Isabelly
Observo a área da piscina que que essa hora já tem uma movimentação legal a procura das minhas amigas e sorrio amplamente quando vejo uma mulher negra, alta, magra e linda, com seu cabelo afro amarrado com um lenço no topo da cabeça, sendo explicitamente cobiçada por um loiro robusto ainda mais alto do que ela. O homem está praticamente babando em cima da minha amiga. Passo por ela e pisco o olho sutilmente, fazendo um gesto com o polegar que diz que a sua escolha está mais que aprovada. O mulherão sorrir discretamente e volta a conversa com seu deus loiro. Encontro Shirley despojada em sua maravilhosa espreguiçadeira com seu habitual fone de ouvidos, óculos escuros e usando um mini biquíni branco que contrasta perfeitamente com a sua pele morena. Os cabelos longos e cacheados estão presos em um coque frouxo e algumas mechas fogem do seu penteado, emoldurando o seu rosto em formato de coração. Shirley é designer de modas. Ela trabalha para um estilista francês, o Françoise, um cara super esquisito, franzino e baixinho com seu jeitinho afeminado, mas ele até que é bem legal.— Será que dá para você sair da frente do sol? — A morena pede irritada, fazendo-me sorrir debochadamente e atrevida, permaneço no mesmo lugar. — Mas que droga! Òh, minha filha, você é retardada, ou o quê? — rosna ríspida e tira os óculos, arqueando as sobrancelhas em surpresa. — Belly?! Ai meu Deus, me desculpe, amiga! Pensei que fosse aquela garçonete estúpida de novo — ralha, levantando-se e me abraça em seguida.— Tadinha da Vânia! Ela é uma garota legal! — retruco, defendendo a garçonete.— Todo mundo pra você é legal, Belly! — rebate. Ela põe os óculos de volta e volta a deitar-se na espreguiçadeira. — Onde está o seu noivo relapso? — inquire tomando um gole da sua bebida que está ao seu lado dm mesinha redonda com um guarda sol colorido.— Não começa, Shirley, já basta a Karol!— Não sei por que você é assim, Isabelly. A tia Mônica é uma mulher muito esperta e atenta. Ela tem um detector de mentiras embutido dentro dela. Você bem que podia ser assim também. Tá na cara que Greg anda escondendo algo de você.— Vocês que são complexadas com ele. Greg é um amor, só tem muitos problemas e muitos compromissos. Ele tem muitas responsabilidades que não podem ser deixadas de lado. — Minha amiga bufa audível para a minha resposta.— Se você prefere se enganar assim, não está mais aqui quem falou! — resmunga.— Que tal um mergulho na piscina, a água parece ótima! — Mudo de assunto.— Hum, não, obrigada! Prefiro ficar aqui e deixar o meu corpitxo dourar mais um pouquinho. Você sabe, a marca do biquíni no corpo de uma mulher enlouquece os homens! — Reviro os olhos. Falou a voz da sabedoria. Penso ironicamente.— Tudo bem, então! Vou pegar uma bebida pra mim, você quer mais um desses? — Aponto para o seu copo quase vazio.— Sim, por favor! — diz e põe os fones de volta nos ouvidos. Levanto-me e vou para um quiosque que fica de frente a piscina. Ocupo um banquinho alto e espero Fred, o garçom vir ao meu encontro do outro lado do balcão.— E aí gata, o que vai querer?— Oi, Fred! O de sempre para mim e uma vodca para minha amiga, por favor. — O homem assente e pega dois copos, o depositando em cima do balcão.— Onde está o senhor fantasma? — indaga, enquanto manuseia as bebidas. Rolo os olhos incomodados. Porra, até você Brutus?— Qual é Fred, você também não! — reclamo.— Desculpe! Mas, estamos todos curiosos, Belly, faz mais de um ano de namoro e um mês que noivaram, e seus amigos nunca viram esse cara.— Não tenho culpa se ele é um homem muito ocupado! — Dou de ombro com desdém. — Veja o lado bom Fred, vocês o conhecerão no dia do nosso casamento.— Isso se ele não inventar algum compromisso importante. — Karol resmunga, sentando-se ao meu lado.— Onde está o loiraço que estava com você? — Foi pegar umas coisas. Nós vamos dar uma saidinha. — Ela pisca um olho, abrindo um sorriso travesso na sequência.