— Mas?— Matteo disse confuso olhando para mim e depois para o homem caído no chão ensanguentado.
— Ele já estava morto de qualquer forma!— disse seriamente, enquanto encarava Luccas caído no chão. Se Luccas tivesse dito alguma coisa, quem estaria morta naquele momento seria eu, numa guerra, os mais fortes sobrevivem. — Temos que sair daqui, agora!— Alguém disse aparentemente aflito. Nos viramos e vimos Gabriel. Ele entrou no quarto e fechou a porta. — Alguns homens estão vindo para ver que barulho foi aquele. Tive que apagar o segurança da entrada, mas são muitos vindo pra cá. Temos que ir, agora!— Gabriel disse rapidamente, aparentemente muito preocupado. Saímos do quarto rapidamente e seguimos pelo corredor, dessa vez não fomos pelo mesmo lado que entramos, mas seguimos até chegar em uma outra escada que dava para um espécie de porão, onde estavam guardadas bebidas e drogas. No canto do cômodo havia uma porta e nos aproximamos dela rapidamente. Matteo tentou abrir a porta, mas ela estava trancada . — Droga!— ele sussurrou, tentando abrir a porta. — Arromba isso logo Matteo!— gritei. Matteo me encarou e tentou arrombar a porta, mas sem sucesso. — Procurem lá embaixo, vamos ver na boate se eles estão lá. É uma ruiva e um homem branco, bem alto. Vasculhem o lugar!— uma voz disse, aparentemente aflita. Olhei para Matteo e Gabriel, Matteo me puxou para trás de uns caixotes de cerveja. Gabriel ficou do outro lado, enquanto ouvimos passos descendo as escadas. Olhei para Matteo assustada, os capangas de Luccas não me conheciam, se vissem a gente, iriam nos matar. Ouvimos os passos vasculhando todo o ambiente e quando estavam chegando perto da gente, Matteo tentou olhar por trás das caixas, para ver de quantos homens se tratavam. Assim que conseguiu ver, olhou para o irmão e fez o número dois. Gabriel entendeu o sinal rapidamente e em seguida tirou uma faca da sua cintura, assim como Matteo. Quando os passos se aproximaram, Gabriel se levantou e em um soco derrubou o homem no chão, que deixou sua arma cair longe. Seu parceiro veio ajudar, mas Matteo o encurralou por trás e o derrubou no chão. Matteo deferiu socos constantes no homem, que apagou imediatamente. — Acho que ouviram o barulho, temos que ir!— disse rapidamente, enquanto olhava para as escadas receando que alguém descesse. Gabriel olhou para o homem caído e sem nenhum receio ou medo, lhe cortou a garganta. Logo Matteo e Gabriel se levantaram para tentar arrombar a porta novamente. — Que inferno, não abre!— Gabriel disse tentando empurrar a porta. — Vamos juntos?— Matteo perguntou. Gabriel concordou com a cabeça e os dois se afastaram da porta, contaram até três e foram contra a porta, que abriu com um estrondo. Matteo e Gabriel caíram no chão, mas se recomporam rapidamente e se levantaram. — Vamos!— Matteo disse me puxando pelo braço. Matteo saiu correndo comigo e Gabriel, mas logo vimos duas pessoas atrás de nós. — Ali! Eles estão ali!— os dois gritaram, correndo atrás de nós. — Onde está o carro Gabriel? O carro?— Matteo perguntou correndo. — No estacionamento, logo a frente! Continuamos correndo, mas ouvimos disparos constantes, estavam atirando na gente. — Droga!— Matteo sussurrou enquanto corria segurando em minhas mãos. Corremos até o estacionamento e nos escondemos atrás de um carro. Os dois homens continuaram a atirar, mas Gabriel reagiu e sacou a sua arma. Gabriel começou a atirar nos homens e os homens respondiam com disparos constantes enquanto ficavam atrás de outro carro. — Não vamos conseguir chegar no carro, se o resto dos homens da boate escutarem o tiroteio e vierem ajudar!— Gabriel gritou, enquanto atirava nos capangas. Matteo estava somente sentado no chão, com a mão na barriga. Olhei para Gabriel e depois para Matteo, havia algo de errado. Matteo retirou a mão e vimos sangue. — Droga! Droga!— disse ao olhar o ferimento. Gabriel olhou para Matteo e depois para mim. — Tome, atire neles, enquanto eu tento ligar um desses carros, não vamos conseguir chegar no nosso.— Gabriel disse me entregando a arma e indo abaixado até o carro mais próximo. Atirei nos homens e os homens responderam com mais disparos. Matteo estava sentado apenas apertando o ferimento, enquanto minha cabeça estava um turbilhão de emoções. Atirei em um dos homens que caiu no chão e logo vi mais alguns se aproximando. — Gabriel, tem mais gente vindo!