Com a atitude dele, Paulina sente vontade de ri, não havia com o que se preocupar, ninguém a reconheceria vestida com aquele uniforme, com os cabelos presos em um coque e sem nenhuma maquiagem, não podia estar mais diferente do que sempre foi.
—Bom dia, senhor — Paulina o cumprimenta para diminuir a tensão. — Bom dia — O homem se aproxima com as mãos no bolso — Me chamo Henrique — Paulina enfim conhece o pai de Eduarda, mas o estranho foi ele não se apresentar como pai. — Quer pegar ela um pouco? — Paulina pergunta, ao ver ele olhando Eduarda sem mais nada dizer, mas a pergunta o faz dar um passo para trás — Eu o ajudo. — Não, não é necessário — Henrique pareceria não saber o que fazer ali, era como se ele estivesse ali apenas por obrigação — Eu preciso ir, mas antes... — Henrique passar as mãos pelos cabelos e vai até o berço vazio e meche em um dos enfeites. Paulina apenas o observa, e sem muito esforço, nota que a alegria estava a quilômetros de distância daquele homem, sua postura era de alguém ansioso e indeciso, e seria capaz de dizer que ele estivesse se sentindo um fracassado — Eu gostaria de te fazer um pedido. — Em que posso ajudar? — Paulina decide perguntar depois de minutos de silêncio. — Cuide bem dela — Henrique põe as mãos no bolso novamente e olha para Eduarda — O que ela precisar, é só falar comigo — Paulina aceita o cartão pessoal que ele lhe entrega — Ela não merece ter os pais que tem — As palavras são ditas como um desabafo, por isso Paulina opta por apenas ouvir em silêncio — Eu não confio na mãe dela, e como eu não moro aqui, preciso de alguém que a proteja — Paulina confima com a cabeça — Obrigado! — O homem fica olhando para Eduarda sem nenhuma expressão, não saberia dizer o motivo de tamanha tristeza, mas algo havia acontecido que havia o destruído por dentro — Qual o seu nome? Me desculpe, a minha mãe me disse, mas eu confesso que esqueci. — Paulina, me chamo Paulina — Não havia necessidade de dizer sobrenomes, ali, ela era apenas a babá. — Paulina, não deixe de me ligar se precisar de algo — Sem dizer mais nada Henrique vai embora. Depois que o homem sai do quarto, não demora para Paulina escutar a voz de Sofia o chamando desesperadamente, e poucos minutos depois ela entra no quarto possessa, evidenciando que as coisas não foram como planejou. — Quando o pai de Eduarda vier aqui, corra e vá me chamar. Está me ouvindo? Eu cuido de Eduarda quando ele estiver aqui, quanto a você, mantenha distância. — Me desculpe, senhora... — O que queria? Cobrar o que gastou com aquela m*****a bomba de tirar leite? É tão pobre assim que não podia esperar? — Não foi isso, senhora, mas é que... — Não existe mas. Aprenda a obdecer, da próxima vez me chame, fácil assim. — Sim senhora — O melhor a se fazer era se calar e deixar Sofia pensar que mandava em alguma coisa, Paulina pensa irônica. Paulina via Eduarda crescendo cada dia mais esperta, e já reconhecia a sua voz ao falar com ela, a deixando imensamente feliz. Quando Lurdes ia visitar a neta, Eduarda chorava por ter que ficar com a mãe, estranhando o colo da própria mãe, era como se ela já soubesse que não era amada, pois Sofia só era mãe quando a avó ia visitar a neta. Aos poucos Paulina ia conseguindo desvendar os problemas que envolvia aquela família, e pode ver que Sofia não tinha nenhuma sentimento bom, nem pela filha e nem por ninguém, sendo capaz de chorar e sorrir com a facilidade de uma boa atriz. Isso a fazia se apegar ainda mais a Eduarda, por saber que ela precisaria muito de seu amor para crescer sem traumas e feliz. Depois da primeira visita de Henrique, demorou para ele aparecer novamente, e como da outra vez ele chegou muito cedo e fez a mesma coisa, se aproximou de Eduarda, mas não esboçou nenhum interesse em pegá-la no colo, nem mesmo falar ele falava, apenas a observava, o que ele não sabia era que também estava sendo observado, e não demorou para Paulina notar que suas atitudes era por não acreditar que ele fosse o pai daquela criança. Mesmo a contragosto, Paulina passou a fazer o que Sofia havia lhe ordenado, mas se o objetivo era ter aproximação com o suposto pai de Eduarda, o efeito foi inverso, pois a presença de Sofia só o fazia ir embora mais depressa. Entretanto a mulher continuava