Depois dos pedidos feitos, onde o reverendo pediu um guisado, Stella preferiu pedir uma torta de carne, fazia tempos que não comia, cuidando do pai, não tinha muito tempo para preparar coisas além do básico na cozinha. Ela adorava cozinhar e mesmo desde muito pequena, ajudava a mãe no preparo das refeições. Todos que comiam sua comida ficavam maravilhados, o pai lhe disse que o homem que se casasse com ela, seria um homem de muita sorte. Quando a torta chegou estava muito boa, mas na opinião de Stella um pouco salgada e faltava uma pitada de pimenta.
Quando terminaram a refeição, enfim o reverendo parecia disposto a conversar com ela. – Stella, você tem um longo caminho pela frente, até chegar à propriedade do meu primo, ele se chama Evan Larson e herdou muitas terras do seu falecido pai, meu tio. Ele é um pouco diferente de mim, mas é um homem bom, tenho certeza que ele irá te receber muito bem. – Eu não sei reverendo, você não disse que ele ainda não enviou a resposta da sua solicitação? E se ele não me quiser lá? O que eu faço? – Como eu disse Stella, ele é um homem bom, está sempre precisando de novos empregados, você será apenas mais uma. Vai demorar, mais uns cinco dias de viagem para chegar lá, é bem distante, pelo menos, distante o suficiente para o Sr. Brice não te encontrar. — Só a menção do Sr. Brice, faz Stella querer colocar todo o jantar para fora. — Veja bem filha, eu poderia conseguir um trabalho pelas redondezas, mas não acredito que aquele homem vai te deixar em paz. Se por acaso o meu primo não lhe aceitar lá, por favor, retorne, eu sempre vou te ajudar. Stella faz um movimento afirmativo com a cabeça, no entanto, tinha uma certeza em seu coração, jamais retornaria para aquele lugar de novo, só iria até o primo do reverendo, por consideração, se o homem não quisesse seus serviços, seguiria seu caminho. Eles conversaram durante muito tempo, Stella falou da saudade que já sentia do pai, contou suas histórias para o reverendo. Ele lhe contou algumas coisas da infância com seu primo, eles foram criados juntos, haja vista que a mãe do Sr. Larson, sua tia, morreu muito jovem e o pai dele não tinha a menor noção de como criar uma criança. Então, a mãe do reverendo o criou como filho. Eles tinham apenas um ano de diferença e praticamente, fizeram tudo juntos, até que aos treze anos, o pai do Sr. Larson casou-se novamente e exigiu que o filho retornasse ao lar. O reverendo disse que a mulher não era uma boa pessoa, então o primo sofreu muito, tinha se tornado uma pessoa mais dura, fechada, completamente diferente de quando eram crianças e quando o reverendo decidiu seguir os caminhos do Senhor, eles ficaram ainda mais distantes. Mas a todo momento, não deixava de enfatizar que o primo era um bom homem. A repetição dessa informação, começou a me fazer pensar que há alguma coisa errada com o homem. Obviamente o reverendo não iria me dizer, mas não deveria ser nada grave, pois ele estava me mandando para o que ele disse ser um lugar melhor.Depois da nossa conversa, seguimos cada um para o seu quarto, ele provavelmente vai dormir, mas não prego o olho durante toda a noite, pensando. Primeiro em meus pais, como eu perdi os dois tão cedo e na época pior da minha vida, da qual eu mais preciso deles. Minha mãe era uma mulher muito viva, alegre, não era possível ver o seu sorriso se apagar nem nos piores dias. Meu pai era assim também, até o dia em que perdeu o amor da sua vida, minha mãe, depois disso ele se tornou um homem muito sério, porém, não perdeu a sua bondade, ajudava a todos que encontrava pelo caminho, foi perdendo sua vitalidade pouco a pouco e quando a doença chegou, não teve forças para superar. De repente Stella se sentiu muito sufocada dentro do quarto, não era seguro sair, então ela abriu a janela e olhou para o céu, as estrelas estavam todas tão brilhantes