Quando Evan avistou o caminho conhecido de sua propriedade, ele ficou ansioso, queria ver o sorriso bonito de Stella. Ao notar a ansiedade do primo, Raul deu um pequeno sorriso, parecia que ele estava ansioso para encontrar alguém e ele sabe exatamente quem é. Ele se sentiu feliz, pois foi realmente isso que ele supôs que aconteceria, seu primo se apaixonaria por Stella. — Te vejo ansioso primo? — Eu? Por que eu estaria ansioso? — Talvez para ver o pequeno furacão, que todos nós chamamos de Stella? — Isso não é nada demais. — Imagina se fosse. — Está bem, eu estou com saudades mas, não diz isso para ela. — Pode deixar, eu não direi nada. Raul era agora testemunha das mudanças que o amor pode fazer em um homem e se sente feliz de ter unido esse casal. Quando eles chegaram à porta da frente Evan percebeu que havia algo de errado, a casa estava silenciosa, bem diferente de quando ele a deixou. Pegou as chaves em seu bolso e abriu a porta, haviam coisas mudadas em sua casa, ela
Stella está sentada de frente para a janela do segundo andar, ela está aqui, pois a janela fica próxima ao quarto do pai, de onde pode se ver toda a extensão da bela propriedade que seu pai arrendou há dez anos atrás, quando sua vida era bem diferente. Tanto trabalho e esforço para no fim terminar sua vida em total miséria. Sua mãe ainda estava viva e seu pai ainda não estava doente, ainda tinha alegria de viver, quando decidiu arrendar a propriedade. Stella se sentou ali para apreciar a beleza dos campos, que encantaram seu pai e que o fizeram permanecer ali por tanto tempo. Agora, seus dias ali estavam contados, era questão de tempo até que tivesse que ir embora, exatamente o tempo de vida do seu pai.O médico desenganou completamente o homem, não havia mais esperança para ele e mesmo que tivesse, de certo não teriam recursos para o tratamento. No momento tudo estava quieto, o silêncio prevalecia por toda a casa, mas quando passasse o efeito do analgésico voltaria a escutar os gemi
Estava toda a vizinhança reunida em casa depois do enterro, era uma despedida para Stella também, pois o reverendo lhe disse que logo ela partiria, só não revelou a ela quando. O Sr. Brice, o propietário, estava aqui também, cercando a menina por todos os lados e ela o evitando o máximo possível, o homem não tinha a menor noção ou consideração, ela havia acabado de enterrar o pai e ele como um urubu rondando a carniça, não a deixava em paz, mesmo depois de o reverendo acertar todas as contas com ele. Ela estava sufocada, por causa de toda a situação, então decidiu tomar um ar, o Sr. Brice a seguiu e deu sua cartada. Stella não achava que ele pudesse ser tão descarado. - Olá menina, sinto muito pelo seu pai. - Ele lhe falava como se fosse um homem velho, mas na verdade era bem moço, o pai de Stella, havia arrendado a propriedade com o pai do Sr. Brice, mas quando o gentil senhor morreu, o filho tomou as rédeas dos negócios e não foi nada bom para o pai dela. Ele dobrou o valor do al
Depois dos pedidos feitos, onde o reverendo pediu um guisado, Stella preferiu pedir uma torta de carne, fazia tempos que não comia, cuidando do pai, não tinha muito tempo para preparar coisas além do básico na cozinha. Ela adorava cozinhar e mesmo desde muito pequena, ajudava a mãe no preparo das refeições. Todos que comiam sua comida ficavam maravilhados, o pai lhe disse que o homem que se casasse com ela, seria um homem de muita sorte. Quando a torta chegou estava muito boa, mas na opinião de Stella um pouco salgada e faltava uma pitada de pimenta. Quando terminaram a refeição, enfim o reverendo parecia disposto a conversar com ela. – Stella, você tem um longo caminho pela frente, até chegar à propriedade do meu primo, ele se chama Evan Larson e herdou muitas terras do seu falecido pai, meu tio. Ele é um pouco diferente de mim, mas é um homem bom, tenho certeza que ele irá te receber muito bem. – Eu não sei reverendo, você não disse que ele ainda não enviou a resposta da sua
