Cecília acordou preguiçosa sentindo o cheiro de café da manhã no quarto em que dormiu. Ela esfregou os olhos e se deparou com os olhos ansiosos de Guilherme ao seu lado com a bandeja em seu colo.
- Bom dia, Gui.- Bom dia, Delícia.- Que horas são?- Cedo. Tome o café e volte a dormir. Meu pai já saiu para o hospital e vai ligar assim que souber das novidades. Mamãe disse que é muito cedo para ir para a casa dos seus avós. Durma mais um pouco.- Tudo bem.- Ótimo...- Ei, Grandão, sua mãe está em casa.- Ela voltou para cama e os meninos pequenos a seguiram. Pode cair uma bomba que não acordarão tão cedo. Sinto a sua falta.- Eu preciso comer algo antes, Grandão. Sabe disso. Você me faz gastar muitas calorias. Minhas roupas estão todas largas.- Desculpe. Mas a culpa não é só minha. Anda pulando os horários de alimentação. Você anda estressada com o ritmo na faculdade, no estúdio e em casa.Guilherme aceitou a declaração com um sorriso radiante antes de se aproximar e de a beijar. Nada de sexo apesar de sua sugestão. Sua cabeça estava a mil e logo deveria sair para ver os irmãos e a mãe. Rodrigo e Rafael já haviam acordados e estavamntristes tomando o café da manhã na mesa com Rebecca e Paulo. Anna e Pedro haviam ido ao hospital e ainda não haviam voltado. Rebecca disse à amiga que Pedro não havia dormido apesar do calmante receitado por Felipe. Sentia-se culpado por tudo de ruim que acontecia com a filha mais velha desde o divórcio. Suas atitudes a maltrataram muito e quando tudo parecia fazer de sua vida algo melhor, aconteciam essas coisas.- Coitada da minha mãe. Disse Cecília lembrando do medo que havia nos olhos de sua mãe quando ela soube da gravidez.Paulo abraçou a sobrinha para confortá-la e a sentiu fria. Beijou sua cabeça e depois esfregou as suas mãos. - Acho que ela está nervosa, Guilherme. Ela comeu? Perguntou preocu
Cecília cheio ao hospital com o coração apertado. Encontrou o pai sentado numa cadeira próximo da xama destruído enquanto sua mulher dormia profundamente. Tinha o rosto pálido e cansado.- O que houve, pai?- Ela perdeu muito sangue. Vai ficar bem. O embrião tinha má formação. Ela deve receber alta amanhã. - Quer ir para casa descansar? Eu fico com ela. - Não. Eu estou bem. Cuide de seus irmãos. Cuide de si mesma. Vai ser um longo trajeto para que ela se sinta bem novamente.- Ela está sedada?- Está. Tiveram que dar um calmante para a minha garota rebelde. Ela ficou muito triste e agitada.- Diga que eu estive aqui, papai. Guilherme limpou tudo. Abrimos as janelas para tirar o cheiro de sangue.- Obrigado, Guilherme. Fique tranquila! Ela ficará bem. Eu vou entrar de férias. Não se preocupe. Guilherme, cuide dela. Sabe que ela é muito preocupada com a mãe. Faça ela comer e nada de se trancar naquele estúdio. <
Catarina chegou em seu apartamento na companhia do marido um pouco depois de meio dia. Estava abatida e cansada, por isso foi direto para o quarto. Cecília ajeitou as coisas no quarto. Ligou o ar condicionado, fechou as cortinas, afofou os travesseiros, beijou a sua testa e saiu do quarto. Felipe a ajudaria tomar banho e dormiriam um pouco. Ele estava exausto. Iria aproveitar que Rodrigo e Rafael continuavam na companhia dos avós maternos e com Rebecca e Paulo. Eles estavam bem. - Eles vem para casa hoje?- Eu preferia que viessem amanhã. Você dormiria bem hoje e amanhã eu iria buscá-los.- Por mim, tudo bem.
