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Capítulo 8: Deserção

É claro que os filhos perceberam que havia algo errado quando viram o pai na frente da escola para buscá-los. Rebecca sorriu largamente, mas Levi fechou a cara e ao entrar no carro perguntou o que o pai havia feito.

- Nada! Respondeu de cara fechada o olhando pelo retrovisor.

- Duvido! Você aprontou o que? Insistiu Levi dando um tapinha no ombro.

- Por que acha que eu aprontei algo, Levi? Quis saber o doutor ao parar no sinal vermelho.

- A mamãe sempre chega antes e encontra a gente com um sorriso deslumbrante mesmo que ela queira matar a cidade inteira. Você está com a barba por fazer e está com a testa franzida. A mamãe obrigou a vir. Enumerou Levi.

- Você pretende ser advogado, Levi? Perguntou Klaus ao ver que o filho era bem detalhista como a mãe.

- Com certeza. Levi já leu parte dos livros da mamãe. Declarou Rebecca beijando o irmão.

- Vocês brigaram por quê? Quis saber Guilherme finalmente.

- Sua mãe descobriu algo que eu fiz e quer o divórcio. Disse o pai fazendo Levy rir.

- Eu sabia. Eu não disse, Guilherme? Agora vai chover cara querendo a nossa mãe. Gritou Levy enquanto imaginava a cena.

- Que história é essa, Levi? Perguntou Klaus ignorando a legião de admiradores que Clarice tinha.

- Só na sinagoga deve ter uns três viúvos que andam a cercando. Declarou Guilherme olhando paravo pai.

- O dono da joalheria, aquele cara dos hotéis e... Disse Levy ao ser interrompido.

- O homem do restaurante. Gritou Rebecca.

- Ele também? Perguntou Klaus ao se lembrar do excesso de atenção dado a Clarice da ultima vez.

- Eu ouvi ele dizer para a mamãe que os traços genéticos dela são fortes e perfeitos. Que a sorte não lhe bateu a porta ao colocar a perfeição diante dele. Disse Levy.

- Que brega! Disse Klaus contrariado.

- A mamãe é gata, principalmente quando ela esta com raiva e deixa os cabelos soltos e coloca os óculos escuros. Disse Levy imitando uma gata.

- Olhos de gata. Disse Guilherme sorrindo.

- Eu tenho olhos de gata. Disse Rebecca sorrindo.

- Você é uma mini mamãe, Rebecca. Até o Guilherme saiu com os cabelos da mãe. Eu fui achado no lixo. Só pode. Disse Levy a fazendo rir.

- Alguém tinha que se parecer comigo nessa família. Declarou Klaus se aproximando da casa de seus pais.

- Não vamos para casa? Perguntou Rebecca.

- Não. Vão ficar com os seus avós por enquanto. Sua mãe ainda está trancada no quarto. Eu não sei cozinhar. Disse Klaus mantendo a testa franzida.

- Compra comida. Mandou Levy.

- O que você fez é muito grave? Perguntou Guilherme ao pai.

- Acho que sim. Respondeu Klaus coçando a cabeça.

- Você não gosta mais da mamãe? Questionou Rebecca fazendo beicinho.

- Não é isso, Becca. O homem é como um cachorro... Declarou Levy recebendo um de desaprovação do pai.

- Que acasala com qualquer uma? Você traiu a mamãe? Questionou Rebecca.

- Sim. Respondeu Levy.

- Achou mesmo que nunca seria pego? Perguntou Guilherme. - Estamos falando de alguém que sabe que a gente está mal só de ouvir a gente respirar.

- Achei. Klaus foi sincero.

- Otário! A mamãe sempre descobre tudo. Fecha os ouvidos, Becca. A mamãe descobriu que o Guilherme transou com aquela garota peituda do terceiro ano só de vê-lo sorrindo. Disse Levy revoltado com o acontecimento.

- Quando foi isso? Perguntou Klaus.

- Semana passada. Disse Rebecca fazendo os irmãos olharem para ela.

- Depois a gente conversa sobre isso. Disse Klaus interessado.

- A mamãe disse que o Guilherme é piranhudo que nem o papai. Disse Rebecca fazendo os irmãos rirem.

