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2 - Não Toque na Minha Filha

Dentro daquele carro que balançava de um lado para o outro, tudo que Grace conseguia pensar era em Madeline ao seu lado.

Podia sentir seu cheiro, a mão gelada agarrada na sua, mas não conseguia vê-la, visto que em sua cabeça havia um saco negro colocado antes de entrarem no carro que foram ordenadas. Com as mãos amarradas para trás e a boca fechada por uma fita branca, ficou difícil de pedir ajuda, ou gritar o mais alto que podia.

E depois de muito pensar, achou melhor seguir as regras que foram lhe ditas durante a viagem, afinal, tinham razão quando falou sobre ter uma pessoa especial, em que faríamos de tudo para proteger não importava o que. Essa pessoa para si era Madeline, sua filha. Christopher sabia lidar com qualquer coisa que viesse a seu rumo, afinal, tomou o título de gângster perigoso ultrapassando os limites de seu pai, e chegando a um nível que ninguém nesse mundo podia o parar.

E foi por isso que se afastou de tudo e de todos, crendo ser o melhor para sua família, mas agora, diante de tudo que lhe passava junto de Madeline, Grace se mutilava mentalmente, apenas com medo de algo ruim acontecer com sua princesa.

Depois pelo que pareceram horas, Grace percebeu o carro parar e várias vozes lhe cercar. Apertou a mão de Madeline ainda que pouco e sentiu aquele aperto se desfazer ao ser puxado sem carinho algum para fora daquele automóvel. Saiu ao lado de alguém que lhe apertava os braços, tropeçou em seus próprios pés procurando no ar o que lhe pudesse lembrar-se de Madeline, não queria de forma alguma se afastar da filha.

— Não se preocupe senhora Jones, ou Macallister. - Riu de canto — Não sei exatamente como se te chamar. Mas sua filha está em boas mãos. - Grace escutou a voz de outrora, reconhecendo ser de Mikael e a confirmação da voz de outro homem, o que fora mencionado sobre a permanência de sua filha ao seu lado.

Ainda que não pudesse ver nada além dos pés calçados num salto que naquela altura, lhe fazia mal não saber andar direito em cima deles enquanto era arrastada aos tropeços para dentro de uma casa com cerâmicas brancas com círculos desenhados em cima.

Andaram por mais alguns minutos e logo Grace se deparou com os degraus de uma escada que mal conseguia descer, quase caiu três vezes antes de chegar ao andar sugerido e finalmente adentrar em um lugar que pareceu claro o suficiente para seus olhos verem alguma coisa na escuridão do saco.

Suas pernas tremeram quando escutou gemidos da filha ao lado, talvez estivessem a puxando com mais força, mas ela reclamava de algo. O coração acelerou mais quando seu braço foi empurrado para baixo, fazendo suas pernas dobrarem, ficando de joelhos para alguém ou alguma coisa e logo o saco foi retirado de seus olhos.

A visão que teve do homem parando no fundo da sala sentando numa cadeira que simbolizava o trono de alguém, fez Grace ter a plena certeza de que apenas uma delas sairia viva daquele lugar com uma aparência horrível, os raios de sol adentravam a sala ampla e decorada com inúmeras cores e pinturas diferentes, algo chique, talvez algo que tenha valido mais que todas as vidas presentes naquele lugar. Engoliu a seco erguendo a cabeça, tomaria a frente de tudo sem deixar que qualquer fagulha de violência caísse sobre a garota ao seu lado, que notou ainda está com os olhos cobertos pelo tecido negro.

Ainda assim, podia ver o peito de sua filha subir e descer tentando uma respiração mais calma, contudo, o que conseguia era mostrar-se nervosa, chorosa, e com medo a cada minuto.

— Não é uma honra está diante de duas mulheres tão bonitas? - Levantou de sua cadeira descendo dois degraus que dividia o mundo dos reis, dos meros mortais mais embaixo. Grace voltou a olhar para o dono de tudo aquilo, que se aproximava a passos lentos, precisos, como se fosse um predador pronto para atacar sua presa amarrada e ajoelhada, e essa presa, era ela mesma.

O viu sorrir, mostrar seus lindos dentes brancos e agachar em sua frente olhando-a fixamente.

