Vou até a recepção do andar da cirurgia, pegando alguns prontuários.– 4– B está com pneumonia pós– operatória. Inicie com os antibióticos – diz April para uma enfermeira.– Tem certeza que é o diagnóstico certo?– Bem, não sei. Sou apenas uma interna. Por que não passa quatro anos na Universidade de Medicina e depois me diz se é o diagnóstico certo? Está respirando mal. Tem febre. É pós– operatório. Inicie os antibióticos – Ela se aproxima folheando alguns prontuários numa pasta – Deus, odeio enfermeiras.– Talvez ela não tenha pneumonia. Pode ser embolia pulmonar – Separo alguns prontuários.– Como disse, odeio enfermeiras – Ela vai para o outro lado do balcão.– O que foi que você disse? – Me viro para ela, a olhando com atenção – Acabou de me chamar de enfermeira?– Bem, se a touquinha serviu – Ela dá de ombros. Meu bip toca, fazendo ter que me afastar, após ver o número do quarto de Katie. Só não esperava que não fosse os pais de Katie com mais perguntas. Qu
– Tudo bem? – Sebastian pergunta, quando passo por ele horas mais tarde em um corredor, após os internos serem convocados para uma reunião. O dia acabara de “amanhecer” e me sentia vitoriosa por não ter cochilado em nenhum momento. Ignoro Sebastian, ainda chateada pelo o que fez no quarto de Katie Bryce e pelos demais acontecimentos. Aquele meu primeiro dia não sairia tão fácil da minha mente. Entro na sala com Sebastian logo atrás.– Bom dia.– Bom dia – Os demais respondem num coro. – Vou fazer algo raro para um cirurgião. Vou pedir ajuda aos internos. Tem essa garota, Katie Bryce. No momento ela é um mistério. Não responde às medicações. Os exames estão limpos, a tomografia está pura, mas esta tendo convulsões agudas sem causa visível. Ela é uma bomba– relógio. Morrerá se eu não tiver um diagnóstico e é aí que vocês entram. Preciso que sejam detetives. Que descubram porque está tendo convulsões – Os olhos dele percorrem todos na sala – Sei que estão cansad
Jacob fazia anotações num bloco de notas, quando o resultado da radiografia saiu na tela do computador. Sebastian olha com atenção o visor.– Macacos me mordam – murmura surpreso. Quem falava isso ainda? – Aí está. É mínimo, mas está lá. É uma hemorragia sub– aracnóide. Uma hemorragia no cérebro. Jacob me olha, contendo um sorriso.– Ela poderia ter passado a vida toda sem ter qualquer problema – continua – Uma batidinha no lugar certo e...– Estourou – Jacob o interrompe animado.– Agora posso concertar. Fizeram um bom trabalho. Adoraria ficar aqui mas preciso contar aos pais da Katie que ela será operada – Sebastian faz menção em sair, sendo impedido por Jacob.– Dr. Reed, disse que escolheria alguém se ajudássemos.– Ah, sim. Certo. Sinto não poder ajudar as duas. A sala já estará cheia – Ele desvia o olhar de Jacob para mim – Grace, te vejo na cirurgia – Jacob me olha, indicando com a cabeça para que falasse com Sebastian. Mas as palavras não saem. Seb
Não consigo pensar numa única razão para eu querer ser cirurgiã. Mas tinha mil razões para desistir. Eles dificultavam tudo de propósito. Temos vidas nas nossas mãos. Chega um momento em que é mais que um simples jogo e ou você dá aquele passo à frente ou vira as costas e vai embora. Auxiliando a cirurgia de Katie e vendo Sebastian tão ágil e preciso, cheguei em uma conclusão: Eu poderia desistir, mas eu amo o campo de jogo. Adrenalina foi o que sempre me moveu e quase foi meu fim. Horas depois da cirurgia, me encontro do lado de fora da sala, sentada em uma das cadeiras, exausta e caindo de sono.– Foi uma boa cirurgia – diz Jacob se aproximando.– É – concordo com um sussurro.– Não precisa nos fazer aquela coisa em que eu digo algo, daí você diz também, aí alguém chora e temos esse momento lindo.– Eca – brinco sonolenta.– Ótimo – Ele me olha – Devia ir dormir. Tá com a cara péssima.– Tô melhor que você.– Isso não é possível –