— gritei ainda atirando. Gabriel continuou a mexer no carro, até eu ouvir ele ligar. Logo ele veio e levou o irmão para o carro, enquanto eu estava concentrada disparando nos homens que atiravam constantemente na gente. Quando Matteo já estava no carro, eu corri e entrei também. Gabriel rapidamente deu partida no carro e saímos rapidamente dali, enquanto os capangas de Luccas atiravam na gente. Matteo gemia de dor, enquanto eu o ajudava a pressionar o machucado e Gabriel dirigia rapidamente para sairmos vivos dali. — Que merda!— Gabriel sussurrou. Logo olhei pelo retrovisor e vi um carro nos seguindo. Peguei a arma e coloquei minha cabeça para fora da janela, enquanto atirava no carro nos perseguia. Os homens começaram a atirar em nós. — Faz alguma coisa Yhelena!— Gabriel gritou, enquanto tentava focar na estrada e a desviar dos poucos carros que haviam na rua. — Eu estou tentando Gabriel!— gritei. Coloquei a metade do meu corpo para fora e mirei no pneu, respirei fundo e atirei. Logo o carro ficou desgovernado, enquanto os homens tentavam manobrar para não bater, mas foi inevitável, o carro bateu em um outro carro que estava logo a frente. Ouvi Gabriel suspirar de alívio, enquanto eu olhava preocupada para Matteo, que me deu um sorriso fraco. Pressionei o machucado de Matteo e vi seu semblante cansado. — Temos que ir para o médico Gabriel!— gritei desesperada, enquanto olhava para o machucado que jorrava sangue.— Ele está perdendo muito sangue! Gabriel me olhou pelo retrovisor e bateu no volante do carro. — Droga! Como eu vou levar ele para o médico? O que eu vou falar para o médico?— Gabriel me perguntou. — Não sei Gabriel, mas faz alguma coisa!— gritei apavorada. Matteo me olhou com o olhar cansado e senti que ele ia desmaiar. — Não, acorda! Por favor...— implorei. Matteo abriu os olhos e me olhou. — Isso, olha para mim...— sussurrei. Gabriel então virou o carro e parou em uma casa. — Onde estamos?— perguntei. — Em um amigo.— Que amigo?— perguntei olhando a casa pela janela.— Um doutor que era amigo do meu pai, ele vai ajudar.— Gabriel disse rapidamente saindo do carro.Gabriel me ajudou a tirar Matteo do carro, que estava fraco e fechou na porta. — Quem é?— o doutor perguntou pelo interfone.— Gabriel, Gabriel Adsa.— Gabriel disse me ajudando a segurar o irmão.O portão então se abriu entramos com Matteo. Subimos as escadas e logo um senhor apareceu desconfiado.— Que droga aconteceu com vocês?— o senhor perguntou.Matteo já estava quase inconsciente, seus olhos estavam quase fechando.— Tem como ajudar? Ele precisa de ajuda, por favor!— implorei apavorada.— Tragam ele aqui para cima.— o doutor disse rapidamente entrando em uma sala.Levamos Matteo para a sala e logo vimos uma mulher o ajudando a se preparar para o que seria uma cirurgia de emergência.— O deitem na maca e saiam.— o doutor ordenou e obedecemos.Saímos da sala e uma mulher
— Queria falar comigo?— perguntei me sentando na cama.— Sim, ontem aconteceu algo ontem que me deixou intrigado.— Matteo disse me olhando nos olhos, com sua voz fraca.— O que?— Você atirou em Luccas e ele iria dizer algo ao seu respeito... disse que te conhecia.— Matteo disse seriamente enquanto me encarava.— Atirei pois de qualquer forma ele morreria e poderiam fazer pior. Ele disse sim que me conhecia, mas, de onde ele pode me conhecer Matteo? Eu trabalhava em uma escola como professora e nunca nem se quer vim para Sicília. Ele disse aquilo para nos distrair...— menti.Matteo me encarou por alguns minutos e concordou com a cabeça.— Você tem razão...— Matteo concordou.Me levantei com um sorriso fraco e saí do quarto. Me dirigi ao meu quarto, estava pensando no quanto essas mentiras estavam indo longe demais, mas ao entrar no meu quarto, levei um susto.— Gosta dele?— ouvi um voz me perguntando.O
Matteo me beijou ferozmente, como se estivesse aguardando esse momento a vida inteira. Ele percorria suas mãos pelo meu corpo, enquanto eu deixava escapar tímidos gemidos durante o beijo, eu o desejava. Matteo pausou o beijo e me olhou nos olhos, notei que não só eu mas como nós dois, estávamos ofegantes. Ele se levantou por um segundo e desabotoou sua blusa a jogando no chão, deixando seu abdômen perfeitamente definido a vista. Pude ver o curativo do machucado de Matteo e só então me dei conta que ele estava se recuperando ainda.— O seu machucado?— disse o olhando.— Que se foda.Ele se aproximou de mim e ajoelhou ao meus pés. Com muita habilidade começou a beijar o interior das minhas coxas, enquanto ia retirando meu shorts de dormir. Ainda sentada sob a cama, eu ia me contorcendo quando percebia que ele estava chegando na minha vagina. Minhas mãos apertavam os lençóis enquanto a outra puxava o cabelo dele, ansiando que ele me chupasse logo.— Matteo...—
