No dia seguinte acordei com Gabriel na porta do meu quarto, provavelmente queria saber sobre ontem.
— Bom dia...— Gabriel disse se aproximando de mim. Me sentei na cama e ele se sentou também. — Bom dia. — Você é esperta, conseguiu seduzir meu irmão, estou impressionado.— Gabriel sussurrou. Olhei para Gabriel confusa, ele provavelmente achava que aquilo fazia parte do plano. — É...— concordei.— você falou com ele? — Falei. — E o que ele disse?— perguntei. — Que foi um erro... Que você estava sensível por causa da morte da moça e que teve um crise de pânico. Ele te ajudou e acabaram se deixando levar pelo momento. Mas não passou disso.— Gabriel disse seriamente, enquanto me olhava nos olhos. Olhei para Gabriel, então tinha sido só um erro? É... Talvez eu tenha me deixado levar pelo momento. Talvez ele não me quisesse tanto como aparentava... — Matteo pediu para eu lhe avisar para estar pronta às 20:00, vamos visitar uma boate.— Gabriel disse calmamente e se retirou do quarto logo depois. Fiquei por alguns segundos olhando para o nada, enquanto pensava na noite passada. Matteo nem veio falar comigo? Pediu para o irmão... Mas não importa mais, quanto mais cedo esse plano terminar, melhor será para mim. Quando anoiteceu, eu já estava pronta, coloquei um vestido brilhante preto, ele era muito justo e colado no corpo. Tinha alças finas e um decote em v que valorizavam meus seios. Coloquei um salto preto baixo, para não forçar muito o meu pé, por causa dos pontos do machucado. Deixei meus cabelos soltos e passei um batom vermelho. Ao me olhar no espelho me veio Matteo na cabeça, qualquer homem me olharia, mas eu só estava procurando o olhar de uma pessoa, Matteo. Não para ficar com ele, mas para ele me desejar, me desejar ao ponto de se arrepender de dizer que o beijo de ontem foi um erro. Desci para o hall da casa, Matteo já estava lá, mas Gabriel ainda não. Matteo estava muito elegante, com os cabelos jogados e levemente bagunçados. Sua blusa social tinha seus primeiros botões abertos e as mangas estavam dobradas até o cotovelo. A calça preta, fazia contraste com sua pele bronzeada, o que o deixou extremamente sexy. Ao me ver descendo as escadas, Matteo mordeu o lábio inferior, como se estivesse se segurando para não me pegar pela cintura. Desci devagar, apoiando no corrimão, eu mancava um pouco, mas o corte já não doía tanto. Desci encarando Matteo, enquanto meu quadril mexia de um lado para o outro e o vestido justo subia. Olhei para Matteo mais uma vez, não conseguia decifrar o que ele estava pensando, mas eu gostei de ver sua expressão. Quando terminei de descer as escadas, Matteo se aproximou e pegou no meu braço. — Que roupa é essa?— Matteo perguntou. Olhei para Matteo e dei um sorriso sarcástico. — O que tem a roupa? Não vamos para uma boate? Tenho que me misturar para não levantar suspeitas, certo?— perguntei debochando de Matteo. Matteo estava claramente bravo, mas eu gostei. — Presta atenção Yhelena, as pessoas que estão lá são perigosas, eles podem... Mexer com você e não estarei no meu território para te proteger.— Matteo disse me olhando nos olhos. — Me proteger? Me poupe, Matteo! Por que me protegeria?— perguntei indignada. Matteo me olhou nos olhos e desviou o olhar logo em seguida. — Muito bem, vá com a roupa que quiser!— Matteo disse soltando meu braço. Gabriel desceu as escadas logo depois e fomos para o carro sem dizer uma palavra. Quando entramos no carro, Matteo começou a falar suavemente nos encarando pelo retrovisor do carro. — A mulher enviava as informações para um número, que coincidentemente é do mesmo endereço da boate. Nós vamos lá tentar descobrir algo, quem é o dono daquele lugar é o que precisamos saber, pois se descobrimos o dono, a gente descobre quem estava querendo essas informações.— Matteo disse firmemente e ligou o carro. Algumas horas depois chegamos na boate, quando entramos notei que a boate estava lotada. Muitas pessoas bebiam e se drogavam, enquanto a música estridente não parava de tocar. — Muito bem! Vamos nos separar, vai com a Yhelena para perto do DJ e eu vou para perto do bar!