— Danada! É incrível como você sempre consegue os melhores! — ralho. Fred entrega as bebidas e me despeço da minha amiga que vai ao encontro do seu casinho, rumo a porta de saída. Entrego a bebida para Shirley e me sento ao seu lado na espreguiçadeira. Enquanto ela aproveita o seu bronze, eu observo o movimento do club em silêncio e meus pensamentos me levam para bem longe, para o dia que conheci o meu noivo.(Memórias...)A música agitada, o chão estremecendo debaixo dos meus pés, muitos corpos suados e embalados pelo ritmo da música por todos os lados. Eu me entrego ao momento, pois amo dançar! É a única maneira que tenho para extravasar a tensão de uma semana inteira de trabalho. Danço várias músicas por longas horas completamente entregue a esse ritmo alucinante e só deixo a pista quando o meu corpo já está encharcado de suor e completamente agitado. Mas, acredite que estou totalmente renovado. No balcão do bar peço uma vodca pura e sem gelo. A noite está só começando e eu quero viver até o último instante dela.— Boa noite, esse lugar está ocupado? — Uma voz masculina grita ao meu lado, devido a música alta. Analiso o moreno de cabelos negros, de olhos extremamente azuis e fico extasiada com a sua presença imponente, em pé ao meu lado, aguardando uma resposta minha.— Não — respondo com desdém e bebo um gole generoso da minha bebida, sentindo o álcool me aquecer por dentro.— Se incomoda? — Ele aponta para o banco.— Fique à vontade! — respondo e desvio o meu olhar para a pista de dança.— Você dança muito bem! — fala e dessa vez o seu comentário chama a minha atenção.— Estava me observando? — Ele dá de ombros e faz um sinal para o garçom.— Não exatamente. No entanto, não tinha como não olhar. Você tem um corpo muito bonito e os movimentos sensuais deixaram muitos caras aqui loucos. — Assinto e me viro de frente para ele.— Você foi um deles? — É, eu sei que estou sendo bem atrevida. O idiota abri um sorriso e porra! Que sorriso é esse?— Com certeza! — Agora sou eu quem sorri e sem tirar os meus olhos dos seus, volto a beber a vodca, esvaziando o copo e o ponho em cima do balcão. — Aceita mais outra bebida? — pergunta apontando para o meu copo vazio. — Mordo o meu lábio inferior de um jeito sexy e rebato:— Meu pai me ensinou a não aceitar bebidas de estranhos — digo indiferente, me levantando do banco.— Se o problema for esse… prazer, eu sou Greg Stony! — Ele estende uma mão que por sinal é grande, de dedos compridos e no pulso, o seu relógio caro chega a reluzir entre as luzes que piscam com frenesi. Satisfeita, seguro a sua mão e a aperto, constatando a maciez da sua pele na minha, apesar do aperto forte que me fez estremecer por dentro.— Isabelly Sampaio Albuquerque. — Ele volta a sorrir e eu penso que ele precisa parar com isso, ou não me respondo por mim. — Viu? Agora não sou mais um estranho. Agora, aceita outra bebida? — Meu sorriso se amplia e se é porque o estranho tem facilidade em me fazer sorrir, pois, normalmente sou uma garota séria, que gosta de se divertir sozinha, ou com as minhas amigas… que resolveram me dar um bolo justamente hoje.— Tudo bem! Mais uma não fará mal algum.— Por que lhe faria mal?— Porque não costumo beber mais que dois copos. Depois disso, não sou mais eu, se é que você me entende. — Pisco um olho.— Não entendi, mas, penso que você não vai querer se abrir comigo na primeira noite.