Tomando mais um gole de seu uísque Evan pôde realmente constatar que o primo o surpreendeu nesta carta. Ele nunca recebia uma resposta e mesmo assim pedia ajuda para uma desconhecida, uma velhota morta de fome. Ele tinha ficado com raiva da mulher, mesmo sem conhecê-la, o primo queria protegê-la, foi para a ação, enquanto para ele só restaram palavras. O primo nunca deu um passo para vir vê-lo em cinco anos e agora fazia solicitações disse que a mulher não tinha ninguém no mundo. E, Evan tinha alguém? Alguém se importava se ele estava vivo ou morto?
Decidiu que estava de saco cheio, queria ficar só, não precisava de ninguém. Foi até a cozinha e encontrou ali os três empregados, pareciam ratos escondendo-se do gato, estava cansado, ele não era um monstro, era apenas um homem, solitário, mas isso não lhe tirava o status de ser humano. Quando os três o viram ficaram bastante assustados, pois ele raramente ia por ali. A Sra. Romina foi quem lhe dirigiu a palavra:
– Em que posso ajudá-lo Sr.?
Ele estava visivelmente bêbado, o mais provável é que tenha tomado um copo para cada palavra da carta.
– Vocês três, sumam da minha frente, não quero ver mais nenhum de vocês.
Eles ficaram ainda mais espantados com suas palavras.
Romina se pôs à frente dos outros dois.
– Está nos demitindo?
Ele estava? Podia ele fazer tal coisa com essas pessoas que eram tão caras para ele? De fato ele nunca admitiria, mas eles eram. Ele titubeou de sua decisão, por fim disse:
– Não, quero que vão embora e só retornem quando eu solicitar.
– Não acho sensato o senhor ficar sozinho nessas condições.
– Romina, se não acatar minhas ordens, de fato conseguirei outra governanta.
Eles então seguiram para seus quartos na casa, pegaram alguns pertences e se retiraram para suas casas no povoado, era por volta de umas sete da noite, então não havia problemas em eles seguirem seus rumos.
Evan estava amargurado, queria beber até cair, era muito normal que ele fizesse isso, mas desta vez tinha planos sombrios em seu coração. Achou que talvez fosse a hora de acabar com o seu sofrimento, pelo menos havia alguém que ficaria muito feliz com isso, Inocência, sua antiga madrasta. Um nome bem irônico, para uma bruxa como ela, uma mulher que lhe fez tanto mal. Não podia perdoá-la, no entanto, não pôde matá-la, quando teve a chhance simplesmente não conseguiu.
Queria alegrar-se para o seu fim, então tomou o violão que ficava escondido em sua biblioteca, não sabia porque, afinal ninguém ia ali, ou se importava com o que ele fazia. Mas esse era um segredo apenas dele, o qual levaria para o túmulo, pegou a garrafa de uísque e saiu a cantar por toda a casa, quem o visse, pensaria se tratar de um louco, mas não havia ninguém para vê-lo. Cantava, sorria, gracejava, como se ali, estivesse acontecendo um baile, repleto de pessoas e jovenzinhas que ficavam vermelhas ao seu simples olhar. Foi assim que passou toda a sua noite, cantando e vandalizando sua casa. Até que dormiu, ali mesmo no chão da sala.
Evan acordou de súbito, com alguém batendo à porta, cada batida parecia perfurar seu crânio, por que não se matou ontem mesmo?
Muito melhor do que passar por isso hoje, odiava ficar de ressaca. Queria continuar dormindo, mas a pessoa na porta, não desistiu, mesmo depois de cinco minutos.
Ele levantou-se furioso, se fosse Romina, a demitiria agora mesmo, não importa quanta consideração tivesse para com a mulher, importuná-lo pela manhã, ainda mais quando estava de ressaca era imperdoável. Já ia abrir a porta, quando lembrou-se que estava sem as calças, ele passou a vista por todo o lugar, até ver que a mesma se encontrava dependurada na janela oposta a porta. Foi até lá e vestiu rapidamente, não porque estivesse ansioso em atender a porta, mas sim porque queria que aquele barulho dos infernos cessasse. Quem quer que estivesse do outro lado iria se arrepender muito por tê-lo despertado essa manhã, faria questão de mostrar a essa pessoa as consequências por acordá-lo.
Evan seguiu em direção à porta muito irado, resmungando palavras de baixo escalão, que fariam sua tia ter um desmaio e seu primo querer fazer-lhe um exorcismo. Porém, teve uma grande surpresa ao abrir a porta e se deparar com uma senhorita muito jovem do outro lado. Arregalou seus olhos, como alguém que encontrou água no deserto, não sabia quem era, mas com certeza, se ela quisesse, podia fazê-la sua amante. Ele não exitaria em abandonar Carmela, que era muito bonita, mas não chegava aos pés desse anjo.
