Olhei para Matteo ainda paralisada, como assim mais uma pessoa da família de Matteo estava envolvida com o sequestro de Milena? Infelizmente meu pai não me contava todos os detalhes, será que a pessoa que Theobaldo estava falando ao telefone era meu pai?
— Ele falou sobre um pen drive? Será que está nessa sala?— Matteo perguntou para mim. — Não sei... Matteo começou a abrir as gavetas e a vasculhar todo o escritório. Ele parecia nervoso, como se não acreditasse ainda no que havia acontecido. Ajudei a procurar, mas quando estávamos prestes a desistir, Matteo achou um pen drive guardado em uma caixa no armário. Ele me olhou e suspirou fundo, ali poderia conter as informações que ele precisava sobre sua filha. Matteo caminhou até o computador e o conectou com o pen drive, logo abriu algumas pastas e achou uma lista. — Que merda é essa?— Matteo disse enquanto lia a tal lista. Meu coração começou a acelerar, e se tivesse alguma informação sobre mim? Me aproximei do computador e olhei, a lista eram endereços. — São os endereços da escola, da minha casa, do balé de Milena... Eles estavam a espionando, então realmente tudo isso foi planejado, sequestraram a minha filha.— Matteo disse trêmulo, como se temesse o pior. Olhei para Matteo, e só uma pergunta rodeava a minha mente. — O que você vai fazer?— perguntei. — Eu vou matar, eu vou matar ele!— Matteo gritou batendo o pulso na mesa. — A casa está cheia, não pode fazer isso aqui.— disse suavemente. Matteo me encarou, e suspirou fundo. Logo me pegou pelo braço, e me puxou para fora do escritório. Não havia ninguém vigiando a porta, então saímos rapidamente e fomos atrás de Theobaldo. Matteo chegou perto de Theobaldo, e o grupo que estava a sua volta se retirou rapidamente. Theobaldo notou a expressão de Matteo, os olhos de Matteo demonstravam raiva. — O que foi meu sobrinho?— Theobaldo perguntou preocupado. De repente fomos interrompidos. — Há, estava procurando vocês! Onde se meteram?— Gabriel perguntou com uma taça de champanhe na mão, mas ao notar o clima sério, ficou quieto. — Você tem 30 minutos, para tirar todos dessa casa. 30 minutos.— Matteo disse e se retirou, pegando a taça de champanhe da mão do irmão e levando a boca. Theobaldo me encarou confuso e depois olhou para Gabriel que deu de ombros, expressando que não sabia o que havia acontecido. Em seguida correu para chamar seus empregados para anunciar que o baile havia terminado. As pessoas começaram a ir embora, enquanto Matteo encarava Theobaldo do outro lado do salão sentado em uma cadeira. Quando o lugar estava vazio, Theobaldo foi até o sobrinho. Matteo se levantou e em um movimento rápido puxou uma arma da cintura e apontou para o tio. Gabriel arregalou os olhos e encarou o irmão, enquanto eu dava passos lentos para trás. — O que está acontecendo irmão?— Gabriel perguntou surpreso. Olhei para Matteo, ele estava fuzilando Theobaldo com os olhos. — Fica fora disso Gabriel!— Matteo gritou. Alguns capangas de Theobaldo começaram a chegar, mas ninguém se atreveu a apontar a arma para Matteo, ele era o chefe. — Não estou entendendo Matteo, o que houve? Algum problema com as entregas? Eu posso resolver!— Theobaldo disse desesperado. — Você é um desgraçado! Como você pôde fazer isso com Milena?— Matteo gritou. Gabriel olhou para mim com os olhos arregalados, os seus olhos transmitiam pavor, provavelmente achou que Matteo teria o descoberto. Balancei a cabeça que não para Gabriel, e ele soltou um suspiro de alívio. — Do que está falando? O que eu fiz com Milena?— Theobaldo perguntou. — Você traiu toda a sua família! Eu estava no seu escritório quando atendeu a ligação. Pra quem estava passando as informações? E quem te ajudou a consegui-las?— Matteo perguntou para Theobaldo. Theobaldo arregalou os olhos e olhou para Gabriel e para mim. Gabriel apenas encarou Theobaldo, mas provavelmente estava rezando para que ele não dissesse nada. — Você... Nunca deveria ter se tornado o chefe dessa família. O seu pai sempre fez um excelente trabalho, mas você... Não sabe cuidar nem da sua própria filha.— Theobaldo disse quase que em um sussurro. Matteo se aproximou, e em um golpe rápido bateu a arma no nariz de Theobaldo que o fez cair no chão. Theobaldo começou a rir, e Matteo o apontou a arma novamente. — Me diz porra, me diz quem sequestrou a minha filha.