Não demorou muito para que Catarina adormecesse e começasse a sonhar. Em seus sonhos ela estava de volta ao tempo de colégio e chegava caminhando debaixo de uma fina, de botas de cavalaria, um sobretudo na altura do quadril preto e usando um guarda-chuva grande vermelho que chamava atencao de longe.- Sua prima?- É. A excêntrica mal humoradinha. Cuidado com ela.- Eu sei. Já levei duas portadas por pedir um beijo depois de entregar algo que mamãe mandou para Dona Olga.- Folgado! Vá com calma! Mais se está mesmo interessado, termine com a Nojinho. Ninguém da sua família gosta dela. Por quê continua?- Na falta de coisa melhor eu fui ficando...- Machista! Paga logo uma puta.- Com que dinheiro? Além disso, aqui só tem puta velha.- Caramba, Felipe! Hoje você está foda.- Eu não tenho escapatória. Eu a acho linda e talentosa, mas ela só tem quinze anos. Vai dar merda. Seu tio me mata se eu atravessar a
Clarice havia acordado mais cedo o que de costume e estava surpresa com o cheiro de café dentro de seu próprio quarto. - Bom dia, Raio de sol.Klaus lhe sorriu enquanto bebia o café em sua caneca "Papaizinho, eu te amo", presente da filha caçula. Clarice se espreguiçou e a camisola revelou mais do que deveria.- Está querendo me provocar, Clarice?- Não mesmo, Doutor. - Droga, Clarice! Eu já estava arrumado para ir trabalhar.Klaus trancou a porta do quarto e tirou a roupa rapidamente. Era engraçado que ela ainda ficasse corada com as investidas do marido por sexo. Era divertido ver aquele casal se comportando como recém casados após tantos anos. Ela sorriu. Dada os maus hábitos do marido no passado, desde que voltaram a realmente a ficarem juntos, depois do quase divórcio e da breve separação, eles tinham resgatado uma química incrível. - Eu sou louco por você, Ruiva.- É difícil acreditar depois de me deixa
Clarice arrumou a mesa para o café da manhã depois que Klaus foi para o hospital. Era sábado, mas ele precisava ver os pacientes do pós cirúrgico antes de almoçar e relaxar. Sophia foi a primeira a aparecer e sentar-se à mesa. Estava devidamente penteada, mas não sabia se era apenas para trocar de roupa ou pôr um maiô para irem ao clube ou à piscina.- Eu não sei, meu bem. Não tive tempo de conversar com o seu pai sobre os planos para hoje.- Rodrigo nos chamou para jogar com ele.- Depois eu falo com a Catarina. Ela não tem estado bem
Klaus a viu pela primeira vez na sinagoga sentada na companhia de algumas outras mulheres bem mais velhas do que ela.Os cabelos ruivos brilhavam na luz e seus olhos verdes combinavam perfeitamente com o vestido verde musgo que usava. Parecia perfeita. Dias depois ele estava com alguns amigos em Copacabana olhando o movimento enquanto comiam uma pizza quando ele avistou Clarice caminhando sozinha no calçadão. Era como uma aparição. Sentiu o seu coração bater mais rápido. Um dos amigos assobiou e isto o irritou profundamente.- Não faça isso! Mandou o amigo parar com aquilo.- O que lhe deu, Klaus? Perguntou um dos amigos sem entender nada.- Eu a conheço e ela não é como as outras. Explicou sem saber o que deveria fazer.- Aquela garota é linda mesmo. Disse um dos amigos mais assanhados.- Parece uma atriz de Hollywood. Comentou outro enquanto Klaus pensava se deveria ou não ir até ela. Logo ela passaria por eles.- Os pais dela são amigos dos meus pais... Ela é tão nova... Disse qu
Duas amigas a levaram para o hospital mais próximo depois que Clarice caiu da escada e torceu o tornozelo. Klaus as encontrou logo na entrada e pareceu preocupado quando a viu chorando de dor.- Ela torceu o tornozelo. Acho que não quebrou, mas ela está com muita dor.- Eu vou levá-la para exames.- Doutor, não tem mais cadeiras de rodas.- Clarice, eu vou lhe pegar no colo.- Não me deixe cair, por favor.- Não vou deixar. Klaus a pegou no colo chamando atenção das pessoas ao redor. Ele era um homem grande e forte, com quase um metro e noventa de altura, muito bem vestido naquele uniforme branco muito bem passado. As amigas de Clarice os olhavam surpresas. Clarice nunca lhes disse nada a respeito dele.No elevador, Clarice acabou por encostar a cabeça no peito dele, sentindo, apesar da dor, o coração dele bater mais rápido. - Não faz assim, Clarice. Disse esfregando o rosto na cabeça dela. - Dói muito. Disse baixinho, quase num sussurro.- Eu sei, querida Clarice. Fique calma! Dis