Sebastian me observa comer, sem tocar no seu prato. Enquanto eu, praticamente estava devorando a comida do prato como se fizesse dois dias que não via comida.– Não vai comer? – pergunto mastigando.– Estou sem fome.– Então por quê...? Aquele sorriso de canto...– Não sabia o quê dizer quando fui na casa da Sra. Bailey. Assinto, dando outra mordida no meu hamburguer.– Desde quando você está a frente dos hospitais Reed? – pergunto querendo que não passaremos no assunto nós. Ele dá de ombros.– Pouco mais de dois meses.– E por quê aqui?– Gosto do frio. Das montanhas. De pescar – Ele suspira – E precisava tomar as rédeas deste hospital. O olho surpresa. Imaginando ele com uma vara de pesca, esperando pacientemente os peixes morderem a isca. Era algo que o Sebastian sem dúvida faria. Se conectar com a natureza.– Vou ensinar você a pescar.– O quê?– Você vai gostar. Da natureza. O silêncio.– Não tenho tempo para isso. Sou uma
Caminhava em direção do vestiário, quando sou puxada rapidamente para dentro de uma sala com a única iluminação vindo de um poste do lado de fora. Arfo com meus olhos se acostumando com a pouca iluminação.– Oi – Sebastian sussurra, praticamente me segurando em seus braços.– ...Oi – Sussurro de volta surpresa. Os olhos dele vagam pelo meu rosto.– Quero fazer isso desde ontem – Sua boca pressiona a minha, com sua língua invadindo minha boca, acariciando minha língua. Gemo segurando seu rosto entre ás mãos, passando ás pernas ao redor de sua cintura e o prendendo contra meu corpo, sentindo sua ereção pressionar a calça jeans. As mãos de Sebastian vão para de baixo da minha blusa, apertando meus seios. As levando em seguida para dentro da minha calça jeans, apertando minhas nadegas com força.– Quero transar... – digo com a voz urgente. Talvez fosse daquele tipo de escape da realidade que precisava. Tento desabotoar os botões, falhando.– Ou
Paro na porta da sala do pós– operatório, encontrando um senhor ao lado da cama da Sra. Paterson. Hesitante, ando até ele.– Oi, Sr. Paterson. Em enfermeiro administrava medicação.– Oi – Ele responde.– Hemodinâmica estável? – pergunto ao enfermeiro, olhando o prontuário.– Mapa em torno de 80. Rendimento cardíaco a 5.– Isso é bom, Dra. Grey? – Sr. Paterson pergunta.– É bom, Sr. Paterson – Faço anotações.– Mas não o ideal.– A cirurgia cardíaca exige muito do paciente. Estamos monitorando sua esposa com cuidado, ela deve ficar bem. Ele volta a olhar para a esposa entubada. Continuo com minhas visitas matinais, tentando de toda forma esquecer o incidente com o coração. Dias como aquele, só queria ficar em baixo das cobertas e fingir que não existia. Não ter que enfrentar uma dúzia de pacientes doentes. De volta para a recepção do pós– operatório, faço mais anotações. Sebastian se apoia no balcão, para me olhar.– Você
Depois de lavar meu rosto duas vezes, lavar as mãos três e engolir um comprimido. Começo a me sentir bem o suficiente para enfrentar o que estava por vir. Tentei fazer o trajeto até a sala de Sebastian demorar, mas quase que em um piscar de olhos estava diante da porta da sala. Ouvindo vozes agitadas vindo de seu interior. Inspiro, soltando o ar lentamente, antes de bater na porta. Não ouço resposta, o que me faz entender que era para entrar. Sebastian está com a expressão séria, quando abro a porta.– Você demorou – diz sem emoção na voz. Sento ao lado da Dra. Sanders que tinha as pernas cruzadas.– Tive um contra tempo – minto.– A Dra. Sanders estava me contando o ocorrido durante a cirurgia da Sra. Paterson – Continua.– Não havia perfurações de unha no órgão – Dra. Sanders ressalta – A Sra. Paterson não teve a complicação por causa dela.– Sr. Paterson não acreditaria nisso. Engulo em seco, mexendo as mãos sobre o colo.– Eu ach