— Matteo gritou. Theobaldo olhou para Matteo, e limpou o sangue do nariz com a mão. Ele começou a rir alto, soltava altas gargalhadas, como se estivesse gostando dos gritos de Matteo. — Você é um lixo! Ajudou a sequestrar uma criança, A MINHA FILHA!— Matteo gritou novamente e atirou. A bala foi no braço de Theobaldo, que teve suas gargalhadas substituídas por gritos de dor. — Me mata logo! ME MATA!— Theobaldo gritou, enquanto apertava a ferida com a mão. — Diz!— Matteo disse apontando a arma para o tio. — Não! Gabriel se aproximou de Matteo e o tocou no ombro. Gabriel puxou Matteo para o canto onde eu estava, enquanto Theobaldo ainda estava no chão perdendo sangue. — Ele não vai falar nada irmão...— Gabriel disse. De repente ouvimos um barulho e ao nos virar, vimos Theobaldo correndo enquanto apertava o braço machucado. Gabriel sacou a arma rapidamente, e atirou.Theobaldo caiu no chão e Matteo olhou para Gabriel. Como se tivesse consciência depois, Gabriel correu para ver o tio, mas ao checar seus batimentos, notou que ele estava morto. Matteo suspirou e olhou o tio ensanguentado no chão, ele parecia distante, como se não acreditasse na traição do tio, por um segundo eu senti pena. — O que vamos fazer agora?— Gabriel perguntou para o irmão. — Vou enviar o pen drive para a equipe de investigação de Milena, talvez consigam descobrir para quem estavam sendo enviadas essas informações.— Matteo disse olhando para o tio caído no chão.— Limpem essa bagunça!— ele ordenou para alguns capangas que o observavam, em seguida se retirou. Assim que Matteo sumiu pelos corredores da mansão, Gabriel me puxou em um canto. — E agora? Isso pode acabar com os nossos planos.— Gabriel sussurrou. — Não... Avise papai, ele vai saber o que fazer.— disse tranquilamente. — Certo. Gabriel se retirou e eu fiquei observando os capangas de Theobaldo o arrasta
Matteo retirou o blazer e a gravata, enquanto eu somente o encarava. Ele desabotoou sua blusa social branca e a retirou, revelando seu abdômen perfeitamente definido. Desviei o olhar e me dirigi para o banheiro. — Esqueci completamente de te mandar trazer uma roupa para dormir, vista minha blusa.— Matteo disse me entregando sua blusa social branca, que havia acabado de tirar. Encarei Matteo e peguei a blusa. Me dirigi ao banheiro e tirei o vestido de cetim, logo coloquei a blusa branca de Matteo, ficando apenas de calcinha e a blusa quase transparente. Saí do quarto e vi Matteo deitado na cama, ele parecia tão sereno e... sexy. Me aproximei da cama, e ele me olhou nos olhos. — O que foi?— ele perguntou. — Não vai me amarrar, ou algo do tipo?— perguntei sarcástica. Matteo me olhou e novamente seus olhos percorrerem meu corpo. — Por que eu te amarraria?— ele perguntou seriamente. — Uma hora você vai dormir, e eu vou poder fugir daqui.— sussurrei em tom de deboche. Eu obvi
— Conseguiram descobrir quem estava ajudando Theobaldo com essas informações? Claramente alguém daqui de dentro está envolvido com isso, Theobaldo não conseguiria essas informações morando tão longe.— Matteo perguntou seriamente para o irmão. — Não irmão, não descobrimos quem estava o ajudando, mas o que sabemos é que essa pessoa que estava compartilhando as informações com Theobaldo, é a dona do pen drive. Theobaldo recebia o pen drive com as informações e mandava por e-mail para alguém da Sicília.— Gabriel disse firmemente. Olhei para Gabriel, como ele conseguia mentir tão bem? Obviamente ele era o aliado de Theobaldo, e Matteo estava confiando na única pessoa em que não podia confiar. — O que disseram para a imprensa e para a polícia, sobre a morte de Theobaldo?— Matteo perguntou para o irmão. — Que foi suicídio, recebemos uma ajudinha dos policiais com o caso e tudo foi encoberto. Fique tranquilo.— Gabriel disse suavemente. — Ótimo, arrumem suas coisas, vamos para Sicília
— Alguns homens do norte da Sicília... me contrataram para receber informações e repassar para eles. Eu aceitei pois precisava do dinheiro para sustentar minha filha e por alguns meses repassei todas as informações que eu recebia por mensagem para um número desconhecido.— a mulher disse entre soluços.— Eu não sei mais de nada... Só isso. — E você tem o número que repassava essas informações?— Matteo perguntou seriamente. — Os homens me entregaram um celular e eu só podia usar ele para passar essas informações.— a moça disse quase que em um sussurro. — E como você foi contratada?— Gabriel perguntou para a moça que o encarou. — Eu trabalhei por alguns meses numa boate para conseguir mais dinheiro e eles fizeram essa proposta, a única condição era não contar nada para ninguém.— ela respondeu. — E você aceitou assim, tão facilmente?— Gabriel perguntou novamente. — Preciso sustentar minha filha... Eles disseram que era um trabal
