Estava toda a vizinhança reunida em casa depois do enterro, era uma despedida para Stella também, pois o reverendo lhe disse que logo ela partiria, só não revelou a ela quando. O Sr. Brice, o propietário, estava aqui também, cercando a menina por todos os lados e ela o evitando o máximo possível, o homem não tinha a menor noção ou consideração, ela havia acabado de enterrar o pai e ele como um urubu rondando a carniça, não a deixava em paz, mesmo depois de o reverendo acertar todas as contas com ele.
Ela estava sufocada, por causa de toda a situação, então decidiu tomar um ar, o Sr. Brice a seguiu e deu sua cartada. Stella não achava que ele pudesse ser tão descarado. - Olá menina, sinto muito pelo seu pai. - Ele lhe falava como se fosse um homem velho, mas na verdade era bem moço, o pai de Stella, havia arrendado a propriedade com o pai do Sr. Brice, mas quando o gentil senhor morreu, o filho tomou as rédeas dos negócios e não foi nada bom para o pai dela. Ele dobrou o valor do aluguel e passou a fazer inúmeras exigências. - Olá Sr. Brice, obrigada. - Stella diz isso já pronta para retornar seu caminho para dentro. Mas ele se colocou à frente dela. Sua alta estatura lhe impediu de continuar. - Para quê tanta pressa Srta. a conversa está tão agradável. - Disse isso lhe medindo todo o corpo, Stella se sentiu incômoda, ele agora estava mais abusado do que de costume. Ela não cederia um milímetro para ele.- Se me der licença Sr. Brice, preciso atender as pessoas que estão em casa. - Essa era uma boa desculpa, mas ele, estava disposto a ignorar a educação que Stella lhe dispensava.- Deixe esses inúteis para lá, fique aqui comigo. - Ele tentava ser sedutor, mas causava o sentimento completamente oposto na jovem. - Esses inúteis são os meus amigos e amigos de papai, não posso fazer desfeita. - Ela dá passos em direção à casa, mas ele lhe segura o braço de maneira nada gentil. - Já disse, fique aqui comigo, terá mais vantagens do que com aqueles pobretões. Posso te dar uma vida de rainha, basta se tornar minha amante.- Eu também sou uma pobretona Sr. Brice, deixe-me me juntar aos meus. E, quanto a me tornar sua amante, jamais faria isso com a memória do meu pai, ele não me criou para ser esse tipo de mulher. - Ele se surpreendeu, pois Stella, sempre foi gentil e nunca retrucou diretamente o que ele disse.- Você tem garras, não é gatinha, pode usá-las em mim, eu gosto. - Nesse momento o homem a puxou e roubou-lhe um beijo, de maneira truculenta, ela odiou aquilo, sempre imaginou que o seu beijo fosse algo suave e com alguém que ela amasse muito. Ela começou a lhe empurrar, mas ele era mais alto e muito mais forte que ela. Então lhe mordeu os lábios, mas ele não a largou, mordeu os dela também, começou a se debater, mas não conseguia se soltar, ela já estava cansada e sem ar. Ele então começa a movimentar as mãos, Stella não quer aquilo, ela não para de lutar.Até que o homem é arrancado abruptamente de cima dela, só então ela consegue respirar. Foi o reverendo quem a salvou, ele está lutando com o Sr. Brice, que lhe acerta um soco, Stella grita e isso chama a atenção de todos os que estavam na casa, eles vem correndo para ver o que está acontecendo, separam a briga e o Sr. Brice começa a fazer suas ameaças.- Me solta, tira essa mão imunda de mim. - Ele vai em direção a Stella e lhe diz: - Fora da minha casa, imediatamente, não quero mais te ver na minha frente, eu pensei em te fazer minha amante, seria uma honra para uma pobretona como você, mas você não valorizou a chance que eu te dei, então pega os seus trapos e vai embora. Ela segue em direção a casa, é ela quem não quer permanecer mais nenhum minuto ali. Nunca fora tão humilhada, quase foi violentada por esse homem desprezível, Deus o faria pagar por tudo o que ele lhe fez.