Evan é um senhor de terras, muito abastado, para onde a vista alcança é tudo seu. Todos os dias admira sua propriedade, ali de cima do cavalo. Porém, não consegue se sentir orgulhoso de tudo o que possui.
Embora tenha tudo o que lhe classifica como o homem mais rico de toda a região, sente um imenso vazio dentro de seu coração. Os amigos eram todos conhecidos de seus pais, que se tornaram seus conhecidos desde a morte de ambos, não conhecia de verdade a ninguém.
Os funcionários de sua casa, eram poucos, apenas três permaneciam, estes também estão há muito tempo na casa, embora idosos, eles preferiam continuar trabalhando, o que é bom para ele, pois não é muito adepto a mudanças, todas as vezes que sua vida mudou nunca foi para melhor.
A quantidade de empregados, não era por ser pão duro, apenas não queria ver ninguém, se pudesse ele mesmo colocar tudo em ordem, não os manteria na casa, ficaria sozinho. Mas, esta era muito grande e ele tinha outras responsabilidades, das quais não podia se abster.
Houve um tempo em que ele não era assim, durante toda a infância foi feliz, mesmo depois da morte da mãe quando passou a ser criado por sua tia, irmã de sua mãe. Ela lhe deu carinho, proteção e cuidado exatamente como sua mãe faria. Ele e o primo, Rui, eram mais irmãos do que primos, os dois eram inseparáveis, naquela época eles eram tão cheios de sonhos, inconsequentes e muito, muito felizes, como todos os rapazinhos devem ser.
Mas, tudo mudou quando o pai se casou novamente, ele o tirou de sua bolha de felicidade. Quando voltou à casa paterna seu inferno começou, o pai era um homem bastante severo e seu único objetivo era agradar sua esposa, muito mais jovem que ele. A mulher era da pior espécie, manipuladora, fria e uma criminosa, escondida sob a fachada de esposa devota ao marido. Evan odiava aquela mulher, com todas as suas forças, felizmente conseguiu despachá-la para bem longe depois da morte do pai.
Ele conseguiu multiplicar e muito a riqueza do pai, a escassez também não era um problema para ele e todos os que viviam em suas terras. Ele ajudava como e quanto podia a todos e esse era o segredo de seu sucesso, quanto mais ele doava, mais o universo lhe devolvia.
Não acreditava mais em Deus, não depois de tudo o que lhe ocorrera. Tentou lhe convencer a se reconciliar com o Todo poderoso, o primo que se tornaria reverendo, até pensou em contar ao primo, tudo o que acontecera e ele apenas disse que de alguma forma tudo o que ele passou fazia parte dos planos do criador. Larsson não recebeu muito bem essa resposta e eles brigaram e estavam sem se falar até os dias atuais, isso fazia com que fosse cerca de cinco anos.
O primo mandava diversas cartas, ele abria, lia, não respondeu nenhuma delas, sentia muita saudade de seu companheiro de infância e juventude, pois eles se reencontraram na faculdade e participaram de muitas farras juntos, até que, no meio do curso o primo mudou e decidiu se tornar um reverendo. Não havia nada que indicasse que Rui mudaria seu pensamento tão abruptamente, se ele tivesse previsto tentaria o convencer do contrário. Ontem mesmo chegou uma carta, ele ainda não havia aberto, abriria agora, quando retornasse para casa, depois da lida. Apeou o cavalo e foi para casa, estava nostálgico demais, hoje não iria procurar sua amante, não tinha ânimo nem para isso.
Quando chegou em casa, a Sra. Romina já havia preparado o banho, ele apenas subiu para quarto, testou a água com a mão e entrou em seu banho quente, do jeito que ele gostava. Nunca teve mesmo muito tempo, mas hoje, queria ficar em casa então satisfaria suas necessidades de homem, com sua mão.
Desceu para o jantar, que já estava servido, os empregados faziam de tudo para serem invisíveis, pois sabiam que era assim que ele gostava do serviço. Havia um assado com batatas, ele se fartou, não gostava dessas besteiras da sociedade em ter vários tipos de comida na mesa, um prato, bem consistente para saciar a sua fome era mais que suficiente. Olhou para a mesa, tão grande, mas vazia, a comida farta, mas apenas um iria se fartar dela. Comeu o quanto pôde, mas nada parecia preencher o vazio que tinha por dentro.
O silêncio da casa hoje lhe estava sufocando, pensou se quem sabe tivesse uma mulher, filhos, aquilo ali pareceria menos vazio, assim como estava a casa, estava seu interior.
Decidiu por abrir a carta de Rui, esperava que ele não tivesse mais uma vez escrito as mesmas palavras de conversão de sempre, já havia ficado bastante repetitivo depois de tanto tempo. Pegou um copo de uísque e se sentou em frente à lareira, para ler a carta do primo. Estava com o envelope na mão, mas se demorava em abrir, não sabia o motivo, no entanto algo lhe dizia que aquela carta iria mudar sua realidade.
