Desvio o olhar do papel, encarando o vazio em minha frente, duvidando do que havia lido. Não tinha como estar grávida. Ou tinha... Antes mesmo de chegar em Juneau não estava mais tomando a pílula, planejava depois da noite com Sebastian de tomar a pílula do dia seguinte, mas havia esquecido. Havia esquecido de tomar a maldita pílula do dia seguinte, mas não havia esquecido de não ceder ao pau de Sebastian. Giro meu corpo, precisando tirar aquela dúvida da minha cabeça. Entro em uma sala, onde ficava a maioria dos medicamentos, pegando seis testes de gravidez e um recipiente médio de plástico para urina. Tomo o máximo de água que posso, me escondendo em seguida em um dos banheiros, até sentir vontade de fazer xixi. A vontade finalmente chega, me fazendo encher pela metade o recipiente e colocar os seis testes de uma vez que, aos poucos diante dos meus olhos, ficam positivo ao mesmo tempo. Respiro pela boca ainda incrédula, a
Saio do táxi tonta, encarando a fachada azul– claro da clínica. A cor por alguma razão, me lembrava um dia ensolarado, sem nuvens e um céu azul. Também me lembrava da sensação de grama nos pés e o calor do sol em minhas bochechas. Não devia estar sentindo paz, prestes a abortar um bebê. Entro na clínica atraindo diversos olhares femininos ao me aproximar do balcão. Uma mulher de aparência ranzinza estava sentada em uma cadeira giratória.– Posso ajudar? – pergunta ríspida. Ando e fecho a boca, tentando colocar as palavras presas em minha garganta para fora. Precisando me apoiar no balcão.– Marquei horário ontem.– É a mulher que queria outra data – Afirma, digitando algo no computador – Olívia Taylor.– É.– Tem algum número para ligar quando sair?– Precisa de um? Ela me olha com deboche.– Para podermos garantir que ficará bem. Sim, preciso de um. Me mexo desconfortável, sentindo meu estômago embrulhar.– Não t
Sentada num banco de trás de um táxi, questionava o motivo pelo qual havia decidido me mudar para Janeau, Alasca. O lugar mais frio do mundo. A resposta surgiu com uma dolorosa e amarga lembrança, anexado com apenas dois nomes. O fato de estar ali, não significava que não gostava de sol. Até que gostava. Entretanto, dias chuvosos e até mesmo a neve, sempre tinha um lugar no meu coração.– Mais um dia abaixo de zero – O motorista comenta, esfregando as mãos, quando o sinal fecha. Começará a nevar e as ruas já estavam cobertas de neve. Era início de dezembro, o que significava neve densa pelas próximas semanas e dias com cada vez menos luz solar. O táxi estaciona pouco tempo depois em frente a uma casa larga, bege, de dois andares. As luzes acesas, denunciava que ainda havia pessoas acordadas.– Obrigado – O motorista agradece, quando pago a corrida e deixa minhas malas ao meu lado na calçada. Respirando fundo, as pego, andan
Seguindo a recomendação do Google, fui parar no Red Dog Saloon. Um lugar com iluminação mais aconchegante, decorado com inusitados animais empalhados e lustres que lembrava um leme de navio. Pelo horário de pico, todas as mesas estavam cheias de pessoas rindo e conversando, aproveitando o final de semana. Abro meu casaco, olhando discretamente as pessoas ali, começando a me sentir um peixe fora d’água. Além da Sra. Bailey, não conhecia ninguém e mesmo assim estava ali me aventurando em um bar. Noto alguns olhares em minha direção, que me faz andar em passos largos até o banheiro. Não ligava para os olhares das pessoas antes, até me sentia bem. Só que isso foi antes. Agora, qualquer pessoa que me olhasse, já deduzia que sabia do que fiz. Lavo minhas mãos, ouvindo uma conversa entre duas mulheres ao fundo. As secando em seguida sem pressa, avaliando se não era uma opção voltar para a casa da Sra
Four Points by Sheraton Juneau, era um hotel localizado a poucos quilômetros do aeroporto e poucos minutos do Museu Estadual do Alasca. Com vista para as montanhas e o canal Gastineau. Ao lado do elevador, espero por Sebastian terminando o check– in na recepção. Me distraindo com o movimento constante de pessoas entrando e saindo com malas.– Vem sempre aqui? – pergunto quando ele se aproxima e aperta o botão do elevador.– Não mais.– Então costumava vir? Ele dá um meio sorriso, segurando minha mão, me puxando para o elevador quando as portas abrem. Pouco tempo depois, ele abre a porta do quarto 321 com vista para as montanhas. Apesar de estar escuro, era nítido a presença das montanhas.– Quer algo para beber? – Ele pergunta a poucos passos de mim, perto da cama larga com lençóis brancos e bem esticados – Um vinho, talvez. Tiro meu casaco, jogando na cadeira ao lado, me aproximando dele com o queixo erguido.– Talvez depois.– Depois...?
