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7 - Planos de uma Vingança Sangrenta

— Talvez eu tenha puxado aos genes do nosso pai. - Christopher ficou sério e ela também, ambos se encararam friamente e pareciam se entender perfeitamente com aquele olhar duro.  — Onde está o que restou do corpo da minha mãe? - Levantou um braço procurando pela algema e agradeceu mentalmente por não está mais com aquilo.

— Kim a enterrou no final da praia, onde sempre enterramos nossas pessoas queridas. Quando estiver melhor, mandarei que levem você até lá.

— Praia? Valcolink não tem praias.

— Você está Seant, na minha casa. - Madeline não demonstrou reação alguma. — Não pisará mais em Valcolink, nunca mais.

— Eu tenho uma vida lá, você sabia? Eu faço faculdade e trabalho, ou trabalhava naquela cafeteria perto do salão da mamãe... - Christopher assentiu — O que acontecerá com o salão da mamãe?

— Mandei uma pessoa para lá cuidar de tudo. E de novo, não quero que volte para lá. Seant é a minha cidade, e se quiser continuar sua faculdade aqui, pode fazer. Até trago os professores bem aqui neste quarto para te dar aula. Eu faria qualquer coisa por você, mas não quero que volte a Valcolink nunca mais.

Ela podia negar aqueles pedidos, mas ser mimada sempre foi uma das coisas que mais gostava no mundo. Sorriu de canto olhando ao redor. O quarto era bonito e aquele jeito que ele dizia as coisas cheio de autoridade e comandos. Talvez gostasse daquele estilo.

— Posso conviver com esse negocio de "mandei fulano fazer isso e ele foi" - Debochou levemente levando uma mão até a cabeça sabendo que a tontura significava fome. — Preciso comer alguma coisa agora, estou faminta.

— WAL? - Gritou Christopher pela mulher que apareceu dois minutos depois com uma bandeja recheada de tudo que tinha de bom naquela casa — Coma tudo, e se quiser mais, é só mandar Wal trazer mais e o que quiser. - Madeline assentiu — Eu vou descer preciso conversar com os meus homens. - Madeline ergueu o olhar para ele junto do garfo e a faca a qual já havia pegado — Estou falando dos homens que pago para fazerem o que eu mandar.

— Não pensei em nada de ruim, acredite. - Sorriu de canto.

Aquele sorriso que assustava qualquer um.

— Fui eu que pensei? - Perguntou para si mesmo e virou em direção à porta. — Tem um Walk-talk ao lado da sua cama, ele é dourado porque somente eu tenho a linha, é só apertar esse botão e me chamar, eu venho correndo. - Ele parou diante da porta e a olhou por cima dos ombros, os olhos delas estavam sobre suas costas, um olhar feroz, e ele conhecia aquele olhar. — Me chame se precisar.

— Eu entendi.

Desceu as escadas escutando os murmúrios por todo canto e seguiu até o escritório de sempre. Kim já estava lá jogado no sofá e logo levantou quando viu o chefe passar pela porta.

— Ela acordou? Está todo mundo comentando. - Christopher parou atrás da mesa indo até o armário ao lado esquerdo, procurou pela bebida mais forte e trouxe de volta a mesa enchendo um copo inteiro e o bebeu sem hesitar. A bebida quente queimou sua garganta até o estomago o fazendo arrepiar.

— O que estão falando da minha irmã? - Questionou e o moreno cruzou os braços parando a frente — Não quero que falem nada dela, entendeu?

— Não é algo de ruim, é só que ela parece mais forte do que aparenta. Ela sobreviveu num beco escuro com um cadáver ao seu lado, algemado no seu pulso. Você tem noção do quanto isso é doentio? - Christopher sentou em sua cadeira começando a beber no gargalo mesmo. Já estava entediado.

— Ela realmente não aparenta ser forte, mas ela é. Tem o sangue do meu pai. Ela é ruim por natureza. - Debochou com um riso no rosto, mas esse sorriso foi acabando aos poucos — Não quero que ela se machuque nunca mais, e nem tente entender o que aconteceu muito menos que entre para esse mundo. Ele é só meu e é cruel demais para qualquer um.

— É, mas trouxe-a para cá. E digamos que aqui é onde acontecem todas as organizações de assaltos e crimes que fazemos. Inclusive o que fez com que ela acabasse aqui. - Christopher o encarou — Temos chalés pela praia, mande-a para um.

— E deixa-la longe de mim? Nunca mais. E se alguém se aproximar?

— A praia é sua, Christopher. Mande-a para um que ela se sinta confortável. Converse e veja o que ela quer. Madeline não está preparada para entrar de cabeça em tudo isso. Ela precisa ficar um tempo de luto pela mãe e rever sua vida. Eu iria querer isso se perdesse alguém tão importante quanto ela. - Christopher escutava atentamente, Kim não era seu conselheiro apenas quando necessitava de estratégias para fazer seus negócios correrem, era quase como um amigo. — Se não quiser deixa-la sozinha, mande Sierra com ela.

— A Sierra não precisa se meter nisso. Quero mantê-la longe. Não quero perdê-la também. - Murmurou com um suspiro e acabou caindo na risada, à bebida forte ingerida rápido lhe deixou tonto. — Eu vou conversar com a Madeline quando ela me chamar, talvez sua ideia não seja tão ruim.

— Uma coisa foi resolvida. Agora, o que vamos fazer quando aquele cara chegar aqui? - Christopher ficou sério e encarou o outro presente na sala — Segundo Liam, a morte de sua mãe e a situação com sua irmã foi um aviso de que estava vindo.