— Pode ter certeza que não. O máximo que descobrirá de mim essa noite, é que eu adoro dançar! — Ele sorrir e não é um sorriso qualquer, é um puta sorriso sexy, do tipo predador mesmo com um irresistível arrasador de calcinhas. É claro que isso mexeu um pouco comigo. Respiro fundo e bebo a minha bebida que o garçom acaba de pôr em cima do balcão, fugindo do seu olhar.Isabelly — Terra para Belly! Isabelly, pelo amor de Deus! — O quê? — Faz tempo que estou falando com você, e você não me escuta! Onde está com a cabeça? — Onde acha que ela está? — Rio e minha amiga revira os olhos. — Estou indo, você vem? — Vou, mas estou indo para casa dos meus pais. Prometi para eles que jantaria em casa essa noite. *** Jantar na casa dos meus pais me deixa um tanto dividida. Entendam, eu os amo de paixão, porém, me reunir com a família Albuquerque tem sido um martírio para a minha vida pessoal. — Mãe, por favor não vamos mais falar sobre isso de novo, está bem? — Isabelly, não é fugindo do assunto que você vai mudar as coisas! — Ela insiste. — Mãe, o Greg e eu nos damos muito bem do jeito que as coisas estão. — Até quando? Filha, eu só quero o seu bem! — Tudo bem, eu vou falar com ele e marcar um jantar aqui em casa. Melhorou? Você vai poder conversar com ele, tirar todas as suas dúvidas, mas por hora podemos encerrar esse assunto? — Podemos. Por enq
Daniel Olho para o maldito jornal outra vez e não acredito no comentário que o cretino fez durante a entrevista. Puto da vida, jogo o papel em cima da minha mesa e a porta do meu escritório se abre no mesmo instante. Jonas Brito, meu assessor adentra a minha sala e seus olhos cautelosos me encaram por trás da armação dos óculos de grau, acompanhando cada gesto meu, ainda sentado em minha cadeira de couro negro. Enquanto giro-a lentamente de um lado para o outro e o meu dedo indicador roça a barba por fazer, demonstrando a minha paciência que já está no limite.— Mandou me chamar, senhor Ávila? — O tom de voz cauteloso, me faz fechar as mãos em punho.— Sente-se! — ordeno com um tom seco e duro. O rapaz engole em seco e se senta na cadeira de frente da minha mesa, sem desgrudar os seus olhos de cima de mim. Ele sabe que não tolero erros e principalmente, sabe o quanto sou exigente com os meus empregados.— Aconteceu alguma coisa, senhor? — inquire com voz levemente trêmula. Em respos
Daniel— Senhor Ávila, eu faço o meu trabalho de modo impecável. Nunca tive qualquer reclamação sobre meus atos e nunca perdi dinheiro para nenhuma das empresas que representei, então…— Foda-se as empresas que representou ou representa, Moris! A minha empresa eu administro como eu quero e você está demitido! — Vocifero, virando as costas para sair da sala.— Não pode me demitir, Daniel Ávila! — Ele rosna, me fazendo olhar para sua cara de puta. Sorrio.— Eu não só posso, como já o demiti, senhor Moris. Por favor, passe no setor de RH para receber as suas contas. Eu não o quero aqui na minha empresa nem mais minuto! E você, —Aponto para Jonas que até o momento não disse uma palavra. — Tem vinte e quatro horas para encontrar outro administrador para essa conta, e vê se não erra dessa vez, Jonas, ou será o próximo a ir para o olho da rua! — Saio batendo a porta da sala de reuniões e volto imediatamente para o meu escritório.— Senhor Ávila, me desculpe importuná-lo, mas…— O que você q
Isabelly Não acredito que Jonas me convenceu a fazer isso! Resmungo internamente. Se ele sonhasse o quanto estou sobrecarregada com as contas das empresas japonesas e da França, e agora mais essa! Bufo e me sento na cadeira da mesa de sempre na minha sorveteria preferida e peço o meu habitual sorvete de baunilha que eu amo! Enquanto aguardo o meu pedido, olho rapidamente através da janela de vidro transparente de onde posso observar as pessoas nas ruas. Olho as horas em meu relógio de pulso e vejo que já passa das sete da noite. Irritada, tiro o celular de dentro da minha bolsa para ligar para o meu noivo desconectado do mundo. Para a minha completa frustração, a ligação cai direto na caixa postal.— Onde está você? — Decido deixar uma mensagem, mantenho a minha voz calma. Contudo, a minha paciência já estou no meu limite com suas gafes e atrasos. Enfim, mesmo após um dia corrido no escritório, marquei com o Greg aqui na sorveteria às seis e vinte, e até agora nada. Nenhuma mensagem,
