— Alguns homens do norte da Sicília... me contrataram para receber informações e repassar para eles. Eu aceitei pois precisava do dinheiro para sustentar minha filha e por alguns meses repassei todas as informações que eu recebia por mensagem para um número desconhecido.— a mulher disse entre soluços.— Eu não sei mais de nada... Só isso.
— E você tem o número que repassava essas informações?— Matteo perguntou seriamente. — Os homens me entregaram um celular e eu só podia usar ele para passar essas informações.— a moça disse quase que em um sussurro. — E como você foi contratada?— Gabriel perguntou para a moça que o encarou. — Eu trabalhei por alguns meses numa boate para conseguir mais dinheiro e eles fizeram essa proposta, a única condição era não contar nada para ninguém.— ela respondeu. — E você aceitou assim, tão facilmente?— Gabriel perguntou novamente. — Preciso sustentar minha filha... Eles disseram que era um trabalho fácil, que eu só ia repassar algumas informações, o que eu tinha a perder?— a mulher perguntou para Gabriel, que não disse nada. — Está com o celular aí?— Matteo perguntou. A mulher levantou e foi até uma cômoda, ela abriu rapidamente uma pequena gaveta e pegou o celular, logo entregou para Matteo. — Sabe o endereço da boate?— Matteo perguntou. — Sim... A mulher pegou uma folha de caderno e anotou o endereço, em seguida entregou para Matteo. Ele sentou na cadeira novamente e olhou para Matteo. — Perfeito.— Matteo sussurrou. Em um movimento rápido, Matteo sacou a arma da sua cintura e apontou para a mulher. — Não, não, por favor!— a mulher implorou. Olhei para Matteo, não acreditando que ele iria realmente atirar. — Não, Matteo!— gritei. — Sinto muito.— Matteo sussurrou olhando para a moça, atirou. O som ocasionou um estrondo e inconscientemente eu fechei os olhos assustada. Quando os abri, olhei em choque para a mulher que estava com a cabeça inclinada para a esquerda apoiada no seu próprio ombro com os olhos abertos e com um tiro na cabeça que jorrava sangue. — Por que você fez isso? Por que matou ela?— perguntei olhando para Matteo sem acreditar no que aconteceu, enquanto meus olhos se enchiam de lágrimas. — Vamos embora!— Matteo disse pegando pelo meu pulso. — Me solta!— gritei, tirando minha mão bruscamente. Matteo me encarou, enquanto Gabriel observava o que Matteo iria fazer. — Yhelena, vai para o carro. Agora!— Matteo disse firmemente, o que me causou calafrios. Encarei Matteo, mas em um choque de realidade saí correndo da casa da mulher, em direção ao carro. Matteo e Gabriel saíram logo depois e enquanto nos dirigíamos para o carro, ouvimos a voz de uma criança gritando. — Mamãe? Mãe?— a criança chorava. Eu só conseguia imaginar como aquela criança estava sofrendo vendo sua mãe sangrando daquela maneira, mas em algum momento os vizinhos ouviriam e iriam regatá-la. Entrei no carro e fomos embora dali. Quando chegamos na casa recém comprada, subi diretamente para o meu quarto, eu mal conseguia olhar para Gabriel e Matteo. Entrei no meu quarto e deitei na cama, só conseguia lembrar dos olhos arregalados da garotinha e da sua mãe apavorada. Como meu pai e Gabriel puderam envolver essa mulher nisso? Ninguém veio ao meu quarto, somente a noite, quando o empregado veio me trazer uma bandeja com o jantar. — O senhor Matteo pediu para que eu lhe entregasse.— o empregado disse me entregando a bandeja. Peguei a bandeja e me sentei na cama, comecei a comer com os gritos da criança perturbando a minha mente. — Yhelena?— ouvi alguém chamar. Olhei para a porta e vi Matteo, ele se aproximou e se sentou na minha cama. — Por favor, me deixa sozinha.— pedi. — Eu tinha que matar ela, Yhelena... Se eu não matasse, ela poderia informar aquelas pessoas para quem ela estava trabalhando que estávamos investigando. Além do mais, se eu não matasse, eles iriam a torturar, ou pior. Fiz um favor.— Matteo disse seriamente. Sorri sarcasticamente. — Você? Fez um favor? — Sim.— Matteo afirmou. — Você é um hipócrita Matteo, é isso que você é! Do mesmo jeito que você ama a sua filha e está fazendo tudo isso por ela, aquela mulher fez aquilo para proteger e cuidar da filha dela. Provavelmente foi uma vítima de um cara muito filha da puta, que engravidou ela e a deixou com a filha pra cuidar. Você viu o semblante de medo da mulher? E da criança?— perguntei gritando com Matteo. — Yhelena, tenha calma.— Matteo pediu. Me levantei da cama e joguei a bandeja do jantar no chão. Os pratos e copos rapidamente quebraram e fez um barulho estrondoso, então Matteo me encarou sem dizer nada. — Calma? Como você me pede calma?