Capítulo – 002

Estava toda a vizinhança reunida em casa depois do enterro, era uma despedida para Stella também, pois o reverendo lhe disse que logo ela partiria, só não revelou a ela quando. O Sr. Brice, o propietário, estava aqui também, cercando a menina por todos os lados e ela o evitando o máximo possível, o homem não tinha a menor noção ou consideração, ela havia acabado de enterrar o pai e ele como um urubu rondando a carniça, não a deixava em paz, mesmo depois de o reverendo acertar todas as contas com ele.

Ela estava sufocada, por causa de toda a situação, então decidiu tomar um ar, o Sr. Brice a seguiu e deu sua cartada. Stella não achava que ele pudesse ser tão descarado. 

- Olá menina, sinto muito pelo seu pai. - Ele lhe falava como se fosse um homem velho, mas na verdade era bem moço, o pai de Stella, havia arrendado a propriedade com o pai do Sr. Brice, mas quando o gentil senhor morreu, o filho tomou as rédeas dos negócios e não foi nada bom para o pai dela. Ele dobrou o valor do aluguel e passou a fazer inúmeras exigências. 

- Olá Sr. Brice, obrigada. - Stella diz isso já pronta para retornar seu caminho para dentro. Mas ele se colocou à frente dela. Sua alta estatura lhe impediu de continuar. 

- Para quê tanta pressa Srta. a conversa está tão agradável. - Disse isso lhe medindo todo o corpo, Stella se sentiu incômoda, ele agora estava mais abusado do que de costume. Ela não cederia um milímetro para ele.

- Se me der licença Sr. Brice, preciso atender as pessoas que estão em casa. - Essa era uma boa desculpa, mas ele, estava disposto a ignorar a educação que Stella lhe dispensava.

- Deixe esses inúteis para lá, fique aqui comigo. - Ele tentava ser sedutor, mas causava o sentimento completamente oposto na jovem. 

- Esses inúteis são os meus amigos e amigos de papai, não posso fazer desfeita. - Ela dá passos em direção à casa, mas ele lhe segura o braço de maneira nada gentil.  

- Já disse, fique aqui comigo, terá mais vantagens do que com aqueles pobretões. Posso te dar uma vida de rainha, basta se tornar minha amante.

- Eu também sou uma pobretona Sr. Brice, deixe-me me juntar aos meus. E, quanto a me tornar sua amante, jamais faria isso com a memória do meu pai, ele não me criou para ser esse tipo de mulher. - Ele se surpreendeu, pois Stella, sempre foi gentil e nunca retrucou diretamente o que ele disse.

- Você tem garras, não é gatinha, pode usá-las em mim, eu gosto. - Nesse momento o homem a puxou e roubou-lhe um beijo, de maneira truculenta, ela odiou aquilo, sempre imaginou que o seu beijo fosse algo suave e com alguém que ela amasse muito. Ela começou a lhe empurrar, mas ele era mais alto e muito mais forte que ela. 

Então lhe mordeu os lábios, mas ele não a largou, mordeu os dela também, começou a se debater, mas não conseguia se soltar, ela já estava cansada e sem ar. Ele então começa a movimentar as mãos, Stella não quer aquilo, ela não para de lutar.

Até que o homem é arrancado abruptamente de cima dela, só então ela consegue respirar. Foi o reverendo quem a salvou, ele está lutando com o Sr. Brice, que lhe acerta um soco, Stella grita e isso chama a atenção de todos os que estavam na casa, eles vem correndo para ver o que está acontecendo, separam a briga e o Sr. Brice começa a fazer suas ameaças.

- Me solta, tira essa mão imunda de mim. - Ele vai em direção a Stella e lhe diz: - Fora da minha casa, imediatamente, não quero mais te ver na minha frente, eu pensei em te fazer minha amante, seria uma honra para uma pobretona como você, mas você não valorizou a chance que eu te dei, então pega os seus trapos e vai embora. 