Isabelly — Desculpe, Belly! Eu juro que tentei chegar a tempo, mas fiquei preso em uma reunião que só acabou a poucos minutos. Onde você está, amor? — O seu tom carinho me faz suspirar e me repreendo pela explosão sem cabimento, a final, ele não tem culpa.— Estou em casa! — respondo mais calma agora e me acomodo no sofá camurçado, vermelho púrpura.— Estou te ligando para avisar que não poderei ir para sua casa hoje. Te vejo amanhã? — O quê? Como assim?— Greg, nós precisamos conversar! — insisto. Ele solta uma respiração audível do outro lado.— Amanhã, querida, eu prometo! — Puxo uma respiração consternada e tento me conformar.— Promete que não passa de amanhã, Greg?— Eu prometo! Olha só, vou pedir para minha secretária cancelar qualquer compromisso de amanhã. Melhor assim? — Inevitavelmente abro um grande sorriso.— Bem melhor assim, meu amor!— Até amanhã! Eu te ligo, tudo bem?— Vou ficar esperando. Eu te amo, Greg!— Eu também. — E encerra a ligação junto com a nossa convers
Isabelly — V- vocês se co-conhecem? — Brito gagueja uma pergunta. Ele deve estar em pânico. Isso sempre acontece quando ele está nervoso ou em pânico. Contudo, eu não consigo tirar os meus olhos de cima do ogro a minha frente. Sério, o homem é estupidamente lindo, gostoso, forte, elegante e esses olhos? Caramba, são os mais lindos que já vi! A boca tem um tom de vermelho que chega a dar vontade de morder. Droga, e esses cabelos? Negros, lisos e cheios. As minhas mãos coçam de vontade de tocá-los, de puxá-los e… Opa! Freio aí, dona Isabelly! Freio e foco!— O que você faz aqui? — O ogro rosna de maneira rude e sem tirar seus olhos de mim. Entretanto, enfrento o seu olhar.— Desculpe, senhor Ávila! Essa é Isabelly, a nova administradora da sua conta. — Seus olhos demostram a surpresa ao receber tal informação. Seus olhos verdes-escuros passeiam rapidamente por meu corpo, começando na cabeça até os pés e voltam todo o trajeto encontrando os meus olhos outra vez.— Imagino que trouxe um
Daniel.— Oi, Alex! — falo mal-humorado para o meu amigo.— Uau, o dia mal amanheceu e você já está com esse humor canino?— Como está Amanda? — Ignoro o seu comentário irônico. Alex Village é uma cara formidável, eu o conheço a mais de sete anos. Na verdade, nos conhecemos em mais um daqueles eventos da alta sociedade onde grandes empresários de vários ramos se encontram e trocam experiências, ou acabou se associando a outros setores. Através dele conheci Nick o irmão de Amanda que além de ser um excelente profissional na área de fotografias também trabalha para mim.— Vai me contar por que está assim? — inquire.— Acabei de fazer uma nova contratação.— O novo administrador para Drin'ks Drive?— Isso.— E não gostou da nova contratação?— Gostei até mais do que deveria.— Não entendi, onde está o problema?— Ela é atrevida demais para o meu gosto.— Ela? — Faço um gesto positivo para ele e o idiota gargalha bem na minha cara. Bufo contrariado.— O problema é que a conheci por aciden
DanielDois dias depois…Olho para o relógio com impaciência mais uma vez. Odeio atrasos e odeio ainda mais ter que esperar! O garçom vem pela segunda vez a mesa e pergunta se desejo fazer o meu pedido.— Ainda não, estou aguardando uma pessoa e assim que ela chegar faremos os pedidos — digo com um tom seco. O rapaz assente e se afasta da mesa sem graça. No mesmo instante a uma mulher com um vestido branco e colado ao corpo entra no estabelecimento. Observo atentamente a barra do vestido acima do joelho, deixando a mostra as pernas lindas e torneadas. Meus olhos sobem pelo seu corpo e paro nos cabelos soltos, caindo como uma cascata dourada pouco abaixo dos seus ombros. Os óculos escuros escondem o azul dos seus olhos e ela caminha em minha direção. Contudo, não pude deixar de observar o quanto está ofegante e os seus seios sobem e descem com uma respiração descompassada. Ela se senta à minha frente e tira os seus óculos, me olha nos olhos e antes que diga qualquer coisa eu falo:— Es