Com o pedido já pronto, Gael tornou a seguir seu caminho deixando que seus homens fizessem o que mais queriam com a garota, ou não. Sinceramente, não lhe importava. Seguiu para o quarto do casarão onde fazia sua morada junto dos homens que o seguiam a todo custo. O quarto era grande espaçoso e com outro quarto secreto atrás de um quadro antigo e caro. Caminhou pelo estreito corredor oculto do guardo por alguns minutos até chegar à sua porta preferida. O cômodo era bem iluminado como um salão no meio de um museu. Era seu lugar preferido no mundo.
As paredes eram enfeitadas pelas armas de seus inimigos que conseguiu enfrentar e ganhar em todos os anos dentro daquele mundo sujo e criminoso. Seguiu confiante e sorridente até a arma que era o seu maior destaque, a arma de James Macallister, o homem a qual teve medo e ódio no começo, mas que depois de uma luta justa e tiros em inúmeras direções ele saiu vitorioso.
Arrependia-se de não ter assassinato o garoto que viera com ele naquela época. Não sabia que um garoto pequeno e assustado que acabará de ver seu pai morrer drasticamente se tornaria um grande pé no saco anos depois. E agora, ah, agora ele acabaria com a vida de Christopher com a arma que um dia foi de seu pai.
Uma vingança justa, ao menos aos seus olhos.
O mundo do crime é um lugar difícil de manter-se vivo.
No entanto, é um lugar fácil para ganhar dinheiro, fama e mulheres para o resto do pouco que tem de vida para sorrir. E infelizmente é o lado em que muita gente opta viver quando percebem que sua vida não tem mais solução e foi justamente esse caminho que Christopher Macallister escolheu para trilhar. O lado mais cruel e violento da vida, e ele tinha consciência disso e saiu da sua zona de conforto, da linha do garoto bom para se tornar a pior espécie de ser humano que o mundo iria conhecer.
Mas não era exatamente sua culpa.
Todos que conhecia e amava morreu no piscar de olhos restando apenas seu corpo, afinal, sua alma havia sido levada para o inferno antes mesmo de morrer. Quando encarou aquele homem morto com os olhos azuis que costumava admirar e chamar de pai, perder o brilho enquanto a chuva lavava o corpo coberto de buracos e sangue jorrando naquele asfalto, teve a certeza absoluta que qualquer pessoa que fosse mais próxima teria esse destino, e apesar de não demonstrar aos homens que lhe serviam como desejava, dentro da sua alma jazia um coração onde ele reservou para duas pessoas especiais.
Grace Jones tinha todos os motivos do mundo que levaria Christopher a assiná-la sem pensar duas vezes alegando ser a amante mais confiante de seu pai mesmo quando sua mãe ainda estava viva. Vingar sua mãe era a coisa certa a se fazer, e chegou a apontar a maior arm4 que tinha em sua posse, mas como iria tirar a vida da mãe da garota que amava? Isso iria feri-la, e ele não queria machucar Madeline… Queria apenas amá-la.
Entretanto, quanto mais ele conhecia o mundo sombrio que era está no meio de todas aquelas pessoas e fazendo de tudo para tomar o território e tudo que um dia foi do seu pai, mais ele percebia que ter pessoas a quem proteger lhe daria problemas, problemas para elas, e para ele também, uma vez que faria de tudo para manter aquelas duas sob sua proteção. E mesmo sem ninguém saber, ele deixou Grace e Madeline para fugir pra o mundo que mais queria viver para que elas não se envolvessem com mais nada.
Ela seria feliz, feliz e livre de qualquer coisa enquanto fazia tudo o que deseja tendo sua vida chata, mas completamente honesta isso lhe daria um bom futuro, uma vida longa pela frente e frutos bons para colher. E enquanto ela vivia tranquilamente longe de toda a merda de vida que levava, Christopher tinha tempo para usufruir de tudo que desejava, desde drogas, bebidas assaltos e principalmente, mulheres… Ao menos era isso que ele tinha em mante antes de conhecer Sierra…
Dar atenção à namorada exigente que mordiscava perigosamente sua orelha dando ao loiro um tremor excitante.
