Investigações - 6

Matteo retirou o blazer e a gravata, enquanto eu somente o encarava. Ele desabotoou sua blusa social branca e a retirou, revelando seu abdômen perfeitamente definido. Desviei o olhar e me dirigi para o banheiro.

— Esqueci completamente de te mandar trazer uma roupa para dormir, vista minha blusa.— Matteo disse me entregando sua blusa social branca, que havia acabado de tirar.

Encarei Matteo e peguei a blusa. Me dirigi ao banheiro e tirei o vestido de cetim, logo coloquei a blusa branca de Matteo, ficando apenas de calcinha e a blusa quase transparente. Saí do quarto e vi Matteo deitado na cama, ele parecia tão sereno e... sexy. Me aproximei da cama, e ele me olhou nos olhos.

— O que foi?— ele perguntou.

— Não vai me amarrar, ou algo do tipo?— perguntei sarcástica.

Matteo me olhou e novamente seus olhos percorrerem meu corpo.

— Por que eu te amarraria?— ele perguntou seriamente.

— Uma hora você vai dormir, e eu vou poder fugir daqui.— sussurrei em tom de deboche.

Eu obviamente estava brincando com a cara de Matteo, mas ele se levantou rapidamente da cama e rasgou um pedaço do lençol. Se aproximou de mim e me olhando nos olhos me empurrou na cama. Fiquei de bruços e ele colocou minhas mãos nas costas enquanto eu me debatia. Ele encostou a boca no meu ouvido, e me segurando contra a cama sussurrou.

— Só por precaução...— ele disse amarrando o lençol em minhas mãos.

Ele fez um nó forte, o que me causou um certo incômodo.

— Agora sim, você não tem como fugir.— Matteo disse e me largou.

Me debati na cama, e me ajeitei para o encarar.

— Você só pode estar louco!— disse furiosa.

Matteo segurou em meu rosto e me olhou nos olhos.

— Não... Só não posso me dar o luxo de te perder agora, contando que... Milena ainda está desaparecida.— Matteo disse quase que em um sussurro.

Olhei para Matteo, ele estava tão perto que podia quase sentir o gosto da sua boca. Seus músculos roçavam no meu corpo, e eu sentia o seu calor. Matteo me encarou por alguns segundos e se afastou rapidamente. Logo se dirigiu para a varanda do quarto. O olhei ainda deitada na cama, será que ele realmente era assim, tão frio e distante? Ou era apenas um disfarce, para algo que o machucava?

— É melhor você dormir ...— Matteo disse da varanda.

— Não estou com sono.— sussurrei.

Matteo não disse nada, e eu o encarei ainda deitada na cama. Matteo era forte, e misterioso, não sabia nada da vida dele, e isso de certa forma me perturbava.

— Onde está a mãe de Milena?— perguntei.

Matteo me olhou, e por um momento o senti ainda mais distante.

— Morreu.— ele sussurrou.

— Como ela morreu?— perguntei olhando para Matteo curiosa.

Matteo me encarou, ele obviamente não queria responder.

— Por favor Yhelena, vá dormir.— Matteo sussurrou seriamente.

— Fiquei trancada no quarto por dias, e não conversei com ninguém. Acredito que já saiba que eu não tenho nada haver com o sequestro de Milena, então converse comigo.— pedi.

Matteo me olhou seriamente, parecia me analisar.

— Não tenho certeza de que não está envolvida com o sumiço da minha filha, todas as possibilidades são válidas.— Matteo disse seriamente, enquanto se aproximava da minha cama.

Me ajeitei na cama, e o encarei.

— Não tenho nada haver com isso, acredite em mim. Eu vou ajudar a encontrar Milena...— menti, mas de certa forma, algo dentro de mim acreditava que as minhas palavras eram verdade.

Matteo me encarou por alguns segundos, seus olhos verdes pareciam que haviam feitiço, não conseguia parar de olhá-los.

— Ela foi assassinada...— Matteo suspirou, enquanto se perdia em seus pensamentos.

— Assassinada por quem?— perguntei surpresa.

A expressão de Matteo mudou, sua tristeza e confusão foram substituídas por ódio.

— Não sei, a encontrei morta, provavelmente mandaram a matar.— Matteo sussurrou.— Foi um ano depois que Milena nasceu, por isso eu não posso perder minha filha... Não posso falhar com ela, do mesmo jeito que falhei com a minha esposa.

Eu senti pena de Matteo, não sabia o que dizer, nem o que sentir, me senti péssima por estar envolvida com o sequestro de Milena, e mais péssima ainda por estar mentindo para Matteo, quando ele estava confiando em mim.

— Eu sinto muito.— sussurrei.

Matteo me encarou, o senti vulnerável, ele havia confiado em mim.

— Não posso perder ela... Não posso perder Milena.— Matteo disse me olhando nos olhos.

Senti a sua dor, Matteo estava sofrendo por mais que demonstrasse pouco, ele amava a filha e seria capaz de tudo para a encontrá-la.

Matteo se aproximou de mim, e me fez sentar na cama, logo me desamarrou. Eu poderia muito bem tentar fugir dali, mas algo me pediu pra ficar, talvez fosse os olhos verdes de Matteo.

Encarei Matteo por alguns segundos, os seus olhos estavam olhando para o nada, ele parecia distante... Perdido.

— Nós vamos achar ela.— disse pegando em suas mãos.

Matteo me encarou e concordou com a cabeça sem dizer nada. Logo me deitei na cama insinuando que eu não iria fugir, nem tentar nada e Matteo me olhou, desta vez com um pouco mais de confiança e se deitou ao meu lado, logo eu adormeci.

No dia seguinte, quando eu acordei, Matteo estava tomando café em uma mesa que ficava na varanda. Me levantei e fui ao banheiro fazer minhas necessidades, logo me ajuntei a ele.

— Bom dia.— disse me sentando na mesa.

Matteo me olhou e seriamente acenou a cabeça, nem parecia a mesma pessoa de ontem a noite.

— Tome seu café logo, precisamos voltar para Florença.— Matteo disse seriamente.

O olhei curiosa, não iríamos ficar na cidade para resolvermos os assuntos das mercadorias apreendidas?

— O que houve?— perguntei.

— Gabriel ligou, conseguiram saber para onde as informações estavam sendo mandadas. Precisamos voltar.— Matteo disse rapidamente.

Olhei para Matteo, ele estava sério, provavelmente pensando se sua filha ainda estava viva.

Assim que terminamos o café, Matteo ligou para Cristal e avisou que teríamos que voltar para Florença e logo fomos para o topo do edifício pegar o helicóptero que nos levaria de volta. A viagem foi em completo silêncio, Matteo estava sério, como se temesse o pior.

Quando chegamos na casa de Matteo, logo descemos e entramos na mansão, onde Gabriel nos esperava.

— Oi irmão...— Gabriel cumprimentou Matteo, e logo me olhou confuso, como se não entendesse o porque eu estava com Matteo.

— Gabriel?! Vamos direto ao assunto, o que descobriu?— Matteo perguntou rapidamente.

Gabriel me olhou e olhou para Matteo, logo Matteo entendeu que Gabriel estava confuso por me deixar ficar.

— Não tem problema, pode falar com ela aqui.— Matteo disse seriamente, e Gabriel continuou.

— Tio Theobaldo estava passando as informações para alguém da Sicília, foi muito complicado hackear para onde estavam sendo mandado as informações, mas conseguimos. Temos o endereço.— Gabriel disse firmemente.

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