— Que amigo?— perguntei olhando a casa pela janela.
— Um doutor que era amigo do meu pai, ele vai ajudar.— Gabriel disse rapidamente saindo do carro. Gabriel me ajudou a tirar Matteo do carro, que estava fraco e fechou na porta. — Quem é?— o doutor perguntou pelo interfone. — Gabriel, Gabriel Adsa.— Gabriel disse me ajudando a segurar o irmão. O portão então se abriu entramos com Matteo. Subimos as escadas e logo um senhor apareceu desconfiado. — Que droga aconteceu com vocês?— o senhor perguntou. Matteo já estava quase inconsciente, seus olhos estavam quase fechando. — Tem como ajudar? Ele precisa de ajuda, por favor!— implorei apavorada. — Tragam ele aqui para cima.— o doutor disse rapidamente entrando em uma sala. Levamos Matteo para a sala e logo vimos uma mulher o ajudando a se preparar para o que seria uma cirurgia de emergência. — O deitem na maca e saiam.— o doutor ordenou e obedecemos. Saímos da sala e uma mulher fechou a porta. Eu estava apavorada, estava com medo de algo acontecer com Matteo, medo de o perder. — Ele vai ficar bem, o doutor Enrico sabe o que faz.— Gabriel disse seriamente, como se não sentisse medo de perder Matteo. Só então eu prestei atenção em mim, no meu desespero para salvar Matteo, o que estava acontecendo comigo? Matteo rondava meus pensamentos noite e dia e eu não conseguia entender o porquê. Algumas horas se passaram e o doutor Enrico finalmente saiu da sala. Gabriel estava deitado em meu ombro dormindo e eu não quis acordá-lo. — Como ele está?— perguntei. — Bem, Tiana o levou para um quarto. Seria bom vocês dormirem um pouco...— Enrico cochichou. Olhei para Enrico e senti um alívio. Mal notei o quanto meu peito estava apertado, parecia que alguém o esmagava, mas ao ouvir que Matteo estava bem, finalmente respirei. — Graças a deus!— suspirei levando minhas mãos ao rosto. Meus olhos encheram de lágrimas, não sabia que tinha tanto medo de perder uma pessoa, até Matteo levar um tiro. — Sente algo por ele, não é?— Enrico perguntou. Olhei para Enrico, não sabia o que responder. — Eu vi a maneira que se preocupou com ele... Infelizmente, ele é muito fechado para relacionamentos, depois que... A esposa morreu.— Enrico disse gentilmente.— Vá deitar, criança. Suspirei e balancei Gabriel calmamente que acordou meio atordoado. Gabriel olhou em volta e viu Enrico. — E o Matteo?— ele perguntou. — Está bem... Subam, tem dois quartos preparados para vocês.— Enrico disse com um sorriso gentil. Gabriel ainda atordoado subiu e eu o acompanhei. A casa era clássica, chique e bem detalhada, mas naquele momento eu só queria deitar e dormir. Gabriel entrou em um quarto e eu entrei em outro ao lado do dele. Caminhei até a cama, deitei, em poucos segundos eu adormeci. No dia seguinte acordei com Gabriel na porta, me sentei na cama rapidamente e ele se aproximou de mim. — Bom dia...— ele disse calmamente. — Bom dia. Gabriel suspirou e eu o olhei confusa. — O que foi?— perguntei assustada com o seu semblante. — Matteo... Ele morreu durante a noite.— Gabriel disse suavemente, como se tivesse medo de pronunciar essas palavras. Olhei para Gabriel sem acreditar no que ele havia dito. — Não...— sussurrei.— É mentira! — Yhelena... Não é mentira.— Gabriel disse olhando em meus olhos. “ Yhelena, acorde!” — É mentira Gabriel? Diz pra mim, diz que é mentira!— implorei. “Yhelena? Acorde Yhelena!” — Infelizmente não... “Yhelena!” De repente abri meus olhos e em um movimento rápido sentei na cama. — Não!— gritei. Olhei em volta e vi Gabriel, minha respiração estava ofegante. — O que foi? Estava se debatendo na cama.— Gabriel disse preocupado. Olhei para o quarto, ainda tentando entender o que havia acontecido. — Yhelena?— Gabriel me chamou. Olhei para Gabriel e senti minha respiração voltando ao normal, era tudo um sonho. — Eu estou bem...— sussurrei. Gabriel me olhou confuso e se afastou. — Desça para tomar café, Matteo já acordou e queria te ver.— Gabriel disse seriamente. — Ele acordou?— perguntei preocupada. — Sim. Me levantei da cama e desci com Gabriel. Ele me levou para a sala de jantar, onde a mesa já estava posta com o café da manhã. Enrico e Tiana estavam sentados rindo e conversando. — Bom dia...