4 - Recado Familiar

Com o pedido já pronto, Gael tornou a seguir seu caminho deixando que seus homens fizessem o que mais queriam com a garota, ou não. Sinceramente, não lhe importava. Seguiu para o quarto do casarão onde fazia sua morada junto dos homens que o seguiam a todo custo. O quarto era grande espaçoso e com outro quarto secreto atrás de um quadro antigo e caro. Caminhou pelo estreito corredor oculto do guardo por alguns minutos até chegar à sua porta preferida. O cômodo era bem iluminado como um salão no meio de um museu. Era seu lugar preferido no mundo.

As paredes eram enfeitadas pelas armas de seus inimigos que conseguiu enfrentar e ganhar em todos os anos dentro daquele mundo sujo e criminoso. Seguiu confiante e sorridente até a arma que era o seu maior destaque, a arma de James Macallister, o homem a qual teve medo e ódio no começo, mas que depois de uma luta justa e tiros em inúmeras direções ele saiu vitorioso.

Arrependia-se de não ter assassinato o garoto que viera com ele naquela época. Não sabia que um garoto pequeno e assustado que acabará de ver seu pai morrer drasticamente se tornaria um grande pé no saco anos depois. E agora, ah, agora ele acabaria com a vida de Christopher com a arma que um dia foi de seu pai.

Uma vingança justa, ao menos aos seus olhos.

O mundo do crime é um lugar difícil de manter-se vivo.

No entanto, é um lugar fácil para ganhar dinheiro, fama e mulheres para o resto do pouco que tem de vida para sorrir. E infelizmente é o lado em que muita gente opta viver quando percebem que sua vida não tem mais solução e foi justamente esse caminho que Christopher Macallister escolheu para trilhar. O lado mais cruel e violento da vida, e ele tinha consciência disso e saiu da sua zona de conforto, da linha do garoto bom para se tornar a pior espécie de ser humano que o mundo iria conhecer.

Mas não era exatamente sua culpa.

Todos que conhecia e amava morreu no piscar de olhos restando apenas seu corpo, afinal, sua alma havia sido levada para o inferno antes mesmo de morrer. Quando encarou aquele homem morto com os olhos azuis que costumava admirar e chamar de pai, perder o brilho enquanto a chuva lavava o corpo coberto de buracos e sangue jorrando naquele asfalto, teve a certeza absoluta que qualquer pessoa que fosse mais próxima teria esse destino, e apesar de não demonstrar aos homens que lhe serviam como desejava, dentro da sua alma jazia um coração onde ele reservou para duas pessoas especiais.

Grace Jones tinha todos os motivos do mundo que levaria Christopher a assiná-la sem pensar duas vezes alegando ser a amante mais confiante de seu pai mesmo quando sua mãe ainda estava viva. Vingar sua mãe era a coisa certa a se fazer, e chegou a apontar a maior arm4 que tinha em sua posse, mas como iria tirar a vida da mãe da garota que amava? Isso iria feri-la, e ele não queria machucar Madeline… Queria apenas amá-la.

Entretanto, quanto mais ele conhecia o mundo sombrio que era está no meio de todas aquelas pessoas e fazendo de tudo para tomar o território e tudo que um dia foi do seu pai, mais ele percebia que ter pessoas a quem proteger lhe daria problemas, problemas para elas, e para ele também, uma vez que faria de tudo para manter aquelas duas sob sua proteção. E mesmo sem ninguém saber, ele deixou Grace e Madeline para fugir pra o mundo que mais queria viver para que elas não se envolvessem com mais nada.

Ela seria feliz, feliz e livre de qualquer coisa enquanto fazia tudo o que deseja tendo sua vida chata, mas completamente honesta isso lhe daria um bom futuro, uma vida longa pela frente e frutos bons para colher. E enquanto ela vivia tranquilamente longe de toda a merda de vida que levava, Christopher tinha tempo para usufruir de tudo que desejava, desde drogas, bebidas assaltos e principalmente, mulheres… Ao menos era isso que ele tinha em mante antes de conhecer Sierra…

Dar atenção à namorada exigente que mordiscava perigosamente sua orelha dando ao loiro um tremor excitante.

— Você não pode me deixar sozinha todas as noites, eu sou sua mulher.

— Ainda que seja, tenho trabalhos a fazer - Ela concordou ainda que não gostasse. Tornou a encarar o homem enquanto ainda estava sentada em seu colo — Mas podemos resolver esse problema agora.

— Ou, podemos sair, coloquei um vestido lindo e quero que todos vejam. - Avisou mais sorridente ao vê-lo analisar cada parte de seu vestido. — O que achou.

— Bonito. Suas pernas ficam lindas quando usa vestido curto. - Ela perdeu o sorriso.

— Não sabia que a falta de machismo em você me irritaria - O homem a encarou — Não sente ciúmes de mim? Nem um pouquinho assim por causa desse vestido?

— Confio nas minhas habilidades de fazer você gemer - Avisou com um sorriso sádico. — Podemos sair mais tarde como você quer.

— Não quero ir para a praia, quero ir a um restaurante cheio de flores e um bom vinho.

— Você merece tudo essa noite. Vamos comemorar um- -A porta do escritório foi completamente arrombada fazendo Sierra soltar um grito no colo do namorado que olhou na direção. — Estou ocupado.

— Manda sua put4 embora, agora. Precisamos conversar.

— Escute-me aqui, Kim - Christopher sorriu ajudando-a a levantar — Ela não é uma put4, é a minha mulher. - Sierra sorriu jogando o longo cabelo loiro para trás. Adorava quando ele falava aquilo para qualquer pessoa que ousasse lhe ofender, se sentia poderosa e sabia que podia fazer o que quisesse. — O que você quer? Achei que tinha dado folga para todo mundo apenas para ter um momento de paz.

— Você não vai ter paz por um tempo. Não depois de ouvir o que esse cara tem a dizer. - Liam apareceu no campo de visão de Christopher e os olhos azuis do cara do outro lado da mesa se perderam no caminho. Virou para Sierra que notou a seriedade do assunto e se foi deixando um único beijo na bochecha. — Anda - Empurrou Liam para ir mais rápido quando a mulher saiu da sala e trancou a porta.

— O que você está fazendo aqui? - Christopher perguntou. Rodeou a mesa segurando a camisa de Liam erguendo-o um pouco. — Você nem deveria se aproximar dessa cidade, você tem uma missão que é interminável, ninguém pode te ver aqui.

— Eu sei. Eu sei. Acha que eu estaria aqui à toa? Eu tenho um recado Christopher. - Falava rápido com medo de qualquer coisa que aquele homem pudesse fazer. Christopher era imprevisível e violento.

— Seu trabalho é cuidar delas. - Gritou para o outro que temeu o pior.

— É por causa delas que estou aqui. Aconteceu uma coisa horrível, e te mandaram um recado. - Christopher o soltou de uma vez, se afastando. O coração acelerou um pouco, até mesmo suas pernas tremeram. O que tinha acontecido com sua irmã? — Gael matou a… sua madrasta.

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