Talvez, seu coração esteja falando muito mais que sua boca, mas será que você consegue ouvir? Matheus, um garoto que sofre na escola por tirar notas boas, se ver sendo protegido por um garoto popular e ao começar a sair com sua turma, ele conhece o Rian, garoto surdo e que odeia conversar com ouvintes, mas Matheus está disposto a criar laços com ele. Será que só dessa maneira, Matheus vai perceber que a maior voz, vem de dentro?
Ler maisMatheusDavi: Oi, eu sou Davi sejam bem-vindos a mais um vídeo! Se você ainda não é inscrito, se inscreve aqui embaixo e recomenda para todo mundo que você conhece! Não esquece de deixar o gostei também porque isso ajuda demais. Estamos na nossa maratona de setembro, com um vídeo por dia em homenagem ao Setembro Azul e hoje, eu vim aqui com dois convidados. O Rian que já apareceu nos nossos vídeos antes...Rian: Oi!Davi: E esse é o namorado dele, o Matheus.Matheus (constrangido): Oi...Davi: Hoje nós viemos falar de um assunto que eu recebo muitos comentários perguntando sobre que é como é o namoro entre uma pessoa surda e uma pessoa ouvinte. Dá certo? Como funciona? Eu trouxe o Rian e o Matheus aqui para falar disso. O Rian é surdo e o Matheus é ouvinte e eles namoram já tem...Rian:
RianAs coisas ficaram um pouco estranhas ainda por uns dias depois da ida a ONG. Mas, não havia muito que eu ou o Matheus pudéssemos fazer sobre isso, acho que mesmo que tenhamos conversado sobre, por um tempo eu só precisei ficar irritado e chateado e ele entendia isso. Eu gostava que ele fosse tão compreensivo.É que, sei lá... Ciúmes pegam em inseguranças que eu nem sequer lembrava que tinha.Mas, passou... Depois que ele foi lá em casa e a gente transou no sofá da sala enquanto Lexi tava fora num encontro. O que posso dizer? Uma boa transa depois de uma conversa legal e uns dias afastados, resolve muita coisa. Pode até não resolver todos os problemas de um casal, mas, definitivamente resolveu esse.Matheus riu baixinho enquanto eu deixava mais alguns beijos no pescoço.“Cacau?” – adivinhei, apontando para os ar
MatheusApós três dias de suspensão, fiquei mais dois dias em casa, com medo de ir para escola. Pedro veio ficar comigo, disse que não estava no clima de volta às aulas ainda.– Faltar à primeira semana de aulas nunca matou ninguém. – ele disse, mexendo no celular, jogado na minha cama.Revirei os olhos me sentando no chão e pegando meu celular para ver as horas.Sete da noite.– Então... – Pedro ergueu os olhos do aparelho e se sentou na beira da cama. – Eu soube que a Cássia não levou suspensão por cortar seu cabelo.– É, Samantha me contou. – murmurei, desconfiado por ele estar puxando esse assunto do nada. – Eu não devia ter pulado nela.– É, bater em mulheres é bem errado, mas acho que no contexto de humilhações diárias e
RianO primeiro dia de aula foi assustador. Não tinha um motivo exato para ser assustador, mas foi. Não teve um instante em que eu não tivesse querido voltar para casa.Mas, a pior parte foi ficar no fogo cruzado entre Fernando e Marcelo. Existem poucas coisas piores do que ficar entre a briga do seu ex-namorado com o atual dele.Tinha tomado o remédio para a ansiedade hoje porque meu pai me convenceu a pelo menos esperar passar os dias do corpo se acostumando a química antes de decidir que o remédio não me fazia bem. E aquele remédio realmente me deixava avoado.Escondi o rosto nas mãos enquanto a luz que anunciava o intervalo acendia e apagava, irritando minha vista. Senti um toque no braço e me afastei imediatamente, reconhecendo.Respirei fundo antes de erguer os olhos.“Tá tudo bem?” – Marcelo perguntou me olhando de