— Gabriel gritou e sumiu no meio da multidão. — Fica perto de mim!— Matteo sussurrou e me pegou pelo braço. Parei Matteo e o olhei nos olhos. — Não seria melhor perguntar para o bartender, quem seria responsável pelo local?— perguntei. — Não sei se ele falaria tão facilmente.— Matteo disse seriamente. Sorri para ele e olhei para o bartender de longe. — Deixa comigo...— disse sorridente. Matteo encarou o bartender de longe e fez uma expressão de raiva, como se já soubesse o que eu iria fazer. — Não...— ele disse rapidamente. — Tem uma ideia melhor?— perguntei. Matteo não disse nada e eu sorri. Logo andei em direção ao bartender, enquanto Matteo me observava de longe. Me apoiei no balcão e sorri descaradamente para ele. O bartender sorriu de volta e veio em minha direção. — Está perdida, princesa?— ele perguntou. — Hó, não! Só queria um licor...— disse sorridente, enquanto o olhava nos olhos e passava a língua nos lábios. O bartender me encarou e sorriu, logo foi pegar meu licor. Me trouxe o copo e eu bebi um gole. — Interessante esse lugar... É sempre tão cheio assim?— perguntei. — Sim, todas as noites são desse jeito. — Deve ser difícil servir tantas pessoas, não é mesmo?— perguntei. — São muitas pessoas para servir realmente, mas o segredo é ser ágil. Meu chefe costuma escolher a dedo seus funcionários, gosta de pessoas rápidas e capacitadas.— o bartender disse me olhando nos olhos. — Eu imagino... você com certeza é muito habilidoso. Seu chefe tem sorte de ter um funcionário tão eficaz para o ajudar, deve ser um pesadelo administrar esse lugar. — disse bebendo mais um gole do licor. — É, pelo o que ele fala, realmente é um pouco complicado.— o bartender concordou. — Mas ele parece saber o que está fazendo, principalmente quando se trata em contratar pessoas.— sorri.— Ele dirige este lugar todas as noites? — Sim, fica sempre ali de frente a escada, onde dá para a área vip. Ele fica recepcionando os convidados mais importantes.— o bartender disse apontando para um homem todo de preto, com cabelos loiros e olhos verdes. — Ele parece imponente!— disse gentilmente.— agradeço pela bebida e pela conversa. — Quando a verei de novo?— ele perguntou. Sorri e dei de ombros sem o responder, enquanto seus olhos me seguiam. Me aproximei rapidamente de Matteo e o puxei para um canto. — Aquele homem ali, é o chefe daqui...— disse só para Matteo escutar enquanto apontava para o homem que estava na frente da escadaria. — Eu vou matá-lo!— Matteo disse cerrando os punhos. — Você não sabe se ele é só mais uma peça nesse jogo todo, pode ter alguém maior por trás disso tudo. Pra que um chefe de boate iria querer sua filha?— disse rapidamente. Matteo me encarou e depois voltou a olhar para o homem. — E o que vamos fazer?— ele perguntou. — O bartender disse que os convidados mais importantes ficam na área vip, que é subindo a escada. Você pode tentar subir, diz que quer investir no espaço, não sei... Talvez vender seus “produtos”? Um acordo, inventa alguma coisa!— sussurrei. — E pra que eu subiria na área vip?— Matteo perguntou. — Informações... Alguém lá de cima pode saber algo sobre Milena, pode ter alguém envolvido lá.— disse rapidamente. Matteo me encarou e concordou com a cabeça, logo fomos em direção ao chefe do lugar. — Oi...— o homem disse gentilmente. — Gostaria de subir para a área vip, fiquei sabendo que posso fechar alguns acordos de mercadoria com o dono do estabelecimento.— Matteo disse calmamente. O homem olhou para Matteo desconfiado e depois me olhou. — Desculpe senhor, a área vip é só para pessoas que já tem acordo com o estabelecimento.— o homem disse com um sorriso. — Há sim, então é disso que eu estou falando, se eu fechar acordo com o estabelecimento, eu venderia muito e isso traria muito lucro para o dono e para mim, por isso preciso conversar com ele.— Matteo disse seriamente, como se não soubesse que o homem era o dono do espaço. O homem abriu um grande sorriso. — Para a sua sorte, está falando com o dono do lugar! Matteo abriu um enorme sorriso e me olhou rapidamente. O homem fez o mesmo, me olhou de cima para baixo e senti calafrios. — Mas antes de conversamos sobre negócios, gostaria de relaxar... Onde arrumou essa mulher?