— Queria falar comigo?— perguntei me sentando na cama.
— Sim, ontem aconteceu algo ontem que me deixou intrigado.— Matteo disse me olhando nos olhos, com sua voz fraca. — O que? — Você atirou em Luccas e ele iria dizer algo ao seu respeito... disse que te conhecia.— Matteo disse seriamente enquanto me encarava. — Atirei pois de qualquer forma ele morreria e poderiam fazer pior. Ele disse sim que me conhecia, mas, de onde ele pode me conhecer Matteo? Eu trabalhava em uma escola como professora e nunca nem se quer vim para Sicília. Ele disse aquilo para nos distrair...— menti. Matteo me encarou por alguns minutos e concordou com a cabeça. — Você tem razão...— Matteo concordou. Me levantei com um sorriso fraco e saí do quarto. Me dirigi ao meu quarto, estava pensando no quanto essas mentiras estavam indo longe demais, mas ao entrar no meu quarto, levei um susto. — Gosta dele?— ouvi um voz me perguntando. Olhei em volta e lá estava Gabriel, sentando em minha cama. — O que?— perguntei confusa. — Por favor Yhelena... Eu vi você ontem, o quanto ficou preocupada com Matteo.— ele disse se levantando da cama e se aproximando de mim. Não respondi Gabriel, apenas o encarei. — Você é tão idiota, que até chega a ser fofo. Se coloque no seu lugar Yhelena, Matteo não gosta de você, ele só sente atração. Admito que você é bonita, mas não passa disso.— Gabriel disse me encarando.— Matteo não é cego, ele só quer transar com você. Não confunda as coisas! Além do mais, o que seu pai diria? Você gostando de alguém de uma máfia rival?— Gabriel sussurrou para que só eu ouvisse. — Cala boca! Você não tem nenhum direito de falar assim comigo.— disse encarando Gabriel.— Se eu estou envolvida com Matteo, te garanto que a culpa é sua e de meu pai, que me colocaram nessa situação. Não sei porque estão fazendo isso com ele, mas ele não merece isso. E você como irmão deveria estar ao lado dele, não o prejudicar. Gabriel riu sarcasticamente e pegou em meu queixo. — Vai contar pra ele? Mas conta também que é filha de Marco Mikazia, conta que está envolvida com o sequestro de Milena... Vamos ver quem leva um tiro primeiro.— Gabriel disse e soltou meu queixo. Gabriel riu e se retirou do quarto rapidamente enquanto dava algumas gargalhadas. Sentei em minha cama pensando que aquilo tudo iria acabar e Matteo iria descobrir quem eu era de verdade. Tive medo. ... Alguns dias se passaram, Matteo já estava bem melhor e o dia do baile estava chegando. Gabriel nem falou comigo nesses dias, mas Tiana e Enrico estavam sendo ótimos anfitriões. — Yhelena?— alguém me chamou. Olhei para a porta e vi Matteo. Me levantei assustada e corri até a porta. — Que merda Matteo, não era pra você estar deitado?— perguntei o ajudando a caminhar até minha cama. Matteo sorriu gentilmente e se apoiou em mim. — Estou cansado daquele quarto!— Matteo disse suavemente. Matteo sentou em minha cama e eu sentei ao seu lado. — Alguma novidade?— perguntei. — Pedi para Gabriel dar um jeito de colocar nossos nomes na lista do baile, ele é bom nisso.— Matteo disse gentilmente. Sorri para Matteo e ele continuou. — Andei pensando em umas coisas...— Matteo sussurrou e olhou para o chão aparentemente envergonhado.— Aquele dia, em que eu levei o tiro... vi o quanto se preocupou comigo. Olhei para Matteo e sorri envergonhada. — Por mais que a dor estivesse forte, eu nem prestava atenção... pois estava te olhando, atirando no carro de trás.— Matteo fez uma pequena pausa e logo continuou.— depois que atirou e conseguiu deixar os homens para trás, veio me ajudar e não saiu do meu lado. Talvez eu tenha te julgado mal Yhelena. As palavras de Gabriel sobrevieram em minha mente, "se coloca no seu lugar Yhelena!". — Não foi nada Matteo, mas, sempre te disse que não estava envolvida nisso tudo, fico feliz que finalmente tenha percebido. Acho melhor você voltar para o seu quarto, por que ainda está se recuperando.— disse firmemente. Matteo me olhou confuso, como se estivesse tentando me entender. — O que foi?— Matteo perguntou. Olhei para Matteo, senti meu coração apertar. Eu estava mentindo para ele, estava mentindo para Matteo... — Nada.— respondi. Desviei o olhar, mas Matteo segurou em meu queixo e me fez o olhar nos olhos. — Não minta pra mim.— ele ordenou. As palavras de Gabriel voltaram e senti meu coração acelerar "Ele só quer transar com você". — Volte para seu quarto, Matteo...