A moça ficou apenas mirando para ele com aqueles olhos verdes gigantes e inocentes, ele pensou que ela devia estar perdida, pois nunca a vira por ali, conhecia a todos nas redondezas e jamais se esqueceria de tamanha beleza.
Stella estava diante do mais lindo homem que já havia visto na vida, ela concluiu que esse era o Sr. Evan Larson, porque embora estivesse com as roupas totalmente amassadas, ainda podia dizer que eram roupas caras, que somente quem tinha muito dinheiro as possuía. Embora lindo de um modo geral, ela não pôde deixar de notar que estava completamente despenteado, com a barba por fazer, olheiras azuladas embaixo dos olhos, a camisa com alguns botões abertos e o bafo de bebida sem mesmo ele ter falado uma palavra com ela.
Bem, ela estava ali buscando por um trabalho, não era seu dever julgá-lo embora ele parecesse totalmente inapropriado nesse momento.
Além da beleza dele, ela se viu surpreendida consigo mesma, o que era aquela quentura que estava subindo por todo o seu corpo, ela sabia de certeza que nunca havia sentido algo parecido na vida. Também sentiu suas bochechas corarem.
Concluiu por fim que talvez ele estivesse naquele estado exatamente por não ter criados suficiente em sua casa e isso é uma esperança para ela, só esperava que ele não fosse um pervertido como o Sr. Bruce.
Stella resolveu falar primeiro, haja vista que o homem não emitiu uma palavra desde que a viu:–Bom dia!Estava um pouco nervosa, mas, tentou ser simpática, não sabia o que esperar daquele homem.Ela disse isso e Evan ficou ainda mais encantado, a voz dela parecia música aos seus ouvidos. – Bom dia Srta...Ele deixou que ela completasse, pois de fato não a conhecia, ela estendeu a mão e disse:- Morgan, Stella Morgan. Acho que você é o Sr. Larsson? Mesmo tendo a certeza de que ela estava no lugar certo, não custava nada confirmar.– Você me conhece Srta. Morgan?Ela não gostou da maneira como ele disse isso, parecia um lobo que havia encontrado um cordeiro sozinho, pastando longe do rebanho. Se ele achava que poderia tirar algum proveito dela, ela faria questão de lhe mostrar que está muito enganado. – Na verdade, eu tenho algo para lhe entregar. Ela levanta um envelope, que só agora ele notou que ela tinha nas mãos. Ele pegou o envelope um pouco desconfiado, saiu para a varanda
Depois de alguns, Evan decidiu abrir a carta de recomendação da mulher. Foi uma grande surpresa, quando viu a caligrafia que lhe era tão familiar mesmo ontem à noite ele a viu em uma outra carta. Jogou todo o líquido que estava em sua boca, ver que seu primo quem mandara aquela mulher ou enfureceu. Não quis ler o que estava escrito ali. – Vá embora!– O que? Esse homem era mesmo louco, ela duvidava que ele tivesse lido uma palavra sequer da carta e já estava mandando embora, agora se sabia porque estava sozinho, ninguém deveria o ter aguentado, ele é um louco insuportável. – Levante-se e vai embora! Ele estava furioso, seu primo ousou mandar uma estranha para sua casa sem o seu consentimento? Seu primo dissera uma paroquiana, ele imaginou uma senhora viúva de idade avançada, mas essa mulher que sua frente estava de certeza que era uma amante de seu primo, da qual ele queria desfazer-se e agora o trouxe seu problema. Stella foi escorraçada, ela nunca havia passado por tanta humil
Stella foi despertando aos poucos, a última coisa de que ela se lembra de estar da árvore no meio da chuva. Com muito frio, mas agora estava tão quentinho, tão aconchegante, a cama estava tão macia. Mas nesse mesmo instante uma coisa, estava no mesmo instanteEssa constatação foi chocante, ela então voltará imediatamente à realidade. Abriu que estava em uma cama os olhos firmes, os olhos estavam seguros acima, os lençóis estavam seguros e seguros em uma cama enorme... Não fazia ideia do que eram suas roupas. Nesse momento, Evan Larsson aparece com uma bandeja, ali havia alguns alimentos. O homem estava apenas com calças, Stella reparou como seu peitoral era definido, sua pele um pouco bronzeada, até que ele era um trabalhador do campo. Não há muito para tomar consciência de alguém que se encontra em situaçãobarata de homem solteiro, se vê aquilo com certeza que está seguramente arruinada- Ah! Você concorda com Srta. Morgan. Ela pensou que se ele fosse um sinal bom assim de maneira f