— o homem perguntou me encarando. Vi o semblante de Matteo mudar, ele olhou para o homem e depois para mim. Olhei para Matteo e sorri para ele entender que ele tinha que continuar fingindo. — Há... É uma nova aquisição minha, não foi nada barata!— Matteo sussurrou, tentado disfarçar seu incômodo. — Bela aquisição...— o moço disse mordendo seu lábio inferior.— Vamos fazer o seguinte então, você sobe para a área vip, bebe um pouco enquanto eu me divirto com a mocinha. Depois conversamos sobre o acordo.O homem me olhou e senti calafrios. Matteo cerrou os punhos e desviou o olhar, logo depois me olhou novamente e balançou a cabeça positivamente, como se fosse um pedido para eu confiar nele. Sorri gentilmente para Matteo e depois olhei o moço, como se estivesse contente com a proposta. — Você vai adorar, ela é muito boa no que faz.— Matteo disse rapidamente. — Que ótimo!— o homem disse me olhando mais uma vez.— me acompanhem. O homem subiu pelas escadas e nós o seguimos, logo a escada levou a uma porta, onde um segurança estava vigiando. Ele a abriu e nós três entramos. Tinha um enorme corredor que dava para uma sala gigantesca e muito luxuosa. Na sala tinha diversas poltronas, onde alguns homens estavam sentados observando três mulheres dançando em barras de pole dance, enquanto os outros observavam o movimento no andar de baixo por um grande vidro que cobria a parede inteira. Algumas moças seminuas passeavam pelo local distribuindo drogas e bebidas, enquanto os homens as apalpava
— Mas?— Matteo disse confuso olhando para mim e depois para o homem caído no chão ensanguentado.— Ele já estava morto de qualquer forma!— disse seriamente, enquanto encarava Luccas caído no chão.Se Luccas tivesse dito alguma coisa, quem estaria morta naquele momento seria eu, numa guerra, os mais fortes sobrevivem.— Temos que sair daqui, agora!— Alguém disse aparentemente aflito.Nos viramos e vimos Gabriel. Ele entrou no quarto e fechou a porta.— Alguns homens estão vindo para ver que barulho foi aquele. Tive que apagar o segurança da entrada, mas são muitos vindo pra cá. Temos que ir, agora!— Gabriel disse rapidamente, aparentemente muito preocupado.Saímos do quarto rapidamente e seguimos pelo corredor, dessa vez não fomos pelo mesmo lado que entramos, mas seguimos até chegar em uma outra escada que dava para um espécie de porão, onde estavam guardadas bebidas e drogas. No canto do cômodo havia uma porta e nos aproximamos dela rapidamente. Matteo tentou abrir a porta, mas
— Que amigo?— perguntei olhando a casa pela janela.— Um doutor que era amigo do meu pai, ele vai ajudar.— Gabriel disse rapidamente saindo do carro.Gabriel me ajudou a tirar Matteo do carro, que estava fraco e fechou na porta. — Quem é?— o doutor perguntou pelo interfone.— Gabriel, Gabriel Adsa.— Gabriel disse me ajudando a segurar o irmão.O portão então se abriu entramos com Matteo. Subimos as escadas e logo um senhor apareceu desconfiado.— Que droga aconteceu com vocês?— o senhor perguntou.Matteo já estava quase inconsciente, seus olhos estavam quase fechando.— Tem como ajudar? Ele precisa de ajuda, por favor!— implorei apavorada.— Tragam ele aqui para cima.— o doutor disse rapidamente entrando em uma sala.Levamos Matteo para a sala e logo vimos uma mulher o ajudando a se preparar para o que seria uma cirurgia de emergência.— O deitem na maca e saiam.— o doutor ordenou e obedecemos.Saímos da sala e uma mulher
— Queria falar comigo?— perguntei me sentando na cama.— Sim, ontem aconteceu algo ontem que me deixou intrigado.— Matteo disse me olhando nos olhos, com sua voz fraca.— O que?— Você atirou em Luccas e ele iria dizer algo ao seu respeito... disse que te conhecia.— Matteo disse seriamente enquanto me encarava.— Atirei pois de qualquer forma ele morreria e poderiam fazer pior. Ele disse sim que me conhecia, mas, de onde ele pode me conhecer Matteo? Eu trabalhava em uma escola como professora e nunca nem se quer vim para Sicília. Ele disse aquilo para nos distrair...— menti.Matteo me encarou por alguns minutos e concordou com a cabeça.— Você tem razão...— Matteo concordou.Me levantei com um sorriso fraco e saí do quarto. Me dirigi ao meu quarto, estava pensando no quanto essas mentiras estavam indo longe demais, mas ao entrar no meu quarto, levei um susto.— Gosta dele?— ouvi um voz me perguntando.O