— Você não pode me deixar sozinha todas as noites, eu sou sua mulher.
— Ainda que seja, tenho trabalhos a fazer - Ela concordou ainda que não gostasse. Tornou a encarar o homem enquanto ainda estava sentada em seu colo — Mas podemos resolver esse problema agora.
— Ou, podemos sair, coloquei um vestido lindo e quero que todos vejam. - Avisou mais sorridente ao vê-lo analisar cada parte de seu vestido. — O que achou.
— Bonito. Suas pernas ficam lindas quando usa vestido curto. - Ela perdeu o sorriso.
— Não sabia que a falta de machismo em você me irritaria - O homem a encarou — Não sente ciúmes de mim? Nem um pouquinho assim por causa desse vestido?
— Confio nas minhas habilidades de fazer você gemer - Avisou com um sorriso sádico. — Podemos sair mais tarde como você quer.
— Não quero ir para a praia, quero ir a um restaurante cheio de flores e um bom vinho.
— Você merece tudo essa noite. Vamos comemorar um- -A porta do escritório foi completamente arrombada fazendo Sierra soltar um grito no colo do namorado que olhou na direção. — Estou ocupado.
— Manda sua put4 embora, agora. Precisamos conversar.
— Escute-me aqui, Kim - Christopher sorriu ajudando-a a levantar — Ela não é uma put4, é a minha mulher. - Sierra sorriu jogando o longo cabelo loiro para trás. Adorava quando ele falava aquilo para qualquer pessoa que ousasse lhe ofender, se sentia poderosa e sabia que podia fazer o que quisesse. — O que você quer? Achei que tinha dado folga para todo mundo apenas para ter um momento de paz.
— Você não vai ter paz por um tempo. Não depois de ouvir o que esse cara tem a dizer. - Liam apareceu no campo de visão de Christopher e os olhos azuis do cara do outro lado da mesa se perderam no caminho. Virou para Sierra que notou a seriedade do assunto e se foi deixando um único beijo na bochecha. — Anda - Empurrou Liam para ir mais rápido quando a mulher saiu da sala e trancou a porta.
— O que você está fazendo aqui? - Christopher perguntou. Rodeou a mesa segurando a camisa de Liam erguendo-o um pouco. — Você nem deveria se aproximar dessa cidade, você tem uma missão que é interminável, ninguém pode te ver aqui.
— Eu sei. Eu sei. Acha que eu estaria aqui à toa? Eu tenho um recado Christopher. - Falava rápido com medo de qualquer coisa que aquele homem pudesse fazer. Christopher era imprevisível e violento.
— Seu trabalho é cuidar delas. - Gritou para o outro que temeu o pior.
— É por causa delas que estou aqui. Aconteceu uma coisa horrível, e te mandaram um recado. - Christopher o soltou de uma vez, se afastando. O coração acelerou um pouco, até mesmo suas pernas tremeram. O que tinha acontecido com sua irmã? — Gael matou a… sua madrasta.
