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Capítulo 3: Essa é Clarice, a minha namorada

As enfermeiras se entreolharam quando viram Klaus beijar Clarice no rosto na entrada do hospital. Ela trazia uma cesta de piquenique às duas horas da madrugada e ele começava arrastá-la para o refeitório dos médicos onde alguns já aguardavam ansiosos pelo cardápio delicioso de cada vez.

A chegada de Clarice e de sua cesta foi muito bem comemorada e alguns comentários a deixavam sem graça pelo pouco tempo de namoro.

- Então, Clarice, o namoro já foi formalizado? Quis saber uma médica sorrindo para Klaus.

- Foi. Respondeu Klaus de maneira precisa.

- Então teremos um casamento em breve? Insistiu a mulher.

- Clarice é única! Declarou Klaus de boca cheia de sanduíche. - Casamos assim que eu voltar. Declarou deixando Clarice envergonhada. - Quatro anos é mais do que suficiente para se planejar um casamento como Norma Klein sonhou.

- Então, querida Clarice, não é todo mundo que é aceita pela Sra. Klein. Comentou um outro médico de plantão.

- Isso é um pouco embaraçoso para mim. Não faz um mês que eu me recuperei de uma torção e Klaus foi muito atencioso. Contou omitindo a parte em que ficou nua na sala de seu apartamento enquanto ele lhe proporcionava o primeiro orgasmo.

- Ele tem trabalhado muito. E saco vazio não pára em pé. Disse o médico cirurgião responsável fazendo Klaus sorrir.

- Puta merda, Klaus! Onde conheceu essa preciosidade? Perguntou o médico mais velho que também era o seu professor.

- Na sinagoga. Respondeu sorrindo. - Ela foi aluna da minha mãe também. Disse, ouvindo vários comentários entre palmas.

- Será o casamento considerado perfeito aos olhos de sua mãe. Disse o anestesista aplaudindo.

- Eu quero ser convidado. Pediu dois médicos em coro.

- Todos nós, meu amigo. Disse o médico mais velho. - Então, a sogrinha gosta da pré destinada?

Perguntou para Klaus que parecia satisfeito.

- Mamãe? Mamãe gosta mais de Clarice do que de mim. Declarou Klaus entre risos e gritinhos.

- Clarice, querida, você não vai conseguir fugir da Sra. Norma Klein. Disse um dos amigos médicos.

- Eu sei... Disse Clarice escondendo o rosto. - Ela está bordando toalhas com as nossas iniciais. Disse, fazendo Klaus engasgar.

- Isso é sério? Perguntou Klaus com dificuldade.

- Tá ferrado, Klaus! Gritou o anestesista que estava passando pelo segundo divórcio.

- Ferrado? Perguntou o médico mais velho. - Eu acho que ele está bem amparado. Bonita, inteligente, proativa e etc, etc, etc... Ele está melhor do que todos nós, meu amigo.

- Realmente. Concordou o anestesista olhando para o relógio. - Eu tenho que ir. Querida Clarice, meus sinceros cumprimentos. Klaus não vale muita coisa, mas é visível que gosta muito de você. Beijos. Venha nos visitar sempre.

- Querida menina, obrigado pelo lanche e pela companhia nesta madrugada. Disse o médico mais velho se esticando para entrar novamente em cirurgia.

- Eu vou ter que ir. Disse Klaus em voz baixa. - Vai me esperar? Perguntou mantendo uma suavidade em sua voz.

- Vai demorar muito? Eu estou ficando com sono. Disse Clarice ajeitando o casaco longo.

- É uma cirurgia simples. Disse vendo que o pai entrava na sala. - Umas duas ou três horas. Disse.

- Eu espero. Disse enquanto balançava a cabeça negativamente para que ele não a beijasse, mas ele fingiu não entender e a beijou mesmo assim.

- Eu volto logo. Disse delicadamente, cumprimentando o pai antes de seguir para o centro cirúrgico.

- Então, minha criança, esse noivado vai sair mesmo? Perguntou a deixando sem graça.

- Eu acredito que sim, senhor. Disse arrumando a bagunça.

- Seus pais sabem que tem vindo de madrugada trazer lanche para o Klaus? Perguntou ao se sentar diante dela.

- Sim, senhor. Disse parecendo triste.

- Ainda com dificuldades para dormir? Perguntou preocupado.

- Sim, senhor. Respondeu com os olhos vermelhos.

- Eu sinto muito por isso, minha criança. Disse carinhosamente ao beijar-lhe a cabeça.

- Klaus me entende. Disse exibindo um pequeno sorriso. - A gente tem conversado muito sobre a terapia, mas parece difícil demais às vezes. Disse esfregando as mãos.

- Que bom que pelo menos algo diferente está acontecendo. Disse ele calmamente. - Norma tem estado com um humor maravilhoso. Disse sorrindo.

- Eu sei. Disse meio sem jeito.

- Eu preciso ver os meus pacientes. Disse ao ver a fila de médicos recém chegados a sua equipe.

Gustav a beijou na cabeça e se despediu, caminhando lentamente para ver o seu hospital. Ela acabou cochilando um pouco e nem percebeu quando duas enfermeiras entraram para roubar um pouco de café.

- Essa é a namorada do Dr. Klaus? Perguntou uma das enfermeiras.

- Acho que sim. Disse em voz baixa.

- Novinha. Pegou logo o herdeiro.

- Pois é, mas ela é mesmo linda. Klaus gosta de mulheres lindas.

- Klaus gosta de vagina. Quanto mais abertas as pernas, mais ele gosta.

- Já deu para ele?

- Ofereci, mas acho que eles já estavam juntos.

- Oh... Que pena!

- Você já deu?

- Não, mas aquela médica pediatra do segundo andar já. Ele a pegou no estacionamento dentro do carro. Todo mundo ainda fala sobre isso.

- Tarado! Acha que essa é virgem?

- Virgem e judia. É para casar.

- Ela está fazendo tudo direitinho. Quem traz lanchinho de madrugada? Esperta!

Clarice manteve os olhos fechados por mais algum tempo. Quando não as ouviu mais, abriu os olhos e chorou um pouco se sentindo um brinquedo.

Então ela era apenas um brinquedo para ele? Mas havia quem achava que ela fazia tudo para obter status. Sentia-se uma fraude. Clarice se levantou, e foi embora, deixando a cesta em cima da mesa.

Quando Klaus saiu do centro cirúrgico e foi procurar Clarice, percebeu que algo havia acontecido.

- Alguém viu, Clarice?

- Ela pegou o táxi e disse que foi para casa. Mandou o senhor não ligar.

- Merda! Eu mato quem disse algo para ela. Mato!

Gritou com raiva diante de todos sem se importar com o que dissessem.

O pai lhe exigiu calma. O que tivesse acontecido não passava de um mal entendido. Ele tentou ligar várias vezes, mas Clarice estava magoada com tudo o que havia ouvido. Se fosse mais velha e menos sensível, não teria levado tudo tão a sério. Mas Klaus era o seu primeiro amor e se sentia perdida. Ele era conhecido por não se apaixonar por ninguém, mas e se ela estivesse sendo enganada até se entregar a ele por inteiro? E se ela fosse algum tipo de brincadeira maldosa entre ele e seus amigos? Algum tipo de aposta? Não conseguiria suportar isso.

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