- E, todos vocês, estão proibidos de dar abrigo para essa meretriz, quem fizer isso, será expulso das minhas terras e nunca mais irá trabalhar para mim. - Todos abaixaram suas cabeças, tinham muito medo de o Sr. Brice lhes prejudicar. Tinham suas famílias para sustentar, Stella os entendia muito bem. Ela pegou seus poucos vestidos e colocou dentro de um saco, os vestidos eram velhos, mas eram seu único bem. Saio apressadamente em direção a estrada, caminho alguns minutos, então vejo a carruagem do reverendo vindo em minha direção, ele a para do meu lado.- Stella, suba na carruagem, vou te levar até a estalagem.- Não quero sua ajuda, o Sr. Brice vai encontrar uma maneira de lhe prejudicar. Não sou sua responsabilidade reverendo. - Para com isso Stella, não devo obediência àquele homem, ninguém vai me impedir de te ajudar.- Já disse que não vou.Ele desce da carruagem e para Stella. - Stella, me diz, não quer aceitar minha ajuda, então, para onde você vai? O que vai fazer?- Não sei, mas não vou mais ser um peso para ninguém, todos aqui já me ajudaram além do que é aceitável, sou muito agradecida, mas não posso aceitar mais nada.- Está bem, é minha última ajuda, mas aceite, te mando amanhã mesmo para a colocação que eu te falei, ainda não chegou a resposta, mas não acredito que ele vai dizer não. Por favor Stella aceite.- Está bem, mas onde vou ficar hoje?- Vou te levar até a estalagem da próxima cidade, não acho que seja seguro para você permanecer aqui, o Brice está obstinado em te arruinar. Eles seguiram viagem e o reverendo, achou por bem viajar quanto fosse possível antes do anoitecer, eles passaram por umas três cidades até que ele decidiu que era seguro. Quando ele entrou na estalagem algumas pessoas acharam curioso um reverendo viajando com uma mulher tão jovem, então ele mentiu que Stella era sua irmã mais nova. Não era de todo mentira, porque ele a considerava assim.Alugou dois quartos para eles ficarem, Stella parecia estar bem cansada, no entanto ele a orientou: - Depois volte para o jantar e eu lhe darei as instruções para chegar até a propriedade do meu primo. - Sim senhor reverendo. Stella segue para o quarto que a mulher do estalajadeiro me indica, ali toma um banho, realmente estava precisando de um, trocou o vestido sujo de viagem e desceu para o jantar. Não tinha muita escolha, era acatar o que o reverendo dizia, ou seguir seu caminho, sem destino, ser uma andarilha, no entanto, isso era muito perigoso, ainda mais para uma jovem como ela, que tivera um pouco dos dois lados, uma vida estável e com um futuro muito próspero, mas também já passou por todo tipo de dificuldades, desde que o pai ficou doente. Depois de limpa, se sentiu uns cinco quilos mais leve, as estradas eram poerentas por demais e tudo parecia se acumular em suas roupas e seus cabelos. Desceu então para o jantar, encontrou o reverendo em uma mesa ao canto, parecia ter tomado banho também. Ela se sentou de frente para ele.– Estou aqui, pode falar como chegar ao meu destino. - Espere, vamos primeiro pedir o jantar. - Ele chamou uma das garçonetes, para fazer o pedido, a moça ficou se insinuando para o reverendo, de fato, ele era muito bonito. Tinha um bom porte, cabelos castanhos, não lhe faltava nenhum dos dentes e tirando as entradas no cabelo, não tinha defeitos aparentes.Depois dos pedidos feitos, onde o reverendo pediu um guisado, Stella preferiu pedir uma torta de carne, fazia tempos que não comia, cuidando do pai, não tinha muito tempo para preparar coisas além do básico na cozinha. Ela adorava cozinhar e mesmo desde muito pequena, ajudava a mãe no preparo das refeições. Todos que comiam sua comida ficavam maravilhados, o pai lhe disse que o homem que se casasse com ela, seria um homem de muita sorte. Quando a torta chegou estava muito boa, mas na opinião de Stella um pouco salgada e faltava uma pitada de pimenta. Quando terminaram a refeição, enfim o reverendo parecia disposto a conversar com ela. – Stella, você tem um longo caminho pela frente, até chegar à propriedade do meu primo, ele se chama Evan Larson e herdou muitas terras do seu falecido pai, meu tio. Ele é um pouco diferente de mim, mas é um homem bom, tenho certeza que ele irá te receber muito bem. – Eu não sei reverendo, você não disse que ele ainda não enviou a resposta da sua
