Olhei para a bagunça no chão, tinha cacos de vidros por todo lado e alguns sujos de sangue. A mulher sobreveio em minha mente, o jeito que ela implorou assombraram meus pensamentos.
Alguns minutos depois, Matteo chegou no meu quarto com um doutor. Eles se aproximaram de mim e o doutor abaixou para examinar meu pé. Ele tirou o pano ensanguentado e me examinou. — Vai precisar de alguns pontos...— o doutor sussurrou. — Vou te deixar com ela e chamar algum empregado para limpar essa bagunça.— Matteo disse e se retirou rapidamente. Eu poderia pedir para o doutor avisar alguma autoridade sobre o meu sequestro, mas com certeza era mais um da máfia de Matteo e não iria adiantar de nada. O doutor abriu uma bolsa, preparou seus equipamentos e começou a fazer os pontos no meu pé. Eu gemia de dor cada vez que ele enfiava a agulha no meu pé, mas ele sorria e falava que já estava terminando. Antes do doutor finalizar, dois empregados entraram no quarto e arrumaram tudo rapidamente. Por pura coincidência, o doutor e os empregados terminaram ao mesmo tempo e todos saíram do meu quarto. O médico havia feito um curativo e deixado alguns analgésicos para dor, me mandou não forçar o pé e ficar de repouso. Deitei na minha cama ainda inquieta, os gritos da menininha não saiam da minha mente. Eu não sabia muito bem o que tinha de diferente dos outros assassinatos que eu presenciei, provavelmente era por causa da criança. Senti meu peito apertar, eu tinha parte da culpa dessa criança crescer sem mãe, eu estava envolvida nessa merda toda. Minha mente virou um turbilhão de pensamentos, todos eles me culpavam e reforçavam que eu estava envolvida. Meu coração acelerou e o fôlego começou a faltar. Sentei na cama tentando controlar a minha respiração, mas quanto mais eu tentava controlar, mas sem ar eu ficava. Comecei a ficar ofegante, as lágrimas percorriam pelo meu rosto, enquanto o único barulho que ecoava pelo quarto era o da minha respiração, que já não era pelo nariz, mas sim pela boca. — Está melhor?— ouvi alguém perguntar. Olhei para a porta e vi Matteo, olhei para ele ofegante e coloquei a mão no peito, eu não conseguia dizer nada. — Yhelena?— Matteo disse preocupado vindo em minha direção. Matteo sentou em minha camabe pegou minha mão. Levou minha mão até seu peito e eu senti seu coração bater. Ele me olhou nos olhos, enquanto eu tentava respirar. — Olha para mim...— ele ordenou. Olhei para ele, ainda ofegante. Seus olhos verdes demonstravam preocupação. — Estou aqui com você... Respira.— ele disse calmamente. Me concentrei na batida do coração de Matteo e senti minha respiração voltando ao normal. — Quando eu era mais novo, minha mãe costumava a sair muito para resolver alguns assuntos com meu pai. Como ela sempre saía a noite e voltava no outro dia de tarde, ela deixava uma flor no meu criado mudo, para quando eu acordasse, saber que ela esteve ali. A flor era azul, e delicada, o nome dela era Miosótis, ou não-me-esqueças. Era o jeito dela dizer que me amava toda manhã, mesmo que não estivesse do meu lado.— Matteo contou a história olhando nos meus olhos. Quando eu notei, minha respiração já estava normal, a história havia me prendido ao ponto de eu só prestar atenção na voz de Matteo e me acalmar. Olhei para Matteo e notei que a minha mão ainda estava em seu peito, que estava nu. Ele apenas me olhava fixamente, como se estivesse com medo de acontecer alguma coisa comigo novamente. Por um instante a minha raiva sumiu e a minha mente ficou em completo silêncio. Minhas mãos começaram a passear pelo peitoral de Matteo, enquanto eu encarava seus olhos verdes. — Yhelena...— ele sussurrou. Me aproximei de Matteo até encostar em seu ouvido. — Oi?— sussurrei em se ouvido. Matteo então me puxou pela cintura e me sentou em seu colo, me olhou nos olhos e subiu sua mão até os meus cabelos. Matteo me guiou pelo cabelo até ele e em segundos senti sua boca na minha. O beijo dele no começo foi gentil, calmo e sereno, como se só quisesse aproveitar o momento. Sua língua brincava com a minha, enquanto as suas mãos passavam por todo o meu corpo. Em alguns momentos ele parava o beijo só para morder meu lábio inferior, o que me deixava excitada e me fazia querer mais. Em alguns segundos o beijo foi ficando envolvente e rápido. Ele apertava levemente meu cabelo e descia a outra mão pelas minhas costas até minha bunda. Ele parava o beijo e descia a boca beijando todo o meu pescoço, enquanto eu só aproveitava o momento. Ele subia para a minha orelha e a beijava, logo voltava para a minha boca. — Você é... — a voz de Matteo sumiu.