— pedi. Matteo passou a mão em meu rosto e retirou uma mecha de cabelo que estava nos meus olhos. — Quer que eu saia?— ele perguntou. O encarei, meu corpo dizia que não, mas minha mente dizia que sim. — Eu...— gaguejei. Matteo se aproximou de mim e parou a milímetros da minha boca, quase pude sentir o gosto dos seus lábios. — Você não tem noção Yhelena, do quanto me deixa louco.— Matteo sussurrou. Mordi meus lábios tentado me controlar e não deixar que meus desejos falassem mais alto. Matteo tinha que sair do meu quarto, antes que eu me entregasse para ele. — Por favor...— implorei. — Eu quero te ouvir gritar Yhelena, quero ouvir você gemer meu nome. Quero fuder você, até ver suas pernas tremerem e você implorar para que eu pare.— Matteo sussurrou para que só eu escutasse. Senti as mãos de Matteo percorrendo minhas costas, o toque dele me deixava louca de desejo. Em um ato de impulso, coloquei meu lábios nos de Matteo, o que foi o suficiente para que ele tomasse o controle.Matteo me beijou ferozmente, como se estivesse aguardando esse momento a vida inteira. Ele percorria suas mãos pelo meu corpo, enquanto eu deixava escapar tímidos gemidos durante o beijo, eu o desejava. Matteo pausou o beijo e me olhou nos olhos, notei que não só eu mas como nós dois, estávamos ofegantes. Ele se levantou por um segundo e desabotoou sua blusa a jogando no chão, deixando seu abdômen perfeitamente definido a vista. Pude ver o curativo do machucado de Matteo e só então me dei conta que ele estava se recuperando ainda.— O seu machucado?— disse o olhando.— Que se foda.Ele se aproximou de mim e ajoelhou ao meus pés. Com muita habilidade começou a beijar o interior das minhas coxas, enquanto ia retirando meu shorts de dormir. Ainda sentada sob a cama, eu ia me contorcendo quando percebia que ele estava chegando na minha vagina. Minhas mãos apertavam os lençóis enquanto a outra puxava o cabelo dele, ansiando que ele me chupasse logo.— Matteo...—
Assim que Matteo saiu, olhei para o quarto, ele estava tão quieto, a não ser pelos meus pensamentos ecoando pela dimensão das paredes. Me levantei ainda em prantos, eu não acreditava no que Matteo havia acabado de falar. Me troquei rapidamente e Gabriel bateu na porta novamente. Limpei as lágrimas e tentei disfarçar o máximo que pude.— Entre.— disse quase que em um sussurro.— Só informando que o vestido que irá usar no baile já está pronto, comprei nos tons da sua família, para nos misturarmos. Seu pai colocou nosso nome na lista e está tudo conforme o plano. Ele queria que soubesse.— Gabriel disse seriamente.Olhei para Gabriel e assenti com a cabeça. — Obrigada, você...— Não Yhelena, não disse nada sobre Matteo.— Gabriel disse firmemente.Em seguida Gabriel se retirou rapidamente e eu voltei a deitar na cama, perdida nos meus pensamentos, enquanto minhas lágrimas molhavam o travesseiro....Dias já haviam
Era inevitável sentir arrepios ao ver que eu estava chegando perto da minha casa, comecei a suar frio e a tremer. Meu peito doía de angústia, mas ao mesmo tempo de alívio, ao lembrar que isso tudo iria terminar. Terminar... — Não nos chamaremos pelos nomes essa noite, você será Lorenzo.— Gabriel disse firmemente.Olhei para Gabriel, deixando meus pensamentos de lado.Matteo olhou Gabriel, mas logo voltou a atenção para a estrada apenas assentindo com a cabeça.— Você é um vendedor de drogas, então se alguém quiser fechar um acordo, desvia o assunto.— Gabriel continuou seriamente.Olhei para Gabriel pelo retrovisor e ele colocou a sua máscara azul escura.— Se quiserem se comunicar comigo, me chamem de Tomaso. Eles acham que eu sou seu ajudante nos negócios Matteo, então provavelmente irão falar comigo primeiro.— E eu?— perguntei.Matteo me encarou pelo retrovisor, senti meu corpo arrepiar.— Gabrielle.— Gabriel afirmou.— Tu é esposa de