Depois desse momento de emoção e uma espécie de despedida, Stella enfim se senta para saborear as guloseimas que estão na mesa, esperando que ela as devore.Quando termina o café o reverendo a leva até uma carruagem alugada, o cocheiro é um senhor muito simpático, ele disse que foi indicado pelo reverendo da cidade, então era de muita confiança. A viagem ainda tinha pelo menos quatro dias pela frente e ele não poderia acompanhá-la, até para que o maldito que tentou abusar de Stella não tenha nenhuma pista, então lhe entregou certa quantia em dinheiro, para que ela pudesse se alimentar e pagar as estalagens pelas próximas noites. Não é nada seguro viajar durante à noite por essas estradas sem escolta. Mais uma vez ela ficou tímida com tamanha generosidade do reverendo, fazia muito tempo que ela precisava da ajuda de outros, pelo visto não era diferente em sua despedida. Também está bastante ansiosa, era a primeira vez que saia de casa, sua primeira viagem e a partir de agora, seguia
Evan é um senhor de terras, muito abastado, para onde a vista alcança é tudo seu. Todos os dias admira sua propriedade, ali de cima do cavalo. Porém, não consegue se sentir orgulhoso de tudo o que possui.Embora tenha tudo o que lhe classifica como o homem mais rico de toda a região, sente um imenso vazio dentro de seu coração. Os amigos eram todos conhecidos de seus pais, que se tornaram seus conhecidos desde a morte de ambos, não conhecia de verdade a ninguém.Os funcionários de sua casa, eram poucos, apenas três permaneciam, estes também estão há muito tempo na casa, embora idosos, eles preferiam continuar trabalhando, o que é bom para ele, pois não é muito adepto a mudanças, todas as vezes que sua vida mudou nunca foi para melhor.A quantidade de empregados, não era por ser pão duro, apenas não queria ver ninguém, se pudesse ele mesmo colocar tudo em ordem, não os manteria na casa, ficaria sozinho. Mas, esta era muito grande e ele tinha outras responsabilidades, das quais não podi
Tomando mais um gole de seu uísque Evan pôde realmente constatar que o primo o surpreendeu nesta carta. Ele nunca recebia uma resposta e mesmo assim pedia ajuda para uma desconhecida, uma velhota morta de fome. Ele tinha ficado com raiva da mulher, mesmo sem conhecê-la, o primo queria protegê-la, foi para a ação, enquanto para ele só restaram palavras. O primo nunca deu um passo para vir vê-lo em cinco anos e agora fazia solicitações disse que a mulher não tinha ninguém no mundo. E, Evan tinha alguém? Alguém se importava se ele estava vivo ou morto?Decidiu que estava de saco cheio, queria ficar só, não precisava de ninguém. Foi até a cozinha e encontrou ali os três empregados, pareciam ratos escondendo-se do gato, estava cansado, ele não era um monstro, era apenas um homem, solitário, mas isso não lhe tirava o status de ser humano. Quando os três o viram ficaram bastante assustados, pois ele raramente ia por ali. A Sra. Romina foi quem lhe dirigiu a palavra:– Em que posso ajudá-lo S
