A Protegida do Mafioso Obcecado
A Protegida do Mafioso Obcecado
Por: LuadMel
1 - Sequestro

            — Eu ainda não tinha vindo nesse restaurante - A voz animada de sua mãe fez a garota sorrir como nunca. Sentou em seu lugar colocando a bolsa em outra cadeira. — Eu adorei Madeline, parecem àqueles lugares chiques de cinema.

            — Sabia que ia gostar. As meninas falam muito desse lugar na faculdade então resolvi trazer minha querida mãe aqui, já que conseguir marcar um horário com ela.

            — Não diga algo assim. As coisas no salão andam agitadas, mas sempre terei tempo para minha única filha. Não se preocupe.

            — Tudo bem. A faculdade também tem me tomado bastante tempo. Aproveitando que estamos aqui, quero contar algo a você.

            — Ah meu Deus! Você encontrou um namorado? - A outra negou, e riu — Já sei, encontrou aquele garoto da lanchonete?

            — Ah isso também não, mas está na minha lista de coisas para fazer antes de morrer - As duas riram — Na verdade, queria dizer que assim que me formar em dois meses, quero viajar pelo mundo. É um sonho.

            — Me convidou para almoçar apenas para dizer que irá passar mais tempo longe de mim? Não me parece uma coisa boa a se fazer com minha pessoa. - Sorriu feliz, afinal, como mãe, Grace Macallister deveria sentir orgulho e incentivar sua filha a ser feliz. — Quando seu pai morreu eu tive medo de não poder dar tudo que você precisa, então me casei de novo e… Estou viúva outra vez. Mas vendo-a assim, tenho certeza que fiz um bom trabalho.

            — Mas é claro que você fez um bom trabalho. Agora vamos comer.

            Almoçaram tranquilamente contando todos os outros assuntos que sempre se esqueciam de comentar em casa. Moravam juntas, mas o tempo era curto para se encontraram, afinal, Madeline dava duro para terminar a faculdade ao mesmo tempo em que trabalhava em uma lanchonete qualquer e sua mãe era dona de um salão de beleza de luxo no centro da cidade, um dos mais caros e mais requisitados pelas mulheres da sociedade de Valcolink.

            Quando tudo terminou as suas saíram do restaurante ainda sorrindo e falando sobre garotos e o que ela devia fazer. Arrumar um namorado, ter alguém ao seu lado era um lado bom da vida… Ao menos Grace achava assim.

            Atravessaram as ruas chegando ao lugar que estacionaram o carro, mas antes de chegar ao mesmo um homem parou as duas de supetão. Ambas as mulheres se assustaram com a rapidez e deram alguns passos para trás. O homem era alto, forte, com seus braços longos cobertos por tatuagens grossas e negras se destacando na pele branca como o céu. Madeline olhou ao redor pretendendo gritar, o coração já estava parando na boca, certamente seriam assaltadas, as ruas de Valcolink nunca mais foram às mesmas desde a mudança da presidência.

            — Calminha… Garotas - Pediu o homem trazendo a atenção das duas em sua direção. — E não precisa gritar criança. - Olhou para Madeline e sorriu, voltando a Grace que não entendeu nada. — E nem você, Grace Macallister. - A pronuncia do seu sobrenome de casada e o que mais tentava esconder, fez a mais velha prender a respiração por um momento.

            Ela sabia que algo como aquilo podia acontecer na sua vida, mas sempre imaginou estar sozinha para quando sua morte viesse com toda a certeza no mundo.

            O homem sorriu vendo o desespero nos olhos de Grace. Tirou o cigarro que prendia entre os lábios jogando no chão e apagou o fogo baixo com o pé direito. Os pensamentos de Grace foram de correr o mais breve possível, era apenas um homem, não era? Não… Não era. Assim que deu um passo para trás puxando sua filha junto, ambas avistaram mais alguns homens se aproximando, todos com aquele sorriso malicioso em seus lábios e um olhar marcante, daqueles que devorariam tudo e todos, incluindo elas duas.

