Cecília cheio ao hospital com o coração apertado. Encontrou o pai sentado numa cadeira próximo da xama destruído enquanto sua mulher dormia profundamente. Tinha o rosto pálido e cansado.
- O que houve, pai?- Ela perdeu muito sangue. Vai ficar bem. O embrião tinha má formação. Ela deve receber alta amanhã.- Quer ir para casa descansar? Eu fico com ela.- Não. Eu estou bem. Cuide de seus irmãos. Cuide de si mesma. Vai ser um longo trajeto para que ela se sinta bem novamente.- Ela está sedada?- Está. Tiveram que dar um calmante para a minha garota rebelde. Ela ficou muito triste e agitada.- Diga que eu estive aqui, papai. Guilherme limpou tudo. Abrimos as janelas para tirar o cheiro de sangue.- Obrigado, Guilherme. Fique tranquila! Ela ficará bem. Eu vou entrar de férias. Não se preocupe. Guilherme, cuide dela. Sabe que ela é muito preocupada com a mãe. Faça ela comer e nada de se trancar naquele estúdio. <Catarina chegou em seu apartamento na companhia do marido um pouco depois de meio dia. Estava abatida e cansada, por isso foi direto para o quarto. Cecília ajeitou as coisas no quarto. Ligou o ar condicionado, fechou as cortinas, afofou os travesseiros, beijou a sua testa e saiu do quarto. Felipe a ajudaria tomar banho e dormiriam um pouco. Ele estava exausto. Iria aproveitar que Rodrigo e Rafael continuavam na companhia dos avós maternos e com Rebecca e Paulo. Eles estavam bem. - Eles vem para casa hoje?- Eu preferia que viessem amanhã. Você dormiria bem hoje e amanhã eu iria buscá-los.- Por mim, tudo bem.
Não demorou muito para que Catarina adormecesse e começasse a sonhar. Em seus sonhos ela estava de volta ao tempo de colégio e chegava caminhando debaixo de uma fina, de botas de cavalaria, um sobretudo na altura do quadril preto e usando um guarda-chuva grande vermelho que chamava atencao de longe.- Sua prima?- É. A excêntrica mal humoradinha. Cuidado com ela.- Eu sei. Já levei duas portadas por pedir um beijo depois de entregar algo que mamãe mandou para Dona Olga.- Folgado! Vá com calma! Mais se está mesmo interessado, termine com a Nojinho. Ninguém da sua família gosta dela. Por quê continua?- Na falta de coisa melhor eu fui ficando...- Machista! Paga logo uma puta.- Com que dinheiro? Além disso, aqui só tem puta velha.- Caramba, Felipe! Hoje você está foda.- Eu não tenho escapatória. Eu a acho linda e talentosa, mas ela só tem quinze anos. Vai dar merda. Seu tio me mata se eu atravessar a
Clarice havia acordado mais cedo o que de costume e estava surpresa com o cheiro de café dentro de seu próprio quarto. - Bom dia, Raio de sol.Klaus lhe sorriu enquanto bebia o café em sua caneca "Papaizinho, eu te amo", presente da filha caçula. Clarice se espreguiçou e a camisola revelou mais do que deveria.- Está querendo me provocar, Clarice?- Não mesmo, Doutor. - Droga, Clarice! Eu já estava arrumado para ir trabalhar.Klaus trancou a porta do quarto e tirou a roupa rapidamente. Era engraçado que ela ainda ficasse corada com as investidas do marido por sexo. Era divertido ver aquele casal se comportando como recém casados após tantos anos. Ela sorriu. Dada os maus hábitos do marido no passado, desde que voltaram a realmente a ficarem juntos, depois do quase divórcio e da breve separação, eles tinham resgatado uma química incrível. - Eu sou louco por você, Ruiva.- É difícil acreditar depois de me deixa
Clarice arrumou a mesa para o café da manhã depois que Klaus foi para o hospital. Era sábado, mas ele precisava ver os pacientes do pós cirúrgico antes de almoçar e relaxar. Sophia foi a primeira a aparecer e sentar-se à mesa. Estava devidamente penteada, mas não sabia se era apenas para trocar de roupa ou pôr um maiô para irem ao clube ou à piscina.- Eu não sei, meu bem. Não tive tempo de conversar com o seu pai sobre os planos para hoje.- Rodrigo nos chamou para jogar com ele.- Depois eu falo com a Catarina. Ela não tem estado bem
