Acordo com meu celular tocando ao longe.
Aos poucos me dou conta de onde estava e o peso sobre minha cintura, dizia claramente que não estava sozinha.
Sebastian estava em minhas costas com o braço em cima da minha cintura.
Saio da cama em direção do meu casaco na cadeira, desligando o despertador do celular.
Apesar de estar escuro ainda, era 6 horas da manhã e o dia só amanheceria mesmo ás 9.
– Bom dia – diz Sebastian, apoiando nos cotovelos.
– Ah. Oi. Bom dia – Coloco o celular de volta no bolso do casaco, procurando pelo meu vestido nos pés da cama. Encontrando ele, menos... – Cadê? – pergunto para mim mesma, olhando com mais atenção o chão e sacudindo as roupas de Sebastian.
– O quê exatamente? – Ergo minha cabeça o encarando.
– Minha calcinha – Entro no banheiro segurando meu sutiã.
Não estava em nenhum lugar e não tinha tempo para procurar.
– Será que... tem como me deixar perto de casa? – pergunto colocando a cabeça para do banheiro.
– Deixo você lá – diz levantando.
Visto meu vestido, imaginando o que às camareiras pensariam quando encontrasse minha calcinha rendada.
Sebastian se veste, pegando por último a carteira e as chaves do carro no móvel ao lado da cama.
– Já estou pronta – Anuncio vestindo meu caso.
– Ótimo. Vamos.
No elevador, o clima não era o mesmo da noite anterior. De excitação.
Só queria ir embora e esquecer tudo que fizemos.
Quando Sebastian vai para a recepção do hotel, espero por ele do lado de fora, olhando a cada instante o relógio do celular.
Não podia me atrasar no primeiro dia.
– Onde fica sua casa? – Ele pergunta, ao dar partida no carro minutos mais tarde.
Lhe dou o endereço, pedindo mentalmente que soubesse onde ficava.
– Pode me deixar aqui – digo quando já estamos próximos.
– Que tipo de homem seria se deixasse uma mulher em uma esquina? – Ele questiona, entrando na rua.
Solto o ar dos pulmões balançando levemente a casa.
Do lado de fora, a pensão da Sra. Bailey parecia silenciosa.
– Obrigada – Tiro o cinto de segurança, fazendo menção em abrir a porta.
– Vamos nos ver de novo? – Ergo as sobrancelhas abrindo a boca sem saber o que dizer.
– Provavelmente não.
– Não irá me dar seu número?
– Também não – Abro a porta – Foi bom conhecer você.
Sebastian só havia embora quando entro na casa, caminhando em passos rápidos até a escada.
– Grace – Paro nos primeiros degraus, ao ouvir a voz da Sra. Bailey – Chegou agora? – Ela mexia uma massa em uma bacia média.
– Perdi completamente a noção do tempo.
Ela assenti lentamente, antes de girar os calcanhares e voltar para a cozinha.
Subo os degraus o mais rápido que posso, tentando não esbarrar em algumas meninas no corredor, me livrando do meu casaco assim que entro no meu quarto.
Meu celular toca quando estou me livrando do meu vestido.
Atendo sem menos olhar o identificador.
– Oi – Chuto meu vestido para longe.
– Oi... – diz Zoe lentamente do outro lado – Não me ligou ontem.
Merda.
– Eu esqueci. Me desculpa – Escolho alguma coisa para vestir no closet.
Zoe e eu éramos vizinhas desde sempre e por causa disso crescemos juntas.
Ela era tudo que queria ser. Alegre, contagiante, carismática.
Na verdade, eu era assim, mas por causa dos últimos acontecimentos, acabei que me aprisionado.
Zoe, diferente de mim, desde criança já sabia o que queria ser. Seu desejo era resolver os problemas das pessoas, ajudar elas. Então não foi surpresa para mim, quando no final do ensino médio, me disse que queria ser psiquiatra.
No início eu ri, achando que era mais uma de suas brincadeiras mas, quando notei que não estava rindo junto. Tive certeza de que estava falando sério e que a menina com rosto de porcelana era mais determinada do que pensava.
– Como você está?
– Eu? Bem. Eu acho – Uso o ombro para pressionar o celular contra meu ouvido, para vestir a calça jeans.
– Grace.
– O que você quer que eu diga?
– Está tomando seu remédio?
