Desejos - 9

Olhei para a bagunça no chão, tinha cacos de vidros por todo lado e alguns sujos de sangue. A mulher sobreveio em minha mente, o jeito que ela implorou assombraram meus pensamentos.

Alguns minutos depois, Matteo chegou no meu quarto com um doutor. Eles se aproximaram de mim e o doutor abaixou para examinar meu pé. Ele tirou o pano ensanguentado e me examinou.

— Vai precisar de alguns pontos...— o doutor sussurrou.

— Vou te deixar com ela e chamar algum empregado para limpar essa bagunça.— Matteo disse e se retirou rapidamente.

Eu poderia pedir para o doutor avisar alguma autoridade sobre o meu sequestro, mas com certeza era mais um da máfia de Matteo e não iria adiantar de nada.

O doutor abriu uma bolsa, preparou seus equipamentos e começou a fazer os pontos no meu pé. Eu gemia de dor cada vez que ele enfiava a agulha no meu pé, mas ele sorria e falava que já estava terminando.

Antes do doutor finalizar, dois empregados entraram no quarto e arrumaram tudo rapidamente. Por pura coincidência, o doutor e os empregados terminaram ao mesmo tempo e todos saíram do meu quarto.

O médico havia feito um curativo e deixado alguns analgésicos para dor, me mandou não forçar o pé e ficar de repouso.

Deitei na minha cama ainda inquieta, os gritos da menininha não saiam da minha mente. Eu não sabia muito bem o que tinha de diferente dos outros assassinatos que eu presenciei, provavelmente era por causa da criança. Senti meu peito apertar, eu tinha parte da culpa dessa criança crescer sem mãe, eu estava envolvida nessa merda toda. Minha mente virou um turbilhão de pensamentos, todos eles me culpavam e reforçavam que eu estava envolvida. Meu coração acelerou e o fôlego começou a faltar. Sentei na cama tentando controlar a minha respiração, mas quanto mais eu tentava controlar, mas sem ar eu ficava. Comecei a ficar ofegante, as lágrimas percorriam pelo meu rosto, enquanto o único barulho que ecoava pelo quarto era o da minha respiração, que já não era pelo nariz, mas sim pela boca.

— Está melhor?— ouvi alguém perguntar.

Olhei para a porta e vi Matteo, olhei para ele ofegante e coloquei a mão no peito, eu não conseguia dizer nada.

— Yhelena?— Matteo disse preocupado vindo em minha direção.

Matteo sentou em minha camabe pegou minha mão. Levou minha mão até seu peito e eu senti seu coração bater. Ele me olhou nos olhos, enquanto eu tentava respirar.

— Olha para mim...— ele ordenou.

Olhei para ele, ainda ofegante. Seus olhos verdes demonstravam preocupação.

— Estou aqui com você... Respira.— ele disse calmamente.

Me concentrei na batida do coração de Matteo e senti minha respiração voltando ao normal.

— Quando eu era mais novo, minha mãe costumava a sair muito para resolver alguns assuntos com meu pai. Como ela sempre saía a noite e voltava no outro dia de tarde, ela deixava uma flor no meu criado mudo, para quando eu acordasse, saber que ela esteve ali. A flor era azul, e delicada, o nome dela era Miosótis, ou não-me-esqueças. Era o jeito dela dizer que me amava toda manhã, mesmo que não estivesse do meu lado.— Matteo contou a história olhando nos meus olhos.

Quando eu notei, minha respiração já estava normal, a história havia me prendido ao ponto de eu só prestar atenção na voz de Matteo e me acalmar.

Olhei para Matteo e notei que a minha mão ainda estava em seu peito, que estava nu. Ele apenas me olhava fixamente, como se estivesse com medo de acontecer alguma coisa comigo novamente. Por um instante a minha raiva sumiu e a minha mente ficou em completo silêncio. Minhas mãos começaram a passear pelo peitoral de Matteo, enquanto eu encarava seus olhos verdes.

— Yhelena...— ele sussurrou.

Me aproximei de Matteo até encostar em seu ouvido.

— Oi?— sussurrei em se ouvido.

Matteo então me puxou pela cintura e me sentou em seu colo, me olhou nos olhos e subiu sua mão até os meus cabelos. Matteo me guiou pelo cabelo até ele e em segundos senti sua boca na minha. O beijo dele no começo foi gentil, calmo e sereno, como se só quisesse aproveitar o momento. Sua língua brincava com a minha, enquanto as suas mãos passavam por todo o meu corpo. Em alguns momentos ele parava o beijo só para morder meu lábio inferior, o que me deixava excitada e me fazia querer mais. Em alguns segundos o beijo foi ficando envolvente e rápido. Ele apertava levemente meu cabelo e descia a outra mão pelas minhas costas até minha bunda. Ele parava o beijo e descia a boca beijando todo o meu pescoço, enquanto eu só aproveitava o momento. Ele subia para a minha orelha e a beijava, logo voltava para a minha boca.

— Você é... — a voz de Matteo sumiu.— não faz ideia do quanto me deixa louco.— ele disse antes de me beijar novamente.

Conseguia sentir seu membro duro, ele me desejava, mas de repente ele parou o beijo e olhou em direção a porta. Segui o olhar de Matteo e vi Gabriel, ele não disse nada e saiu do quarto.

— Droga!— Matteo suspirou e me olhou em seguida.

Olhei para Matteo, ele parecia arrependido, como se aquilo tivesse sido um erro... E foi.

— Eu... Tenho que ir.— Matteo disse me retirando de cima dele e se retirando do quarto rapidamente.

Gabriel tinha me visto com Matteo, o que ele iria falar para o meu pai?

— Que droga Yhelena, que droga!— sussurrei para mim mesmo, enquanto voltava a deitar na cama.

Olhei para o teto do quarto e Matteo sobreveio em minha mente, que merda eu fiz? Mas minha angústia foi substituída rapidamente pelas memórias das mãos de Matteo percorrendo o meu corpo e a sua boca na minha. Nem notei, quando adormeci pensando em Matteo e no que ele teria feito comigo se Gabriel não tivesse chegado.

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