— Grace Jones Macallister, uma mulher distinta, bonita, quarenta e sete anos, dona de um salão de beleza cheio de fofoqueiras de plantão. - Riu outra vez, fazendo a mulher engolir a seco. — Sou Gael. Gael Kennedy. Se nunca ouviu falar de mim é aconselhável que eu me apresente adequadamente. - Sorriu maliciosamente — Não é mesmo?

— Eu não pretendo conhecê-lo. - Afirmou fazendo o homem parar de sorri.

— Mas quero conhecer quem colocou no mundo o maior filho da put4 que já conheci em toda minha decadente vida. - Colocou uma mão no peito deixando o copo de uísque nas mãos de outras pessoas. — Minha mãe é dona de cassinos famosos pelo mundo, ganha rios de dinheiro, é milionária e bem idolatrada onde passa. Eu sou seu único filho, e herdeiro de tudo aquilo que ela tem, contudo, estar diante de jogos de azar e mulheres peladas vendendo seus corpos nunca foi muito a minha praia. - Confessou enquanto se aproximava cautelosamente das mulheres no centro da sala — E tudo começou quando vi dois milhões de reais caírem no meu colo após uma única troca de arm4s. Aquilo foi emocionante. E depois houve também alguns tráficos, poucos, nada muito grande a ponto de prender minha atenção, afinal, cem, duzentos mil por carga é imensamente deslumbrante e excitante, fico mais rico a cada vez.

— Se é tão rico assim, porque nos trouxe aqui? Acha que temos dinheiro para resgate? Sinto em te informar, mas não temos toda essa grana, como bem acabou de dizer, eu tenho um salão de beleza, não uma boate com cassinos e jogos de azar. - Contou ainda com o nariz em pé, ao menos mostraria que não tinha tanto medo assim. — O que quer?

— Seu filho, Christopher Macallister. - Confessou rápido e Grace desviou o olhar. — Mês passado uma balsa saiu de uma cidade rica em todo tipo de drog4s ilícitas, e o prefeito é um grande amigo meu. Dividimos um trabalho grandioso, no valor de cento e quinze milhões de reais para mim, e o mesmo para ele. - O homem ficou sério se aproximando mais um pouco da mulher que sentiu as pernas em choque. A respiração lhe faltou e o olhar daquele ser quase que a matou sem ar. — O seu filho sumiu com essa balsa - Grace puxou o ar para dentro, mas era como se tivesse o perdido novamente. — Você não sabe o quanto de gente morreu por conta disso, e para quê? Para seu filho ficar com tudo isso sem perder nada?

— Nós… - Começou fraco, quase sem voz, não podia perder a voz agora. — nós não temos nada a ver com isso. - Contou e olhou para o lado. As mãos de Madeline estavam ficando vermelhas por conta das cordas ao redor de seus pulsos, além de ver nitidamente as marcas de dedos na pele tão alva da pequena. — Eu e minha filha não fazemos parte disso. Por favor, nos deixe ir. - Pediu deixando a primeira lágrima cair.

— Você deve pagar, porque colocou esse filho da put4 no mundo. E sua filha também deveria pagar, não é? - Grace entreabriu os lábios. — Minha mãe tem um cassino incrível para jovens universitárias - Avisou antes de se dirigir a garota puxando o tecido negro da cabeça e revelando o lindo rosto avermelhado e os olhos esverdeados cheios de lágrimas que deslizavam pelo rosto bonito. Todos a encararam também, mas Madeline procurou pelos olhos desesperados de sua mãe. — Quanto você acha que pagariam pela virgindade dela? - As duas mulheres subiram o olhar para o homem. — Duzentos, trinta, quarenta… Cento e quinze milhões?

— Poderíamos leiloa-la. - Mikael comentou do outro lado. De braços cruzados, os músculos apareciam mais, o cabelo caindo ao redor do rosto, negro, batendo nos ombros. — Muita gente pagaria caro pare entrar nesse corpinho intocável, eu não sairia da fila se você a mandar para o cassino.

— Por favor… - Grace prendeu a respiração trazendo a atenção do mais velho outra vez. — Não toquem na minha filha.

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