Olhei para a bagunça no chão, tinha cacos de vidros por todo lado e alguns sujos de sangue. A mulher sobreveio em minha mente, o jeito que ela implorou assombraram meus pensamentos. Alguns minutos depois, Matteo chegou no meu quarto com um doutor. Eles se aproximaram de mim e o doutor abaixou para examinar meu pé. Ele tirou o pano ensanguentado e me examinou. — Vai precisar de alguns pontos...— o doutor sussurrou. — Vou te deixar com ela e chamar algum empregado para limpar essa bagunça.— Matteo disse e se retirou rapidamente. Eu poderia pedir para o doutor avisar alguma autoridade sobre o meu sequestro, mas com certeza era mais um da máfia de Matteo e não iria adiantar de nada. O doutor abriu uma bolsa, preparou seus equipamentos e começou a fazer os pontos no meu pé. Eu gemia de dor cada vez que ele enfiava a agulha no meu pé, mas ele sorria e falava que já estava terminando. Antes do doutor finalizar, dois empregados entraram no quarto e arrumaram tudo rapidamente. Por p
No dia seguinte acordei com Gabriel na porta do meu quarto, provavelmente queria saber sobre ontem. — Bom dia...— Gabriel disse se aproximando de mim. Me sentei na cama e ele se sentou também. — Bom dia. — Você é esperta, conseguiu seduzir meu irmão, estou impressionado.— Gabriel sussurrou. Olhei para Gabriel confusa, ele provavelmente achava que aquilo fazia parte do plano. — É...— concordei.— você falou com ele? — Falei. — E o que ele disse?— perguntei. — Que foi um erro... Que você estava sensível por causa da morte da moça e que teve um crise de pânico. Ele te ajudou e acabaram se deixando levar pelo momento. Mas não passou disso.— Gabriel disse seriamente, enquanto me olhava nos olhos. Olhei para Gabriel, então tinha sido só um erro? É... Talvez eu tenha me deixado levar pelo momento. Talvez ele não me quisesse tanto como aparentava... — Matteo pediu para eu lhe avisar para estar pronta às 20:00, vamos visitar uma boate.— Gabriel disse calmamente e
O homem me olhou e senti calafrios. Matteo cerrou os punhos e desviou o olhar, logo depois me olhou novamente e balançou a cabeça positivamente, como se fosse um pedido para eu confiar nele. Sorri gentilmente para Matteo e depois olhei o moço, como se estivesse contente com a proposta. — Você vai adorar, ela é muito boa no que faz.— Matteo disse rapidamente. — Que ótimo!— o homem disse me olhando mais uma vez.— me acompanhem. O homem subiu pelas escadas e nós o seguimos, logo a escada levou a uma porta, onde um segurança estava vigiando. Ele a abriu e nós três entramos. Tinha um enorme corredor que dava para uma sala gigantesca e muito luxuosa. Na sala tinha diversas poltronas, onde alguns homens estavam sentados observando três mulheres dançando em barras de pole dance, enquanto os outros observavam o movimento no andar de baixo por um grande vidro que cobria a parede inteira. Algumas moças seminuas passeavam pelo local distribuindo drogas e bebidas, enquanto os homens as apalpava
— Mas?— Matteo disse confuso olhando para mim e depois para o homem caído no chão ensanguentado.— Ele já estava morto de qualquer forma!— disse seriamente, enquanto encarava Luccas caído no chão.Se Luccas tivesse dito alguma coisa, quem estaria morta naquele momento seria eu, numa guerra, os mais fortes sobrevivem.— Temos que sair daqui, agora!— Alguém disse aparentemente aflito.Nos viramos e vimos Gabriel. Ele entrou no quarto e fechou a porta.— Alguns homens estão vindo para ver que barulho foi aquele. Tive que apagar o segurança da entrada, mas são muitos vindo pra cá. Temos que ir, agora!— Gabriel disse rapidamente, aparentemente muito preocupado.Saímos do quarto rapidamente e seguimos pelo corredor, dessa vez não fomos pelo mesmo lado que entramos, mas seguimos até chegar em uma outra escada que dava para um espécie de porão, onde estavam guardadas bebidas e drogas. No canto do cômodo havia uma porta e nos aproximamos dela rapidamente. Matteo tentou abrir a porta, mas