Sentada num banco de trás de um táxi, questionava o motivo pelo qual havia decidido me mudar para Janeau, Alasca. O lugar mais frio do mundo.
A resposta surgiu com uma dolorosa e amarga lembrança, anexado com apenas dois nomes.
O fato de estar ali, não significava que não gostava de sol. Até que gostava. Entretanto, dias chuvosos e até mesmo a neve, sempre tinha um lugar no meu coração.
– Mais um dia abaixo de zero – O motorista comenta, esfregando as mãos, quando o sinal fecha.
Começará a nevar e as ruas já estavam cobertas de neve.
Era início de dezembro, o que significava neve densa pelas próximas semanas e dias com cada vez menos luz solar.
O táxi estaciona pouco tempo depois em frente a uma casa larga, bege, de dois andares.
As luzes acesas, denunciava que ainda havia pessoas acordadas.
– Obrigado – O motorista agradece, quando pago a corrida e deixa minhas malas ao meu lado na calçada.
Respirando fundo, as pego, andando em direção da porta. Toco a campainha hesitante, me perguntando novamente se estava tomando a decisão certa.
Uma senhora de cabelos pretos, preso num coque firme, abre a porta.
– Boa noite – digo sem jeito sob seu olhar – Sou a Grace Jones. Nos falamos por telefone.
– Ah. Claro. Entre – Ela dá um passo para o lado, permitindo que pendurasse meu casaco no vestíbulo.
O interior da casa era como nas fotos: paredes pintadas de branco, carpete creme e móveis antigos.
Não havia quadros de pessoas mortas pendurados, o que para mim foi um alívio e nem uma dúzia de gatos famintos.
Era apenas uma modesta pensão.
– Vou levar você até seu quarto – diz Sra. Bailey, pegando uma das minhas malas.
A medida que nos aproximamos do segundo andar, vozes femininas nos envolve.
Animadas e estridentes.
Sra. Bailey suspira, fechando a porta de dois quartos.
– Aqui está. Como queria – diz ao abrir uma portanto final do corredor – Sem colega de quarto.
Olho às paredes cinzas em contraste com a cama de cabeceira branca e cortinas da mesma cor.
Havia uma escrivaninha ao lado da porta e duas prateleiras sobre a mesma.
– O closet não é muito espaçoso – comenta – Não acho que terá problemas com isso – diz olhando para minhas únicas duas malas – Qualquer coisa, estou lá em baixo.
Assinto, ouvindo a porta se fechar em minhas costas.
Coloco as malas sobre a cama, decidida em arrumar as roupas no closet.
Havia roupas ali, que tinha certeza que não usaria, por não ter tempo futuramente.
Mesmo sabendo disso, as levei, caso surgisse algum imprevisto.
No fundo de uma das malas, tiro um suéter verde– musgo com a letra D estampada, um porta– retrato e um chaveiro de ursinho.
Por alguns instantes, encaro a fotografia, antes de tomar coragem para deixá– la na escrivaninha.
Cheiro o suéter, inalando profundamente o perfume. Revivendo e desbloqueado memórias em minha mente.
Procurando meu porto seguro.
Aperto o chaveiro em minha mão, reprimindo ondas de emoções. As juntando rapidamente e colocando de volta na caixa.
Havia me tornado boa em escondê– las.
Termino de desfazer as malas, sem conseguir não prestar atenção nas vozes vindo do lado de fora do quarto.
O cheiro misto de perfumes, dizia claramente que estavam prestes a aproveitar a noite.
E o que eu faria a respeito disso?
Meus olhos vão até o closet.
Naquela momento tinha tempo livre e poderia usar um dos meus vestidos.
Era um bom jeito de começar em uma cidade nova.
Com o pé direito.
Entro novamente no closet, pegando um vestido roxo– escuro de mangas compridas.
Discreto e nem um pouco sensual.
Enquanto me arrumava, não sabia aonde iria ano que faria exatamente.
Só sabia que uma parte de mim gritava desesperadamente para algum tipo de socialização.
Contato físico.
O que me levava a outra questão, não muito importante: sexo.
Já fazia algum tempo que estava afastada dos homens e já começará a me sentir enferrujada.