A carta dizia assim:
" Olá Evan,
Escrevo esta carta com firme esperança de que esteja bem, haja vista que não me responde. Será que não me consideras mais teu amigo?
Rogo-te, que se não respondes a mim, responda pelo menos a tua tia, tua segunda mãe, a mulher que te criou, ela está a perecer sem notícias tuas.
Na esperança de que estás a ler minhas cartas, tenho uma solicitação a fazer-te. Há uma de minhas paroquianas que se encontra em grande dificuldade financeira, ela não possui ninguém neste mundo. Será que podes acolhê-la como empregada em tua casa?
Posso te garantir que ela é uma pessoa de muita confiança e que é muito trabalhadora. Se podes ajudar-me nessa solicitação, por favor, envie-me uma resposta o mais rápido possível, a situação dela não é nada boa por aqui.
Sinto muito sua falta querido primo, se me respondes posso ir visitar-te, se te sentes à vontade, pode vir conhecer onde vivo e sirvo ao Senhor.
P.S.: Você é minha única esperança para ajudar essa pessoa que sofre.
Rui..."
Tomando mais um gole de seu uísque Evan pôde realmente constatar que o primo o surpreendeu nesta carta. Ele nunca recebia uma resposta e mesmo assim pedia ajuda para uma desconhecida, uma velhota morta de fome. Ele tinha ficado com raiva da mulher, mesmo sem conhecê-la, o primo queria protegê-la, foi para a ação, enquanto para ele só restaram palavras. O primo nunca deu um passo para vir vê-lo em cinco anos e agora fazia solicitações disse que a mulher não tinha ninguém no mundo. E, Evan tinha alguém? Alguém se importava se ele estava vivo ou morto?Decidiu que estava de saco cheio, queria ficar só, não precisava de ninguém. Foi até a cozinha e encontrou ali os três empregados, pareciam ratos escondendo-se do gato, estava cansado, ele não era um monstro, era apenas um homem, solitário, mas isso não lhe tirava o status de ser humano. Quando os três o viram ficaram bastante assustados, pois ele raramente ia por ali. A Sra. Romina foi quem lhe dirigiu a palavra:– Em que posso ajudá-lo S
Stella resolveu falar primeiro, haja vista que o homem não emitiu uma palavra desde que a viu:–Bom dia!Estava um pouco nervosa, mas, tentou ser simpática, não sabia o que esperar daquele homem.Ela disse isso e Evan ficou ainda mais encantado, a voz dela parecia música aos seus ouvidos. – Bom dia Srta...Ele deixou que ela completasse, pois de fato não a conhecia, ela estendeu a mão e disse:- Morgan, Stella Morgan. Acho que você é o Sr. Larsson? Mesmo tendo a certeza de que ela estava no lugar certo, não custava nada confirmar.– Você me conhece Srta. Morgan?Ela não gostou da maneira como ele disse isso, parecia um lobo que havia encontrado um cordeiro sozinho, pastando longe do rebanho. Se ele achava que poderia tirar algum proveito dela, ela faria questão de lhe mostrar que está muito enganado. – Na verdade, eu tenho algo para lhe entregar. Ela levanta um envelope, que só agora ele notou que ela tinha nas mãos. Ele pegou o envelope um pouco desconfiado, saiu para a varanda
Depois de alguns, Evan decidiu abrir a carta de recomendação da mulher. Foi uma grande surpresa, quando viu a caligrafia que lhe era tão familiar mesmo ontem à noite ele a viu em uma outra carta. Jogou todo o líquido que estava em sua boca, ver que seu primo quem mandara aquela mulher ou enfureceu. Não quis ler o que estava escrito ali. – Vá embora!– O que? Esse homem era mesmo louco, ela duvidava que ele tivesse lido uma palavra sequer da carta e já estava mandando embora, agora se sabia porque estava sozinho, ninguém deveria o ter aguentado, ele é um louco insuportável. – Levante-se e vai embora! Ele estava furioso, seu primo ousou mandar uma estranha para sua casa sem o seu consentimento? Seu primo dissera uma paroquiana, ele imaginou uma senhora viúva de idade avançada, mas essa mulher que sua frente estava de certeza que era uma amante de seu primo, da qual ele queria desfazer-se e agora o trouxe seu problema. Stella foi escorraçada, ela nunca havia passado por tanta humil