— E o que você vai fazer?— perguntei.Matteo me pegou pelo pulso e andou entre a multidão disfarçadamente, até encontrar um longo corredor que dava para uma segunda sala. Aquele era o caminho mais longo para o segundo andar, contando que o caminho mais rápido, estava impedido por causa do palco. Andamos pelo longo corredor, onde dava para a minha sala de estar e lá estava a escada. Não havia ninguém vigiando e tudo na medida do possível, estava em silêncio, apenas uns ruídos ao fundo vindos do hall, onde estava acontecendo a festa.— Não tem ninguém... Todos estão na festa agora, para quê colocar um vigia, se estão entre família?! Esse é o erro de Marco.— Matteo sussurrou, como se estivesse conversando com ele mesmo.Subimos as escadas rapidamente e andamos pelo corredor, abrindo porta por porta atrás de Milena. Quando chegamos no último corredor, vimos um guarda na porta e rapidamente Matteo me fez escorar na parede para o guarda não nos ver. O guarda olhou em
Meu coração apertou e as lágrimas que antes eram tímidas, agora eram constantes e geladas.— Tudo isso era uma emboscada?— Gabriel perguntou.Matteo concordou com a cabeça.— Eles querem poder e para isso sequestraram minha filha... Estavam pedindo poder em troca dela. Mas, descobri que eu estava com uma Mikazia, essa filha da puta! MENTIU PARA MIM, ISSO TUDO ERA UM JOGO YHELENA?!— Matteo gritou me olhando pelo retrovisor.— Não! No começo sim, mas eu... Eu me apaixonei por você.— disse em prantos.— Se apaixonou?— Matteo riu.— Eu confiei em você Yhelena, eu cheguei a...— as palavras de Matteo sumiram, eu vi a decepção em seu rosto.— Por isso disse que não podíamos ficar juntos...— Porque você estava mentindo pra mim? Fazia tudo parte do plano, Yhelena?— Matteo gritou.— Então tudo era encenação? Você nunca... Sentiu nada por mim. Nunca se importou de verdade? Nunca...— a voz sumiu em sua garganta.— Matteo...
Matteo não sabia o que dizer, me olhava com tristeza, mas eu o havia salvado. Vi papai se aproximando, mas Matteo sacou a arma e apontou para ele. — Se afaste dela! — Matteo gritou. Matteo me olhou novamente. — Sinto muito por não ter te falado sobre isso, eu não me importava com nada além da minha... — parei para tentar respirar, tudo estava parecendo um sonho distante, mas tentei continuar. — família. Eu sinto muito, Matteo. Sinto muito por acobertar... Seu irmão. — sussurrei. Matteo olhou para mim confuso. Gabriel então se aproximou e apontou a arma para mim. Logo, papai, em um movimento rápido, sacou a arma e apontou para Gabriel. — Não se atreva! — Papai esbravejou com a arma apontada para Gabriel. Matteo olhou para os dois, mas logo sua atenção voltou para mim. — Gabriel planejou tudo isso... Ele sabia de tudo. — sussurrei. — Ele queria que você morresse, para que assim ele fosse o chefe da família. Ele planejou tudo isso. Matteo então olhou para Gabriel, que o es
Acordei com a visão turva, olhando ao redor, tentando entender o que havia acontecido e por que minha cabeça doía tanto. Tudo naquele lugar era em tons pastéis, calmos e quase mortos. Ouvi um som constante e, ao olhar para o lado, percebi que era o batimento do meu coração sendo monitorado na máquina ao lado da cama. Tentei me levantar, mas uma dor intensa me fez permanecer deitada. As cortinas azuis e o vidro que mostrava o lado de fora me diziam que estava em um hospital, mas por que eu estaria ali?Algumas lembranças começaram a ressurgir na minha mente, e os tiros assombraram minha memória, trazendo de volta a imagem do meu pai baleado, fazendo meu peito apertar. Meus olhos começaram a lacrimejar ao reviver aquele momento, mas um alívio misturado com dor me invadiu ao lembrar de Matteo e Milena saindo do tiroteio, eles estavam a salvo.— Você finalmente acordou... — uma voz comentou, quebrando meu devaneio.Olhei para cima e vi uma enfermeira.
Eu encarava Ângelo pelo retrovisor do carro, mas ele estava focado demais na estrada. Notei que ele suava, e seus dedos tremiam enquanto conduzia o volante.— Ângelo? — o chamei.Ele parecia não me ouvir, perdido demais em seus pensamentos.— Ângelo?Seus olhos se voltaram para mim pelo retrovisor, e eu esbocei um sorriso fraco, sentindo a dor no ombro irradiar por todo o meu corpo.— Está tudo bem? — perguntei.— Está... só que eles vão nos matar — respondeu, voltando a atenção para a estrada.Meu coração disparou com a resposta. Não queria, mas o medo me dominava. Ele estava arriscando tudo por mim.— Por que veio me buscar? Você está colocando sua vida em risco — murmurei, a dor no ombro latejando.— Não podia te deixar morrer, Yhelena — disse ele, firme.— E eu não posso deixar você pagar por algo que eu fiz. Seu pai é o chefe agora, Ângelo... e, para manter a imagem, ele vai fazer o que fo