Capítulo 5

 Acordo com meu celular tocando ao longe.

       Aos poucos me dou conta de onde estava e o peso sobre minha cintura, dizia claramente que não estava sozinha.

      Sebastian estava em minhas costas com o braço em cima da minha cintura.

      Saio da cama em direção do meu casaco na cadeira, desligando o despertador do celular.

      Apesar de estar escuro ainda, era 6 horas da manhã e o dia só amanheceria mesmo ás 9.

–  Bom dia – diz Sebastian, apoiando nos cotovelos.

–  Ah. Oi. Bom dia – Coloco o celular de volta no bolso do casaco, procurando pelo meu vestido nos pés da cama. Encontrando ele, menos... – Cadê? – pergunto para mim mesma, olhando com mais atenção o chão e sacudindo as roupas de Sebastian.

–  O quê exatamente? – Ergo minha cabeça o encarando.

–  Minha calcinha – Entro no banheiro segurando meu sutiã.

        Não estava em nenhum lugar e não tinha tempo para procurar.

–  Será que... tem como me deixar perto de casa? – pergunto colocando a cabeça para do banheiro.

–  Deixo você lá – diz levantando.

        Visto meu vestido, imaginando o que às camareiras pensariam quando encontrasse minha calcinha rendada.

        Sebastian se veste, pegando por último a carteira e as chaves do carro no móvel ao lado da cama.

 –  Já estou pronta – Anuncio vestindo meu caso.

–  Ótimo. Vamos.

        No elevador, o clima não era o mesmo da noite anterior. De excitação.

        Só queria ir embora e esquecer tudo que fizemos.

        Quando Sebastian vai para a recepção do hotel, espero por ele do lado de fora, olhando a cada instante o relógio do celular.

         Não podia me atrasar no primeiro dia.

–  Onde fica sua casa? – Ele pergunta, ao dar partida no carro minutos mais tarde.

         Lhe dou o endereço, pedindo mentalmente que soubesse onde ficava.

–  Pode me deixar aqui – digo quando já estamos próximos.

–  Que tipo de homem seria se deixasse uma mulher em uma esquina? – Ele questiona, entrando na rua.

        Solto o ar dos pulmões balançando levemente a casa.

        Do lado de fora, a pensão da Sra. Bailey parecia silenciosa.

–  Obrigada – Tiro o cinto de segurança, fazendo menção em abrir a porta.

–  Vamos nos ver de novo? – Ergo as sobrancelhas abrindo a boca sem saber o que dizer.

–  Provavelmente não.

–  Não irá me dar seu número?

–  Também não – Abro a porta – Foi bom conhecer você.

      Sebastian só havia embora quando entro na casa, caminhando em passos rápidos até a escada.

–  Grace – Paro nos primeiros degraus, ao ouvir a voz da Sra. Bailey – Chegou agora? – Ela mexia uma massa em uma bacia média.

–  Perdi completamente a noção do tempo.

       Ela assenti lentamente, antes de girar os calcanhares e voltar para a cozinha.

      Subo os degraus o mais rápido que posso, tentando não esbarrar em algumas meninas no corredor, me livrando do meu casaco assim que entro no meu quarto.

       Meu celular toca quando estou me livrando do meu vestido.

        Atendo sem menos olhar o identificador.

–  Oi – Chuto meu vestido para longe.

–  Oi... – diz Zoe lentamente do outro lado – Não me ligou ontem.

        Merda.

–  Eu esqueci. Me desculpa – Escolho alguma coisa para vestir no closet.

        Zoe e eu éramos vizinhas desde sempre e por causa disso crescemos juntas.

        Ela era tudo que queria ser. Alegre, contagiante, carismática.

        Na verdade, eu era assim, mas por causa dos últimos acontecimentos, acabei que me aprisionado.

        Zoe, diferente de mim, desde criança já sabia o que queria ser. Seu desejo era resolver os problemas das pessoas, ajudar elas. Então não foi surpresa para mim, quando no final do ensino médio, me disse que queria ser psiquiatra.

        No início eu ri, achando que era mais uma de suas brincadeiras mas, quando notei que não estava rindo junto. Tive certeza de que estava falando sério e que a menina com rosto de porcelana era mais determinada do que pensava.

–  Como você está?

–  Eu? Bem. Eu acho – Uso o ombro para pressionar o celular contra meu ouvido, para vestir a calça jeans.

 –  Grace.

–  O que você quer que eu diga?

–  Está tomando seu remédio?

       Pego a necessaire ao lado da cama, tirando de lá um frasco laranja. Engulo um comprimido, jogando o frasco dentro da minha bolsa.

–  Acabei de engolir um comprimido.

        Zoe suspira.

–  Só fica bem, o.k?

      Fixo meu olhar no vazio, respirando fundo.

–  Tá bom.

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