nessa noite. Ela se surpreendeu muito ao ver uma estrela cadente cruzando o céu. Fez o mesmo pedido do dia da morte de seu pai: — Quero encontrar o amor verdadeiro. Disse aquelas palavras com tanta força, tanta fé, era o que ela queria naquele momento, encontrar o homem que faria seu coração bater mais forte e com o qual dividiria seus dias, formaria uma família e não seria mais sozinha. Ficou ali, naquela janela até bem tarde, quando se deitou o sol já mostrava seus primeiros raio, foi vencida pelo cansaço. Acordou com alguém batendo à porta, levou um grande susto, pois dormia pesado, a noite não havia sido fácil, se sentia tão insegura quanto ao futuro, só queria que desse tudo certo a partir de agora. Levantou-se, pôs um roupão por cima da camisola e seguiu em direção à porta, colocou apenas a cara para ver quem é. — Bom dia Stella. — Era o reverendo, ele parecia tão revigorado, percebe-se que ele dormiu o sono dos justos.— Bom dia reverendo. — O dia está lindo lá fora e eu já organizei tudo o que era necessário para sua viagem, agora só falta você. — Me desculpe, estarei pronta em um minuto. — Ela fecha a porta e corre para se arrumar. Como pôde dormir tanto, já se podia ver o sol bem alto, julgava ser umas nove horas, que vergonha, parecia que estava abusando da boa vontade do reverendo.Vestiu a roupa o mais rápido que pôde, no cabelo fez apenas um coque mal feito, juntou seus pertences e saiu, o reverendo ainda lhe esperava no corredor. Ele riu pois ela estava ofegante de tão rápido que fez tudo. — Calma, mocinha, vai salvar alguém da forca?– Me desculpe mais uma vez reverendo, apenas não consegui dormir à noite, de tal modo que quando o sono veio, me pegou completamente. – Não precisa se explicar Stella, sei que toda essa situação não está sendo nada fácil para você, mas eu lhe garanto, sua vida vai ser muito melhor, você vai ter a vida que merece. – Ela sentiu que o reverendo estava querendo lhe dizer algo mais, porém não conseguiu decifrar o que era, até porque ela não esperava uma vida de rainha, iria ser contratada para empregada doméstica, então teria que trabalhar muito, independentemente de quão bom era seu patrão. Sua realidade não mudará muito.Eles descerão e parecia que todos os hóspedes já haviam tomado café, pois o salão estava vazio e apenas uma mesa estava repleta de comida, era para ela que ficou um pouco sem graça com o que o reverendo havia preparado.— Vamos Stella, coma. — Mas ela estava estacada em frente à mesa, mesmo que estivesse com muita fome, não conseguiu tocar em nada.— Por que tudo isso reverendo?— Você precisa de uma despedida à altura, você é uma moça incrível, cuidou do seu pai, sem se queixar, lutou por sua pureza, com aquele homem horrível, você é uma moça admirável Stella. Se eu não estivesse comprometido e não te enxergasse como minha irmã caçula, acredite em mim, eu te pediria em casamento. Mas, você merece alguém melhor, para o qual você vai ser o centro do mundo, depois de Deus, é claro. Esse café da manhã é para te desejar toda a sorte e felicidade do mundo.Stella se emociona muito com as palavras do reverendo e começa a chorar. Ela não esperava essas palavras dele, lhe deu um abraço, o mais forte que pôde. Ela sabia o quanto havia lutado, mas não esperava que alguém tivesse notado.