Foi então que diante do espelho, decidi que iria desfrutar da companhia e do corpo de um homem naquela noite.
Seguindo a recomendação do Google, fui parar no Red Dog Saloon. Um lugar com iluminação mais aconchegante, decorado com inusitados animais empalhados e lustres que lembrava um leme de navio. Pelo horário de pico, todas as mesas estavam cheias de pessoas rindo e conversando, aproveitando o final de semana. Abro meu casaco, olhando discretamente as pessoas ali, começando a me sentir um peixe fora d’água. Além da Sra. Bailey, não conhecia ninguém e mesmo assim estava ali me aventurando em um bar. Noto alguns olhares em minha direção, que me faz andar em passos largos até o banheiro. Não ligava para os olhares das pessoas antes, até me sentia bem. Só que isso foi antes. Agora, qualquer pessoa que me olhasse, já deduzia que sabia do que fiz. Lavo minhas mãos, ouvindo uma conversa entre duas mulheres ao fundo. As secando em seguida sem pressa, avaliando se não era uma opção voltar para a casa da Sra
Four Points by Sheraton Juneau, era um hotel localizado a poucos quilômetros do aeroporto e poucos minutos do Museu Estadual do Alasca. Com vista para as montanhas e o canal Gastineau. Ao lado do elevador, espero por Sebastian terminando o check– in na recepção. Me distraindo com o movimento constante de pessoas entrando e saindo com malas.– Vem sempre aqui? – pergunto quando ele se aproxima e aperta o botão do elevador.– Não mais.– Então costumava vir? Ele dá um meio sorriso, segurando minha mão, me puxando para o elevador quando as portas abrem. Pouco tempo depois, ele abre a porta do quarto 321 com vista para as montanhas. Apesar de estar escuro, era nítido a presença das montanhas.– Quer algo para beber? – Ele pergunta a poucos passos de mim, perto da cama larga com lençóis brancos e bem esticados – Um vinho, talvez. Tiro meu casaco, jogando na cadeira ao lado, me aproximando dele com o queixo erguido.– Talvez depois.– Depois...?
Monto em Sebastian, colocando minhas mãos em seu tórax. Sentindo seu peito duro e macio ao toque. Ele me olha por de baixo das pálpebras semicerradas, com as mãos em meus quadris. Seguro na base de seu pênis, o colocando na entrada da minha vagina.– Você vai se machucar – diz com a voz urgente, tentando me tirar de cima dele. Coloco suas mãos de volta nos meus quadris, devendo lentamente em seu pênis, subindo novamente em seguida. Mantenho os movimentos, aumentando o ritmo, apesar da minha vagina ainda manter algum a resistência. Sebastian franze o cenho com força, inclinando a cabeça para trás no colchão, quando finalmente nossos corpos se conecta. Alterno os movimentos, movimento meu quadril para frente e para trás, roçando meu clitóris em seus poucos pelos pubianos. Jogo meu corpo para trás, me apoiando nos braços, sem parar de me movimentar e dando uma visão para Sebastian de seu pênis entra e saindo comple
Acordo com meu celular tocando ao longe. Aos poucos me dou conta de onde estava e o peso sobre minha cintura, dizia claramente que não estava sozinha. Sebastian estava em minhas costas com o braço em cima da minha cintura. Saio da cama em direção do meu casaco na cadeira, desligando o despertador do celular. Apesar de estar escuro ainda, era 6 horas da manhã e o dia só amanheceria mesmo ás 9.– Bom dia – diz Sebastian, apoiando nos cotovelos.– Ah. Oi. Bom dia – Coloco o celular de volta no bolso do casaco, procurando pelo meu vestido nos pés da cama. Encontrando ele, menos... – Cadê? – pergunto para mim mesma, olhando com mais atenção o chão e sacudindo as roupas de Sebastian.– O quê exatamente? – Ergo minha cabeça o encarando.– Minha calcinha – Entro no banheiro segurando meu sutiã. Não estava em nenhum lugar e não tinha tempo para procurar.– Será que... tem como me deixar perto de casa? – pergunto colocando a cabeça para do banheiro.– Dei