            — O que você quer? - Quis saber, passou a frente de sua filha jogando-a para trás, não deixaria que nada atingisse sua filha, nada daquela vida suja. Empinou o nariz mostrando que não estava com medo, embora por dentro seu coração estivesse avisando de que teria um infarto a qualquer momento. — Não o conhecemos. então pode nos deixar em paz. - Ordenou.

            — Não. Você não me conhece. Nem a sua filha linda - sorriu para Madeline que além de não entender nada, podia sentir o aperto em suas mãos por sua mãe. — Mas vocês conhecem Christophe Macallister, certo? - Madeline estreitou os olhos inclinando a cabeça para o lado a fim de encarar o homem à frente.

            Ela conhecia aquele nome, sempre conheceu. Era seu meio-irmão mais velho, aquele que Grace evitava mencionar, e quando o fazia, era sempre para dizer que antes de ir embora, ele prometeu que protegeria sua irmãzinha de onde estivesse. Fazia muito tempo que o tinha visto pessoalmente, e sendo sincera, nem lembrava mais de seu rosto, do seu sorriso, nem mesmo da voz, nem sabia se estava vivo ou morto. Nunca tivera um contato para que tivesse notícias.

            — Queremos saber onde ele está nesse momento. - O homem a frente colocou as mãos na cintura deixando os outros cercarem as mulheres. Seu chefe havia dito que elas falariam logo, uma pressão apenas e elas gritariam o lugar onde aquele cara estaria se escondendo.

            — Não o conhecemos. Então não tem como saber onde esse sujeito se encontra. - O homem riu, chegou a gargalhar colocando as mãos dentro dos bolsos de sua jaqueta de couro. Todas as ações deixavam Grace ainda mais nervosa, temendo pela vida de sua filha. — Por favor, nos deixe ir embora agora.

            — Ir embora? Você quer ir embora sem me dizer o que quero? Não estou aqui brincando, senhora Macallister. - Se aproximou mais e dessa vez, Grace não se mexeu. — Seu filho é um grande babac4. E ele vai morrer cedo o tarde, só precisamos saber onde ele está e finalmente teremos a nossa vingança. - Ela engoliu a seco — Então é melhor você dizer onde ele está, ou a bala que eu mandaria entre os olhos dele, eu colocarei entre os da sua filha.

            — Não faça isso - Pediu rapidamente se colocando completamente em frente à filha — Não sabemos onde ele está. Não há como falarmos com ele, e há muito não temos noticias. Não participamos desse mundo.

            — Acho que as coisas estão começando a se desenrolar. Duas frases atrás não sabiam quem era. Agora conhece, mas não sabe onde estar? - Mikael, o homem parado em frente às mulheres, olhou para um dos homens e logo sorriu para elas novamente. — Vamos dar uma volta. Todos nós.

            — Espera! Espera! - Grace avançou contra o homem segurando seus braços — Levem apenas a mim, eu sou a única responsável por qualquer coisa que tenha a ver com esse mundo. Ela não tem nada a ver com isso.

            Outro sorriso se formou nos lábios grossos do homem. Se fosse a outra ocasião, ou se não dependesse apenas dele, talvez, só talvez, ele pudesse atender ao pedido da mulher que chorava implorando para que fosse a única a ser levada. Mas o caso que aconteceu dias atrás era grave e isso caberia perfeitamente num sequestro para que todo mundo soubesse, especialmente Christopher, porque ele iria aparecer, cedo ou tarde.

            — Nesse mundo, senhora Macallister, os mais fracos são aqueles que possuem alguém importante que possa perder de uma hora para a outra. - Avisou antes de puxar o rosto de Grace para mais perto encarando seus olhos verdes como os da filha. — E vocês é o ponto fraco de Christopher. - Riu alto junto dos outros presentes.

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