Todas as pessoas que entraram com Kim e Liam se entreolharam abismadas. Todos naquele lugar ficaram espantados, ninguém além de Kim e Liam sabia da existência de alguém da família do loiro além dele próprio e do pai que foi assassinado. Quando recuperou o ar e metade da visão perdida… Encarou o moreno novamente.— E a filha dela, minha irmã? - Liam engoliu a seco, não tinha palavras certas para contar o que estava acontecendo naquela cidade, mas faria qualquer coisa para ele entender que não era sua culpa. Não foi sua culpa. A demora em responder fez Christopher voltar a lhe erguer pela gola da camisa o jogando contra a mesa — CONTA ONDE ESTÁ A MINHA IRMÃ? CACETE! EU VOU MATAR VOCÊ.— O Gael, Gael… Ele… Ela está viva. - Christopher estreitou os olhos parando em cima de Liam que tentou se proteger. — Ela está viva, está em um beco, no meio da cidade de Valcolink algemada com o corpo da mãe. - Christopher o soltou se afastando da mesma hora, seus olhos ficaram embaçados pelas lágrimas s
O volume baixo da música tocada ao seu redor era tão pequeno que mal se podia ouvir.As janelas grandes que iam do teto ao chão estavam abertas trazendo de fora uma brisa fria e com isso, as cortinas entravam cada vez mais no quarto deixando aquele silêncio mínimo mais confortável do que o de costume. O cheiro gostoso daquele lugar era o mais perfeito do mundo, claro que, depois de sentir algo tão desumano quanto o odor de um cadáver em decomposição, qualquer coisa que viesse era bom.Christopher engoliu a seco quando trouxe seus olhos azuis brilhos de fora daquele quarto, para cima da cama onde jazia sua irmã mais nova deitada dentre os lençóis de lã em tons de branco e rosa, assim como o quarto em que se encontrava. Decorado com as cores mais bonitas para uma flor machucada do deserto, mas não deixava sua beleza ir embora nem um segundo.A última vez que viu Madeline, sua irmã tinha mais ou menos dezesseis anos. Estava saindo da formatura ao lado de suas amigas que nem notou sua pre
— Talvez eu tenha puxado aos genes do nosso pai. - Christopher ficou sério e ela também, ambos se encararam friamente e pareciam se entender perfeitamente com aquele olhar duro. — Onde está o que restou do corpo da minha mãe? - Levantou um braço procurando pela algema e agradeceu mentalmente por não está mais com aquilo.— Kim a enterrou no final da praia, onde sempre enterramos nossas pessoas queridas. Quando estiver melhor, mandarei que levem você até lá.— Praia? Valcolink não tem praias.— Você está Seant, na minha casa. - Madeline não demonstrou reação alguma. — Não pisará mais em Valcolink, nunca mais.— Eu tenho uma vida lá, você sabia? Eu faço faculdade e trabalho, ou trabalhava naquela cafeteria perto do salão da mamãe... - Christopher assentiu — O que acontecerá com o salão da mamãe?— Mandei uma pessoa para lá cuidar de tudo. E de novo, não quero que volte para lá. Seant é a minha cidade, e se quiser continuar sua faculdade aqui, pode fazer. Até trago os professores bem aq
Mas o que mais ele queria? Um aumento? Um aumento por fazer seu trabalho? Mais fácil ele não receber nada que ter um aumento concedido por Christopher.Entre ficar na sala com aquela mulher e subir para buscar encontrar seu chefe, preferia subir e enfrentar Christopher. Subiu os degraus com calma escutando as outras empregadas servir a grande senhora daquele lugar. Esperava que um dia aquela garota sumisse da vida de Christopher, porque o tanto que era enjoada e cínica lhe doía na alma. É claro que o Chris não era um dos homens mais corretos do mundo, mas ao menos uma mulher fiel deveria estar em sua cama, e não uma prostitit4 que achou no bordel e trouxe para dentro de casa.Andou pelo corredor com o coração mão. Não queria interromper nenhum momento entre os irmãos, mas estava no meio de seus trabalhos, arrumar as confusões que Christopher arranjava por toda sua vida. Parou em frente a porta escutando a voz de Christopher contar como fora que a trouxe até Seant o que não era uma his
