Jacob fazia anotações num bloco de notas, quando o resultado da radiografia saiu na tela do computador. Sebastian olha com atenção o visor.– Macacos me mordam – murmura surpreso. Quem falava isso ainda? – Aí está. É mínimo, mas está lá. É uma hemorragia sub– aracnóide. Uma hemorragia no cérebro. Jacob me olha, contendo um sorriso.– Ela poderia ter passado a vida toda sem ter qualquer problema – continua – Uma batidinha no lugar certo e...– Estourou – Jacob o interrompe animado.– Agora posso concertar. Fizeram um bom trabalho. Adoraria ficar aqui mas preciso contar aos pais da Katie que ela será operada – Sebastian faz menção em sair, sendo impedido por Jacob.– Dr. Reed, disse que escolheria alguém se ajudássemos.– Ah, sim. Certo. Sinto não poder ajudar as duas. A sala já estará cheia – Ele desvia o olhar de Jacob para mim – Grace, te vejo na cirurgia – Jacob me olha, indicando com a cabeça para que falasse com Sebastian. Mas as palavras não saem. Seb
Não consigo pensar numa única razão para eu querer ser cirurgiã. Mas tinha mil razões para desistir. Eles dificultavam tudo de propósito. Temos vidas nas nossas mãos. Chega um momento em que é mais que um simples jogo e ou você dá aquele passo à frente ou vira as costas e vai embora. Auxiliando a cirurgia de Katie e vendo Sebastian tão ágil e preciso, cheguei em uma conclusão: Eu poderia desistir, mas eu amo o campo de jogo. Adrenalina foi o que sempre me moveu e quase foi meu fim. Horas depois da cirurgia, me encontro do lado de fora da sala, sentada em uma das cadeiras, exausta e caindo de sono.– Foi uma boa cirurgia – diz Jacob se aproximando.– É – concordo com um sussurro.– Não precisa nos fazer aquela coisa em que eu digo algo, daí você diz também, aí alguém chora e temos esse momento lindo.– Eca – brinco sonolenta.– Ótimo – Ele me olha – Devia ir dormir. Tá com a cara péssima.– Tô melhor que você.– Isso não é possível –
Sebastian me observa comer, sem tocar no seu prato. Enquanto eu, praticamente estava devorando a comida do prato como se fizesse dois dias que não via comida.– Não vai comer? – pergunto mastigando.– Estou sem fome.– Então por quê...? Aquele sorriso de canto...– Não sabia o quê dizer quando fui na casa da Sra. Bailey. Assinto, dando outra mordida no meu hamburguer.– Desde quando você está a frente dos hospitais Reed? – pergunto querendo que não passaremos no assunto nós. Ele dá de ombros.– Pouco mais de dois meses.– E por quê aqui?– Gosto do frio. Das montanhas. De pescar – Ele suspira – E precisava tomar as rédeas deste hospital. O olho surpresa. Imaginando ele com uma vara de pesca, esperando pacientemente os peixes morderem a isca. Era algo que o Sebastian sem dúvida faria. Se conectar com a natureza.– Vou ensinar você a pescar.– O quê?– Você vai gostar. Da natureza. O silêncio.– Não tenho tempo para isso. Sou uma
Caminhava em direção do vestiário, quando sou puxada rapidamente para dentro de uma sala com a única iluminação vindo de um poste do lado de fora. Arfo com meus olhos se acostumando com a pouca iluminação.– Oi – Sebastian sussurra, praticamente me segurando em seus braços.– ...Oi – Sussurro de volta surpresa. Os olhos dele vagam pelo meu rosto.– Quero fazer isso desde ontem – Sua boca pressiona a minha, com sua língua invadindo minha boca, acariciando minha língua. Gemo segurando seu rosto entre ás mãos, passando ás pernas ao redor de sua cintura e o prendendo contra meu corpo, sentindo sua ereção pressionar a calça jeans. As mãos de Sebastian vão para de baixo da minha blusa, apertando meus seios. As levando em seguida para dentro da minha calça jeans, apertando minhas nadegas com força.– Quero transar... – digo com a voz urgente. Talvez fosse daquele tipo de escape da realidade que precisava. Tento desabotoar os botões, falhando.– Ou