- Merda! Gritou Klaus.

- O que foi? Perguntou Guilherme ao pai.

- Sua mãe está no meu rastro há algum tempo. Declarou Klaus enquanto dirigia.

- Deu mole! Debochou Levy.

- Provavelmente. Disse Klaus batendo no volante com força.

Klaus parou o carro em frente a casa dos pais e abriu o porta mala, entregando a cada um uma mala com roupas e outras coisas.

- Não vai entrar? Perguntou Guilherme ao sair do carro enquanto Klaus o observava.

- Não. Eu não quero ter um derrame brigando com a sua avó. Respondeu.

- Pai, vai mesmo sair de casa? Perguntou Guilherme triste.

- Ela já decretou a minha expulsão, Guilherme. Não tem volta. Clarice só está recolhendo informações para me humilhar mais ainda. Destacou.

- Fez por merecer, Grandão. Comeu? Não comeu? Agora aguenta. Você sobrevive, soldado. Disse Levy.

- Sobrevive mesmo sem a mamãe? Ah... Ela ficava coçando a cabeça dele quando ele ficava doente. A outra vai fazer isso? Eu estou muito triste. Disse Rebecca caminhando em direção ao portão.

- Cuide da sua irmã, Levi. Pediu o pai.

- Você ama esta mulher? Perguntou Guilherme preocupado.

- Não, Guilherme. Mas é complicado. Respondeu respirando fundo antes de voltar para o carro.

- Alguém do hospital? A mamãe disse que teve um caso com uma pediatra. Queria saber o filho mais velho.

- Faz muito tempo que aconteceu isso. Não esquenta. Sua mãe vai ficar bem. Disse Klaus fechando a porta.

- Eu sei disso. O fudido da história é você, pai. O que vai acontecer quando a mamãe arranjar um namorado? Ela vai acabar com você. Declarou Guilherme antes de passar pelo portão.

Klaus dirigou de volta para casa, mas Clarice não estava. Em cima da mesa ela arrumou algumas fotografias dele com a amante em cenas bem sensuais. Talvez o detetive tenha ficado com as fotos mais quentes para uma coleção pessoal. Klaus se desesperou, principalmente quando leu o bilhete.

.

"Dada a satisfação das suas atividades extracurriculares, vou curtir um pouco a minha liberdade. Volto em duas semanas. Clarice Cohen"

.

Para onde Clarice havia ido? Ela não havia levado muita coisa, mas no cofre havia desaparecido parte do dinheiro que ele deixava reservado para emergência. Era muito dinheiro.

Klaus sentou na cama e ficou olhando para as coisas ao seu redor. Tudo havia sido escolhido por ela. O celular tocou, mas não era ela. Era a outra e ele não atendeu, mas leu a mensagem enviada.

.

"Eu sinto a sua falta".

.

Ele respirou fundo e tirou a roupa para tomar banho. Foi um banho longo para tentar esfriar a cabeça. Não adiantou muito.

Se enrolou na toalha e se deitou na cama. Mas não queria pensar no que havia feito de errado, mas para onde Clarice havia ido.

- Bom dia, Catarina. Clarice está com você?

- Estava, mas o táxi ja veio buscá-la. Ela está muito furiosa, Klaus. Ela não me disse para onde iria, mas que pretende dar entrada no divórcio.

- Ela disse mais alguma coisa?

- O que realmente quer saber, Klaus?

- Desde quando ela sabe?

- Eu não sei. Sabe qual foi a gota d'água? Nem foi tanto por você transar com a garota, mas a quantidade de mentiras que disse para encontrá-la. Clarice cria sozinha os três filhos. Você a isolou nesta casa enorme enquanto seguia livre. Você está ferrado! Ela vai quer a sua cabeça.

Quando desligou o telefone olhou para Clarice que ergueu a taça de vinho branco enquanto chorava sem parar.

- Ao marido infiel que em breve será meu ex.

- Tem certeza disso, Clarice?

- Sim. Klaus vai ver como a Clarice meiga e doce pode ser quando furiosa. Eu vou mostrar como pode ser o inferno.

- Tim! Tim!

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