— disse suavemente. — Bom dia.— Tiana disse com um grande sorriso.— Sentem-se. Gabriel e eu nos sentamos e começamos a tomar nosso café, logo Tiana comentou sobre Matteo. — Fiquem despreocupados, ele irá ficar bem. Só vai precisar ficar aqui por mais alguns dias, até se recuperar. Vocês também podem ficar aqui o tempo que for preciso.— Tiana disse gentilmente. Dei um sorriso fraco e Gabriel não disse nada. Enrico olhou para a moça e a beijou carinhosamente. — Onde ele está?— perguntei. — No quarto ao lado do seu, deve estar acordado.— Enrico respondeu rapidamente. Me levantei da mesa e me dirigi ao quarto de Matteo, quando entrei o vi deitado na cama. Me aproximei e ele virou o rosto para me ver. Seu rosto estava pálido e ele aparentava estar cansado, mas mesmo assim deu um sorriso fraco ao me ver. — Yhelena...— Queria falar comigo?— perguntei me sentando na cama.— Sim, ontem aconteceu algo ontem que me deixou intrigado.— Matteo disse me olhando nos olhos, com sua voz fraca.— O que?— Você atirou em Luccas e ele iria dizer algo ao seu respeito... disse que te conhecia.— Matteo disse seriamente enquanto me encarava.— Atirei pois de qualquer forma ele morreria e poderiam fazer pior. Ele disse sim que me conhecia, mas, de onde ele pode me conhecer Matteo? Eu trabalhava em uma escola como professora e nunca nem se quer vim para Sicília. Ele disse aquilo para nos distrair...— menti.Matteo me encarou por alguns minutos e concordou com a cabeça.— Você tem razão...— Matteo concordou.Me levantei com um sorriso fraco e saí do quarto. Me dirigi ao meu quarto, estava pensando no quanto essas mentiras estavam indo longe demais, mas ao entrar no meu quarto, levei um susto.— Gosta dele?— ouvi um voz me perguntando.O
Matteo me beijou ferozmente, como se estivesse aguardando esse momento a vida inteira. Ele percorria suas mãos pelo meu corpo, enquanto eu deixava escapar tímidos gemidos durante o beijo, eu o desejava. Matteo pausou o beijo e me olhou nos olhos, notei que não só eu mas como nós dois, estávamos ofegantes. Ele se levantou por um segundo e desabotoou sua blusa a jogando no chão, deixando seu abdômen perfeitamente definido a vista. Pude ver o curativo do machucado de Matteo e só então me dei conta que ele estava se recuperando ainda.— O seu machucado?— disse o olhando.— Que se foda.Ele se aproximou de mim e ajoelhou ao meus pés. Com muita habilidade começou a beijar o interior das minhas coxas, enquanto ia retirando meu shorts de dormir. Ainda sentada sob a cama, eu ia me contorcendo quando percebia que ele estava chegando na minha vagina. Minhas mãos apertavam os lençóis enquanto a outra puxava o cabelo dele, ansiando que ele me chupasse logo.— Matteo...—
Assim que Matteo saiu, olhei para o quarto, ele estava tão quieto, a não ser pelos meus pensamentos ecoando pela dimensão das paredes. Me levantei ainda em prantos, eu não acreditava no que Matteo havia acabado de falar. Me troquei rapidamente e Gabriel bateu na porta novamente. Limpei as lágrimas e tentei disfarçar o máximo que pude.— Entre.— disse quase que em um sussurro.— Só informando que o vestido que irá usar no baile já está pronto, comprei nos tons da sua família, para nos misturarmos. Seu pai colocou nosso nome na lista e está tudo conforme o plano. Ele queria que soubesse.— Gabriel disse seriamente.Olhei para Gabriel e assenti com a cabeça. — Obrigada, você...— Não Yhelena, não disse nada sobre Matteo.— Gabriel disse firmemente.Em seguida Gabriel se retirou rapidamente e eu voltei a deitar na cama, perdida nos meus pensamentos, enquanto minhas lágrimas molhavam o travesseiro....Dias já haviam
Era inevitável sentir arrepios ao ver que eu estava chegando perto da minha casa, comecei a suar frio e a tremer. Meu peito doía de angústia, mas ao mesmo tempo de alívio, ao lembrar que isso tudo iria terminar. Terminar... — Não nos chamaremos pelos nomes essa noite, você será Lorenzo.— Gabriel disse firmemente.Olhei para Gabriel, deixando meus pensamentos de lado.Matteo olhou Gabriel, mas logo voltou a atenção para a estrada apenas assentindo com a cabeça.— Você é um vendedor de drogas, então se alguém quiser fechar um acordo, desvia o assunto.— Gabriel continuou seriamente.Olhei para Gabriel pelo retrovisor e ele colocou a sua máscara azul escura.— Se quiserem se comunicar comigo, me chamem de Tomaso. Eles acham que eu sou seu ajudante nos negócios Matteo, então provavelmente irão falar comigo primeiro.— E eu?— perguntei.Matteo me encarou pelo retrovisor, senti meu corpo arrepiar.— Gabrielle.— Gabriel afirmou.— Tu é esposa de