Monto em Sebastian, colocando minhas mãos em seu tórax. Sentindo seu peito duro e macio ao toque. Ele me olha por de baixo das pálpebras semicerradas, com as mãos em meus quadris. Seguro na base de seu pênis, o colocando na entrada da minha vagina.– Você vai se machucar – diz com a voz urgente, tentando me tirar de cima dele. Coloco suas mãos de volta nos meus quadris, devendo lentamente em seu pênis, subindo novamente em seguida. Mantenho os movimentos, aumentando o ritmo, apesar da minha vagina ainda manter algum a resistência. Sebastian franze o cenho com força, inclinando a cabeça para trás no colchão, quando finalmente nossos corpos se conecta. Alterno os movimentos, movimento meu quadril para frente e para trás, roçando meu clitóris em seus poucos pelos pubianos. Jogo meu corpo para trás, me apoiando nos braços, sem parar de me movimentar e dando uma visão para Sebastian de seu pênis entra e saindo comple
Acordo com meu celular tocando ao longe. Aos poucos me dou conta de onde estava e o peso sobre minha cintura, dizia claramente que não estava sozinha. Sebastian estava em minhas costas com o braço em cima da minha cintura. Saio da cama em direção do meu casaco na cadeira, desligando o despertador do celular. Apesar de estar escuro ainda, era 6 horas da manhã e o dia só amanheceria mesmo ás 9.– Bom dia – diz Sebastian, apoiando nos cotovelos.– Ah. Oi. Bom dia – Coloco o celular de volta no bolso do casaco, procurando pelo meu vestido nos pés da cama. Encontrando ele, menos... – Cadê? – pergunto para mim mesma, olhando com mais atenção o chão e sacudindo as roupas de Sebastian.– O quê exatamente? – Ergo minha cabeça o encarando.– Minha calcinha – Entro no banheiro segurando meu sutiã. Não estava em nenhum lugar e não tinha tempo para procurar.– Será que... tem como me deixar perto de casa? – pergunto colocando a cabeça para do banheiro.– Dei
O hospital Alasca Reed recentemente havia adotado um programa para internos, depois das candidaturas excessivas no Seattle Reed. Havia sido a primeira da minha turma, graças às notas perfeitas e conseguido uma vaga no tão sonhado Seattle Reed por causa da minha mãe, e seus contatos. Depois de ter minha vida virada de cabeça para baixo, decido que queria transferida para o Alasca. As portas automáticas abrem quando me aproximo, entrando no hall do hospital com um grupo a frente, diante de uma mulher ruiva.– Sejam bem vindos. Sou a Dra. Sanders – Sua voz delicada soa não muito alto – Me sigam – O grupo em torno de vinte pessoas a segue prontamente – Acredito que todos já devem conhecer o interior de um hospital. O Alasca Reed não é diferente – Subimos alguns andares pelas escadas, passando por vários setores do hospital, parando na ala de cirurgia, nosso andar. Não sabíamos ao certo quem no grupo conseguiria se tornar um cirurgião. Só sabíamos que