Capítulo 2

Seguindo a recomendação do G****e, fui parar no Red Dog Saloon.

            Um lugar com iluminação mais aconchegante, decorado com inusitados animais empalhados e lustres que lembrava um leme de navio.

          Pelo horário de pico, todas as mesas estavam cheias de pessoas rindo e conversando, aproveitando o final de semana.

          Abro meu casaco, olhando discretamente as pessoas ali, começando a me sentir um peixe fora d’água.

          Além da Sra. Bailey, não conhecia ninguém e mesmo assim estava ali me aventurando em um bar.

          Noto alguns olhares em minha direção, que me faz andar em passos largos até o banheiro.

          Não ligava para os olhares das pessoas antes, até me sentia bem. Só que isso foi antes.

          Agora, qualquer pessoa que me olhasse, já deduzia que sabia do que fiz.

          Lavo minhas mãos, ouvindo uma conversa entre duas mulheres ao fundo. As secando em seguida sem pressa, avaliando se não era uma opção voltar para a casa da Sra. Bailey.

       Saio do banheiro com meus olhos vagando pelo salão, que parecia um pouco mais cheio.

       Havia pessoas entrando e saindo, abraçando conhecidos e pedindo bebidas.

Meu corpo b**e com o de outra pessoa, fazendo com que um copo se estilhaçasse no chão.

–  Molhou seu vestido? – Um homem pergunta.

       Olho para meu vestido em busca de alguma mancha.

–  Não. Mas não digo a mesma coisa do chão – digo olhando para os cacos de vidro perto dos meus pés.

       Ele acompanha meu olhar, me fazendo o olhar com mais atenção.

       Estava diante de um homem alto de cabelos pretos lisos em camadas, olhos verdes– claros e dono de um sorriso largo.

–  Posso pagar uma bebida para você? – pergunto com meus olhos fixos nos dele.

–  Não era eu que devia fazer essa pergunta?

–  Fiz você derrubar sua bebida. Nada mais justo – Ele sorri de canto.

–  Está bem.

        Ando até o bar com ele me seguindo em prontidão.

–  O que estava bebendo?

–  Uísque – diz se inclinando sobre o bar – Mas agora prefiro algo mais leve. Blood Mary – Seu olhar volta para mim – Me acompanha? – Hesito. Já fazia algum tempo  que não bebia.

        Mas eu estava em uma cidade nova. Num bar e com um  cara que havia feito derrubar a bebida.

         Além de ter dito a mim mesma que iria aproveitar meu último dia livre.

–  Claro.

         Ele pede duas Blood Mary, voltando a atenção para mim em seguida.

–  Sebastian.

        Franzo o cenho sem entender, notando um sorriso surgir lentamente em seus lábios.

–  Me chamo Sebastian.

        Estendo minha mão.

–  Grace.

        Ele a aperta gentilmente, soltando.

–  Você não parece ser daqui.

–  E não sou. Cheguei hoje.

        Sebastian ergue as sobrancelhas surpreso.

–  Deixe eu adivinhar. Veio à trabalho

–  Estava na cara. Dava para adivinhar – O barman coloca um copo em minha frente com canudo e outro na frente se Sebastian.

          Tomo um pouco do líquido familiar.

–  Jornalista? – Franzo o cenho sorrindo – Veio aqui para fazer aquele tipo de matéria sobre o tempo e dizer o que todos nós já sabemos.

–  Não. Errou – digo entrando na brincadeira.

        Ele estreita os olhos, me olhando com atenção.

–  Então está aqui por causa das montanhas – Arrisca novamente – Gosta de acampar.

        Já havia visto filmes o suficiente para saber que não devia acampar em lugares desertos e de certa forma, por causa disso, nunca acampei.

        Nego com a cabeça, reprimindo um sorriso.

        Sebastian finge estar chateado.

–  Você tem cara de ser daqui – digo confiante, o fazendo desviar a atenção de sua bebida.

–  Gosto de dizer que sou de vários lugares – Ele pega o celular, digitando algo rapidamente.

–  Tudo bem? – pergunto tomando o restante da bebida.

         Ele ergue a cabeça me analisando.

–  Está afim de sair daqui? – Ergo ás sobrancelhas surpresa, precisando pensar rapidamente – Ir para um lugar mais calmo?

         Iria aproveitar meu dia livre e desfrutar de um homem, minha mente lembra.

–  Tem algum lugar em mente?

–  Conheço pelo menos um – diz chamando o barman e pagando a conta.

       Deixamos o bar comigo caminhando logo atrás dele, em direção de um Chevrolet Suburban preto.

       Um típico carro para neve.

       Observo Sebastian ligar o motor do carro, olhando com mais atenção seu casaco caro, relógio de prata e as roupas que não se via em qualquer loja.

        Ele estava longe de ser mais um morador comum daquele lugar e apesar de prestar mais atenção nos detalhes, não prestei.

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo