Corra! - 12

— Mas?— Matteo disse confuso olhando para mim e depois para o homem caído no chão ensanguentado.

— Ele já estava morto de qualquer forma!— disse seriamente, enquanto encarava Luccas caído no chão.

Se Luccas tivesse dito alguma coisa, quem estaria morta naquele momento seria eu, numa guerra, os mais fortes sobrevivem.

— Temos que sair daqui, agora!— Alguém disse aparentemente aflito.

Nos viramos e vimos Gabriel. Ele entrou no quarto e fechou a porta.

— Alguns homens estão vindo para ver que barulho foi aquele. Tive que apagar o segurança da entrada, mas são muitos vindo pra cá. Temos que ir, agora!— Gabriel disse rapidamente, aparentemente muito preocupado.

Saímos do quarto rapidamente e seguimos pelo corredor, dessa vez não fomos pelo mesmo lado que entramos, mas seguimos até chegar em uma outra escada que dava para um espécie de porão, onde estavam guardadas bebidas e drogas. No canto do cômodo havia uma porta e nos aproximamos dela rapidamente. Matteo tentou abrir a porta, mas ela estava trancada .

— Droga!— ele sussurrou, tentando abrir a porta.

— Arromba isso logo Matteo!— gritei.

Matteo me encarou e tentou arrombar a porta, mas sem sucesso.

— Procurem lá embaixo, vamos ver na boate se eles estão lá. É uma ruiva e um homem branco, bem alto. Vasculhem o lugar!— uma voz disse, aparentemente aflita.

Olhei para Matteo e Gabriel, Matteo me puxou para trás de uns caixotes de cerveja. Gabriel ficou do outro lado, enquanto ouvimos passos descendo as escadas.

Olhei para Matteo assustada, os capangas de Luccas não me conheciam, se vissem a gente, iriam nos matar.

Ouvimos os passos vasculhando todo o ambiente e quando estavam chegando perto da gente, Matteo tentou olhar por trás das caixas, para ver de quantos homens se tratavam. Assim que conseguiu ver, olhou para o irmão e fez o número dois. Gabriel entendeu o sinal rapidamente e em seguida tirou uma faca da sua cintura, assim como Matteo. Quando os passos se aproximaram, Gabriel se levantou e em um soco derrubou o homem no chão, que deixou sua arma cair longe. Seu parceiro veio ajudar, mas Matteo o encurralou por trás e o derrubou no chão. Matteo deferiu socos constantes no homem, que apagou imediatamente.

— Acho que ouviram o barulho, temos que ir!— disse rapidamente, enquanto olhava para as escadas receando que alguém descesse.

Gabriel olhou para o homem caído e sem nenhum receio ou medo, lhe cortou a garganta. Logo Matteo e Gabriel se levantaram para tentar arrombar a porta novamente.

— Que inferno, não abre!— Gabriel disse tentando empurrar a porta.

— Vamos juntos?— Matteo perguntou.

Gabriel concordou com a cabeça e os dois se afastaram da porta, contaram até três e foram contra a porta, que abriu com um estrondo. Matteo e Gabriel caíram no chão, mas se recomporam rapidamente e se levantaram.

— Vamos!— Matteo disse me puxando pelo braço.

Matteo saiu correndo comigo e Gabriel, mas logo vimos duas pessoas atrás de nós.

— Ali! Eles estão ali!— os dois gritaram, correndo atrás de nós.

— Onde está o carro Gabriel? O carro?— Matteo perguntou correndo.

— No estacionamento, logo a frente!

Continuamos correndo, mas ouvimos disparos constantes, estavam atirando na gente.

— Droga!— Matteo sussurrou enquanto corria segurando em minhas mãos.

Corremos até o estacionamento e nos escondemos atrás de um carro. Os dois homens continuaram a atirar, mas Gabriel reagiu e sacou a sua arma. Gabriel começou a atirar nos homens e os homens respondiam com disparos constantes enquanto ficavam atrás de outro carro.

— Não vamos conseguir chegar no carro, se o resto dos homens da boate escutarem o tiroteio e vierem ajudar!— Gabriel gritou, enquanto atirava nos capangas.

Matteo estava somente sentado no chão, com a mão na barriga. Olhei para Gabriel e depois para Matteo, havia algo de errado. Matteo retirou a mão e vimos sangue.

— Droga! Droga!— disse ao olhar o ferimento.

Gabriel olhou para Matteo e depois para mim.

— Tome, atire neles, enquanto eu tento ligar um desses carros, não vamos conseguir chegar no nosso.— Gabriel disse me entregando a arma e indo abaixado até o carro mais próximo.

Atirei nos homens e os homens responderam com mais disparos. Matteo estava sentado apenas apertando o ferimento, enquanto minha cabeça estava um turbilhão de emoções. Atirei em um dos homens que caiu no chão e logo vi mais alguns se aproximando.

— Gabriel, tem mais gente vindo!— gritei ainda atirando.

Gabriel continuou a mexer no carro, até eu ouvir ele ligar. Logo ele veio e levou o irmão para o carro, enquanto eu estava concentrada disparando nos homens que atiravam constantemente na gente. Quando Matteo já estava no carro, eu corri e entrei também. Gabriel rapidamente deu partida no carro e saímos rapidamente dali, enquanto os capangas de Luccas atiravam na gente.

Matteo gemia de dor, enquanto eu o ajudava a pressionar o machucado e Gabriel dirigia rapidamente para sairmos vivos dali.

— Que merda!— Gabriel sussurrou.

Logo olhei pelo retrovisor e vi um carro nos seguindo. Peguei a arma e coloquei minha cabeça para fora da janela, enquanto atirava no carro nos perseguia. Os homens começaram a atirar em nós.

— Faz alguma coisa Yhelena!— Gabriel gritou, enquanto tentava focar na estrada e a desviar dos poucos carros que haviam na rua.

— Eu estou tentando Gabriel!— gritei.

Coloquei a metade do meu corpo para fora e mirei no pneu, respirei fundo e atirei. Logo o carro ficou desgovernado, enquanto os homens tentavam manobrar para não bater, mas foi inevitável, o carro bateu em um outro carro que estava logo a frente.

Ouvi Gabriel suspirar de alívio, enquanto eu olhava preocupada para Matteo, que me deu um sorriso fraco. Pressionei o machucado de Matteo e vi seu semblante cansado.

— Temos que ir para o médico Gabriel!— gritei desesperada, enquanto olhava para o machucado que jorrava sangue.— Ele está perdendo muito sangue!

Gabriel me olhou pelo retrovisor e bateu no volante do carro.

— Droga! Como eu vou levar ele para o médico? O que eu vou falar para o médico?— Gabriel me perguntou.

— Não sei Gabriel, mas faz alguma coisa!— gritei apavorada.

Matteo me olhou com o olhar cansado e senti que ele ia desmaiar.

— Não, acorda! Por favor...— implorei.

Matteo abriu os olhos e me olhou.

— Isso, olha para mim...— sussurrei.

Gabriel então virou o carro e parou em uma casa.

— Onde estamos?— perguntei.

— Em um amigo.

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