— Muito obrigada reverendo, não sei nem como agradecer tudo o que você está fazendo por mim. — Mas, eu sei, cuide do meu primo, me prometa que não vai desistir, do emprego, na primeira dificuldade e que vai continuar sendo essa moça que eu tanto admiro. — Pode deixar, farei o meu melhor.Depois desse momento de emoção e uma espécie de despedida, Stella enfim se senta para saborear as guloseimas que estão na mesa, esperando que ela as devore.Quando termina o café o reverendo a leva até uma carruagem alugada, o cocheiro é um senhor muito simpático, ele disse que foi indicado pelo reverendo da cidade, então era de muita confiança. A viagem ainda tinha pelo menos quatro dias pela frente e ele não poderia acompanhá-la, até para que o maldito que tentou abusar de Stella não tenha nenhuma pista, então lhe entregou certa quantia em dinheiro, para que ela pudesse se alimentar e pagar as estalagens pelas próximas noites. Não é nada seguro viajar durante à noite por essas estradas sem escolta. Mais uma vez ela ficou tímida com tamanha generosidade do reverendo, fazia muito tempo que ela precisava da ajuda de outros, pelo visto não era diferente em sua despedida. Também está bastante ansiosa, era a primeira vez que saia de casa, sua primeira viagem e a partir de agora, seguia
Evan é um senhor de terras, muito abastado, para onde a vista alcança é tudo seu. Todos os dias admira sua propriedade, ali de cima do cavalo. Porém, não consegue se sentir orgulhoso de tudo o que possui.Embora tenha tudo o que lhe classifica como o homem mais rico de toda a região, sente um imenso vazio dentro de seu coração. Os amigos eram todos conhecidos de seus pais, que se tornaram seus conhecidos desde a morte de ambos, não conhecia de verdade a ninguém.Os funcionários de sua casa, eram poucos, apenas três permaneciam, estes também estão há muito tempo na casa, embora idosos, eles preferiam continuar trabalhando, o que é bom para ele, pois não é muito adepto a mudanças, todas as vezes que sua vida mudou nunca foi para melhor.A quantidade de empregados, não era por ser pão duro, apenas não queria ver ninguém, se pudesse ele mesmo colocar tudo em ordem, não os manteria na casa, ficaria sozinho. Mas, esta era muito grande e ele tinha outras responsabilidades, das quais não podi
Tomando mais um gole de seu uísque Evan pôde realmente constatar que o primo o surpreendeu nesta carta. Ele nunca recebia uma resposta e mesmo assim pedia ajuda para uma desconhecida, uma velhota morta de fome. Ele tinha ficado com raiva da mulher, mesmo sem conhecê-la, o primo queria protegê-la, foi para a ação, enquanto para ele só restaram palavras. O primo nunca deu um passo para vir vê-lo em cinco anos e agora fazia solicitações disse que a mulher não tinha ninguém no mundo. E, Evan tinha alguém? Alguém se importava se ele estava vivo ou morto?Decidiu que estava de saco cheio, queria ficar só, não precisava de ninguém. Foi até a cozinha e encontrou ali os três empregados, pareciam ratos escondendo-se do gato, estava cansado, ele não era um monstro, era apenas um homem, solitário, mas isso não lhe tirava o status de ser humano. Quando os três o viram ficaram bastante assustados, pois ele raramente ia por ali. A Sra. Romina foi quem lhe dirigiu a palavra:– Em que posso ajudá-lo S
Stella resolveu falar primeiro, haja vista que o homem não emitiu uma palavra desde que a viu:–Bom dia!Estava um pouco nervosa, mas, tentou ser simpática, não sabia o que esperar daquele homem.Ela disse isso e Evan ficou ainda mais encantado, a voz dela parecia música aos seus ouvidos. – Bom dia Srta...Ele deixou que ela completasse, pois de fato não a conhecia, ela estendeu a mão e disse:- Morgan, Stella Morgan. Acho que você é o Sr. Larsson? Mesmo tendo a certeza de que ela estava no lugar certo, não custava nada confirmar.– Você me conhece Srta. Morgan?Ela não gostou da maneira como ele disse isso, parecia um lobo que havia encontrado um cordeiro sozinho, pastando longe do rebanho. Se ele achava que poderia tirar algum proveito dela, ela faria questão de lhe mostrar que está muito enganado. – Na verdade, eu tenho algo para lhe entregar. Ela levanta um envelope, que só agora ele notou que ela tinha nas mãos. Ele pegou o envelope um pouco desconfiado, saiu para a varanda
