira de ouro, que foi colocada em seu braço. Eduarda agradece o presente, o chamando de pai, e isso faz o casal feliz e Paulina preocupada, por não conseguir ver em nenhum dos dois algo que transmitisse confiança.

Sofia sorri ao ouvir Eduarda chamando aquele homem de pai, e talvez para demostrar estar feliz, ela o abraça e em seguida o beija sem se importar com a presença de Eduarda ali, era como se os dois estivessem sozinhos.

Paulina fica sem graça, com a demonstração afetuosa do casal e prefere se retirar, descendo com Eduarda para o playground. Sua atitude agrada a eles e Paulina só volta para o apartamento depois de ter certeza que o mais novo pai de Eduarda havia ido embora.

Paulina nunca imaginou acompanhar de perto uma situação como aquela, Eduarda tinha pai e mãe, mas era como se fosse uma criança órfã, ela não recebia carinho e nem atenção, era como se as pessoas se esquecessem que estavam lidando com uma criança. Sabia que não poderia protegê-la para toda a vida e queria muito que um milagre acontecesse na vida daquela criança e ela pudesse ter um lugar para chamar de lar, convivendo com pessoas que a amasse de verdade.

Ela olha Eduarda brincando com um sorriso inocente e lhe sorri, recebendo de volta um aceno infantil. Eduarda era uma criança adorável, e como Henrique lhe disse um dia, ela não recebia os pais que tinham, ela merecia pelo menos que o pai fosse diferente, já que a mãe parecia ser um caso perdido.

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