Assim que Matteo saiu, olhei para o quarto, ele estava tão quieto, a não ser pelos meus pensamentos ecoando pela dimensão das paredes. Me levantei ainda em prantos, eu não acreditava no que Matteo havia acabado de falar. Me troquei rapidamente e Gabriel bateu na porta novamente. Limpei as lágrimas e tentei disfarçar o máximo que pude.— Entre.— disse quase que em um sussurro.— Só informando que o vestido que irá usar no baile já está pronto, comprei nos tons da sua família, para nos misturarmos. Seu pai colocou nosso nome na lista e está tudo conforme o plano. Ele queria que soubesse.— Gabriel disse seriamente.Olhei para Gabriel e assenti com a cabeça. — Obrigada, você...— Não Yhelena, não disse nada sobre Matteo.— Gabriel disse firmemente.Em seguida Gabriel se retirou rapidamente e eu voltei a deitar na cama, perdida nos meus pensamentos, enquanto minhas lágrimas molhavam o travesseiro....Dias já haviam
Era inevitável sentir arrepios ao ver que eu estava chegando perto da minha casa, comecei a suar frio e a tremer. Meu peito doía de angústia, mas ao mesmo tempo de alívio, ao lembrar que isso tudo iria terminar. Terminar... — Não nos chamaremos pelos nomes essa noite, você será Lorenzo.— Gabriel disse firmemente.Olhei para Gabriel, deixando meus pensamentos de lado.Matteo olhou Gabriel, mas logo voltou a atenção para a estrada apenas assentindo com a cabeça.— Você é um vendedor de drogas, então se alguém quiser fechar um acordo, desvia o assunto.— Gabriel continuou seriamente.Olhei para Gabriel pelo retrovisor e ele colocou a sua máscara azul escura.— Se quiserem se comunicar comigo, me chamem de Tomaso. Eles acham que eu sou seu ajudante nos negócios Matteo, então provavelmente irão falar comigo primeiro.— E eu?— perguntei.Matteo me encarou pelo retrovisor, senti meu corpo arrepiar.— Gabrielle.— Gabriel afirmou.— Tu é esposa de
— E o que você vai fazer?— perguntei.Matteo me pegou pelo pulso e andou entre a multidão disfarçadamente, até encontrar um longo corredor que dava para uma segunda sala. Aquele era o caminho mais longo para o segundo andar, contando que o caminho mais rápido, estava impedido por causa do palco. Andamos pelo longo corredor, onde dava para a minha sala de estar e lá estava a escada. Não havia ninguém vigiando e tudo na medida do possível, estava em silêncio, apenas uns ruídos ao fundo vindos do hall, onde estava acontecendo a festa.— Não tem ninguém... Todos estão na festa agora, para quê colocar um vigia, se estão entre família?! Esse é o erro de Marco.— Matteo sussurrou, como se estivesse conversando com ele mesmo.Subimos as escadas rapidamente e andamos pelo corredor, abrindo porta por porta atrás de Milena. Quando chegamos no último corredor, vimos um guarda na porta e rapidamente Matteo me fez escorar na parede para o guarda não nos ver. O guarda olhou em
Meu coração apertou e as lágrimas que antes eram tímidas, agora eram constantes e geladas.— Tudo isso era uma emboscada?— Gabriel perguntou.Matteo concordou com a cabeça.— Eles querem poder e para isso sequestraram minha filha... Estavam pedindo poder em troca dela. Mas, descobri que eu estava com uma Mikazia, essa filha da puta! MENTIU PARA MIM, ISSO TUDO ERA UM JOGO YHELENA?!— Matteo gritou me olhando pelo retrovisor.— Não! No começo sim, mas eu... Eu me apaixonei por você.— disse em prantos.— Se apaixonou?— Matteo riu.— Eu confiei em você Yhelena, eu cheguei a...— as palavras de Matteo sumiram, eu vi a decepção em seu rosto.— Por isso disse que não podíamos ficar juntos...— Porque você estava mentindo pra mim? Fazia tudo parte do plano, Yhelena?— Matteo gritou.— Então tudo era encenação? Você nunca... Sentiu nada por mim. Nunca se importou de verdade? Nunca...— a voz sumiu em sua garganta.— Matteo...
Matteo não sabia o que dizer, me olhava com tristeza, mas eu o havia salvado. Vi papai se aproximando, mas Matteo sacou a arma e apontou para ele. — Se afaste dela! — Matteo gritou. Matteo me olhou novamente. — Sinto muito por não ter te falado sobre isso, eu não me importava com nada além da minha... — parei para tentar respirar, tudo estava parecendo um sonho distante, mas tentei continuar. — família. Eu sinto muito, Matteo. Sinto muito por acobertar... Seu irmão. — sussurrei. Matteo olhou para mim confuso. Gabriel então se aproximou e apontou a arma para mim. Logo, papai, em um movimento rápido, sacou a arma e apontou para Gabriel. — Não se atreva! — Papai esbravejou com a arma apontada para Gabriel. Matteo olhou para os dois, mas logo sua atenção voltou para mim. — Gabriel planejou tudo isso... Ele sabia de tudo. — sussurrei. — Ele queria que você morresse, para que assim ele fosse o chefe da família. Ele planejou tudo isso. Matteo então olhou para Gabriel, que o es