— não faz ideia do quanto me deixa louco.— ele disse antes de me beijar novamente. Conseguia sentir seu membro duro, ele me desejava, mas de repente ele parou o beijo e olhou em direção a porta. Segui o olhar de Matteo e vi Gabriel, ele não disse nada e saiu do quarto. — Droga!— Matteo suspirou e me olhou em seguida. Olhei para Matteo, ele parecia arrependido, como se aquilo tivesse sido um erro... E foi. — Eu... Tenho que ir.— Matteo disse me retirando de cima dele e se retirando do quarto rapidamente. Gabriel tinha me visto com Matteo, o que ele iria falar para o meu pai? — Que droga Yhelena, que droga!— sussurrei para mim mesmo, enquanto voltava a deitar na cama. Olhei para o teto do quarto e Matteo sobreveio em minha mente, que merda eu fiz? Mas minha angústia foi substituída rapidamente pelas memórias das mãos de Matteo percorrendo o meu corpo e a sua boca na minha. Nem notei, quando adormeci pensando em Matteo e no que ele teria feito comigo se Gabriel não tivesse chegado.No dia seguinte acordei com Gabriel na porta do meu quarto, provavelmente queria saber sobre ontem. — Bom dia...— Gabriel disse se aproximando de mim. Me sentei na cama e ele se sentou também. — Bom dia. — Você é esperta, conseguiu seduzir meu irmão, estou impressionado.— Gabriel sussurrou. Olhei para Gabriel confusa, ele provavelmente achava que aquilo fazia parte do plano. — É...— concordei.— você falou com ele? — Falei. — E o que ele disse?— perguntei. — Que foi um erro... Que você estava sensível por causa da morte da moça e que teve um crise de pânico. Ele te ajudou e acabaram se deixando levar pelo momento. Mas não passou disso.— Gabriel disse seriamente, enquanto me olhava nos olhos. Olhei para Gabriel, então tinha sido só um erro? É... Talvez eu tenha me deixado levar pelo momento. Talvez ele não me quisesse tanto como aparentava... — Matteo pediu para eu lhe avisar para estar pronta às 20:00, vamos visitar uma boate.— Gabriel disse calmamente e
O homem me olhou e senti calafrios. Matteo cerrou os punhos e desviou o olhar, logo depois me olhou novamente e balançou a cabeça positivamente, como se fosse um pedido para eu confiar nele. Sorri gentilmente para Matteo e depois olhei o moço, como se estivesse contente com a proposta. — Você vai adorar, ela é muito boa no que faz.— Matteo disse rapidamente. — Que ótimo!— o homem disse me olhando mais uma vez.— me acompanhem. O homem subiu pelas escadas e nós o seguimos, logo a escada levou a uma porta, onde um segurança estava vigiando. Ele a abriu e nós três entramos. Tinha um enorme corredor que dava para uma sala gigantesca e muito luxuosa. Na sala tinha diversas poltronas, onde alguns homens estavam sentados observando três mulheres dançando em barras de pole dance, enquanto os outros observavam o movimento no andar de baixo por um grande vidro que cobria a parede inteira. Algumas moças seminuas passeavam pelo local distribuindo drogas e bebidas, enquanto os homens as apalpava
— Mas?— Matteo disse confuso olhando para mim e depois para o homem caído no chão ensanguentado.— Ele já estava morto de qualquer forma!— disse seriamente, enquanto encarava Luccas caído no chão.Se Luccas tivesse dito alguma coisa, quem estaria morta naquele momento seria eu, numa guerra, os mais fortes sobrevivem.— Temos que sair daqui, agora!— Alguém disse aparentemente aflito.Nos viramos e vimos Gabriel. Ele entrou no quarto e fechou a porta.— Alguns homens estão vindo para ver que barulho foi aquele. Tive que apagar o segurança da entrada, mas são muitos vindo pra cá. Temos que ir, agora!— Gabriel disse rapidamente, aparentemente muito preocupado.Saímos do quarto rapidamente e seguimos pelo corredor, dessa vez não fomos pelo mesmo lado que entramos, mas seguimos até chegar em uma outra escada que dava para um espécie de porão, onde estavam guardadas bebidas e drogas. No canto do cômodo havia uma porta e nos aproximamos dela rapidamente. Matteo tentou abrir a porta, mas