Pela manhã, ela levantou bem cedo, pois tinha muito trabalho a fazer e não queria que o Sr. Larsson penssasse que ela estava a fazer corpo mole. Ela se levantou e preparou o café com os ingredietes que achou pela cozinha, fez um pão. Serviu tudo na sala de jantar, não sabia dos hábitos do Sr. Larsson, mas ele era tão rígido, provavelmente não tomava café na cozinha, junto aos empregados. A noite de Evan foi bem agitada, não conseguia tirar da cabeça a Srta. Morgan, a mulher era pior que carrapato, se grudara em sua mente e não saía por nada, tentou pensar em sua amante, mas quando começava a formar os pensamentos em sua mente, sempre acabava surgindo a imagem, do pequeno cordeirinho loiro em sua mente. Quando ela o olhava com aqueles olhos verdes, parecia perguntá-lo sobre todos os pecados e segredos que escondia em sua miserável vida. Era ainda pior, pois seu cheiro estava impregnado por toda a cama, aquela insolente, deve ter feito isso de propósito. Ele foi surpreendido por um ar
O cheiro vindo da cozinha lhe invadiu as narinas novamente, ela de certo era uma bruxa, como pode uma mulher ter tantos atributos? Mas ele foi direto ao quarto, queria se banhar antes da refeição, pois lá fora o tempo estava atipicamente quente. Quando chegou ao quarto ele se deparou com sua cama muito bem arrumada, não se via um vinco nos lençóis. Que droga! Ele não havia arrumando a cama, para que seu cheiro permanecesse ali, agora ela havia lhe tirado sua preciosa relíquia. Ela vai pagar por isso, não importa como, mas ela iria pagar. Teve uma ideia, desarrumou toda a cama e seguiu para o banho. Depois de aciado, ele desceu para almoçar, Stella estava terminando de colocar os pratos à mesa. Quando tudo esta arrumado, ela se pôs de pé no mesmo lugar onde ficou no café da manhã, mas eu não queria aquilo, para meu plano funcionar ela teria que pensar que está tudo bem. - Pegue um prato e sente-se Srta. Morgan. - Evan aponta a cadeira ao seu lado para ela.- Não é necessário Sr. esto
Ela continuou com seu trabalho, estava distraidamente limpando, quando escutou um barulho, ao se virar, tomou um tremendo susto, havia uma senhora lhe mirando com muita curiosidade. - Ai meu Deus! - Foi a única coisa que Stella conseguiu dizer tamanho o susto. - Posso saber quem é a senhorita?- Eu sou a nova empregada e a senhora? - Quando Stella disse isso a senhora levantou as sobrancelhas tão alto que ela pensou que fosse encostar na linha dos cabelos. - Eu sou a governanta. O Sr. Larsson não me disse nada sobre a contratação de outros para servir a casa. - A mulher parece entre a incredulidade e o pavor. - Bem, ele também não me disse que outras pessoas trabalhavam aqui, então. Prazer, sou Stella Morgan. - Stella estendeu a mão para a mulher que aceitou um pouco a contragosto a mão da garota. - Romina, pode me chamar apenas assim. - A mulher não esboçou o mínimo sorriso. - É, onde está o Sr. Larsson? - Ele saiu e não me disse para onde ia, então não sei se vai demorar. - E
O sol passou a incomodar os olhos de Stella, ela tentou se espreguiçar, mas foi direto ao chão, só então deu-se conta de que não estava em sua cama. Com a queda ela rolou e foi parar aos pés do Sr. Larsson, que despertou com o barulho de sua queda. Que droga! Ela havia adormecido, provavelmente é agora que ele vai mandá-la embora, que empregada dorme no escritório de seu patrão? Ainda mais quando este não tinha a menor simpatia pela mesma? Não lhe restou outra alternativa que lhe desejar bom dia. - Bom dia Sr.Evan olhou para Stella ali no chão, seu rosto estava iluminado pela luz do sol que penatrava pelas janelas, realmente um anjo, essa luz matutina deixava seus olhos verdes ainda mais claros. Aquela altura ele não queria brigar, queria somente passar a manhã inteira ali, admirando-a, mas ele não poderia, a julgar pela altura do sol ele já estava muito atrasado para seus afazeres do dia. Apenas se levantou e seguiu seu caminho. Stella não desistiu, continuou o acompanhando a tag
Os dias foram se passando e Stella foi seguindo confortavelmente a rotina da casa. O trabalho mostrou-se ser mais fácil do que ela pensava, pois afinal, não havia ninguém para bagunçar ou sujar o que ela arrumou e limpou. A senhora Matilde cozinheira, ela podia afirmar, era muito boa no que fazia, ela até ganhara alguns quilinhos, raramente a deixava ajudar. Então Stella teve uma grande ideia, iria trabalhar no jardim da casa, o lugar era uma desolação só e ela nem notara que se tratava de um jardim até a senhora Romina lhe dizer. Ela raramente via o Sr. Larsson, ele passava a maior parte do tempo fora, a senhora Romina lhe havia dito que ele ajudava os arrendeiros das terras a fazer os trabalhos nas propriedades, me surpreendi, pois o proprietário do meu antigo lar só aparecia para receber, também, ela considerou que aquele homem, na verdade não era referênca para nada, além das pessoas que não iriam para o céu, ela tinha certeza disso. Ela foi até a estufa que ficava um pouco dist