— gritei. Em alguns segundos, alguns homens apareceram na porta armados, provavelmente vieram ver o que estava acontecendo. Matteo os encarou e levantou a mão como um sinal de que estava tudo bem. — O que foi Matteo? Vai mandar eles me matarem também?— perguntei. Matteo se levantou e me olhou nos olhos. Andei para trás para me afastar dele e sem querer pisei nos cacos de vidro que estavam espalhados pelo chão. — Que merda!— exclamei enquanto sentia o corte arder. Matteo olhou para o chão e notou que eu havia me machucado. Rapidamente ele se aproximou e me pegou no colo, enquanto eu me debatia. Contra a minha vontade, ele me levou em direção a cama. — Me solta!— gritei, enquanto me debatia nos braços de Matteo. Matteo me pôs na cama e ajoelhou no chão. Ele desabotoou a sua blusa social branca e a retirou. Logo rasgou um pedaço da blusa e se aproximou para colocar no meu pé. — Já mandei me soltar!— gritei com Matteo. — Que porra Yhelena, só cala essa boca!— Matteo esbravejou. Fiquei quieta e ele enrolou a blusa no meu machucado. Logo ele se pôs de pé e em olhou nos olhos. — Eu disse para você não se envolver.— Matteo disse firmemente. — Me envolver? E como eu posso não me envolver? Eu fui sequestrada Matteo, estou presa nessa merda! E tenho certeza que não vai me soltar até achar sua filha.— esbravejei. Matteo me encarou, os seus olhos verdes admitiam que eu tinha razão, ele não iria me deixar ir. — Vou chamar um médico.— Matteo disse e se retirou rapidamente do quarto.Olhei para a bagunça no chão, tinha cacos de vidros por todo lado e alguns sujos de sangue. A mulher sobreveio em minha mente, o jeito que ela implorou assombraram meus pensamentos. Alguns minutos depois, Matteo chegou no meu quarto com um doutor. Eles se aproximaram de mim e o doutor abaixou para examinar meu pé. Ele tirou o pano ensanguentado e me examinou. — Vai precisar de alguns pontos...— o doutor sussurrou. — Vou te deixar com ela e chamar algum empregado para limpar essa bagunça.— Matteo disse e se retirou rapidamente. Eu poderia pedir para o doutor avisar alguma autoridade sobre o meu sequestro, mas com certeza era mais um da máfia de Matteo e não iria adiantar de nada. O doutor abriu uma bolsa, preparou seus equipamentos e começou a fazer os pontos no meu pé. Eu gemia de dor cada vez que ele enfiava a agulha no meu pé, mas ele sorria e falava que já estava terminando. Antes do doutor finalizar, dois empregados entraram no quarto e arrumaram tudo rapidamente. Por p
No dia seguinte acordei com Gabriel na porta do meu quarto, provavelmente queria saber sobre ontem. — Bom dia...— Gabriel disse se aproximando de mim. Me sentei na cama e ele se sentou também. — Bom dia. — Você é esperta, conseguiu seduzir meu irmão, estou impressionado.— Gabriel sussurrou. Olhei para Gabriel confusa, ele provavelmente achava que aquilo fazia parte do plano. — É...— concordei.— você falou com ele? — Falei. — E o que ele disse?— perguntei. — Que foi um erro... Que você estava sensível por causa da morte da moça e que teve um crise de pânico. Ele te ajudou e acabaram se deixando levar pelo momento. Mas não passou disso.— Gabriel disse seriamente, enquanto me olhava nos olhos. Olhei para Gabriel, então tinha sido só um erro? É... Talvez eu tenha me deixado levar pelo momento. Talvez ele não me quisesse tanto como aparentava... — Matteo pediu para eu lhe avisar para estar pronta às 20:00, vamos visitar uma boate.— Gabriel disse calmamente e
O homem me olhou e senti calafrios. Matteo cerrou os punhos e desviou o olhar, logo depois me olhou novamente e balançou a cabeça positivamente, como se fosse um pedido para eu confiar nele. Sorri gentilmente para Matteo e depois olhei o moço, como se estivesse contente com a proposta. — Você vai adorar, ela é muito boa no que faz.— Matteo disse rapidamente. — Que ótimo!— o homem disse me olhando mais uma vez.— me acompanhem. O homem subiu pelas escadas e nós o seguimos, logo a escada levou a uma porta, onde um segurança estava vigiando. Ele a abriu e nós três entramos. Tinha um enorme corredor que dava para uma sala gigantesca e muito luxuosa. Na sala tinha diversas poltronas, onde alguns homens estavam sentados observando três mulheres dançando em barras de pole dance, enquanto os outros observavam o movimento no andar de baixo por um grande vidro que cobria a parede inteira. Algumas moças seminuas passeavam pelo local distribuindo drogas e bebidas, enquanto os homens as apalpava