O hospital Alasca Reed recentemente havia adotado um programa para internos, depois das candidaturas excessivas no Seattle Reed. Havia sido a primeira da minha turma, graças às notas perfeitas e conseguido uma vaga no tão sonhado Seattle Reed por causa da minha mãe, e seus contatos. Depois de ter minha vida virada de cabeça para baixo, decido que queria transferida para o Alasca. As portas automáticas abrem quando me aproximo, entrando no hall do hospital com um grupo a frente, diante de uma mulher ruiva.– Sejam bem vindos. Sou a Dra. Sanders – Sua voz delicada soa não muito alto – Me sigam – O grupo em torno de vinte pessoas a segue prontamente – Acredito que todos já devem conhecer o interior de um hospital. O Alasca Reed não é diferente – Subimos alguns andares pelas escadas, passando por vários setores do hospital, parando na ala de cirurgia, nosso andar. Não sabíamos ao certo quem no grupo conseguiria se tornar um cirurgião. Só sabíamos que
Fazia algumas anotações do progresso da saúde de Katie Bryce depois do almoço, quando os pais dela entra de repente no quarto, indo até a filha.– Katie, amorzinho, mamãe e papai estão aqui – diz a mãe acariciando seu rosto.– Ela tomou um sedativo para a tomografia, está um pouco grogue – digo atraindo ambos os olhares, me arrependendo no mesmo instante.– Ela vai ficar boa? – A mãe pergunta rapidamente.– Nosso médico disse que talvez ela precise ser operada. É verdade? – O pai pergunta.– Que tipo de operação? – A mãe volta a questionar, os olhos fixos em mim.– Ela...bem... – balbucio sem saber o que dizer, nem por onde começar a responder – Sabem de uma coisa? Não sou a médica. Sou médica, mas não sou a médica responsável pela Katie, então vou chamar o médico responsável para vocês – Saio o mais depressa que posso, sem saber enfiar minha cara com a minha gafe, quase que trombando em Dra. Sanders no corredor.– O que foi?– Os pais da Katie têm perguntas. Você f
Vou até a recepção do andar da cirurgia, pegando alguns prontuários.– 4– B está com pneumonia pós– operatória. Inicie com os antibióticos – diz April para uma enfermeira.– Tem certeza que é o diagnóstico certo?– Bem, não sei. Sou apenas uma interna. Por que não passa quatro anos na Universidade de Medicina e depois me diz se é o diagnóstico certo? Está respirando mal. Tem febre. É pós– operatório. Inicie os antibióticos – Ela se aproxima folheando alguns prontuários numa pasta – Deus, odeio enfermeiras.– Talvez ela não tenha pneumonia. Pode ser embolia pulmonar – Separo alguns prontuários.– Como disse, odeio enfermeiras – Ela vai para o outro lado do balcão.– O que foi que você disse? – Me viro para ela, a olhando com atenção – Acabou de me chamar de enfermeira?– Bem, se a touquinha serviu – Ela dá de ombros. Meu bip toca, fazendo ter que me afastar, após ver o número do quarto de Katie. Só não esperava que não fosse os pais de Katie com mais perguntas. Qu
– Tudo bem? – Sebastian pergunta, quando passo por ele horas mais tarde em um corredor, após os internos serem convocados para uma reunião. O dia acabara de “amanhecer” e me sentia vitoriosa por não ter cochilado em nenhum momento. Ignoro Sebastian, ainda chateada pelo o que fez no quarto de Katie Bryce e pelos demais acontecimentos. Aquele meu primeiro dia não sairia tão fácil da minha mente. Entro na sala com Sebastian logo atrás.– Bom dia.– Bom dia – Os demais respondem num coro. – Vou fazer algo raro para um cirurgião. Vou pedir ajuda aos internos. Tem essa garota, Katie Bryce. No momento ela é um mistério. Não responde às medicações. Os exames estão limpos, a tomografia está pura, mas esta tendo convulsões agudas sem causa visível. Ela é uma bomba– relógio. Morrerá se eu não tiver um diagnóstico e é aí que vocês entram. Preciso que sejam detetives. Que descubram porque está tendo convulsões – Os olhos dele percorrem todos na sala – Sei que estão cansad