Quando começou a descer as escadas, escutou primeiramente à voz da equipe que conhecia muito bem e adorava, porém, a mantinha longe fazendo trabalhos de longas datas em que seu pai não terminou quando vivo, mas ele fazia questão de terminar colocando todos os pingos nos “is”. Caminhou pelos corredores chegando a sua sala e achando seus quase melhores amigos.— Christopher - A primeira a correr em sua direção para lhe abraçar foi sua prima, Karen Logan. Caiu em seus braços lhe dando um beijo molhado em sua bochecha antes de se afastar e sorri sem nenhum pingo de vergonha, mesmo sabendo o quanto a namorada de aquele ser humano morri4. — Estava morrendo de saudade. Graças aos deuses nos chamou de volta. - Riu maliciosa agarrando sua camisa — Estava com saudade também do seu corpo, e eu poderia me aproveitar dele dessa vez?— Não… - Ele sorriu de canto notando os olhares de Sierra e Karen se afastou dando espaço para a outra integrante da equipe que vinha com um sorriso grande em sua dire
Quando a manhã chegou naquele dia, Madeline abriu os olhos pela primeira vez depois de uma noite inteira de sono, uma das melhores da sua vida.Encarou as cortinas em frente das janelas do quarto balançarem sem parar e o cheiro forte de limpeza e álcool chegou mais concentrado em suas narinas. Fechou os olhos outra vez para se deleitar daquilo, o aroma era o mais gostoso do mundo comparado ao que passou nos últimos dias. Ainda podia lembrar-se do cheiro daquele beco, do cheiro do corpo de sua mãe mort4 depois de chorar por horas em cima dele.Respirou fundo deixando as memorias perfurarem sua mente como se fosse facas, dolorosas mais do que qualquer coisa.Tornou a abrir os olhos verdes e esses estavam molhados dessa vez, havia uma parcela de culpa tão grande dentro do coração, ela devia ter amado mais Grace e se soubesse mais um pouco sobre seu irmão tinha pedido para que morassem juntos. Ela sempre contava historia de Christopher e acreditou que ele fosse uma pessoa boa, ao contrari
Tratou de tomar banho e finalmente colocar o vestido longo que como já esperava se arrastou pelo chão enquanto caminhava pelo quarto, ao contrario do busto que apertou os seios os espremendo para fora, quase não tinha, mas aparentemente dentro daquela peça era se tornou algo chamativo. Será se seria um problema? Parou em frente ao espelho arrumando seu cabelo loiro e aproveitou para jogar todo para trás, o curativo em seu rosto cobria quase ele todo, e doía, doía mais que qualquer coisa, mas não iria esconder.Tocou do outro lado do rosto lembrando-se de sua beleza extraordinária, nem mesmo uma foto tinha, nem um celular, nada para lembrar-se de como era. Será que aquele homem, ainda a olharia daquele jeito? Riu de canto. Não podia esquecer-se daquele acontecimento marcável em sua vida quando um desconhecido lhe tomou todo o ar e jogou fora as esperanças de ser solteira para sempre pelo menos por breves minutos.Era um dia chuvoso na cafeteria onde trabalhava com suas amigas quando el
Quando o sol apareceu no horizonte, Juan amaldiçoou todo aquele brilho que desfez seu sono profundo chegando a acordá-lo de maneira errada, em sua opinião; mal tinha deitado naquela cama.Mas apesar de querer permanecer ali até a fome bater, sabia que tinha algo para fazer com Christopher e não iria nem mesmo deixa-lo bravo. Bancar a babá nunca foi seu forte e isso iria fod3r sua vida como sempre. Mas, dessa vez iria dar tudo de si para manter a irmãzinha do Christopher sã e salva, porque se ela morresse, ele não teria outra chance para viver e tentar manter a vida de outras pessoas salvas, porque era clara a ameaça do Christopher, ele jamais ameaçaria uma pessoa sem ter plena certeza de suas palavras.Depois de um banho, Juan colocou uma calça qualquer deixando expostas suas tatuagens por todo seu tronco e pescoço, cuidou de dar água e comida para seus cachorros, às únicas almas vivas a qual tinha prazer e adoração em cuidar e dar carinho. Aquelas criaturas eram como pedaço da sua ca