— Que amigo?— perguntei olhando a casa pela janela.— Um doutor que era amigo do meu pai, ele vai ajudar.— Gabriel disse rapidamente saindo do carro.Gabriel me ajudou a tirar Matteo do carro, que estava fraco e fechou na porta. — Quem é?— o doutor perguntou pelo interfone.— Gabriel, Gabriel Adsa.— Gabriel disse me ajudando a segurar o irmão.O portão então se abriu entramos com Matteo. Subimos as escadas e logo um senhor apareceu desconfiado.— Que droga aconteceu com vocês?— o senhor perguntou.Matteo já estava quase inconsciente, seus olhos estavam quase fechando.— Tem como ajudar? Ele precisa de ajuda, por favor!— implorei apavorada.— Tragam ele aqui para cima.— o doutor disse rapidamente entrando em uma sala.Levamos Matteo para a sala e logo vimos uma mulher o ajudando a se preparar para o que seria uma cirurgia de emergência.— O deitem na maca e saiam.— o doutor ordenou e obedecemos.Saímos da sala e uma mulher
— Queria falar comigo?— perguntei me sentando na cama.— Sim, ontem aconteceu algo ontem que me deixou intrigado.— Matteo disse me olhando nos olhos, com sua voz fraca.— O que?— Você atirou em Luccas e ele iria dizer algo ao seu respeito... disse que te conhecia.— Matteo disse seriamente enquanto me encarava.— Atirei pois de qualquer forma ele morreria e poderiam fazer pior. Ele disse sim que me conhecia, mas, de onde ele pode me conhecer Matteo? Eu trabalhava em uma escola como professora e nunca nem se quer vim para Sicília. Ele disse aquilo para nos distrair...— menti.Matteo me encarou por alguns minutos e concordou com a cabeça.— Você tem razão...— Matteo concordou.Me levantei com um sorriso fraco e saí do quarto. Me dirigi ao meu quarto, estava pensando no quanto essas mentiras estavam indo longe demais, mas ao entrar no meu quarto, levei um susto.— Gosta dele?— ouvi um voz me perguntando.O
Matteo me beijou ferozmente, como se estivesse aguardando esse momento a vida inteira. Ele percorria suas mãos pelo meu corpo, enquanto eu deixava escapar tímidos gemidos durante o beijo, eu o desejava. Matteo pausou o beijo e me olhou nos olhos, notei que não só eu mas como nós dois, estávamos ofegantes. Ele se levantou por um segundo e desabotoou sua blusa a jogando no chão, deixando seu abdômen perfeitamente definido a vista. Pude ver o curativo do machucado de Matteo e só então me dei conta que ele estava se recuperando ainda.— O seu machucado?— disse o olhando.— Que se foda.Ele se aproximou de mim e ajoelhou ao meus pés. Com muita habilidade começou a beijar o interior das minhas coxas, enquanto ia retirando meu shorts de dormir. Ainda sentada sob a cama, eu ia me contorcendo quando percebia que ele estava chegando na minha vagina. Minhas mãos apertavam os lençóis enquanto a outra puxava o cabelo dele, ansiando que ele me chupasse logo.— Matteo...—
Assim que Matteo saiu, olhei para o quarto, ele estava tão quieto, a não ser pelos meus pensamentos ecoando pela dimensão das paredes. Me levantei ainda em prantos, eu não acreditava no que Matteo havia acabado de falar. Me troquei rapidamente e Gabriel bateu na porta novamente. Limpei as lágrimas e tentei disfarçar o máximo que pude.— Entre.— disse quase que em um sussurro.— Só informando que o vestido que irá usar no baile já está pronto, comprei nos tons da sua família, para nos misturarmos. Seu pai colocou nosso nome na lista e está tudo conforme o plano. Ele queria que soubesse.— Gabriel disse seriamente.Olhei para Gabriel e assenti com a cabeça. — Obrigada, você...— Não Yhelena, não disse nada sobre Matteo.— Gabriel disse firmemente.Em seguida Gabriel se retirou rapidamente e eu voltei a deitar na cama, perdida nos meus pensamentos, enquanto minhas lágrimas molhavam o travesseiro....Dias já haviam
Era inevitável sentir arrepios ao ver que eu estava chegando perto da minha casa, comecei a suar frio e a tremer. Meu peito doía de angústia, mas ao mesmo tempo de alívio, ao lembrar que isso tudo iria terminar. Terminar... — Não nos chamaremos pelos nomes essa noite, você será Lorenzo.— Gabriel disse firmemente.Olhei para Gabriel, deixando meus pensamentos de lado.Matteo olhou Gabriel, mas logo voltou a atenção para a estrada apenas assentindo com a cabeça.— Você é um vendedor de drogas, então se alguém quiser fechar um acordo, desvia o assunto.— Gabriel continuou seriamente.Olhei para Gabriel pelo retrovisor e ele colocou a sua máscara azul escura.— Se quiserem se comunicar comigo, me chamem de Tomaso. Eles acham que eu sou seu ajudante nos negócios Matteo, então provavelmente irão falar comigo primeiro.— E eu?— perguntei.Matteo me encarou pelo retrovisor, senti meu corpo arrepiar.— Gabrielle.— Gabriel afirmou.— Tu é esposa de