Depois de alguns, Evan decidiu abrir a carta de recomendação da mulher. Foi uma grande surpresa, quando viu a caligrafia que lhe era tão familiar mesmo ontem à noite ele a viu em uma outra carta. Jogou todo o líquido que estava em sua boca, ver que seu primo quem mandara aquela mulher ou enfureceu. Não quis ler o que estava escrito ali. – Vá embora!– O que? Esse homem era mesmo louco, ela duvidava que ele tivesse lido uma palavra sequer da carta e já estava mandando embora, agora se sabia porque estava sozinho, ninguém deveria o ter aguentado, ele é um louco insuportável. – Levante-se e vai embora! Ele estava furioso, seu primo ousou mandar uma estranha para sua casa sem o seu consentimento? Seu primo dissera uma paroquiana, ele imaginou uma senhora viúva de idade avançada, mas essa mulher que sua frente estava de certeza que era uma amante de seu primo, da qual ele queria desfazer-se e agora o trouxe seu problema. Stella foi escorraçada, ela nunca havia passado por tanta humil
Stella foi despertando aos poucos, a última coisa de que ela se lembra de estar da árvore no meio da chuva. Com muito frio, mas agora estava tão quentinho, tão aconchegante, a cama estava tão macia. Mas nesse mesmo instante uma coisa, estava no mesmo instanteEssa constatação foi chocante, ela então voltará imediatamente à realidade. Abriu que estava em uma cama os olhos firmes, os olhos estavam seguros acima, os lençóis estavam seguros e seguros em uma cama enorme... Não fazia ideia do que eram suas roupas. Nesse momento, Evan Larsson aparece com uma bandeja, ali havia alguns alimentos. O homem estava apenas com calças, Stella reparou como seu peitoral era definido, sua pele um pouco bronzeada, até que ele era um trabalhador do campo. Não há muito para tomar consciência de alguém que se encontra em situaçãobarata de homem solteiro, se vê aquilo com certeza que está seguramente arruinada- Ah! Você concorda com Srta. Morgan. Ela pensou que se ele fosse um sinal bom assim de maneira f
Pela manhã, ela levantou bem cedo, pois tinha muito trabalho a fazer e não queria que o Sr. Larsson penssasse que ela estava a fazer corpo mole. Ela se levantou e preparou o café com os ingredietes que achou pela cozinha, fez um pão. Serviu tudo na sala de jantar, não sabia dos hábitos do Sr. Larsson, mas ele era tão rígido, provavelmente não tomava café na cozinha, junto aos empregados. A noite de Evan foi bem agitada, não conseguia tirar da cabeça a Srta. Morgan, a mulher era pior que carrapato, se grudara em sua mente e não saía por nada, tentou pensar em sua amante, mas quando começava a formar os pensamentos em sua mente, sempre acabava surgindo a imagem, do pequeno cordeirinho loiro em sua mente. Quando ela o olhava com aqueles olhos verdes, parecia perguntá-lo sobre todos os pecados e segredos que escondia em sua miserável vida. Era ainda pior, pois seu cheiro estava impregnado por toda a cama, aquela insolente, deve ter feito isso de propósito. Ele foi surpreendido por um ar
O cheiro vindo da cozinha lhe invadiu as narinas novamente, ela de certo era uma bruxa, como pode uma mulher ter tantos atributos? Mas ele foi direto ao quarto, queria se banhar antes da refeição, pois lá fora o tempo estava atipicamente quente. Quando chegou ao quarto ele se deparou com sua cama muito bem arrumada, não se via um vinco nos lençóis. Que droga! Ele não havia arrumando a cama, para que seu cheiro permanecesse ali, agora ela havia lhe tirado sua preciosa relíquia. Ela vai pagar por isso, não importa como, mas ela iria pagar. Teve uma ideia, desarrumou toda a cama e seguiu para o banho. Depois de aciado, ele desceu para almoçar, Stella estava terminando de colocar os pratos à mesa. Quando tudo esta arrumado, ela se pôs de pé no mesmo lugar onde ficou no café da manhã, mas eu não queria aquilo, para meu plano funcionar ela teria que pensar que está tudo bem. - Pegue um prato e sente-se Srta. Morgan. - Evan aponta a cadeira ao seu lado para ela.- Não é necessário Sr. esto