Depois desse momento de emoção e uma espécie de despedida, Stella enfim se senta para saborear as guloseimas que estão na mesa, esperando que ela as devore.Quando termina o café o reverendo a leva até uma carruagem alugada, o cocheiro é um senhor muito simpático, ele disse que foi indicado pelo reverendo da cidade, então era de muita confiança. A viagem ainda tinha pelo menos quatro dias pela frente e ele não poderia acompanhá-la, até para que o maldito que tentou abusar de Stella não tenha nenhuma pista, então lhe entregou certa quantia em dinheiro, para que ela pudesse se alimentar e pagar as estalagens pelas próximas noites. Não é nada seguro viajar durante à noite por essas estradas sem escolta. Mais uma vez ela ficou tímida com tamanha generosidade do reverendo, fazia muito tempo que ela precisava da ajuda de outros, pelo visto não era diferente em sua despedida. Também está bastante ansiosa, era a primeira vez que saia de casa, sua primeira viagem e a partir de agora, seguia
Evan é um senhor de terras, muito abastado, para onde a vista alcança é tudo seu. Todos os dias admira sua propriedade, ali de cima do cavalo. Porém, não consegue se sentir orgulhoso de tudo o que possui.Embora tenha tudo o que lhe classifica como o homem mais rico de toda a região, sente um imenso vazio dentro de seu coração. Os amigos eram todos conhecidos de seus pais, que se tornaram seus conhecidos desde a morte de ambos, não conhecia de verdade a ninguém.Os funcionários de sua casa, eram poucos, apenas três permaneciam, estes também estão há muito tempo na casa, embora idosos, eles preferiam continuar trabalhando, o que é bom para ele, pois não é muito adepto a mudanças, todas as vezes que sua vida mudou nunca foi para melhor.A quantidade de empregados, não era por ser pão duro, apenas não queria ver ninguém, se pudesse ele mesmo colocar tudo em ordem, não os manteria na casa, ficaria sozinho. Mas, esta era muito grande e ele tinha outras responsabilidades, das quais não podi
Tomando mais um gole de seu uísque Evan pôde realmente constatar que o primo o surpreendeu nesta carta. Ele nunca recebia uma resposta e mesmo assim pedia ajuda para uma desconhecida, uma velhota morta de fome. Ele tinha ficado com raiva da mulher, mesmo sem conhecê-la, o primo queria protegê-la, foi para a ação, enquanto para ele só restaram palavras. O primo nunca deu um passo para vir vê-lo em cinco anos e agora fazia solicitações disse que a mulher não tinha ninguém no mundo. E, Evan tinha alguém? Alguém se importava se ele estava vivo ou morto?Decidiu que estava de saco cheio, queria ficar só, não precisava de ninguém. Foi até a cozinha e encontrou ali os três empregados, pareciam ratos escondendo-se do gato, estava cansado, ele não era um monstro, era apenas um homem, solitário, mas isso não lhe tirava o status de ser humano. Quando os três o viram ficaram bastante assustados, pois ele raramente ia por ali. A Sra. Romina foi quem lhe dirigiu a palavra:– Em que posso ajudá-lo S
Stella resolveu falar primeiro, haja vista que o homem não emitiu uma palavra desde que a viu:–Bom dia!Estava um pouco nervosa, mas, tentou ser simpática, não sabia o que esperar daquele homem.Ela disse isso e Evan ficou ainda mais encantado, a voz dela parecia música aos seus ouvidos. – Bom dia Srta...Ele deixou que ela completasse, pois de fato não a conhecia, ela estendeu a mão e disse:- Morgan, Stella Morgan. Acho que você é o Sr. Larsson? Mesmo tendo a certeza de que ela estava no lugar certo, não custava nada confirmar.– Você me conhece Srta. Morgan?Ela não gostou da maneira como ele disse isso, parecia um lobo que havia encontrado um cordeiro sozinho, pastando longe do rebanho. Se ele achava que poderia tirar algum proveito dela, ela faria questão de lhe mostrar que está muito enganado. – Na verdade, eu tenho algo para lhe entregar. Ela levanta um envelope, que só agora ele notou que ela tinha nas mãos. Ele pegou o envelope um pouco desconfiado, saiu para a varanda