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Capítulo 4: Infelicidade

Clarice estava reclusa após as tentativas frustradas que Klaus fez para vê-la. Norma tentou persuadi-la, mas não conseguiu. Quando a estudante se trancava, não havia nada que a tirava de dentro do quarto.

- Clarice, por quanto tempo vai ficar trancada neste quarto? Perguntou Esther ao entrar no seu quarto.

- Eu não sei. Estou de férias. Respondeu colocando as pernas esticadas para cima.

- Que bom que lembrou disso. Eu estou exausta e quero ir para a praia na sexta. Arrume as suas coisas. Saímos assim que o seu pai chegar. Não quero ouvir uma única palavra. Declarou.

- Você planejou algo com a Norma? Perguntou achando que poderia ser uma armadilha.

- Nadinha. Ela liga todos os dias querendo saber o que houve. Eu digo que não sei. Então ela me conta que Klaus está atrás de quem a colocou contra ele.

- Mãe, eu sou um bibelot. Declarou olhando para a mãe. - Ele só está furioso porque perdeu os lanches da madrugada. Logo ele se j**a em cima de outra.

- Não vai contar o que houve? Perguntou Esther entrando no quarto.

- Acha que fiz os lanches para chamar a atenção dele? Perguntou triste.

- Você é boba demais para isso. Talvez seja por isso que ele goste tanto de você. Ele viaja daqui a quatro meses, Clarice. A Norma queria apenas que você fosse sincera e lhe contasse o que ele fez de errado. Além disso, você foi avisada pelas suas amigas quem ele era. Não finja que não sabia como ele era! Gritou a mãe abrindo as cortinas.

- A Martha era mais forte do que eu. Eu sou fraca. Eu choro a toa. Eu sou um bibelot pequeno e frágil. Disse colocando o travesseiro para esconder o rosto.

- Você só é inexperiente e se esconde do mundo. Grite, Clarice! Insistiu Esther. - Você não será forte como a Martha se ficar trancada no quarto. Deve ser ele ligando de novo. Atenda essa porra de uma vez, mulher! Acorde para vida! Gritou a mãe antes de vê-la atender o telefone.

- Eu vou atender, mãe. Disse pedindo para ela sair do quarto. - Alô?

- Clarice? É você mesma? Perguntou Klaus sem acreditar.

- Sim. Onde você está? Pareceu rude.

- No hospital. Na sala do meu pai escondido para não bater em ninguém. Disse coçando a cabeça.

- Está de plantão? Quis saber.

- Não. Já terminei, mas qualquer coisa é melhor do que ouvir minha mãe gritando em casa. Contou.

- Minha mãe deu uns gritos agora também. Disse o fazendo sorrir.

- Posso lhe ver agora? Pediu finalmente.

- Eu estou horrível. Disse ao se olhar no espelho.

- Eu devo estar pior. Eu estou até barbudo. Contou.

- Deve estar engraçado. Disse sorrindo.

- Posso passar aí? Insistiu.

- Tudo bem. Só não vem correndo porque eu vou levantar da cama, tomar um banho e vestir algo descente. Exigiu.

- Tudo bem. Faço a barba? Quis saber.

- Não! Eu estou curiosa. Disse sorrindo que nem boba.

- Tudo bem. Mas acho que um banho seria bem vindo depois de dois plantões seguidos. Disse se sentindo mal dentro daquela roupa suja.

- Muito bem vindo. Meus pais vão num jantar e vamos poder conversar sem ter ninguém por perto. Disse.

- Sim, minha senhora. Eu faço tudo por você. Aceitou submisso.

Clarice sorriu. Achou engraçado a declaração dele e saiu correndo para o banheiro depois de desligar o telefone.

Tomou um banho longo, lavou os cabelos, depilou-se, secou os cabelos e passou apenas um batonzinho bem claro na boca. Escolheu um vestido longo verde, da cor de seus olhos e saiu do quarto. Os pais a olharam perplexos.

- Klaus vem aqui? Perguntou Esther sorrindo.

- Sim. Deve estar chegando. Disse Clarice.

- Têm comida na geladeira. Disse puxando o marido pelo braço.

- Ainda vamos sair? Klaus vem aqui e vamos deixar Clarice sozinha? Reclamou Edgar.

- Sim. Clarice tem que aprender a resolver os seus problemas com o Klaus. Puxou o marido com mais força.

- Eu espero que esteja certa disso. Declarou Edgar aceitando ir com a mulher sem protestar mais.