Matheus Apesar de já estar tarde, decidi lavar o cabelo porque fazia... Bom... Sei lá quanto tempo que eu não lavava.Respirei fundo aproveitando a água quente e tentando imaginar a cara dos meus sogros quando soubessem que eu tinha socado o meu namorado. Meu Deus, eu tava tão morto. E apesar de isso provavelmente ter desencadeado minha morte, foi legal ter o Rian me ensinando. Sei lá. Sorri lembrando dele dando um soco no André. Aquilo foi realmente incrível.Fechei os olhos sentindo meus ombros doerem novamente. Será que se eu pedisse com jeitinho meu namorado aceitava me fazer uma massagem? Não pude evitar rir, ciente que poderíamos ir bem além de massagens sem qualquer preocupação. Respirei fundo tirando o shampoo do cabelo e massageando as mechas para ficarem bem macias.Estava cansado do dia e com dor nas costas, mas nad
RianEu não sei bem como aquilo aconteceu.Sei lá. Foi meio que automático.Puxaram o cabelo do meu namorado e minha reação imediata foi um soco.A minha segunda reação foi correr.E a última foi ter que descer do ônibus porque estava quase vomitando porque meu cérebro ficava me instigando com paranoias de que aquele garoto estava vindo atrás de mim para me fazer de saco de pancadas e isso me deixou enjoado. Eu não cheguei a vomitar, mas tremi muito.Além disso, minha mão estava doendo.Suspirei tirando os sapatos quando entrei na casa do Matheus e me encostando contra a mesa da cozinha, deixei minha mochila no chão.“Você tá bem mesmo?”“Sim.” – forcei um sorriso. – “Foi só um mal-estar.”“Mesmo?”Co
MatheusEu sei que mirantes são altos. Mas, não sabia que eram tão altos.Rian e Davi trocavam sinais rápidos antes de fotografarem, acho que estavam conversando sobre ângulo, luz e... Essas coisas de fotografia. Os dois riam enquanto tiravam fotos e passavam instruções de pose. Paula não pôde vir, parecia que ela tinha um ensaio importante, então éramos só nós e a Sabrina.Davi não estava muito animado hoje, mas foi ficando conforme ia tirando fotos. Rian explicou que ele estava triste por causa da progressão da surdez. Sabrina parecia preocupada com o namorado e eu conseguia entender porque, mesmo sorridente, Davi parecia abatido.“Mais pra trás.” – Rian pediu.Arregalei os olhos, enquanto dava dois passos hesitantes para trás, tentando manter distância do guarda-corpo.&ldqu
RianA primeira psicóloga... Não deu certo. Ela era legal, mas não consegui confiar nela, não me pergunte porque, não sei.A segunda também não deu certo. Ela era homofóbica e eu basicamente sai da sessão xingando ela de tudo que era nome e mais tarde meu pai teve que vir falar comigo porque eu não conseguia parar de chorar de raiva. Então passamos um tempo de qualidade xingando preconceituosos no geral. Vivos ou mortos.O terceiro, Tales... Bom, estava dando certo. Tivemos que pesquisar em outros sites para encontrar ele.Ele tinha cabelos crespos e uma pele negra muito escura e muito bronzeada, tive vontade de perguntar se ele tinha uma casa na praia, mas não perguntei. Seus olhos eram castanhos bem redondos e o sorriso no rosto que não parecia sumir por completo nem quando fazia careta. Tales tinha sessenta e poucos anos, usava uma alian
MatheusEram onze e pouca da noite quando me levantei para fazer pipoca. Minha mãe chegou do trabalho uns instantes depois, quando eu tinha acabado de tirar a pipoca do fogo.– Coloca manteiga. – ela pediu bocejando e tirando os sapatos.– Ok.– Vou tomar banho.– Ok. – sorri, pegando outra tigela.Coloquei metade da pipoca para minha mãe e metade para mim. Derreti manteiga para parte dela e coloquei Sazon no meu.Levei as tigelas de pipoca para o quarto da minha mãe e liguei a TV no canal de realitys de cozinha, porque ela gostava. Provavelmente ela estaria dormindo antes dos primeiros vinte minutos do episódio, mas... Acho que cada minuto conta, não é? Peguei um travesseiro para mim e me encostei contendo um bocejo enquanto pegava o celular.[Matheus]Você tá bem?&