Capítulo – 004

Depois desse momento de emoção e uma espécie de despedida, Stella enfim se senta para saborear as guloseimas que estão na mesa, esperando que ela as devore.

Quando termina o café o reverendo a leva até uma carruagem alugada, o cocheiro é um senhor muito simpático, ele disse que foi indicado pelo reverendo da cidade, então era de muita confiança. A viagem ainda tinha pelo menos quatro dias pela frente e ele não poderia acompanhá-la, até para que o maldito que tentou abusar de Stella não tenha nenhuma pista, então lhe entregou certa quantia em  dinheiro, para que ela pudesse se alimentar e pagar as estalagens pelas próximas noites. Não é nada seguro viajar durante à noite por essas estradas sem escolta. 

Mais uma vez ela ficou tímida com tamanha generosidade do reverendo, fazia muito tempo que ela precisava da ajuda de outros, pelo visto não era diferente em sua despedida. Também está bastante ansiosa, era a primeira vez que saia de casa, sua primeira viagem e a partir de agora, seguia essa empreitada sozinha, sem outra escolha, além de ser corajosa. Não sabia o que o futuro lhe reservava, somente sabia que sua vida mudaria, se para melhor ou pior, só os acontecimentos furos iriam lhe dizer. Mas estava muito disposta para o trabalho, seja ele qual fosse, nada seria pior do que permanecer ali e cair nas mãos daquele homem maldito. 

Stella carrega a esperança de dias melhores, pois era tudo o que tinha esperança e os vestidos velhos no saco. E, uma carta de recomendação do reverendo para o primo. Não poderia mais voltar para trás, pois não havia para onde voltar, atrás haviam somente túmulos e um amigo, concluiu que poderia chamar assim o reverendo, pois não fosse por ele seu fim seria bem sombrio, o Sr. Brice estava mais do que disposto a lhe indicar o caminho para a perdição, ela sabia que para ele, ela não tinha valor algum, era apenas um corpo, do qual ele se aproveitaria e descartaria na primeira oportunidade. E, uma vez arruinada, na sociedade atual, ela jamais se reergueria, o destino era o fundo do poço. Irônico, pois a mesma sociedade que a julgaria no futuro, era essa mesma que lhe virou as costas nesse momento. 

O cocheiro deu início a viagem, ela teria bastante tempo para pensar seriam vários dias, segundo o reverendo. Ela só imaginava que deveria ser bem distante, um tanto melhor, ficar por perto poderia ser um risco. Agora era torcer para ter bom tempo pelos próximos dias e pedir a Deus, para não sofrerem qualquer assalto, pois a região era perigosa. Ainda bem que eram certas as paradas durante à noite, pois essa foi uma exigência que o reverendo fez ao cocheiro. 

Esse é o início da minha nova vida de Stella. 

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