Klaus chegaria no apartamento meia hora depois que os pais de Clarice saíram. Estava mais magro e abatido, mas ainda muito bonito naquela roupa que misturava uma camisa azul marinho e uma calça marrom claro.

- Eu senti tanto a sua falta, minha senhora. Disse assim que Clarice abriu a porta do apartamento vazio e pouco iluminado.

- Deixa de ser bobo, Klaus. Disse meio sem jeito ao vê-lo após algum tempo. - Nem foi tanto tempo.

- Eu quase fiquei maluco sem conseguir falar com você. Disse ao agarrá-la e beijá-la como nunca havia feito até então.

- Klaus, pare! Exigiu, achando exagerado aquele comportamento.

- Eu não consigo, Clarice. Eu estou cheio de saudade. Disse caminhando com ela em seus braços.

- Devagar... Disse ao senti-lo beijando o seu pescoço, sarrando a sua barba crescida.

- Seus pais ainda estão em casa? Perguntou olhando para ela próximos do sofá grande e macio.

- Saíram. Disse sem perceber os planos dele. - Klaus, não! Assim não! Disse assim que eles deitaram no sofá.

- Sinto muito, minha senhora. Mas eu preciso lhe mostrar como eu senti a sua falta. Disse ao beijá-la intensamente, ajeitando o seu corpo grande sobre o dela que lhe parecia perfeito.

Clarice sentiu o corpo se aquecer rapidamente a cada beijo. Ele parecia nervoso e cada vez mais ansioso a beijando cada vez mais. Klaus sentiu o seu corpo em chamas e, mesmo achando que seria um abuso, puxou-a pelas pernas quando sentiu o seu pênis enrijecer.

- Klaus, não. Gritou ao sentir a sua excitação. - Eu achei que iríamos conversar.

- Não faz assim, Clarice. Pediu entre um beijinho e outro. - Eu sou louco por você. Ficar longe só me mostrou o quanto eu sou louco por você. Disse deslizando as mãos entre as suas pernas e a tocando de forma a arrancar dela um suspiro forte enquanto ele a beijava entre os seios. - Eu não aguentou mais, Clarice. Eu estou na seca esse tempo todo. Disse a apertando contra o seu corpo cada vez mais, até que ela sentiu que toda aquela excitação havia lhe proporcionado algo que não esperava. Um orgasmo? E, depois dele, abriu a boca a chorar. O que estava de errado com ela?

- Você me vê assim? Um objeto sexual? Perguntou num choro sofrido.

- Clarice, eu te amo. Declarou ele desesperado. - Nunca houve outra mulher como você. Eu juro!

- Mas aquelas mulheres disseram que eu faço os lanches para lhe seduzir porque é rico. Você me vê assim?

- Nunca! Você é dedicada. Nós sabemos que tem dormido menos por causa de sua irmã. Clarice, elas são invejosas.

- Eu quero você. Isso é fato! Todos sabem disso. Eu a amo demais. Eu amo tanto que quero me casar com você antes de ir embora. Contou o seu plano.

- Ficou maluco? Perguntou o forçando a olhar para ela. - Combinamos de nos casar apenas quando voltasse, Klaus.

- Clarice, eu estou com medo de que mude de ideia e se case com outro. Disse a fazendo o empurrar com os pés com toda força.

- Acha que sou assim tão dissimulada assim? Perguntou enfurecida. - Não sou eu que saio pegando todo mundo naquele hospital que mais parece um puteiro. Disse o fazendo compreender o que havia acontecido. - É mais fácil voltar casado com alguma metida a atriz. Dizia quando ele a resgatou novamente.

- Eu era solteiro, não queria compromisso e queria transar. Disse olhando para ela que ainda tinha o rosto vermelho de raiva. - Clarice, eu a amo. Eu nunca amei ninguém antes e duvido que ame outra.

Clarice chorou e ele a abraçou sussurrando promessas de amor infinito entre um beijo e outro. Ela encostou a cabeça em seu peito ainda soluçando, contando o quanto se sentiu humilhada ao ouvir as duas mulheres a reduzindo a uma noiva escolhida para um herdeiro. Ela não precisava disso.

- É inveja, Clarice. Você precisa ser forte. Seremos muito invejados e farão de tudo para nos afastar. Disse ao secar seu rosto. - Você será a minha mulher e isso deixará muita gente furiosa. Disse antes de beijá-la e a cercá-la de carinho.

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