Pego a necessaire ao lado da cama, tirando de lá um frasco laranja. Engulo um comprimido, jogando o frasco dentro da minha bolsa.
– Acabei de engolir um comprimido.
Zoe suspira.
– Só fica bem, o.k?
Fixo meu olhar no vazio, respirando fundo.
– Tá bom.
O hospital Alasca Reed recentemente havia adotado um programa para internos, depois das candidaturas excessivas no Seattle Reed. Havia sido a primeira da minha turma, graças às notas perfeitas e conseguido uma vaga no tão sonhado Seattle Reed por causa da minha mãe, e seus contatos. Depois de ter minha vida virada de cabeça para baixo, decido que queria transferida para o Alasca. As portas automáticas abrem quando me aproximo, entrando no hall do hospital com um grupo a frente, diante de uma mulher ruiva.– Sejam bem vindos. Sou a Dra. Sanders – Sua voz delicada soa não muito alto – Me sigam – O grupo em torno de vinte pessoas a segue prontamente – Acredito que todos já devem conhecer o interior de um hospital. O Alasca Reed não é diferente – Subimos alguns andares pelas escadas, passando por vários setores do hospital, parando na ala de cirurgia, nosso andar. Não sabíamos ao certo quem no grupo conseguiria se tornar um cirurgião. Só sabíamos que
Fazia algumas anotações do progresso da saúde de Katie Bryce depois do almoço, quando os pais dela entra de repente no quarto, indo até a filha.– Katie, amorzinho, mamãe e papai estão aqui – diz a mãe acariciando seu rosto.– Ela tomou um sedativo para a tomografia, está um pouco grogue – digo atraindo ambos os olhares, me arrependendo no mesmo instante.– Ela vai ficar boa? – A mãe pergunta rapidamente.– Nosso médico disse que talvez ela precise ser operada. É verdade? – O pai pergunta.– Que tipo de operação? – A mãe volta a questionar, os olhos fixos em mim.– Ela...bem... – balbucio sem saber o que dizer, nem por onde começar a responder – Sabem de uma coisa? Não sou a médica. Sou médica, mas não sou a médica responsável pela Katie, então vou chamar o médico responsável para vocês – Saio o mais depressa que posso, sem saber enfiar minha cara com a minha gafe, quase que trombando em Dra. Sanders no corredor.– O que foi?– Os pais da Katie têm perguntas. Você f
Vou até a recepção do andar da cirurgia, pegando alguns prontuários.– 4– B está com pneumonia pós– operatória. Inicie com os antibióticos – diz April para uma enfermeira.– Tem certeza que é o diagnóstico certo?– Bem, não sei. Sou apenas uma interna. Por que não passa quatro anos na Universidade de Medicina e depois me diz se é o diagnóstico certo? Está respirando mal. Tem febre. É pós– operatório. Inicie os antibióticos – Ela se aproxima folheando alguns prontuários numa pasta – Deus, odeio enfermeiras.– Talvez ela não tenha pneumonia. Pode ser embolia pulmonar – Separo alguns prontuários.– Como disse, odeio enfermeiras – Ela vai para o outro lado do balcão.– O que foi que você disse? – Me viro para ela, a olhando com atenção – Acabou de me chamar de enfermeira?– Bem, se a touquinha serviu – Ela dá de ombros. Meu bip toca, fazendo ter que me afastar, após ver o número do quarto de Katie. Só não esperava que não fosse os pais de Katie com mais perguntas. Qu
– Tudo bem? – Sebastian pergunta, quando passo por ele horas mais tarde em um corredor, após os internos serem convocados para uma reunião. O dia acabara de “amanhecer” e me sentia vitoriosa por não ter cochilado em nenhum momento. Ignoro Sebastian, ainda chateada pelo o que fez no quarto de Katie Bryce e pelos demais acontecimentos. Aquele meu primeiro dia não sairia tão fácil da minha mente. Entro na sala com Sebastian logo atrás.– Bom dia.– Bom dia – Os demais respondem num coro. – Vou fazer algo raro para um cirurgião. Vou pedir ajuda aos internos. Tem essa garota, Katie Bryce. No momento ela é um mistério. Não responde às medicações. Os exames estão limpos, a tomografia está pura, mas esta tendo convulsões agudas sem causa visível. Ela é uma bomba– relógio. Morrerá se eu não tiver um diagnóstico e é aí que vocês entram. Preciso que sejam detetives. Que descubram porque está tendo convulsões – Os olhos dele percorrem todos na sala – Sei que estão cansad