Stella foi despertando aos poucos, a última coisa de que ela se lembra de estar da árvore no meio da chuva. Com muito frio, mas agora estava tão quentinho, tão aconchegante, a cama estava tão macia. Mas nesse mesmo instante uma coisa, estava no mesmo instanteEssa constatação foi chocante, ela então voltará imediatamente à realidade. Abriu que estava em uma cama os olhos firmes, os olhos estavam seguros acima, os lençóis estavam seguros e seguros em uma cama enorme... Não fazia ideia do que eram suas roupas. Nesse momento, Evan Larsson aparece com uma bandeja, ali havia alguns alimentos. O homem estava apenas com calças, Stella reparou como seu peitoral era definido, sua pele um pouco bronzeada, até que ele era um trabalhador do campo. Não há muito para tomar consciência de alguém que se encontra em situaçãobarata de homem solteiro, se vê aquilo com certeza que está seguramente arruinada- Ah! Você concorda com Srta. Morgan. Ela pensou que se ele fosse um sinal bom assim de maneira f
Pela manhã, ela levantou bem cedo, pois tinha muito trabalho a fazer e não queria que o Sr. Larsson penssasse que ela estava a fazer corpo mole. Ela se levantou e preparou o café com os ingredietes que achou pela cozinha, fez um pão. Serviu tudo na sala de jantar, não sabia dos hábitos do Sr. Larsson, mas ele era tão rígido, provavelmente não tomava café na cozinha, junto aos empregados. A noite de Evan foi bem agitada, não conseguia tirar da cabeça a Srta. Morgan, a mulher era pior que carrapato, se grudara em sua mente e não saía por nada, tentou pensar em sua amante, mas quando começava a formar os pensamentos em sua mente, sempre acabava surgindo a imagem, do pequeno cordeirinho loiro em sua mente. Quando ela o olhava com aqueles olhos verdes, parecia perguntá-lo sobre todos os pecados e segredos que escondia em sua miserável vida. Era ainda pior, pois seu cheiro estava impregnado por toda a cama, aquela insolente, deve ter feito isso de propósito. Ele foi surpreendido por um ar
O cheiro vindo da cozinha lhe invadiu as narinas novamente, ela de certo era uma bruxa, como pode uma mulher ter tantos atributos? Mas ele foi direto ao quarto, queria se banhar antes da refeição, pois lá fora o tempo estava atipicamente quente. Quando chegou ao quarto ele se deparou com sua cama muito bem arrumada, não se via um vinco nos lençóis. Que droga! Ele não havia arrumando a cama, para que seu cheiro permanecesse ali, agora ela havia lhe tirado sua preciosa relíquia. Ela vai pagar por isso, não importa como, mas ela iria pagar. Teve uma ideia, desarrumou toda a cama e seguiu para o banho. Depois de aciado, ele desceu para almoçar, Stella estava terminando de colocar os pratos à mesa. Quando tudo esta arrumado, ela se pôs de pé no mesmo lugar onde ficou no café da manhã, mas eu não queria aquilo, para meu plano funcionar ela teria que pensar que está tudo bem. - Pegue um prato e sente-se Srta. Morgan. - Evan aponta a cadeira ao seu lado para ela.- Não é necessário Sr. esto
Ela continuou com seu trabalho, estava distraidamente limpando, quando escutou um barulho, ao se virar, tomou um tremendo susto, havia uma senhora lhe mirando com muita curiosidade. - Ai meu Deus! - Foi a única coisa que Stella conseguiu dizer tamanho o susto. - Posso saber quem é a senhorita?- Eu sou a nova empregada e a senhora? - Quando Stella disse isso a senhora levantou as sobrancelhas tão alto que ela pensou que fosse encostar na linha dos cabelos. - Eu sou a governanta. O Sr. Larsson não me disse nada sobre a contratação de outros para servir a casa. - A mulher parece entre a incredulidade e o pavor. - Bem, ele também não me disse que outras pessoas trabalhavam aqui, então. Prazer, sou Stella Morgan. - Stella estendeu a mão para a mulher que aceitou um pouco a contragosto a mão da garota. - Romina, pode me chamar apenas assim. - A mulher não esboçou o mínimo sorriso. - É, onde está o Sr. Larsson? - Ele saiu e não me disse para onde ia, então não sei se vai demorar. - E
O sol passou a incomodar os olhos de Stella, ela tentou se espreguiçar, mas foi direto ao chão, só então deu-se conta de que não estava em sua cama. Com a queda ela rolou e foi parar aos pés do Sr. Larsson, que despertou com o barulho de sua queda. Que droga! Ela havia adormecido, provavelmente é agora que ele vai mandá-la embora, que empregada dorme no escritório de seu patrão? Ainda mais quando este não tinha a menor simpatia pela mesma? Não lhe restou outra alternativa que lhe desejar bom dia. - Bom dia Sr.Evan olhou para Stella ali no chão, seu rosto estava iluminado pela luz do sol que penatrava pelas janelas, realmente um anjo, essa luz matutina deixava seus olhos verdes ainda mais claros. Aquela altura ele não queria brigar, queria somente passar a manhã inteira ali, admirando-a, mas ele não poderia, a julgar pela altura do sol ele já estava muito atrasado para seus afazeres do dia. Apenas se levantou e seguiu seu caminho. Stella não desistiu, continuou o acompanhando a tag