Paro na porta da sala do pós– operatório, encontrando um senhor ao lado da cama da Sra. Paterson. Hesitante, ando até ele.– Oi, Sr. Paterson. Em enfermeiro administrava medicação.– Oi – Ele responde.– Hemodinâmica estável? – pergunto ao enfermeiro, olhando o prontuário.– Mapa em torno de 80. Rendimento cardíaco a 5.– Isso é bom, Dra. Grey? – Sr. Paterson pergunta.– É bom, Sr. Paterson – Faço anotações.– Mas não o ideal.– A cirurgia cardíaca exige muito do paciente. Estamos monitorando sua esposa com cuidado, ela deve ficar bem. Ele volta a olhar para a esposa entubada. Continuo com minhas visitas matinais, tentando de toda forma esquecer o incidente com o coração. Dias como aquele, só queria ficar em baixo das cobertas e fingir que não existia. Não ter que enfrentar uma dúzia de pacientes doentes. De volta para a recepção do pós– operatório, faço mais anotações. Sebastian se apoia no balcão, para me olhar.– Você
Depois de lavar meu rosto duas vezes, lavar as mãos três e engolir um comprimido. Começo a me sentir bem o suficiente para enfrentar o que estava por vir. Tentei fazer o trajeto até a sala de Sebastian demorar, mas quase que em um piscar de olhos estava diante da porta da sala. Ouvindo vozes agitadas vindo de seu interior. Inspiro, soltando o ar lentamente, antes de bater na porta. Não ouço resposta, o que me faz entender que era para entrar. Sebastian está com a expressão séria, quando abro a porta.– Você demorou – diz sem emoção na voz. Sento ao lado da Dra. Sanders que tinha as pernas cruzadas.– Tive um contra tempo – minto.– A Dra. Sanders estava me contando o ocorrido durante a cirurgia da Sra. Paterson – Continua.– Não havia perfurações de unha no órgão – Dra. Sanders ressalta – A Sra. Paterson não teve a complicação por causa dela.– Sr. Paterson não acreditaria nisso. Engulo em seco, mexendo as mãos sobre o colo.– Eu ach
Levanto sem jeito, caminhando para longe dele.– Grace.– Não fala comigo! – grito sem parar.– Qual é o problema?– Quer saber mesmo meu problema?! – Me viro encarando ele – Talvez seja o fato de eu ter que escolher se quero ser cirurgiã ou uma pessoa que comete erros! Ele encurta o espaço entre nós.– Vai congelar se continuar aqui fora – Tenta me fazer andar em direção do carro.– Não vou em lugar nenhum com você – Me livro das suas mãos – Quero que você desapareça da minha vida! Não quero nunca mais ter que olhar pra sua cara! Sebastian fecha os olhos, respirando fundo.– Vai ser difícil isso acontecer. Sou seu chefe. Olho em seus olhos, pressionando os lábios.– Pensei que aqui fora fosse apenas o Sebastian.– Não estamos longe o suficiente do hospital. Sendo assim, continuo sendo seu chefe. Nego com a cabeça, indo na direção do carro dele. Eu o odiava e se não fosse tão persistente, iria para casa a pé, correndo o risco de conge
O tempo havia dado uma melhorada, permitindo que decolássemos. Durante o voo de quase uma hora, tentava não demostrar que estava curiosa para descobrir o destino final. Era difícil deduzir qualquer que fosse o lugar só olhando para Sebastian, já que ele não demonstrava absolutamente nada com os olhos fixos para na pequena janela ao lado. Me inclino na janela, quando o piloto diz que estávamos prestes a aterrissar, notando que o cenário havia mudado drasticamente. De cima dava para perceber que era uma cidade grande e bem movimentada, diferente de Juneau.– Estamos em Anchorage – diz Sebastian de repente, atraindo meu olhar. O avião pousa, permitindo que desafivelássemos os cintos. Com uma mão em minha cintura, Sebastian me guia até um carro quase idêntico ao seu nos esperando.– O que viemos fazer aqui?– Não é óbvio? Ergo as sobrancelhas, negando com a cabeça lentamente.– Gosto de pesca e viemos pescar. Mordo meu lábio in