implorando atenção, mesmo sendo rejeitada por ele, que nem para ela olhava. Os anos se passaram e o que era para ser por pouco tempo, se transformou em anos, pois Paulina não teve coragem de abandonar Eduarda, que só saia de perto dela quando Sofia a levava para visitar os avós, instruindo a criança a ser como ela, pedia para Eduarda mentir dizendo estar com saudade do pai, mas Paulina sabia não ser verdade, pois Eduarda nem se quer perguntava por ele, apenas ficava feliz quando o via, mas Sofia parecia ser uma pessoa que não costumava desistir de algo e usaria a quem pudesse para obter o que queria.Paulina tinha a curiosidade de saber o que realmente tinha acontecido entre Henrique e Sofia, eles pareciam nem se conhecerem, e ela se pergunta como eles foram parar na cama? As vezes ela ria dos seus próprios pensamentos, ao tentar adivinhas as coisas as quais não lhe dizia respeito. Pela atitude de Henrique não foi dificil deduzir que um dia a situação mudaria, ela até achava que estava demorando, Eduarda já estava com quase cinco anos, e ele ainda se passava por pai dela. Mas um dia as coisas mudaram e o que Sofia menos esperava aconteceu. Ela chegou em casa com muita raiva, gritando com todos que encontrava pela frente e numa explosão de ódio, mandou todos os funcionários irem para as suas casas, até Paulina ela mandou ir, dizendo aos gritos que não precisava dela para cuidar da própria filha, mesmo a contragosto, Paulina pegou a sua bolsa e foi embora, ela aproveitou essa folga para se encontrar com a mãe, já que praticamente ela não tinha tempo livre. — Paulina o que pensa
Enquanto isso, em um lugar muito distante de onde Paulina estava, um homem trabalhava em seu escritório quando alguém entra em sua sala sem bater. — Bom Dia, senhor presidente, me desculpe não ter vindo antes, mas como sabe, a minha vida não é fácil — Uma mulher alta e esguia abraça esse homem por trás, com ele ainda sentado — Parabéns pelo novo cargo, eu sabia que você um dia se sentaria nessa cadeira. — Bom Dia Giulia — Ele se põe de pé aceitando o abraço que a mulher lhe dava — Pensei que ainda estivesse em viagem, só o trabalho que a faz se esquecer de mim — Ele fala rindo — Convencido. Mas não posso negar o que acabou de dizer, e se quer saber, acabei de chegar e quis te fazer uma surpresa, acreditei que estivesse com saudade — Giulia o abraça pelo pescoço — Mas me diz como se sente como presidente de uma empresa? — Como eu sempre me senti em relação ao trabalho, com a diferença de que no meu cargo anterior, o peso da responsabilidade era menor. — Espero que na minha
O jantar com Giulia foi divertido e animado como todas as vezes. A noite estava sendo perfeita, mas Erick precisava ir embora, ele não gostava de passar a noite fora, dizia que o melhor lugar para dormir era em sua confortável cama. — Você com essa mania de ir para casa, parece até que alguém está te esperando. — Eu gosto da minha cama, apenas isso... — Se ela é tão confortável assim, podia me convidar para experimentar — Giulia o provoca — Preciso saber se o que diz é verdade. — Eu preciso ir, já está tarde. — Se Martina não fosse uma senhora, pensaria que são amantes. — Se Martina te ouvisse, iria te expulsar lá de casa. — Você dá muita ousadia para ela, parece até que ela é a dona da casa, ela é apenas uma governanta. — Ela é uma grande amiga — Erick se levanta indo para banheiro, deixando Giulia sozinha na cama. Já era tarde quando ele chega em casa, e Martina já não o esperava como sempre fazia. Ele vai até o seu quarto e depois de trocar de roupa, vestindo
No Brasil Paulina pôde ver Sofia totalmente desequilibrada, por ser obrigada a deixar a casa onde moravam. Paulina tentava evita a todo custo que Eduarda visse as cenas que a mãe fazia, mas era dificil evitar todas, pois Sofia não se importava da filha estar por perto, e costumava bradar que Henrique era o culpado por tudo aquilo que estava lhe acontecendo, e nessa hora as palavras chulas não faltavam. Um dia Sofia gritou com Eduarda, e quando Paulina tentou afastar uma criança assustada de perto da mãe, ouviu dela uma pergunta que lhe cortou o coração. — O papai não gosta mais de mim? — Essa foi a pergunta que Eduarda fez a mãe que sem nenhuma compaixão responde da pior maneira. — Ele nunca gostou de você, garota. Nunca! — Essa foi a resposta que ela ouviu da própria mãe, que parecia não se importar de entristecer a filha. — Mentira! — Criança boba... — Vêm Eduarda, vamos para o seu quarto. — Ela precisa saber a verdade — Sofia se aproxima de Paulina a fuzilado com