Stella resolveu falar primeiro, haja vista que o homem não emitiu uma palavra desde que a viu:–Bom dia!Estava um pouco nervosa, mas, tentou ser simpática, não sabia o que esperar daquele homem.Ela disse isso e Evan ficou ainda mais encantado, a voz dela parecia música aos seus ouvidos. – Bom dia Srta...Ele deixou que ela completasse, pois de fato não a conhecia, ela estendeu a mão e disse:- Morgan, Stella Morgan. Acho que você é o Sr. Larsson? Mesmo tendo a certeza de que ela estava no lugar certo, não custava nada confirmar.– Você me conhece Srta. Morgan?Ela não gostou da maneira como ele disse isso, parecia um lobo que havia encontrado um cordeiro sozinho, pastando longe do rebanho. Se ele achava que poderia tirar algum proveito dela, ela faria questão de lhe mostrar que está muito enganado. – Na verdade, eu tenho algo para lhe entregar. Ela levanta um envelope, que só agora ele notou que ela tinha nas mãos. Ele pegou o envelope um pouco desconfiado, saiu para a varanda
Depois de alguns, Evan decidiu abrir a carta de recomendação da mulher. Foi uma grande surpresa, quando viu a caligrafia que lhe era tão familiar mesmo ontem à noite ele a viu em uma outra carta. Jogou todo o líquido que estava em sua boca, ver que seu primo quem mandara aquela mulher ou enfureceu. Não quis ler o que estava escrito ali. – Vá embora!– O que? Esse homem era mesmo louco, ela duvidava que ele tivesse lido uma palavra sequer da carta e já estava mandando embora, agora se sabia porque estava sozinho, ninguém deveria o ter aguentado, ele é um louco insuportável. – Levante-se e vai embora! Ele estava furioso, seu primo ousou mandar uma estranha para sua casa sem o seu consentimento? Seu primo dissera uma paroquiana, ele imaginou uma senhora viúva de idade avançada, mas essa mulher que sua frente estava de certeza que era uma amante de seu primo, da qual ele queria desfazer-se e agora o trouxe seu problema. Stella foi escorraçada, ela nunca havia passado por tanta humil
Stella foi despertando aos poucos, a última coisa de que ela se lembra de estar da árvore no meio da chuva. Com muito frio, mas agora estava tão quentinho, tão aconchegante, a cama estava tão macia. Mas nesse mesmo instante uma coisa, estava no mesmo instanteEssa constatação foi chocante, ela então voltará imediatamente à realidade. Abriu que estava em uma cama os olhos firmes, os olhos estavam seguros acima, os lençóis estavam seguros e seguros em uma cama enorme... Não fazia ideia do que eram suas roupas. Nesse momento, Evan Larsson aparece com uma bandeja, ali havia alguns alimentos. O homem estava apenas com calças, Stella reparou como seu peitoral era definido, sua pele um pouco bronzeada, até que ele era um trabalhador do campo. Não há muito para tomar consciência de alguém que se encontra em situaçãobarata de homem solteiro, se vê aquilo com certeza que está seguramente arruinada- Ah! Você concorda com Srta. Morgan. Ela pensou que se ele fosse um sinal bom assim de maneira f
Pela manhã, ela levantou bem cedo, pois tinha muito trabalho a fazer e não queria que o Sr. Larsson penssasse que ela estava a fazer corpo mole. Ela se levantou e preparou o café com os ingredietes que achou pela cozinha, fez um pão. Serviu tudo na sala de jantar, não sabia dos hábitos do Sr. Larsson, mas ele era tão rígido, provavelmente não tomava café na cozinha, junto aos empregados. A noite de Evan foi bem agitada, não conseguia tirar da cabeça a Srta. Morgan, a mulher era pior que carrapato, se grudara em sua mente e não saía por nada, tentou pensar em sua amante, mas quando começava a formar os pensamentos em sua mente, sempre acabava surgindo a imagem, do pequeno cordeirinho loiro em sua mente. Quando ela o olhava com aqueles olhos verdes, parecia perguntá-lo sobre todos os pecados e segredos que escondia em sua miserável vida. Era ainda pior, pois seu cheiro estava impregnado por toda a cama, aquela insolente, deve ter feito isso de propósito. Ele foi surpreendido por um ar