— Mas?— Matteo disse confuso olhando para mim e depois para o homem caído no chão ensanguentado.— Ele já estava morto de qualquer forma!— disse seriamente, enquanto encarava Luccas caído no chão.Se Luccas tivesse dito alguma coisa, quem estaria morta naquele momento seria eu, numa guerra, os mais fortes sobrevivem.— Temos que sair daqui, agora!— Alguém disse aparentemente aflito.Nos viramos e vimos Gabriel. Ele entrou no quarto e fechou a porta.— Alguns homens estão vindo para ver que barulho foi aquele. Tive que apagar o segurança da entrada, mas são muitos vindo pra cá. Temos que ir, agora!— Gabriel disse rapidamente, aparentemente muito preocupado.Saímos do quarto rapidamente e seguimos pelo corredor, dessa vez não fomos pelo mesmo lado que entramos, mas seguimos até chegar em uma outra escada que dava para um espécie de porão, onde estavam guardadas bebidas e drogas. No canto do cômodo havia uma porta e nos aproximamos dela rapidamente. Matteo tentou abrir a porta, mas
— Que amigo?— perguntei olhando a casa pela janela.— Um doutor que era amigo do meu pai, ele vai ajudar.— Gabriel disse rapidamente saindo do carro.Gabriel me ajudou a tirar Matteo do carro, que estava fraco e fechou na porta. — Quem é?— o doutor perguntou pelo interfone.— Gabriel, Gabriel Adsa.— Gabriel disse me ajudando a segurar o irmão.O portão então se abriu entramos com Matteo. Subimos as escadas e logo um senhor apareceu desconfiado.— Que droga aconteceu com vocês?— o senhor perguntou.Matteo já estava quase inconsciente, seus olhos estavam quase fechando.— Tem como ajudar? Ele precisa de ajuda, por favor!— implorei apavorada.— Tragam ele aqui para cima.— o doutor disse rapidamente entrando em uma sala.Levamos Matteo para a sala e logo vimos uma mulher o ajudando a se preparar para o que seria uma cirurgia de emergência.— O deitem na maca e saiam.— o doutor ordenou e obedecemos.Saímos da sala e uma mulher
— Queria falar comigo?— perguntei me sentando na cama.— Sim, ontem aconteceu algo ontem que me deixou intrigado.— Matteo disse me olhando nos olhos, com sua voz fraca.— O que?— Você atirou em Luccas e ele iria dizer algo ao seu respeito... disse que te conhecia.— Matteo disse seriamente enquanto me encarava.— Atirei pois de qualquer forma ele morreria e poderiam fazer pior. Ele disse sim que me conhecia, mas, de onde ele pode me conhecer Matteo? Eu trabalhava em uma escola como professora e nunca nem se quer vim para Sicília. Ele disse aquilo para nos distrair...— menti.Matteo me encarou por alguns minutos e concordou com a cabeça.— Você tem razão...— Matteo concordou.Me levantei com um sorriso fraco e saí do quarto. Me dirigi ao meu quarto, estava pensando no quanto essas mentiras estavam indo longe demais, mas ao entrar no meu quarto, levei um susto.— Gosta dele?— ouvi um voz me perguntando.O
Matteo me beijou ferozmente, como se estivesse aguardando esse momento a vida inteira. Ele percorria suas mãos pelo meu corpo, enquanto eu deixava escapar tímidos gemidos durante o beijo, eu o desejava. Matteo pausou o beijo e me olhou nos olhos, notei que não só eu mas como nós dois, estávamos ofegantes. Ele se levantou por um segundo e desabotoou sua blusa a jogando no chão, deixando seu abdômen perfeitamente definido a vista. Pude ver o curativo do machucado de Matteo e só então me dei conta que ele estava se recuperando ainda.— O seu machucado?— disse o olhando.— Que se foda.Ele se aproximou de mim e ajoelhou ao meus pés. Com muita habilidade começou a beijar o interior das minhas coxas, enquanto ia retirando meu shorts de dormir. Ainda sentada sob a cama, eu ia me contorcendo quando percebia que ele estava chegando na minha vagina. Minhas mãos apertavam os lençóis enquanto a outra puxava o cabelo dele, ansiando que ele me chupasse logo.— Matteo...—
Assim que Matteo saiu, olhei para o quarto, ele estava tão quieto, a não ser pelos meus pensamentos ecoando pela dimensão das paredes. Me levantei ainda em prantos, eu não acreditava no que Matteo havia acabado de falar. Me troquei rapidamente e Gabriel bateu na porta novamente. Limpei as lágrimas e tentei disfarçar o máximo que pude.— Entre.— disse quase que em um sussurro.— Só informando que o vestido que irá usar no baile já está pronto, comprei nos tons da sua família, para nos misturarmos. Seu pai colocou nosso nome na lista e está tudo conforme o plano. Ele queria que soubesse.— Gabriel disse seriamente.Olhei para Gabriel e assenti com a cabeça. — Obrigada, você...— Não Yhelena, não disse nada sobre Matteo.— Gabriel disse firmemente.Em seguida Gabriel se retirou rapidamente e eu voltei a deitar na cama, perdida nos meus pensamentos, enquanto minhas lágrimas molhavam o travesseiro....Dias já haviam