A calmaria logo foi embora e Paulina entrou em desespero ao ver Sofia entrar no apartamento fora de si, pedindo que Paulina arrumasse as coisas de Eduarda as pressas, alegando que elas precisavam sair dali o mais rápido possível. — O que está acontecendo dona Sofia? — Pergunta preocupada. — Não me faça perguntas, apenas faça o que estou mandando. Pegue apenas o necessário, precisamos sair daqui, o quanto antes. — Mas senhora, para onde vamos? — Paulina percebe que as coisas haviam se agravado e sente medo, não por ela, mas pela sua pequena Eduarda que brincava inocente, alheia ao que estava acontecendo. Sofia deixa cair a gaveta que havia acabado de abrir, causando um barulho alto, mas ela pouco se importa com isso, e olhando para Paulina grita com ódio. — CALA ESSA BOCA, QUE INFERNO!!! QUEM VOCÊ PENSA QUE É PARA ME QUESTIONAR? — Sofia volta a pegar as coisas da filha — SERÁ QUE ESTÁ SURDA, NÃO TEMOS TEMPO A PERDER, ARRUME LOGO AS SUAS COISAS E AS DE EDUARDA. — Mas é que Eduar
As coisas pareciam estar longe de se normalizarem, estando Sandra com elas no hotel, chega também a mãe do filho de Henrique, filho que Paulina nem sabia existir. A mulher era séria e de pouco falar, mas não parecia ser uma má pessoa, e pelo que ouviu da conversa entre ela e Sandra, soube que era a namorada de Henrique na época que ele se envolveu com Sofia. Paulina percebe que a confusão era muito maior do que parecia ser, todos estavam envolvidos como se estivessem em uma teia. Não sabia como as coisas acabariam, mas tudo levava a crer que não seria da melhor forma, e isso deixou Paulina ainda mais aflita, por desconhecer os próximos passos de Sofia e o tal Sebastian que parecia ser quem coordenava toda a situação. Elas ainda estavam na suíte, quando Sofia chega e o clima se torna tenso quando ela vê quem também está ali. Paulina sabendo que as coisas se complicariam, decide levar Eduarda para brincar, e elas passam por Sofia que nem para a filha olha. Quando Paulina volta pa
ALGUNS DIAS ANTES Erick estava em seu escritório lendo alguns relatórios quando o seu telefone toca, era um número desconhecido, mas ao ver a identificação, soube ser uma chamada do Brasil. Ele atende acreditando ser uma ligação do irmão, já que ele era o único que tinha o seu contato. — Alô! — Erick atende dando uma pausa na leitura que fazia mas, ao ouvir o que a pessoa do outro lado diz, ele se recosta na cadeira sem acreditar. — O seu nome era o contato que havia nas coisas do seu irmão, para avisar em caso de emergência. — Como foi que ele morreu? — Erick pergunta ainda em choque. — Ele sofreu um acidente, o carro em que estava bateu de frente com um caminhão... A pessoa continua dando as informações sem Erick interromper, ele custava a acreditar naquela fatalidade. Depois de ouvir todas as informações necessárias, ele se põe de pé, sem querer acreditar no que havia acabado de ouvir. Era triste saber que depois de tantos anos sem ver o irmão, voltaria a vê-lo sem vi
Sofia sempre foi uma mulher bonita e mesmo vestida como estava, as roupas não conseguiam esconder a sua beleza. Apesar de sua bela aparência, Erick conseguiu fugir de seu assédio o quanto pode, mas depois do que havia lhes acontecido, ele prometeu a si mesmo que fugiria ainda mais da aparência do mal, pensava ele ao olhar para ela ali a sua frente. Erick permanece na porta, mas era como se Sofia ainda não acreditasse que ele estivesse ali. — Erick!? O que faz aqui? — Sofia pergunta surpresa, ao vê-lo ali depois de tantos anos. — O apartamento é meu, esqueceu? — Apesar da pergunta, Erick não foi grosseiro. — Não, não esqueci e provavelmente você veio me expulsar — Sofia responde, acreditando ser esse o único motivo que o faria procurar por ela. — Posso entrar? — Sofia se afasta da porta, permitindo que ele entrasse no apartamento — Pensei que fosse ao enterro de Sebastian. — Prefiro ter na memória a imagem dele vivo — Sofia esfrega um dos braços para tentar se aquecer, sabe