— Ele sabe com quem está mexendo. Não vai se aproximar tão cedo. Meus espiões ainda fazem ronda por aquela cidade e a qualquer momento podem me informar os passos de Gael. Só preciso fazer com que eles esqueçam qualquer outro inimigo, e foquem somente NESSE FILHO DA PUT4.

— Christopher.

— Eu quero que ele venha. Entendeu? Eu quero que ele venha que vou descarregar todas as balas que eu tiver na bunda dele e só parar quando uma atravessar todo seu corpo e sair na boca. - Kim desviou o olhar, o que seu chefe falava, ele cumpria. — E ele vai ser o último, porque eu farei pior com todos os outros filhos dele bem a sua frente.

— Christopher... Não acho que...

— Nesse momento eu não quero que você ache nada Kim, só um chalé bonito e limpo para minha irmã. Vai. - O moreno obedeceu saindo e antes de cruzar a porta Liam apareceu outra vez trazendo um envelope preto em mãos. — Conseguiu?

— Sim. Já conhecia os passos do Gael e não foi difícil encontrar a mãe dele. Ela é famosa em Valcolink, dona de inúmeros cassinos, paga propina para o prefeito e a maioria dos policiais para manter seus negócios sujos de lado. Mas não está sabendo que o velho do seu filho anda fazendo. - Christopher deixou a garrafa vazia em cima da mesa para segurar uma das fotos da mulher. — O que você quer eu faça agora?

— Quero que chame a Ketsueki de volta. Preciso do Juan aqui. - Ordenou e encarou o homem à frente.

— Achei que mandaria um grupo de assassinos, não a cavalaria pesada.

— Juan é meu melhor amigo, e ele saberá cuidar disso perfeitamente. É uma das únicas pessoas em que posso confiar nessa vida.

— E sua irmã? - Christopher subiu o olhar para Liam novamente — Eu voltaria a vigiá-la? Eu gostava de fazer isso, principalmente nos raros dias de sol quando ela fazia aquelas marquinhas bronzeada na cobertura de sua amiga.

Christopher riu sem graça pegando a garrafa em cima da mesa e antes de Liam continuar a falar da visão que tinha, ele acertou-lhe no meio do rosto o fazendo cair alguns metros de sua mesa. A garrafa quebrou por inteira e os pedaços mais perto do rosto do moreno esquisito entraram na pele o fazendo sangrar na mesma hora. O grito do homem foi ouvido por toda casa e vários homens correram na direção da sala achando ser Christopher.

Kim surgiu depois passando por alguns homens na porta até chegar ao centro onde Liam segurava o rosto com uma mão e com a outra tentava chegar até a saída.

— O que você fez? - Perguntou ao se abaixar perto do homem ferido ao chão. Liam pediu ajuda se arrastando como podia.

— Saiam todos - Ordenou o chefe, cruzando outra vez o espaço de sua mesa até o armário com bebidas.

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-

Quando seu carro parou em frente a aquela casa com três andares revestida em flores e uma cor viva, o coração passou a acelerar. Desligou o automóvel puxando a chave e abriu a porta descendo em seguida. Todos os dias ele visitava aquele lugar, era onde trabalhava ao lado de uma pessoa que julgou ser seu amigo desde muito cedo. E bom, ele era. Não podia dizer o contrário. Andou um pouco parando em frente a grande porta da casa, e virou em direção a praia atrás. Aquele lugar era um dos mais bonitos em Seant, a praia menos visitava obviamente, mas uma das mais escondidas lindas que aquele mundo já viu.

Puxou o ar para dentro adentrando a mansão e fechou a porta grande em segundos. Seus passos não foram os únicos no cômodo e Kim parou no hall assim que avistou Sierra descer as escadas ainda usando sua autoridade de "Mulher Do chefe" para ditar o que iria querer para aquela noite enquanto alguns dos empregados anotavam em suas mentes.

— Espero que não demorem. Não tenho mais uma noite toda. – Sierra parou no fim da escada e encarou a expressão perdida de Kim, seus olhares se cruzaram minutos depois e ela sorriu. — Não achei que fosse voltar mais hoje.

— Não que isso seja da sua conta – Ela não abaixou a cabeça, tão pouco se sentiu ofendida. — Eu vou ao escritório. 

— Ele não está lá, se é que quer saber. – Kim parou em frente à mulher que desfez seu sorriso desviando o olhar para o chão. — Não que isso seja da sua conta também.

— Não tínhamos planos para hoje. Não ah como ele ter saído dessa casa.

— E ele não saiu. Está no quarto da irmã dele e não saiu de lá desde que a noite chegou. Não que eu esteja com ciúmes ou algo assim. Ela precisa de um tempo com o irmão, ainda mais depois de tudo que passou. – Dizia enquanto andava pela sala e sentou em um dos sofás. — Você pode subir, só não sei se ele vai te deixar entrar no quarto.

— Por um momento, pensei em ficar aqui em baixo mesmo. – Pensou um pouco mais se lembrando do que Christopher fez ao Liam. 

A garrafa que fora quebrada no rosto do homem deu a ele oito pontos e uma cicatriz para a vida toda. Mas também, não precisaria ter medo de Christopher, eles sempre foram amigos independente das coisas darem certo ou não. Liam foi quem fracassou em sua missão de proteger Grace e Madeline e ainda a deixou naquele lugar por três dias antes de vir até Christopher.

O que ele queria mais? Um aumento?

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