Klaus a viu pela primeira vez na sinagoga sentada na companhia de algumas outras mulheres bem mais velhas do que ela.Os cabelos ruivos brilhavam na luz e seus olhos verdes combinavam perfeitamente com o vestido verde musgo que usava. Parecia perfeita. Dias depois ele estava com alguns amigos em Copacabana olhando o movimento enquanto comiam uma pizza quando ele avistou Clarice caminhando sozinha no calçadão. Era como uma aparição. Sentiu o seu coração bater mais rápido. Um dos amigos assobiou e isto o irritou profundamente.- Não faça isso! Mandou o amigo parar com aquilo.- O que lhe deu, Klaus? Perguntou um dos amigos sem entender nada.- Eu a conheço e ela não é como as outras. Explicou sem saber o que deveria fazer.- Aquela garota é linda mesmo. Disse um dos amigos mais assanhados.- Parece uma atriz de Hollywood. Comentou outro enquanto Klaus pensava se deveria ou não ir até ela. Logo ela passaria por eles.- Os pais dela são amigos dos meus pais... Ela é tão nova... Disse qu
Duas amigas a levaram para o hospital mais próximo depois que Clarice caiu da escada e torceu o tornozelo. Klaus as encontrou logo na entrada e pareceu preocupado quando a viu chorando de dor.- Ela torceu o tornozelo. Acho que não quebrou, mas ela está com muita dor.- Eu vou levá-la para exames.- Doutor, não tem mais cadeiras de rodas.- Clarice, eu vou lhe pegar no colo.- Não me deixe cair, por favor.- Não vou deixar. Klaus a pegou no colo chamando atenção das pessoas ao redor. Ele era um homem grande e forte, com quase um metro e noventa de altura, muito bem vestido naquele uniforme branco muito bem passado. As amigas de Clarice os olhavam surpresas. Clarice nunca lhes disse nada a respeito dele.No elevador, Clarice acabou por encostar a cabeça no peito dele, sentindo, apesar da dor, o coração dele bater mais rápido. - Não faz assim, Clarice. Disse esfregando o rosto na cabeça dela. - Dói muito. Disse baixinho, quase num sussurro.- Eu sei, querida Clarice. Fique calma! Dis
As enfermeiras se entreolharam quando viram Klaus beijar Clarice no rosto na entrada do hospital. Ela trazia uma cesta de piquenique às duas horas da madrugada e ele começava arrastá-la para o refeitório dos médicos onde alguns já aguardavam ansiosos pelo cardápio delicioso de cada vez.A chegada de Clarice e de sua cesta foi muito bem comemorada e alguns comentários a deixavam sem graça pelo pouco tempo de namoro.- Então, Clarice, o namoro já foi formalizado? Quis saber uma médica sorrindo para Klaus.- Foi. Respondeu Klaus de maneira precisa.- Então teremos um casamento em breve? Insistiu a mulher.- Clarice é única! Declarou Klaus de boca cheia de sanduíche. - Casamos assim que eu voltar. Declarou deixando Clarice envergonhada. - Quatro anos é mais do que suficiente para se planejar um casamento como Norma Klein sonhou.- Então, querida Clarice, não é todo mundo que é aceita pela Sra. Klein. Comentou um outro médico de plantão. - Isso é um pouco embaraçoso para mim. Não faz um m
Clarice estava reclusa após as tentativas frustradas que Klaus fez para vê-la. Norma tentou persuadi-la, mas não conseguiu. Quando a estudante se trancava, não havia nada que a tirava de dentro do quarto.- Clarice, por quanto tempo vai ficar trancada neste quarto? Perguntou Esther ao entrar no seu quarto.- Eu não sei. Estou de férias. Respondeu colocando as pernas esticadas para cima.- Que bom que lembrou disso. Eu estou exausta e quero ir para a praia na sexta. Arrume as suas coisas. Saímos assim que o seu pai chegar. Não quero ouvir uma única palavra. Declarou.- Você planejou algo com a Norma? Perguntou achando que poderia ser uma armadilha.- Nadinha. Ela liga todos os dias querendo saber o que houve. Eu digo que não sei. Então ela me conta que Klaus está atrás de quem a colocou contra ele.- Mãe, eu sou um bibelot. Declarou olhando para a mãe. - Ele só está furioso porque perdeu os lanches da madrugada. Logo ele se joga em cima de outra.- Não vai contar o que houve? Perguntou