— E o que você vai fazer?— perguntei.Matteo me pegou pelo pulso e andou entre a multidão disfarçadamente, até encontrar um longo corredor que dava para uma segunda sala. Aquele era o caminho mais longo para o segundo andar, contando que o caminho mais rápido, estava impedido por causa do palco. Andamos pelo longo corredor, onde dava para a minha sala de estar e lá estava a escada. Não havia ninguém vigiando e tudo na medida do possível, estava em silêncio, apenas uns ruídos ao fundo vindos do hall, onde estava acontecendo a festa.— Não tem ninguém... Todos estão na festa agora, para quê colocar um vigia, se estão entre família?! Esse é o erro de Marco.— Matteo sussurrou, como se estivesse conversando com ele mesmo.Subimos as escadas rapidamente e andamos pelo corredor, abrindo porta por porta atrás de Milena. Quando chegamos no último corredor, vimos um guarda na porta e rapidamente Matteo me fez escorar na parede para o guarda não nos ver. O guarda olhou em
Meu coração apertou e as lágrimas que antes eram tímidas, agora eram constantes e geladas.— Tudo isso era uma emboscada?— Gabriel perguntou.Matteo concordou com a cabeça.— Eles querem poder e para isso sequestraram minha filha... Estavam pedindo poder em troca dela. Mas, descobri que eu estava com uma Mikazia, essa filha da puta! MENTIU PARA MIM, ISSO TUDO ERA UM JOGO YHELENA?!— Matteo gritou me olhando pelo retrovisor.— Não! No começo sim, mas eu... Eu me apaixonei por você.— disse em prantos.— Se apaixonou?— Matteo riu.— Eu confiei em você Yhelena, eu cheguei a...— as palavras de Matteo sumiram, eu vi a decepção em seu rosto.— Por isso disse que não podíamos ficar juntos...— Porque você estava mentindo pra mim? Fazia tudo parte do plano, Yhelena?— Matteo gritou.— Então tudo era encenação? Você nunca... Sentiu nada por mim. Nunca se importou de verdade? Nunca...— a voz sumiu em sua garganta.— Matteo...
Matteo não sabia o que dizer, me olhava com tristeza, mas eu o havia salvado. Vi papai se aproximando, mas Matteo sacou a arma e apontou para ele. — Se afaste dela! — Matteo gritou. Matteo me olhou novamente. — Sinto muito por não ter te falado sobre isso, eu não me importava com nada além da minha... — parei para tentar respirar, tudo estava parecendo um sonho distante, mas tentei continuar. — família. Eu sinto muito, Matteo. Sinto muito por acobertar... Seu irmão. — sussurrei. Matteo olhou para mim confuso. Gabriel então se aproximou e apontou a arma para mim. Logo, papai, em um movimento rápido, sacou a arma e apontou para Gabriel. — Não se atreva! — Papai esbravejou com a arma apontada para Gabriel. Matteo olhou para os dois, mas logo sua atenção voltou para mim. — Gabriel planejou tudo isso... Ele sabia de tudo. — sussurrei. — Ele queria que você morresse, para que assim ele fosse o chefe da família. Ele planejou tudo isso. Matteo então olhou para Gabriel, que o es
Acordei com a visão turva, olhando ao redor, tentando entender o que havia acontecido e por que minha cabeça doía tanto. Tudo naquele lugar era em tons pastéis, calmos e quase mortos. Ouvi um som constante e, ao olhar para o lado, percebi que era o batimento do meu coração sendo monitorado na máquina ao lado da cama. Tentei me levantar, mas uma dor intensa me fez permanecer deitada. As cortinas azuis e o vidro que mostrava o lado de fora me diziam que estava em um hospital, mas por que eu estaria ali?Algumas lembranças começaram a ressurgir na minha mente, e os tiros assombraram minha memória, trazendo de volta a imagem do meu pai baleado, fazendo meu peito apertar. Meus olhos começaram a lacrimejar ao reviver aquele momento, mas um alívio misturado com dor me invadiu ao lembrar de Matteo e Milena saindo do tiroteio, eles estavam a salvo.— Você finalmente acordou... — uma voz comentou, quebrando meu devaneio.Olhei para cima e vi uma enfermeira.