Jacob fazia anotações num bloco de notas, quando o resultado da radiografia saiu na tela do computador. Sebastian olha com atenção o visor.– Macacos me mordam – murmura surpreso. Quem falava isso ainda? – Aí está. É mínimo, mas está lá. É uma hemorragia sub– aracnóide. Uma hemorragia no cérebro. Jacob me olha, contendo um sorriso.– Ela poderia ter passado a vida toda sem ter qualquer problema – continua – Uma batidinha no lugar certo e...– Estourou – Jacob o interrompe animado.– Agora posso concertar. Fizeram um bom trabalho. Adoraria ficar aqui mas preciso contar aos pais da Katie que ela será operada – Sebastian faz menção em sair, sendo impedido por Jacob.– Dr. Reed, disse que escolheria alguém se ajudássemos.– Ah, sim. Certo. Sinto não poder ajudar as duas. A sala já estará cheia – Ele desvia o olhar de Jacob para mim – Grace, te vejo na cirurgia – Jacob me olha, indicando com a cabeça para que falasse com Sebastian. Mas as palavras não saem. Seb
Não consigo pensar numa única razão para eu querer ser cirurgiã. Mas tinha mil razões para desistir. Eles dificultavam tudo de propósito. Temos vidas nas nossas mãos. Chega um momento em que é mais que um simples jogo e ou você dá aquele passo à frente ou vira as costas e vai embora. Auxiliando a cirurgia de Katie e vendo Sebastian tão ágil e preciso, cheguei em uma conclusão: Eu poderia desistir, mas eu amo o campo de jogo. Adrenalina foi o que sempre me moveu e quase foi meu fim. Horas depois da cirurgia, me encontro do lado de fora da sala, sentada em uma das cadeiras, exausta e caindo de sono.– Foi uma boa cirurgia – diz Jacob se aproximando.– É – concordo com um sussurro.– Não precisa nos fazer aquela coisa em que eu digo algo, daí você diz também, aí alguém chora e temos esse momento lindo.– Eca – brinco sonolenta.– Ótimo – Ele me olha – Devia ir dormir. Tá com a cara péssima.– Tô melhor que você.– Isso não é possível –
Sebastian me observa comer, sem tocar no seu prato. Enquanto eu, praticamente estava devorando a comida do prato como se fizesse dois dias que não via comida.– Não vai comer? – pergunto mastigando.– Estou sem fome.– Então por quê...? Aquele sorriso de canto...– Não sabia o quê dizer quando fui na casa da Sra. Bailey. Assinto, dando outra mordida no meu hamburguer.– Desde quando você está a frente dos hospitais Reed? – pergunto querendo que não passaremos no assunto nós. Ele dá de ombros.– Pouco mais de dois meses.– E por quê aqui?– Gosto do frio. Das montanhas. De pescar – Ele suspira – E precisava tomar as rédeas deste hospital. O olho surpresa. Imaginando ele com uma vara de pesca, esperando pacientemente os peixes morderem a isca. Era algo que o Sebastian sem dúvida faria. Se conectar com a natureza.– Vou ensinar você a pescar.– O quê?– Você vai gostar. Da natureza. O silêncio.– Não tenho tempo para isso. Sou uma
Caminhava em direção do vestiário, quando sou puxada rapidamente para dentro de uma sala com a única iluminação vindo de um poste do lado de fora. Arfo com meus olhos se acostumando com a pouca iluminação.– Oi – Sebastian sussurra, praticamente me segurando em seus braços.– ...Oi – Sussurro de volta surpresa. Os olhos dele vagam pelo meu rosto.– Quero fazer isso desde ontem – Sua boca pressiona a minha, com sua língua invadindo minha boca, acariciando minha língua. Gemo segurando seu rosto entre ás mãos, passando ás pernas ao redor de sua cintura e o prendendo contra meu corpo, sentindo sua ereção pressionar a calça jeans. As mãos de Sebastian vão para de baixo da minha blusa, apertando meus seios. As levando em seguida para dentro da minha calça jeans, apertando minhas nadegas com força.– Quero transar... – digo com a voz urgente. Talvez fosse daquele tipo de escape da realidade que precisava. Tento desabotoar os botões, falhando.– Ou