Matteo me beijou ferozmente, como se estivesse aguardando esse momento a vida inteira. Ele percorria suas mãos pelo meu corpo, enquanto eu deixava escapar tímidos gemidos durante o beijo, eu o desejava. Matteo pausou o beijo e me olhou nos olhos, notei que não só eu mas como nós dois, estávamos ofegantes. Ele se levantou por um segundo e desabotoou sua blusa a jogando no chão, deixando seu abdômen perfeitamente definido a vista. Pude ver o curativo do machucado de Matteo e só então me dei conta que ele estava se recuperando ainda.— O seu machucado?— disse o olhando.— Que se foda.Ele se aproximou de mim e ajoelhou ao meus pés. Com muita habilidade começou a beijar o interior das minhas coxas, enquanto ia retirando meu shorts de dormir. Ainda sentada sob a cama, eu ia me contorcendo quando percebia que ele estava chegando na minha vagina. Minhas mãos apertavam os lençóis enquanto a outra puxava o cabelo dele, ansiando que ele me chupasse logo.— Matteo...—
Assim que Matteo saiu, olhei para o quarto, ele estava tão quieto, a não ser pelos meus pensamentos ecoando pela dimensão das paredes. Me levantei ainda em prantos, eu não acreditava no que Matteo havia acabado de falar. Me troquei rapidamente e Gabriel bateu na porta novamente. Limpei as lágrimas e tentei disfarçar o máximo que pude.— Entre.— disse quase que em um sussurro.— Só informando que o vestido que irá usar no baile já está pronto, comprei nos tons da sua família, para nos misturarmos. Seu pai colocou nosso nome na lista e está tudo conforme o plano. Ele queria que soubesse.— Gabriel disse seriamente.Olhei para Gabriel e assenti com a cabeça. — Obrigada, você...— Não Yhelena, não disse nada sobre Matteo.— Gabriel disse firmemente.Em seguida Gabriel se retirou rapidamente e eu voltei a deitar na cama, perdida nos meus pensamentos, enquanto minhas lágrimas molhavam o travesseiro....Dias já haviam
Era inevitável sentir arrepios ao ver que eu estava chegando perto da minha casa, comecei a suar frio e a tremer. Meu peito doía de angústia, mas ao mesmo tempo de alívio, ao lembrar que isso tudo iria terminar. Terminar... — Não nos chamaremos pelos nomes essa noite, você será Lorenzo.— Gabriel disse firmemente.Olhei para Gabriel, deixando meus pensamentos de lado.Matteo olhou Gabriel, mas logo voltou a atenção para a estrada apenas assentindo com a cabeça.— Você é um vendedor de drogas, então se alguém quiser fechar um acordo, desvia o assunto.— Gabriel continuou seriamente.Olhei para Gabriel pelo retrovisor e ele colocou a sua máscara azul escura.— Se quiserem se comunicar comigo, me chamem de Tomaso. Eles acham que eu sou seu ajudante nos negócios Matteo, então provavelmente irão falar comigo primeiro.— E eu?— perguntei.Matteo me encarou pelo retrovisor, senti meu corpo arrepiar.— Gabrielle.— Gabriel afirmou.— Tu é esposa de
— E o que você vai fazer?— perguntei.Matteo me pegou pelo pulso e andou entre a multidão disfarçadamente, até encontrar um longo corredor que dava para uma segunda sala. Aquele era o caminho mais longo para o segundo andar, contando que o caminho mais rápido, estava impedido por causa do palco. Andamos pelo longo corredor, onde dava para a minha sala de estar e lá estava a escada. Não havia ninguém vigiando e tudo na medida do possível, estava em silêncio, apenas uns ruídos ao fundo vindos do hall, onde estava acontecendo a festa.— Não tem ninguém... Todos estão na festa agora, para quê colocar um vigia, se estão entre família?! Esse é o erro de Marco.— Matteo sussurrou, como se estivesse conversando com ele mesmo.Subimos as escadas rapidamente e andamos pelo corredor, abrindo porta por porta atrás de Milena. Quando chegamos no último corredor, vimos um guarda na porta e rapidamente Matteo me fez escorar na parede para o guarda não nos ver. O guarda olhou em