Ela segue em direção a casa, é ela quem não quer permanecer mais nenhum minuto ali. Nunca fora tão humilhada, quase foi violentada por esse homem desprezível, Deus o faria pagar por tudo o que ele lhe fez.

- E, todos vocês, estão proibidos de dar abrigo para essa meretriz, quem fizer isso, será expulso das minhas terras e nunca mais irá trabalhar para mim. - Todos abaixaram suas cabeças, tinham muito medo de o Sr. Brice lhes prejudicar. Tinham suas famílias para sustentar, Stella os entendia muito bem. 

Ela pegou seus poucos vestidos e colocou dentro de um saco, os vestidos eram velhos, mas eram seu único bem. Saio apressadamente em direção a estrada, caminho alguns minutos, então vejo a carruagem do reverendo vindo em minha direção, ele a para do meu lado.

- Stella, suba na carruagem, vou te levar até a estalagem.

- Não quero sua ajuda, o Sr. Brice vai encontrar uma maneira de lhe prejudicar. Não sou sua responsabilidade reverendo. 

- Para com isso Stella, não devo obediência àquele homem, ninguém vai me impedir de te ajudar.

- Já disse que não vou.

Ele desce da carruagem e para Stella. 

- Stella, me diz, não quer aceitar minha ajuda, então, para onde você vai? O que vai fazer?

- Não sei, mas não vou mais ser um peso para ninguém, todos aqui já me ajudaram além do que é aceitável, sou muito agradecida, mas não posso aceitar mais nada.

- Está bem, é minha última ajuda, mas aceite, te mando amanhã mesmo para a colocação que eu te falei, ainda não chegou a resposta, mas não acredito que ele vai dizer não. Por favor Stella aceite.

- Está bem, mas onde vou ficar hoje?

- Vou te levar até a estalagem da próxima cidade, não acho que seja seguro para você permanecer aqui, o Brice está obstinado em te arruinar. 

Eles seguiram viagem e o reverendo, achou por bem viajar quanto fosse possível antes do anoitecer, eles passaram por umas três cidades até que ele decidiu que era seguro. 

Quando ele entrou na estalagem algumas pessoas acharam curioso um reverendo viajando com uma mulher tão jovem, então ele mentiu que Stella era sua irmã mais nova. Não era de todo mentira, porque ele a considerava assim.

Alugou dois quartos para eles ficarem, Stella parecia estar bem cansada, no entanto ele a orientou: 

- Depois volte para o jantar e eu lhe darei as instruções para chegar até a propriedade do meu primo. 

- Sim senhor reverendo. 

Stella segue para o quarto que a mulher do estalajadeiro me indica, ali toma um banho, realmente estava precisando de um, trocou o vestido sujo de viagem e desceu para o jantar. Não tinha muita escolha, era acatar o que o reverendo dizia, ou seguir seu caminho,  sem destino,  ser uma andarilha, no entanto,  isso era muito perigoso,  ainda mais para uma jovem como ela, que tivera um pouco dos dois lados, uma vida estável e com um futuro muito próspero, mas também já passou por todo tipo de dificuldades, desde que o pai ficou doente. 

Depois de limpa, se sentiu uns cinco quilos mais leve, as estradas eram poerentas por demais e tudo parecia se acumular em suas roupas e seus cabelos. Desceu então para o jantar, encontrou o reverendo em uma mesa ao canto, parecia ter tomado banho também. Ela se sentou de frente para ele.

– Estou aqui, pode falar como chegar ao meu destino. 

- Espere, vamos primeiro pedir o jantar. - Ele chamou uma das garçonetes, para fazer o pedido, a moça ficou se insinuando para o reverendo, de fato, ele era muito bonito. Tinha um bom porte, cabelos castanhos, não lhe faltava nenhum dos dentes e tirando as entradas no cabelo, não tinha defeitos aparentes. 

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